Após atentado, primeiro-ministro eslovaco retoma funções no final de junho
Robert Fico declarou que perdoava o atacante e anunciou que retomaria progressivamente as suas funções a partir do final de junho.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, vítima de um atentado em meados de maio, indicou esta quarta-feira estar preparado para retomar funções no final de junho. Num vídeo publicado na rede social Facebook, o primeiro que divulga desde que foi atingido por diversas balas em plena via pública, Fico declarou que perdoava ao atacante e anunciou que retomaria progressivamente as suas funções a partir do final de junho.
“Não mantenho qualquer ódio face ao desconhecido que me atingiu”, declarou Fico, segundo a tradução inglesa do vídeo, aparentando calma mas com longas pausas na sua alocução. “Perdoo-lhe e deixo-o refletir, na sua própria cabeça, sobre o que fez e porque o fez”, acrescentou.
Fico foi atingido em 15 de maio por quatro balas disparadas à queima-roupa, em particular no abdómen, num momento em que saudava apoiantes à saída de uma reunião governamental na cidade de Handlova, centro do país. O presumível atirador, identificado pelos ‘media’ eslovacos como o poeta Juraj Cintula, 71 anos, foi acusado de tentativa de homicídio com premeditação e colocado em prisão preventiva.
Fico foi transportado para um hospital da cidade de Banska Bystrica, onde foi submetido a duas longas intervenções cirúrgicas. O primeiro-ministro eslovaco permaneceu em convalescença antes de ser transferido em 31 de maio para a sua casa, onde prosseguiu a recuperação. “Se tudo decorrer como previsto, poderia retomar progressivamente o trabalho no decurso dos meses de junho e julho”, precisou Fico.
Em paralelo, a Procuradoria-Geral da Eslováquia está a estudar uma petição de apoiantes do primeiro-ministro, que pretendem ilegalizar o partido opositor liberal PS por alegada responsabilidade no ataque. O portal noticioso Slovak Spectator anunciou esta quarta que a procuradoria recebeu diversas denúncias por suposto incitamento pelo partido Eslováquia Progressista (PS) contra Fico, que sobreviveu ao atentado com feridas graves no abdómen.
O procurador-geral, Maros Zilinka, confirmou hoje que o seu gabinete estuda a documentação apresentada para confirmar o cumprimento dos requisitos estipulados pelo código do tribunal administrativo, onde se decide a ilegalização de partidos políticos.
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