Stock da dívida das empresas públicas caiu 10% em 2023. É tão grande como o PRR
Stock global da dívida das empresas do setor empresarial do Estado caiu em 2023 para 22,2 mil milhões de euros, contudo comportamento não foi uniforme entre as várias categorias de empresas.
O stock global de dívida das empresas públicas caiu 9,9% em 2023 face a 2022, para 22.150 milhões de euros, de acordo com um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) entregue esta quarta-feira no Parlamento. Um valor tão grande como o Plano de Recuperação e Resiliência (22,2 mil milhões de euros).
A unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras destaca que a redução do stock da dívida das empresas que integram o setor empresarial do Estado (126 empresas de um total de 142 empresas públicas) “reduziu-se significativamente” no ano passado. Contudo, o resultado não foi uniforme, devido a contributos diferenciados das várias categorias de empresas.
Os maiores contributos para a redução registada no stock global de dívida tiveram origem nas empresas públicas não financeiras, com uma queda de 2.662 milhões de euros (-11,2% face a 2022), e nas empresas públicas reclassificadas, com um recuo de 2.482 milhões de euros (-11,7% face ao ano anterior).
Dívida das empresas públicas não financeiras caiu 11,2%, enquanto a das empresas públicas financeiras subiu 24,5%
A UTAO destaca que o comportamento destas empresas foi em sentido contrário ao ocorrido entre as empresas públicas financeiras e as empresas públicas não reclassificadas (empresas cuja produção é considerada mercantil), já que aumentaram o stock da dívida em 225 milhões de euros (+24,5%) e 44 milhões de euros (+1,3%), respetivamente.
Em 2023, o stock da dívida das empresas públicas não financeiras ascendeu, assim, a 21.008 milhões de euros, das empresas públicas financeiras a 1.142 milhões de euros, das empresas reclassificadas a 18.688 milhões de euros e das empresas não reclassificadas 3.463 milhões de euros.
Lucros das empresas públicas sobe mais de 1.200%
Os lucros das empresas públicas dispararam 1.272% em 2023, face ao ano anterior, passando de 55 milhões de euros para 755 milhões de euros. A análise da UTAO destaca, contudo, que a evolução não foi homogénea entre os vários subconjuntos do setor empresarial do Estado.
As empresas públicas financeiras (sete de um total de dez) registaram resultados líquidos superiores aos alcançados por estas empresas no ano anterior, com uma subida de 890 milhões de euros, para 1.212 milhões de euros, tendo o EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) melhorado 532 milhões de euros, para 1.880 milhões de euros.
Por seu lado, as empresas públicas não financeiras aumentaram o EBITDA, em 48 milhões de euros, totalizando 893 milhões de euros, e de forma um pouco mais expressiva, os resultados líquidos, em 169 milhões de euros, totalizando prejuízos de 456 milhões de euros) mantendo-se este indicador ainda em valores negativos para este subconjunto de empresas.
Já as empresas públicas reclassificadas aumentaram os EBITDA em 56 milhões de euros e os resultados líquidos em 123 milhões de euros, ainda que o nível de resultados líquidos se mantenha negativo em 843 milhões de euros. Por fim, as empresas públicas não reclassificadas registaram uma melhoria nos EBITDA de 883 milhões de euros e nos resultados líquidos de 577 milhões de euros, ascendendo a 1.598 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 11h58)
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