Rui Costa garante que Benfica deu “total autonomia” à EY para fazer a auditoria
"Não identificámos nenhuma situação ou particularidade em que a SAD do Benfica tenha sido lesada por qualquer um dos seus representantes.” Esta é a principal conclusão da auditoria forense realizada.
“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD (Benfica SAD), no seguimento do compromisso assumido pelo presidente Rui Costa perante os benfiquistas, vem dar a conhecer também aos sócios do Sport Lisboa e Benfica, o teor do relatório de conclusões consolidadas da auditoria forense realizada”.
Em comunicado enviado a todos os sócios do Benfica, esta sexta-feira pelas 10h15, Rui Costa explica que “no sentido de salvaguardar os interesses da Benfica SAD, pouco depois de ter tomado conhecimento das suspeitas do Ministério Público (MP) no âmbito do processo vulgarmente denominado “Cartão Vermelho”, a administração solicitou a uma consultora independente de reconhecida competência (concretamente a EY), a realização de uma auditoria forense tendo por base as suspeitas do MP, as quais incidiam no processo de contratação de vários jogadores, existindo a suspeita de que a Benfica SAD poderia ter sido lesada”.
“Não identificámos nenhuma situação ou particularidade em que a SAD do Benfica tenha sido lesada por qualquer um dos seus representantes” Esta é a principal conclusão da auditoria forense realizada à Benfica SAD pela consultora EY que, entre 1 de setembro de 2021 e 13 de outubro de 2023, analisou os contratos de transferência de 51 jogadores do clube dos encarnados e respetivos 76 agentes (de 2008 a 2022), no seguimento do chamado processo Cartão Vermelho.
O documento aponta, desde logo, que as transferências analisadas revelam que o saldo é positivo a favor da Benfica SAD, em 97 milhões de euros: 108,883 milhões em transações com resultados positivos (lucro entre compra e venda dos passes dos jogadores) e 11,8 milhões em transações com resultados negativos. Mas, revela também que o Benfica contratou jogadores que não chegaram a jogar ou, noutros casos, não jogaram pela equipa principal, e que o clube pagou comissões a agentes acima dos valores recomendados pela FIFA.
A auditoria forense realizada pela EY — denominada ‘cartão amarelo’ — foi pedido na sequência das investigações judiciais à gestão de Luís Filipe Vieira. Em causa estão as suspeitas que recaem sobre o ex-líder das águias de burla qualificada, abuso de confiança agravada, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira, em julho de 2021. Agora, a auditoria forense já está com o Ministério Público (MP), apurou o ECO.
“A Benfica SAD deu total autonomia à EY para a elaboração da referida auditoria e colaborou em tudo o que foi solicitado, tendo sido analisadas um total de 51 transações em todas as suas vertentes, correspondentes à totalidade dos contratos que o MP terá considerado, de alguma forma, suspeitos”, diz o comunicado da SAD dos encarnados.
“O tempo decorrido foi o considerado necessário por parte da EY, dada a complexidade da análise em questão e tudo o que foi analisado, o elevado número de elementos analisados e o hiato temporal da referida análise (cerca de 14 anos), como pode ser comprovado no referido relatório. Em relação às conclusões da auditoria, destaca-se essencialmente o facto de a EY referir que não encontrou nenhuma situação ou particularidade em que a SAD tenha sido diretamente lesada por qualquer um dos seus representantes. Por forma a auxiliar o entendimento do relatório, a administração solicitou à EY a elaboração também de um memorando com o resumo das conclusões do trabalho, o qual se dá igualmente a conhecer. Conforme compromisso publicamente assumido, foi já enviada cópia do relatório para o Ministério Público, no âmbito do mencionado processo que ainda se encontra em investigação. Mais se acrescenta que a Administração não deixará de zelar pela defesa intransigentes dos interesses da Benfica SAD em tudo o que se revelar necessário, procurando pautar a sua conduta, sempre, pela legalidade e pelas melhores práticas”, concluiu o mesmo documento.
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