Despesa privada em saúde cresceu quase o dobro da pública em 2023
O valor global dos gastos com saúde em Portugal terão crescido 4,7% em 2023 para 26.559,6 milhões de euros. SNS e serviços regionais respondem por cerca de 54% dos gastos, famílias ficam com 30%.
No ano passado, a despesa corrente privada na área da saúde terá crescido 6,6%, isto é, quase o dobro face ao aumento de 3,7% da despesa corrente pública, segundo a Conta Satélite da Saúde, publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O valor global dos gastos com saúde em Portugal terá crescido 4,7% em 2023 para 26.559,6 milhões de euros, face ao ano anterior. Por sua vez, a despesa per capita é estimada em 2.574,2 euros, contra os 2.463,4 em 2022. A despesa corrente em saúde representou, assim, 10% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo continuado a crescer, em termos nominais, mas “a um ritmo inferior ao do PIB (-6,6 p.p. em 2022 e -4,9 p.p. em 2023)”, nota o instituto.
“Para este crescimento contribuíram a atividade dos hospitais (públicos e privados) e dos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (consultórios médicos e de medicina dentária e clínicas médicas com várias especialidades)”, justifica o gabinete de estatísticas.
Não obstante, os dados divulgados esta sexta-feira demonstram que a despesa privada em saúde cresceu quase o dobro da pública em 2023. No ano passado, a despesa corrente pública terá aumentado 3,7%, face ao ano anterior, à boleia, sobretudo do “aumento dos custos com o pessoal dos prestadores públicos” e pressionada pela “forte redução da despesa com o processo de vacinação Covid-19 e com os testes Covid-19″ realizados nas farmácias e laboratórios.
Já a despesa corrente privada em saúde terá crescido 6,6% em 2023, “devido ao incremento da atividade assistencial dos prestadores privados, nomeadamente dos hospitais e dos prestadores de cuidados de saúde em ambulatório”, nota o INE.
O Serviço Nacional de Saúde e os serviços regionais de saúde responderam por 54,5% dos gastos com saúde em 2023, isto é, menos 0,9 pontos percentuais face aos 55,4% registados em 2022. Já as famílias foram responsáveis por 29,8% dos gastos, ligeiramente abaixo dos 29,9% registados no ano anterior.
Já os seguros de saúde privados responderam por 4,3% (3,9% em 2022), enquanto os subsistemas de saúde públicos – como a ADSE – assumiram 2,5% da despesa em saúde (contra 2,4% em 2022) e houve ainda 3,9% assumidos por outras unidades da administração pública.
O INE apresenta ainda o investimento dos prestadores de cuidados de saúde para o período entre 2016 e 2021. Em 2021, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aumentou 9,3% atingindo 2.635,2 milhões de euros, o equivalente a 6% do total da FBCF da economia nacional. “O investimento dos prestadores públicos atingiu os 625 milhões de euros em 2021, correspondendo a 23,7% da FBCF total dos prestadores de cuidados de saúde”, nota ainda o instituto, acrescentando que nesse ano “a FBCF cresceu 7%, refletindo, principalmente, o aumento do investimento dos hospitais públicos (6,7%) em construção e produtos de propriedade intelectual (I&D)”
(Notícia atualizada pela última vez às 12h15)
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