Desemprego recua para 6,1%. Emprego em máximos no segundo trimestre
Taxa de desemprego fixou-se em 6,1% no segundo trimestre, o que corresponde a um recuo em cadeia. Já face ao mesmo período de 2023, o indicador não mexeu. Já a população empregada engordou.
O segundo trimestre foi sinónimo de uma redução do desemprego em Portugal. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa fixou-se em 6,1% entre abril e junho, abaixo dos 6,8% registados no arranque do ano. Por outro lado, a população empregada aumentou, mantendo-se em máximos de mais de uma década.
“A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2024 situou-se em 6,1%, valor inferior em 0,7 pontos percentuais ao do primeiro trimestre e igual ao do segundo trimestre de 2023”, adianta o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.
Já entre os jovens (isto é, indivíduos dos 16 aos 24 anos), a taxa de desemprego fixou-se em 22,0% entre abril e junho, menos 1,0 pontos percentuais do que no arranque de 2024, mas mais 4,7 pontos percentuais do que há um ano.
Ainda recentemente, a ministra do Trabalho alertou que o desemprego jovem está em níveis “que não são admissíveis”. Os economistas ouvidos pelo ECO defendem que é preciso, nomeadamente, reforçar o ensino profissional, alargar os estágios e fazer crescer as empresas para resolver esse problema, que não aflige apenas o mercado de trabalho português (outro seis países europeus têm taxas acima dos 20%).
Quanto ao emprego, o segundo trimestre ficou marcado por um novo aumento do número de pessoas a trabalhar em Portugal, de acordo com o INE.
“A população empregada foi estimada em 5.099,9 mil pessoas, o valor mais elevada da série iniciada em 2011, aumentando 0,8% (40,5 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,0% (48,5 mil) relativamente ao trimestre homólogo”, detalha o gabinete de estatísticas.
Contas feitas, a taxa de emprego situou-se, assim, para 56,3% na segunda metade do primeiro semestre, o que corresponde a um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao primeiro trimestre, mas a uma redução de 0,1 pontos percentuais face ao período homólogo.
Ora, com esta evolução do emprego e do desemprego, a população ativa em Portugal aumentou 0,1% em cadeia e 1% em termos homólogos, para 5,4 milhões de pessoas.
Mas também a população inativa aumentou: neste caso, a subida foi de 0,6% em cadeia e de 1,4% em termos homólogos, para 3.755,6 mil pessoas.
O INE acrescenta, por outro lado, que a taxa de subutilização do trabalho caiu para 10,6%, ficando, assim, 1,1 pontos percentuais abaixo do valor registado no primeiro trimestre e 0,8 pontos percentuais abaixo do valor verificado há um ano. Este indicador inclui não só o desemprego, mas também o subemprego a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar, e os inativos disponíveis, mas que não procuram um posto de trabalho.
Um quinto dos empregados em teletrabalho
Entre os milhões de trabalhadores portugueses, cerca de um quinto (20,2%) exerceu as suas funções remotamente com recurso às tecnologias de informação e comunicação, no segundo trimestre. Ou seja, esteve em teletrabalho. Segundo o INE, essa fatia aumentou 0,2 pontos percentuais face ao trimestre anterior e 1,9 pontos percentuais em comparação com o registado há um ano.
O regime híbrido continua a ser o mais popular, sendo que a combinação mais comum foi a que conjuga alguns dias por semana em casa todas as semanas. Quase 305 mil pessoas exerceram esse regime de trabalho remoto entre abril e junho. “Os empregados num sistema híbrido trabalharam em casa, em média, três dias por semana“, explica ainda o gabinete de estatísticas.
A preferência pelo regime híbrido entre o trabalho remoto e o trabalho presencial não é uma surpresa, tendo em conta que já vinha sendo sinalizada nos vários estudos realizados por empresas de recursos humanos. E os empregadores não antecipam mudanças a esse nível, o que significa que os que já abraçaram o regime híbrido não pretendem voltar para um modelo 100% presencial.
Atualizada às 11h45
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