Resultados do Governo só serão sentidos a longo prazo, avisa Montenegro

  • Ânia Ataíde
  • 3 Julho 2024

Primeiro-ministro diz que não irá usufruir dos resultados das políticas do Governo enquanto exerce funções. Montenegro avança ainda que a política fiscal deve servir como trave mestra da economia.

O primeiro-ministro afirmou que esta quarta-feira que os resultados da política do Governo irão sentir-se sobretudo a médio e longo prazo, ao invés de no imediato, afirmando-se satisfeito com essa possibilidade. Luís Montenegro defendeu ainda que a política fiscal deve servir como um estímulo económico e não meramente como uma fonte de receita.

“Estou muito confiante que aquilo que possa fazer agora, e nos próximos anos, não será objeto de resultado que eu próprio irei usufruir enquanto exerço esta função”, afirmou o líder do Executivo numa conversa com emigrantes portugueses, na conferência “Portugal o país onde vais querer estar”, que decorreu esta quarta-feira na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos.

No entanto, garantiu que ficará “muito satisfeito” consigo mesmo se isso vier a concretizar-se. “Mesmo que o resultado de algumas destas políticas venha a revelar-se daqui a dez, quinze anos ou vinte anos, para aqueles que vierem a seguir a nós – ficarei satisfeito que isso venha a acontecer, mais do que ficaria se essa retribuição fosse imediata”.

Perante uma plateia repleta de empresários e alguns estudantes, Luís Montenegro disse querer que a “fiscalidade em Portugal seja um estímulo económico, que seja a trave mestra da política económica”, advogando que os impostos devem ser utilizados para que a economia seja mais competitiva.

“Se for mais competitividade, a base tributável de todos os impostos vai subir”, disse. Para Luís Montenegro, a fiscalidade deve ter a consequência positiva de gerar arrecadação de receita, que “será sempre necessária, em vez da ideia de que a política fiscal responde apenas ao propósito de arrecadar receita para equilibrar as contas públicas”.

O primeiro-ministro defendeu ainda que só “estando na vanguarda” é que o país pode ser competitivo. “Só sendo mais competitivos podemos pagar mais e melhores salários”, apontado como objetivo que o país tenha “maior capacidade de retenção do talento”. Para “os nossos jovens fazer com que saiam cada vez menos e os que saiam possam regressar”, disse.

“O nosso objetivo é ter uma fiscalidade mais amiga da classe trabalhadora e dos jovens em particular”, repetiu. No entanto, considerou que “há aqueles que foram para fora por necessidade, mas há outros que vão por vocação, num contexto, de a nível europeu quase” sem fronteiras.

“Esses portugueses continuam a ser parte da nossa portugalidade, do nosso objetivo comum. A esses quero dizer que espero que sintam a necessidade de ajudar mesmo do lado de fora”, apelou.

Montenegro garantiu ainda que trocava as remessas dos emigrantes por um aumento de investimento que significasse uma maior retenção de talentos. “Trocava a diminuição das remessas dos nossos emigrantes por aumento de investimento que significasse aumento da retenção”, disse, acrescentando que acredita que o país irá conseguir casar o investimento direto estrangeiro com as remessas dos emigrantes.

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