Ministra da Saúde copiou partes de um curso que propôs à Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Conselho científico identificou “três inconformidades” no relatório de licença sabática de Ana Paula Martins, entre as quais a “transposição” de trechos de um curso de uma universidade estrangeira.

Durante o ano de licença sabática, Ana Paula Martins propôs-se apresentar um plano curricular para uma “formação avançada em Farmacoepidemiologia”, a lecionar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Segundo as atas do conselho científico da instituição, o relatório apresentado já no final de 2023 pela agora ministra da Saúde, embora tenha sido aprovado, era uma “transposição de um programa pedagógico já existente” na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, onde frequentou um curso com o mesmo nome, noticia o Público.

À data professora auxiliar no Departamento de Farmácia, Farmacologia e Tecnologias em Saúde na FFUL, Ana Paula Martins apresentou um programa cuja estrutura-base dividiu em quatro módulos com nomes iguais aos que constam do programa de formação da universidade inglesa, assim como os objetivos e o próprio método de avaliação. Ainda que faça referência, no documento, ao facto de ter frequentado o curso no Reino Unido entre 2020 e 2022, nunca é mencionada qualquer tradução ou citação do mesmo, assumindo a proposta que se seguiria como autoria sua.

O conselho científico da FFUL teve o mesmo entendimento. Em ata, que data de 10 de janeiro deste ano, o órgão de supervisão científica apontou “três inconformidades” no relatório de licença sabática de Ana Paula Martins: além da “transposição” do programa pedagógico da universidade londrina, o documento inclui trabalhos que foram “publicados/apresentados antes do início do período de licença sabática” e uma “unidade curricular desenvolvida para ser lecionada noutra universidade”. Ainda assim, o relatório recebeu “luz verde” do conselho científico para ser aprovado pela direção da Faculdade de Farmácia.

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