Liberais admitem votar contra von der Leyen para Comissão Europeia
Vice dos liberais no Parlamento Europeu admitiu o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.
O vice-presidente dos liberais no Parlamento Europeu João Cotrim de Figueiredo admitiu esta quarta-feira o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.
“Esta candidata não está a cumprir os compromissos que tinha com o grupo Renovar a Europa, está a ter conversações com o Conservadores e Reformistas Europeus [ECR], um grupo de extrema-direita aqui no Parlamento [Europeu], e não me parece suficientemente empenhada em manter a solidez da coligação que na última legislatura conseguiu conduzir os destinos da União Europeia”, disse João Cotrim de Figueiredo, no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.
Depois de uma reunião de três horas entre Ursula von der Leyen os eurodeputados que pertencem ao Renovar a Europa para tentar assegurar o voto dos liberais na votação da próxima semana em Estrasburgo (França), João Cotrim de Figueiredo admitiu que a candidata pode falhar a eleição.
“Se esta postura não se alterar até à altura da votação da semana que vem, não está garantido o apoio do grupo Renovar a Europa à recandidatura de von der Leyen e ao conjunto do pacote dos cargos que estão em discussão“, disse o vice-presidente dos liberais.
Face à insistência dos jornalistas na questão, João Cotrim de Figueiredo esclareceu a sua posição: “O meu voto, neste momento, é não.”
Ursula von der Leyen, que é candidata do Partido Popular Europeu (PPE) a presidente do executivo comunitário, está esta semana a reunir-se com os grupos políticos com maior representação no PE para tentar assegurar a recondução.
O vice-presidente do Renovar a Europa disse que uma das prioridades para os liberais na próxima legislatura é “o crescimento económico“.
“Embora a presidente da Comissão tenha passado uma boa meia hora a falar da prosperidade e dos problemas da competitividade europeia, não fiquei convencido de que o assunto fosse suficientemente importante para a próxima Comissão“, sustentou.
“Tudo isto seria conversável e passível de convencimento se não houvesse um problema político de base, mais importante“, lamentou.
Desde a noite das eleições europeias, no dia 09 de junho, até hoje o Renovar a Europa passou de terceiro grupo político com maior representação no hemiciclo para quinto, ultrapassado pelo recentemente formado Patriotas pela Europa (extrema-direita) e também pelo ECR.
Questionado sobre se este dado levou Ursula von der Leyen a preferir conversar com a extrema-direita do ECR, João Cotrim de Figueiredo respondeu que “se for esse o caso, tem de ser dito”.
“E tem ser assumido [por von der Leyen e pelo PPE] que há uma mudança de parceiros. Cada um tomará depois as suas conclusões em relação a isso. Eu percebo a aritmética, mas percebo um bocadinho melhor a política e acho que é a política que vai resolver os problemas da Europa” concluiu.
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