Bruxelas atribui 15 milhões em apoio de emergência a produtores de vinho portugueses

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

A mobilização de 15 milhões de euros da reserva agrícola da UE será para “apoiar produtores de vinho portugueses que enfrentam graves perturbações do mercado”.

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira a atribuição de 15 milhões de euros da União Europeia (UE) para apoiar produtores de vinho portugueses com graves perturbações do mercado, num ‘bolo’ total de 77 milhões de euros para quatro países. Em comunicado, o executivo comunitário indica então ter proposto aos Estados-membros, que o aceitaram, a mobilização de 15 milhões de euros da reserva agrícola da UE para “apoiar produtores de vinho portugueses que enfrentam graves perturbações do mercado”.

Este montante insere-se dentro de uma soma total de 77 milhões de euros que também apoiará agricultores dos setores frutícola, hortícola e vitivinícola da Áustria, da República Checa e da Polónia, recentemente afetados por acontecimentos climáticos adversos sem precedentes, acrescenta a instituição, referindo que os quatro países em causa podem complementar este apoio da UE até 200% com fundos nacionais.

Está previsto que o apoio à destilação temporária e excecional de vinho em casos de crise para os beneficiários em Portugal tenha de ser pago até 30 de abril de 2025, enquanto os pagamentos aos agricultores da República Checa, da Áustria e da Polónia ao abrigo do apoio financeiro de emergência têm de ser efetuados até 31 de janeiro de 2025.

Para tal avançar, os atos legislativos que estabelecem estes apoios serão adotados nos próximos dias, sendo diretamente aplicáveis após a sua entrada em vigor em julho de 2024. Na informação à imprensa, Bruxelas assinala que “os produtores de vinho em Portugal estão a ser afetados por desequilíbrios de mercado que poderão transformar-se numa crise prolongada e mais alargada”.

“A atual acumulação de existências sem precedentes em Portugal resulta de uma diminuição das vendas de vinho tinto combinada com o aumento da produção no ano passado”, acrescenta a Comissão Europeia, apontando que, no ano passado, Portugal foi o Estado-membro que registou o maior aumento de produção face ao ano anterior.

Com a ajuda de 15 milhões agora anunciada, será financiada a destilação temporária de vinho em resposta à situação de crise no Portugal, visando eliminar quantidades excedentárias e reequilibrar o mercado.

“Para evitar distorções da concorrência, a utilização do álcool assim obtido deve limitar-se a fins industriais, nomeadamente produtos de desinfeção e fármacos, assim como a fins energéticos. Cabe às autoridades nacionais definir as regras de candidatura ao apoio, podendo atribuir a ajuda financeira a produtores, cooperativas, destiladores e empresas vitivinícolas”, elenca a instituição.

Portugal terá, no seguimento do processo, comunicar à Comissão Europeia a execução da medida, nomeadamente as quantidades de vinho retiradas do mercado em cada região. Recentemente, o executivo comunitário criou um grupo de alto nível sobre política vitivinícola, que deverá formular recomendações até ao início de 2025, para assim responder aos desafios do setor vitivinícola da UE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Morreu ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal

A ex-procuradora-geral da República estava há várias semanas em coma no Hospital de São João do Porto. Tinha 68 anos.

Faleceu esta terça-feira Joana Marques Vidal aos 68 anos, avança o Observador. A ex-procuradora-geral da República estava há várias semanas em coma, após ser operada por causa de uma doença cancerígena, tendo sofrido uma septicemia, no Hospital de São João do Porto.

O corpo da antiga magistrada vai estar em câmara ardente esta quarta-feira das 14h às 22h na freguesia de Pedaçães, concelho de Águeda. As cerimónias fúnebres decorrerão em Aveiro, onde será cremada.

Nascida em Coimbra, Joana Marques Vidal iniciou o seu percurso enquanto magistrada do Ministério Público em 1979. Em 2012, o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva nomeou-a para o cargo de procuradora-geral da República, onde permaneceu até 2018. Em novembro de 2018, iniciou funções no gabinete do Ministério Público junto do Tribunal Constitucional.

A ex-procuradora geral da República foi condecorada em outubro de 2018 pelo Presidente da República, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Em comunicado, o Ministério e a ministra da Justiça lamentaram a morte da antiga magistrada. “É com profundo respeito que o Ministério da Justiça lamenta a morte de Joana Marques Vidal, magistrada notável e antiga Procuradora-Geral da República“, lê-se.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice afirma “juntar-se aos que vão sentir a sua falta e aos que lhe prestam tributo pelo seu caráter, retidão e dedicação à Justiça”. “Joana Marques Vidal será sempre merecedora da nossa homenagem, admiração e gratidão”, refere.

Também o Presidente da República lamentou a morte da ex-procuradora-geral da República, sublinhando o seu “relevante” papel na sociedade portuguesa, como jurista “ilustre”, magistrada com “profundas preocupações sociais” e funções de liderança, nomeadamente enquanto procuradora-geral da República.

Granjeou o respeito e o apoio de pares, subordinados e da sociedade em geral, nunca deixando de se dedicar a uma pedagogia democrática, com destaque para a participação cívica e a defesa dos direitos fundamentais, neles avultando o papel da mulher e a defesa dos mais frágeis e discriminados”, lê-se na nota publicada no site da presidência.

O primeiro-ministro Luís Montenegro escreveu na rede social X que foi com “profundo pesar” que recebeu a notícia da morte de Joana Marques Vidal. “Magistrada notável, cuja vida de serviço ao Estado teve como corolário o mandato como procuradora-geral da República, cargo que desempenhou com rigor, imparcialidade e excelência assinaláveis. Em meu nome e do Governo expresso as mais sentidas condolências à sua família”, lê-se.

(Notícia atualizada às 17h34)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“A próxima medida mais provável será cortar novamente as taxas de juro”, diz Centeno

Mário Centeno revela que o BCE não está comprometido com um número específico de cortes, mas considera que a trajetória aponta claramente para uma redução das taxas de juro.

Mário Centeno voltou a sublinhar que a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) deve ser conduzida com prudência e gradualismo, sublinhando também que antecipa novos cortes das taxas de juro.

“Espero mais alguns cortes de juros este ano”, referiu Mário Centeno numa entrevista concedida a 3 de julho e publicada esta terça-feira na Econostream Media, sublinhando ainda que “a decisão mais provável na próxima reunião [que será realizada a 18 de julho] será cortar novamente as taxas.” A confirmar-se, será o segundo corte do preço do euro seguido, depois de em junho o BCE ter cortado as taxas diretoras pela primeira vez em quase cinco anos.

O governador do Banco de Portugal salientou ainda que “temos mais quatro reuniões este ano, pelo que o número máximo de reduções de taxas está limitado a quatro”, notando que “a dimensão da redução [desses cortes] vai ser discutida, pelo que temos muitas decisões a tomar.”

No entanto, questionado diretamente sobre a reunião de 18 de julho, Centeno destacou que essa reunião “será como todas as outras ” onde se discutirá “a situação económica da Zona Euro”, salvaguardando que “a decisão de cortar ou não as taxas dependerá das informações disponíveis.”

Além disso, o governador do Banco de Portugal reforçou também que a prudência deve ser a palavra de ordem por parte do Conselho do BCE, tanto na política monetária como no comportamento dos agentes económicos. “Não devemos pensar que o processo de redução das taxas de juro significa que podemos relaxar a nossa vigilância” e “o mais importante neste momento é manter a trajetória em mente para que todos saibam a direção a seguir”, afirmou o governador do Banco de Portugal.

Centeno enfatizou também que a política monetária do BCE deve continuar a focar-se na estabilização da inflação em torno dos 2%. “Desde a primeira vez que projetámos a inflação, para 2025, temos mantido previsões em torno dos 2%, 2,2%, 2,1%. A nossa determinação em alcançar a estabilidade de preços é clara. E faremos o que for necessário para atingir este objetivo”, afirmou.

O governador do Banco de Portugal destacou ainda que, embora a inflação esteja a convergir para a meta dos 2%, “é crucial não subestimar a importância de uma abordagem prudente por parte do BCE na gestão desse comportamento”.

Comentando os dados recentes do PMI (índice dos gestores de compras) e do PPI (Índice de Preços no Produtor), Centeno mostrou-se cauteloso. “O PMI foi menos positivo do que o esperado, mas não devemos reagir de forma exagerada. A economia mantém um nível de crescimento relativamente fraco, mas numa perspetiva de aterragem suave”, explicou.

Quanto ao PPI, Centeno alertou para a queda dos preços dos produtores, sublinhando que “a descida dos preços é preocupante, pois o objetivo da política monetária não é trazer a inflação abaixo dos 2%”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Doze praias do litoral alentejano passam a ter transportes públicos gratuitos

Municípios do litoral alentejano disponibilizam transportes públicos gratuitos para praias da região com vista a diminuir o tráfego automóvel e as emissões de gases com efeito de estufa.

Depois de 14 mil pessoas terem aderido, em 2023, ao transporte gratuito nas deslocações para as praias da região, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) volta a lançar este verão o projeto com o objetivo de diminuir o tráfego automóvel. Mas desta vez com viagens diárias.

“A iniciativa da CIMAL pretende diminuir os congestionamentos de tráfego automóvel junto às zonas balneares e as emissões de gases com efeito de estufa, convidando a população e os visitantes a abdicarem do transporte particular”, detalha Vítor Proença que preside esta entidade.

Durante os meses de julho e agosto, os veraneantes podem utilizar, diariamente, os transportes gratuitos que ligam as localidades dos cinco concelhos da CIMAL a 12 praias do Alentejo Litoral.

Esta Comunidade Intermunicipal disponibiliza oito linhas e um total de 56 carreiras diárias durante a semana, e 57 aos sábados, domingos e no feriado de 15 de agosto.

A iniciativa da CIMAL pretende diminuir os congestionamentos de tráfego automóvel junto às zonas balneares e as emissões de gases com efeito de estufa, convidando a população e os visitantes a abdicarem do transporte particular.

Vítor Proença

Presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL)

De Alcácer do Sal parte a ligação de ida e volta para a praia da Comporta; de Grândola as ligações são para as praias de Carvalhal e Pego, e para a praia de Melides. Já Santiago do Cacém dispõe, este ano, de ligação a Porto Covo, com paragens em várias praias entre S. Torpes e o final da linha.

Os autocarros em Odemira fazem ligação para Zambujeira do Mar e Vila Nova de Milfontes, com passagem por Almograve. Também a linha que começa no Cercal do Alentejo termina em Vila Nova de Milfontes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salas de cinema com menos espectadores no último trimestre em relação a 2023

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

Em junho deste ano, 731.410 espectadores foram ao cinema, num aumento em relação a abril e maio, que se refletiu também na receita de bilheteira que foi de cerca de 4,5 milhões de euros.

O número de espectadores nas salas portuguesas de cinema aumentou ligeiramente entre abril e junho deste ano, chegando a cerca de 731 mil, mas os valores mantêm-se quase 26% abaixo dos atingidos em junho do ano passado.

De acordo com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em dados divulgados esta terça-feira, 731.410 espectadores foram ao cinema em junho deste ano. Em maio tinham ido 667.595 e em abril 634.297.

Apesar deste aumento, os números registados entre abril e junho do ano passado eram mais elevados. Em abril, maio e junho de 2023, as salas de cinema portuguesas tinham registado cerca um milhão de espectadores (999.913 em abril, 1.103.481 em maio e 987.246 em junho), correspondendo os valores deste ano a descidas de público que oscilam em termos homólogos entre os 25,9% e os 39,5%, nos três últimos meses.

Em junho deste ano, o aumento do número de espectadores, em relação a abril e maio, refletiu-se também na receita de bilheteira: foi de cerca de 4,5 milhões de euros, menos 21,4% do que em junho do ano passado, quando a receita registada tinha atingido 5,78 milhões de euros.

Em termos acumulados, na primeira metade deste ano, as salas de cinema portuguesas registaram cerca de 4,7 milhões de espectadores, menos 12,8% do que no mesmo período de 2023, quando se somaram 5,4 milhões de espectadores.

Em termos de receitas de bilheteira, para o primeiro semestre deste ano, a quebra registada é de 9,6%. Nos primeiros seis meses de 2023, a receita tinha sido de cerca de 32,1 milhões de euros, este ano fico pelos 29 milhões.

De acordo com o ICA, em junho deste ano, o filme mais visto nas salas de cinema foi o norte-americano “Bad Boys: Tudo ou nada”, estreado em 06 de junho, (187.376), seguido dos filmes de animação “Garfield: O filme” (142.606), nas salas desde 23 de maio, e “Gru — O Maldisposto 4” (95.354), estreado em 27 de junho.

Já quando se analisa os números desde o início do ano, o filme mais visto foi o norte-americano “Todos menos tu”, estreado em 28 de dezembro de 2023 e que registou 317.801 espectadores e 1,95 milhões de receitas de bilheteira.

O filme português mais visto nas salas de cinema entre janeiro e junho deste ano foi “Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, estreado em 11 de abril, que registou 20.755 espectadores e cerca de 113 mil euros de receita de bilheteira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UTAD tem 19 milhões para duplicar número de camas em residências universitárias

O valor do investimento engloba a construção, renovação e adaptação de residências universitárias. Academia transmontana vai duplicar a oferta para mil camas.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lançou um concurso para as empreitadas de construção, renovação e adaptação das residências universitárias, num investimento superior a 19 milhões de euros.

Atualmente, a academia transmontana dispõe de 532 camas distribuídas por cinco residências, localizadas no Complexo Residencial de Além-Rio e em Codessais. A UTAD confirma ao ECO/Local que este investimento vai duplicar a oferta no número de camas para mais de mil.

“É um investimento significativo, que reflete o nosso compromisso em melhorar as condições de alojamento para os estudantes da UTAD, proporcionando-lhes infraestruturas modernas e adequadas às suas necessidades”, afirma o reitor Emídio Gomes.

O projeto é composto por três lotes que incluem a construção de uma nova residência na Quinta de Prados, num investimento de cerca de seis milhões de euros, ainda a adaptação para a nova residência do edifício do antigo CIFOP, localizado no centro da cidade, com um preço base de 8,2 milhões de euros. Assim como a renovação e adaptação da residência de Codessais, com um preço base de cinco milhões de euros.

Segundo a academia, o anúncio do concurso foi publicado a 6 de julho, em Diário da República, e o prazo de execução das obras está previsto até março de 2026.

Estes investimentos vão ser concretizados no âmbito do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior, financiado parcialmente pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que prevê a criação de 26 mil camas para estudantes do Ensino Superior até 2026.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guardas prisionais querem fechar negociações sobre suplemento antes das férias

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional espera conseguir um acordo com o Ministério da Justiça na reunião de quarta-feira e destacou a urgência de concluir as negociações antes das férias.

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) manifestou esta terça-feira a expectativa de conseguir um acordo com o Ministério da Justiça na reunião agendada para quarta-feira e destacou a urgência de concluir as negociações antes das férias.

“Estamos num mês terrível para as negociações. Julho é o último mês antes das férias, vem agosto e as férias do Governo, a seguir é setembro e começa-se a negociar o Orçamento do Estado. Não podemos permitir que este suplemento de missão – ou de componente fixa, como se chama agora – transite para depois do verão, porque corremos o risco de não ter nada. É o tudo ou nada”, referiu o presidente do SNCGP.

Em declarações à Lusa, Frederico Morais admitiu ter noção de que o valor a atribuir aos guardas prisionais “nunca vai ser igual” àquele que foi dado à Polícia Judiciária, mas expressou a convicção de que o Governo, através da ministra Rita Alarcão Júdice, “irá apresentar um bocadinho mais” na reunião marcada para as 12h00 de quarta-feira, no Ministério da Justiça.

Acreditamos que a ministra vai analisar a nossa contraproposta. Não sabemos se vai dar mais um cêntimo ou menos um cêntimo, mas há lá pontos na carreira da guarda prisional que, se houver alguma resolução para esses pontos, então, a proposta torna-se ainda mais interessante”, disse.

Na última reunião entre as partes, o SNCGP apresentou à tutela uma contraproposta para a atribuição do suplemento, que consiste na concessão de 200 euros já a partir de julho, mais 100 euros em janeiro de 2025, outros 100 euros em janeiro de 2026 e ainda o indexante do diretor nacional da Polícia Judiciária no início de 2027.

O dirigente sindical assumiu também alguma fadiga pela demora nas negociações e alertou para as questões das promoções, do sistema de avaliação e das condições de trabalho.

“Estas reuniões e propostas e contrapropostas sobre o suplemento de missão (e agora sobre o suplemento de componente fixa) estão a tornar-se muito desgastantes para o corpo da guarda prisional… Já estamos com o Governo há 94 dias em funções e estamos a atrasar a negociação de coisas mais urgentes para o corpo da guarda prisional”, vincou.

Frederico Morais lamentou o comentário “infeliz” do primeiro-ministro, Luís Montenegro, quando anunciou que não haveria “nem mais um cêntimo” para responder às reivindicações dos membros das forças de segurança, ao notar que parecia “quase um ultimato”. Por outro lado, louvou a postura “frontal e assertiva” da ministra da Justiça, apesar de deixar um aviso.

Acreditamos que iremos chegar a um entendimento, porque é muito importante para o corpo da guarda prisional resolver este problema”, disse, sem deixar de indicar que o sindicato pode enveredar por outras ações de protesto: “Se não conseguirmos chegar a entendimento, iremos parar o sistema prisional português. (…) Nem é de bom-tom estar antes de chegar ao dia de negociação a fazer uma ameaça de paralisação, mas teremos sempre essa facilidade”.

Confrontado com a sua presença nas galerias da Assembleia da República na semana passada, na sequência de um apelo do presidente do Chega, André Ventura, para que os elementos das forças de segurança se mobilizassem para assistir à discussão de propostas sobre o suplemento de missão, Frederico Morais reiterou que o SNCGP não tem partido.

“Somos apartidários. O sindicato esteve presente porque havia cinco partidos políticos que estavam a levar à Assembleia da República propostas do interesse do corpo da guarda prisional. É óbvio que só houve um partido que veio à comunicação social solicitar que estivessem presentes, mas não estivemos lá por partido nenhum. Estivemos lá pelo interesse da guarda prisional”, frisou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno acusa Montenegro de ameaçar com eleições no dia em que PS se disponibiliza a viabilizar OE

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

Pedro Nuno Santos criticou declarações do primeiro-ministro de que, se o PS estiver a fazer jogo sobre a negociação do Orçamento, então tenha a coragem de deitar abaixo o Governo.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, acusou esta terça-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de ter feito uma “ameaça de eleições” no dia em que os socialistas tinham mostrado disponibilidade para negociar e viabilizar o Orçamento do Estado.

No mesmo dia em a líder parlamentar [Alexandra Leitão] usa a palavra viabilizar [o Orçamento do Estado], o líder do Governo, o primeiro-ministro ameaça com eleições, desafia para a apresentação de uma moção de censura”, criticou Pedro Nuno Santos no encerramento das jornadas parlamentares, em Castelo Branco.

De acordo com o secretário-geral do PS, é o Governo que tem que “apresentar um orçamento até outubro e se há partido que tem sido fustigado” com o tema é o PS.

“No dia em que o PS fala em viabilizar, disponibiliza-se para viabilizar, aquilo o que o primeiro-ministro tem para fazer, em vez de ser abraçar a disponibilidade do PS para construir uma solução comum, aquilo que temos do primeiro-ministro são ameaças de eleições”, criticou.

A líder parlamentar socialista tinha avisado na segunda-feira que se a margem negocial do Orçamento do Estado “vier fechada” por medidas como o IRC ou IRS jovem fica “mais difícil” o PS viabilizá-lo, exigindo ter uma “palavra significativa” no documento.

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou na véspera que, se o PS estiver a fazer jogo sobre a negociação do Orçamento, então tenha a coragem de deitar abaixo o Governo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produção de cereais sobe no Alentejo, mas qualidade é inferior

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

Produtores dizem que os valores de qualidade do grão estão "muito abaixo da média", nomeadamente no setor do trigo duro.

A produção de cereais no Alentejo aumentou este ano em quantidade, mas com qualidade inferior devido à lixiviação dos solos, provocada pelo excesso de água que arrastou os adubos, alertou esta terça-feira um agrupamento de produtores.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente da Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, José Maria Falcão, indicou também que este ano agrícola está a passar “sem seca”, principalmente no distrito de Portalegre, apesar de existirem alguns casos pontuais no Baixo Alentejo.

“É um ano sem problemas de água, nalguns sítios até com excesso de água em períodos que foram desnecessários”, disse.

A Cersul conta com cerca de 210 associados, que representam uma área global que ronda os 40 mil hectares, sobretudo nos distritos alentejanos de Portalegre e Évora.

Segundo o mesmo dirigente, vive-se “um bom ano” no que diz respeito à quantidade de cereais, mas “não é um bom ano em termos de qualidade”.

Houve muita lixiviação, muito arrastamento de adubos com o excesso de água. E, por outro lado, foi muito difícil conciliar as adubações azotadas que dão mais qualidade e proteína ao grão”, explicou.

José Maria Falcão referiu ainda que os produtores cerealíferos estão a registar produtividades médias-altas, mas com valores de qualidade do grão “muito abaixo da média”, dando como exemplo o setor do trigo duro.

Houve muita lixiviação, muito arrastamento de adubos com o excesso de água. E, por outro lado, foi muito difícil conciliar as adubações azotadas que dão mais qualidade e proteína ao grão.

José Maria Falcão

Dirigente da Cersul - Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul

E, relacionado com este tipo de cereais, existe “um problema gravíssimo”, que é a descida do preço pago aos produtores, vincou. “No ano passado, o trigo duro atingiu os 400 euros por tonelada e, neste momento, nas cotações internacionais, não chega aos 250 euros”, o que “é completamente desastroso”, afirmou, lamentando: “É muito difícil fazer cereais com esta irregularidade”.

Questionado sobre a produção de milho, o dirigente da Cersul indicou que a mesma está “perfeitamente assegurada” na região do rio Caia, em Elvas (Portalegre), mas sublinhou que, “cada vez se faz menos”, este tipo de cultura naquela região.

O perímetro de rega do Caia, frisou, “está sustentado” em culturas como o olival, amendoal e tomate e já “quase não se faz milho”, apesar de ser “um ano bom” para este tipo de cereal.

A Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul foi o primeiro agrupamento de produtores de cereais e oleaginosas do país a ser constituído. Com sede em Elvas, foi criada em 1990, reconhecida como agrupamento de produtores em 1991 e como organização de produtores em 2012.

A empresa é responsável pela receção, condicionamento e comercialização de cereais e oleaginosas, além de funcionar como central de compras de fatores de produção e prestação de serviços.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Primeiro-ministro da Eslováquia de volta ao trabalho quase dois meses após tentativa de assassínio

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

Embora ainda tenha dificuldades em manter-se de pé durante longos períodos, Robert Fico volta ao trabalho à frente do Governo da Eslováquia. Desde o ataque, apareceu quatro vezes em público.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, regressou esta terça-feira ao trabalho, quase dois meses depois de ter sofrido uma tentativa de assassínio que o levou a ser operado várias vezes e a passar duas semanas no hospital.

Após ter sido baleado por um homem armado à saída de uma reunião do Conselho de Ministros no município de Handlova, Fico está de volta ao cargo, apesar de ainda ter dificuldades em manter-se de pé durante longos períodos.

Fico apareceu quatro vezes em público desde o ataque de Juraj Cintula, de 71 anos, que se encontra detido desde então, e tem estado em contacto com o ministro da Defesa eslovaco, Robert Kalinak, durante todo este tempo.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro eslovaco anunciou que o país não tenciona pôr fim à proibição das importações agrícolas da Ucrânia, uma questão que se arrasta há meses e que provocou grandes protestos no setor a nível nacional e noutros países vizinhos cuja produção foi posta em perigo.

Bratislava já tinha explicado em várias ocasiões que a medida de graça aprovada pela União Europeia (UE) para os produtos agrícolas ucranianos estava a causar perdas de mais de 100 milhões de euros aos produtores e agricultores eslovacos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ambientalistas iniciam diligência junto do MP para travar dessalinizadora no Algarve

  • Lusa
  • 9 Julho 2024

Plataforma Água Sustentável pede invalidade da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável à construção de uma dessalinizadora no Algarve.

Uma plataforma que agrupa associações ambientalistas iniciou uma diligência judicial junto do Ministério Público, pedindo a invalidade da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável à construção de uma dessalinizadora no Algarve, foi esta terça-feira anunciado.

Em comunicado, a Plataforma Água Sustentável (PAS) alega que a DIA, emitida em 3 de abril pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), referente ao Estudo Prévio do Projeto Estação de Dessalinização de Água do Mar do Algarve (EDAM) “não cumpre os requisitos que permitam classificá-la como uma DIA e viola leis nacionais e europeias“.

De acordo com a “denúncia” apresentada junto do magistrado do Ministério Público do Tribunal Judicial da Comarca de Faro, é requerido que a instituição “acione os meios legais necessários com vista à declaração de invalidade da DIA emitida, face às anulabilidades de que padece, mas sobretudo devido às nulidades, removendo, definitivamente este ato administrativo da ordem jurídica”.

A PAS já tinha contestado no início de abril a emissão da DIA favorável condicionada à construção da estação de dessalinização de água do mar emitida pela APA.

Esta plataforma é um movimento criado em 2020, que agrupa A Rocha Portugal, Água é Vida, AlBio – Associação Agroecológica do Algarve, Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, CIVIS — Associação para o Aprofundamento da Cidadania, a Ecotopia Associação Ambiental e de Desenvolvimento Sustentável, o FALA – Fórum do Ambiente do Litoral Alentejano, Faro 1540 — Associação de Defesa e Promoção do Património Ambiental e Cultural de Faro, Glocal Faro, LPN – Liga para a Proteção da Natureza, a Probaal – Associação para o Barrocal Algarvio, Quercus — Associação Nacional de Conservação da Natureza e REGAR.

Entre outros argumentos, os ambientalistas voltam a sublinhar que a sua posição tem por “base objetiva” o facto de não terem sido apresentados e analisados inúmeros elementos do projeto, que consideram ser “informações imprescindíveis e de importância fulcral”, concluindo que “não foram avaliados diversos impactos de valor significativo”.

A APA emitiu em 3 de abril uma DIA favorável ao projeto da estação de dessalinização de água do mar a instalar em Albufeira, no distrito de Faro, embora condicionada ao cumprimento de um conjunto de condições.

Segundo aquela entidade, apesar de se considerar que os impactos não são significativos, foi incorporado na decisão “um conjunto de exigências visando a salvaguarda destes possíveis impactos, bem como o desenvolvimento de eventuais medidas de minimização adicionais”.

De acordo com a APA, dado que o procedimento de avaliação de impacto ambiental decorreu na fase de estudo prévio, “ocorrerá um segundo momento de avaliação na fase de projeto de execução, tendo em vista a verificação da conformidade ambiental do projeto de execução com a DIA” emitida.

A construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, cujo valor base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região sul de Portugal, prevendo-se que o equipamento tenha uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos.

De acordo com a Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água em alta na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais, a conclusão da obra está prevista para o final de 2026.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pérez-Llorca assessora a Ares Management Limited no financiamento da compra da VivaGym

A sociedade de advogados Pérez-Llorca apoiou juridicamente o fundo a Ares Management Limited, que se manterá como um dos financiadores da VivaGym, dons dos Fitness Hut.

A Pérez-Llorca assessorou o fundo norte-americano Ares Management Limited no financiamento da compra da VivaGym pela Providence Equity Partners. Foi no início de maio que a Providence Equity Partners anunciou que chegou a acordo para a compra da VivaGym, dona da cadeia Fitness Hut em Portugal e que opera 104 ginásios com mais de 315.000 membros em Portugal e Espanha.

O acordo estava sujeito às condições habituais e regulamentares de fecho, incluindo a aprovação pelas autoridades da concorrência portuguesas e espanholas, estando a conclusão da operação – cujo valor não foi divulgado – prevista para antes do final do segundo trimestre de 2024.

A equipa ibérica que assessorou a Ares Management Limited em Portugal e Espanha foi constituída pelos sócios Carlos Vaz de Almeida, Ildefonso Arenas, pela of counsel Isabel Villa, e pelos advogados Isabel Rodríguez e José Manuel Alves, todos da área de Banca e Finanças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.