ANL e três laboratórios vão recorrer da multa da Concorrência por cartel nos testes Covid
Multada em 200 mil euros por envolvimento num cartel para análises e testes Covid, a Redelab junta-se aos laboratórios Joaquim Chaves e Beatriz Godinho e à ANL na decisão de recorrem da multa da AdC.
A Redelab “repudia e refuta veemente” as imputações da Autoridade da Concorrência (AdC) – que condenou a empresa ao pagamento de uma multa de 200 mil euros por participação em cartel na prestação de análises clínicas e testes à Covid –, considerando que as mesmas são “desprovidas de verdade”, pelo que vai recorrer da decisão, adiantou esta segunda-feira fonte oficial da empresa, ao ECO. É o terceiro laboratório a anunciar que vai recorrer, depois dos grupos Joaquim Chaves e Beatriz Godinho e também da Associação Nacional dos Laboratórios Clínicos (ANL) terem sinalizado essa intenção.
Numa resposta em quatro pontos, o grupo Redelab diz que “repudia e refuta veemente as imputações vertidas na decisão final” da entidade liderada por Carlos Cunha, indicando que “nunca” realizou “as condutas subsumíveis à contraordenação” pela qual está acusado. Garante também que “sempre” se regeu “pelos mais elevados princípios éticos, profissionais e comerciais”.
Em resposta ao ECO, o grupo considera ainda que as “imputações são desprovidas de verdade” e acusa a AdC de não primar “pelo rigor que seria exigível, face à ausência de imputação concreta e objetiva“. Por isso, sinaliza que “irá recorrer” da decisão, “junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão”.
A entidade liderada por Carlos Cunha condenou o grupo Affidea (Hormofuncional e Alves & Duarte), Joaquim Chaves, o Germano de Sousa, Redelab, Beatriz Godinho e a ANL ao pagamento de multas no valor total de 48,6 milhões de euros, pela participação num cartel que operou no mercado português de prestação de análises clínicas e de testes Covid-19 entre, pelo menos, 2016 e 2022.
De acordo com a decisão consultada pelo ECO, o grupo Affidea foi multado em 26,1 milhões de euros, o Joaquim Chaves em 11,5 milhões de euros, o Germano de Sousa em 9,3 milhões de euros, a Redelab em 200 mil euros, a Beatriz Godinho em 1,4 milhões e a ANL em 10 mil euros.
Na semana passada, também a ANL e os grupos Joaquim Chaves e Beatriz Godinho indicaram ao ECO estar em “total desacordo” com a decisão, pelo que anunciaram que iriam recorrer. Já José Germano de Sousa remeteu a reação para a ANL, mas assegurou, ao ECO, estar “de consciência muito tranquila respeitando a justiça, que apesar de lenta, será justa”.
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