EDP conta recuperar 1,3 mil milhões se não ganhar rede de baixa tensão

A EDP está a aguardar as decisões do novo Governo quanto ao concurso da rede de baixa tensão, que deverá ser lançado em 2025.

A EDP mantém-se crítica dos parâmetros avançados pelo anterior Governo para o concurso da rede de baixa tensão. A elétrica está atenta a eventuais alterações que sejam feitas pelo atual Executivo, e afirma que, no pior cenário, conta recuperar os 1,3 mil milhões de euros correspondentes ao investimento que fez nestes ativos.

No pior cenário, nós teremos os cerca de 1,2 a 1,3 mil milhões de RAB [Base de Ativos Regulada] de volta, se não participarmos no processo, ou se não formos bem-sucedidos no processo“, afirmou o CEO da elétrica, Miguel Stilwell de Andrade, numa chamada com analistas a propósito da apresentação de resultados do semestre. No fundo, a EDP seria compensada pelo investimento feito nas redes nos anos em que as geriu, explica fonte do setor.

O outro cenário possível, indicou o gestor, é que exista um “processo racional”, no qual a EDP participe e ganhe, pelo que continuaria a gerir as concessões. O CEO deu nota de que o novo Governo criou um comité para rever o concurso de concessão da rede de baixa tensão, e que pode tanto confirmar como mudar alguns parâmetros.

O anterior Governo lançou as bases para um concurso que abre a porta a novos operadores que queiram gerir a rede nacional de baixa tensão, aquela que leva a eletricidade às casas. A rede está dividida em 278 concessões, uma por cada concelho de Portugal continental, mas estão para já todas na mão do mesmo operador, a E-Redes (antiga EDP Distribuição), do grupo EDP. Junho do próximo ano está marcado como o mês limite para o lançamento dos concursos.

Mais um modelo da tarifa social? “Pode fazer sentido”

O novo modelo faz sentido. Se o governo quer mudá-lo, na direção que lemos na imprensa, pode também fazer sentido“, considerou o líder da EDP, na mesma ocasião, referindo-se ao modelo de financiamento da tarifa social da eletricidade. “O que não funcionava era o modelo anterior, que estava desproporcionadamente alocado à EDP, não era racional”, acrescentou.

Esta tarifa, que dá um desconto às famílias mais vulneráveis na luz, era suportada pelos produtores, até ao ano passado. Depois de um parecer crítico de Bruxelas, o Governo anterior mudou o modelo, responsabilizando também os comercializadores de eletricidade por este encargo. Agora, o Governo chefiado por Luís Montenegro está a considerar financiar a tarifa através do Orçamento do Estado. Para Stilwell de Andrade, qualquer um destes dois modelos funciona, “é uma decisão política”.

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