Nova direção da Associação Portuguesa de Capital de Risco quer mais investimento privado

Adequar os instrumentos públicos às melhores práticas internacionais e estreitar as relações com a CMVM para melhorar a indústria são outras das prioridades.

“Tirar Portugal do fundo da tabela dos países europeus com menos aplicação de capital privado nas empresas em função do PIB tem de ser um desígnio nacional”. Quem o diz é Stephan de Moraes, o novo presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI). A criação de mecanismos que promovam a aposta de investidores institucionais portugueses ou estrangeiros na indústria de capital de risco nacional é outro dos objetivos da nova direção.

“Nada justifica que hoje em Portugal o investimento de capital de risco em percentagem do PIB seja 13 vezes inferior ao da Espanha, o país vizinho, e 19 vezes inferior à média dos países da União Europeia”, considera Stephan de Moraes, citado em comunicado.

Um dos objetivos da nova direção, eleita no final de junho para o biénio de 2024-2025, é, de resto, aumentar o investimento nacional privado em private equity e venture capital contribuindo com isso para a dinamização da economia portuguesa. “O private equity e o venture capital servem precisamente para capitalizar empresas, sejam elas PME com necessidades de restruturação, startups a precisar de capital para arrancar, ou empresas sólidas que precisam de mais capital e de balanço para crescerem em exportações e em contratos internacionais”, diz Stephan de Moraes.

“Para além do capital, a indústria de capital de risco tem uma capacidade fortíssima para melhorar a qualidade da gestão, o que é notório em todos os estudos sobre o setor”, acrescenta.

Outras prioridades são adequar os instrumentos públicos às melhores práticas internacionais e estreitar as relações com a CMVM para melhorar a indústria. “É muito importante melhorar a informação transmitida aos investidores privados sobre os resultados muito positivos obtidos pela indústria nos últimos anos, o que implica, entre outras medidas, estreitar a relação com o Banco Português de Fomento e CMVM com vista a melhorar a indústria”, defende Stephan de Moraes.

“Temos que eliminar as razões pelas quais os investidores institucionais não colocam, na indústria de capital de risco, uma percentagem, mesmo que pequena, dos seus ativos”, afirma ainda o também líder da Indico Capital Partners, defendendo a criação de mecanismos — em sede de Orçamento de Estado ou noutros âmbitos — de incentivo ao investimento de investidores institucionais portugueses ou estrangeiros na indústria nacional de capital de risco.

Além do novo presidente, Stephan de Moraes, foram eleitos para o biénio 2024 e 2025 os vogais Martim Avillez Figueiredo (Core Capital), Luís Santos Carvalho (Vallis Capital), David Calém Ferreira (Crest Capital) e Pedro Ribeiro Santos (Armilar Venture Partners), representando os diferentes ramos da indústria dedicados ao private equity, ao venture capital e aos Fundos de Reestruturação.

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