Sindicato da Menzies Aviation vai vigiar plano para conter efeitos da greve
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal refuta a acusação da administração da antiga Groundforce de que aprovou a paralisação sem tentar o diálogo.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) rejeita que não tenha tentado negociar com a administração da Menzies Aviation Portugal antes de avançar para a marcação de uma greve nos dias 31 de agosto e 1 de setembro ou que pretende rever o acordo de empresa. Afirma ainda que estará vigilante em relação ao plano de contingência que a antiga Groundforce vai pôr em prática.
“Afirma o Dr. Rui Gomes [vice-presidente da Mezies Aviation Portugal] que o sindicato não quer dialogar e que partiu para a greve. Uma vez mais importa esclarecer e refutar tais afirmações“, afirma o Sttamp numa nota de imprensa enviada ao ECO. “Ao longos destes dois meses, decorridos desde que se levantou a questão das tabelas salariais que, por incontáveis vezes, demonstramos noutros tantos fóruns, o nosso profundo incómodo com a situação e após muito diálogo, pelos mais diversos meios, tentamos propor e encontrar soluções que pudessem corrigir uma tremenda injustiça”, sublinha.
O sindicato, um dos vários que representam os trabalhadores da empresa, afirma que o diálogo foi estabelecido primeiro com a direção de recursos humanos, sem sucesso, tendo avançado com uma assembleia para sufragar junto dos associados a paralisação. Relata ainda que existiu uma primeira reunião com o CEO, Rui Gomes, a 13 de agosto, no Porto, onde “não foi possível alcançar qualquer entendimento”. O pré-aviso de greve foi emitido no dia seguinte.
O mesmo resultado teve uma segunda reunião, realizada remotamente no dia 16. Segundo a direção do Sttamp, “a Menzies não apresentou qualquer plano, conforme foi pedido, (…) nem tão pouco abertura para acolher as propostas apresentadas”, referindo que as pretensões do sindicato tinham um custo “de pouco mais de um milhão de euros”.
O vice-presidente da Menzies Aviation Portugal criticou na quarta-feira a posição do Sttamp em declarações enviadas às redações. “Estamos profundamente desiludidos com a decisão de alguns dos nossos sindicatos em avançar imediatamente para a greve sem que, primeiro, procurassem dialogar connosco para encontrar uma solução conjunta e resolver esta questão”, afirmou Rui Gomes.
“Há cerca de três meses, quando a Menzies Aviation adquiriu a Groundforce Portugal, acordámos um plano de recuperação para a empresa, com a aceitação de 98% dos nossos credores e da maioria dos trabalhadores. No âmbito deste compromisso, todos os sindicatos assinaram o novo Acordo de Empresa, que inclui condições salariais superiores à remuneração mínima garantida nacional. Infelizmente, alguns sindicatos, que representam apenas parte da nossa força de trabalho em Portugal, pretendem agora renegociar os termos acordados há menos de três meses”, acrescentava ainda o responsável.
O sindicato rejeita “qualquer pretensão com vista a renegociar o Acordo de Empresa”. “A condição determinante para o Sttamp é que sejam revistas as tabelas salariais em vigor, de acordo com os princípios que orientaram o processo negocial de 2023, que não previa nas tabelas salariais, vencimentos base inferiores ao Salário Mínimo Nacional”, justifica.
O Sttamp afirma ainda que estará vigilante em relação ao plano de contingência que a Menzies Aviation Portugal pretende implementar nos dias de greve. “Não há, nem pode haver nenhum plano de contingência que obste o direito à greve. Estaremos muito atentos a tais planos de contingência ou quaisquer outros que não sejam os estritamente determinados pelos serviços mínimos que virem a ser definidos pelo Tribunal Arbitral”.
O Sttamp emitiu a 14 de agosto um pré-aviso de greve, que abrange todos os aeroportos nacionais, “das 00:00 horas do dia 31 de agosto de 2024, às 24:00 horas do dia 01 de setembro de 2024”. Já esta segunda-feira veio alertar para “fortes constrangimentos nos aeroportos nacionais, nomeadamente Porto e Lisboa, cujos efeitos são nesta altura totalmente imprevisíveis”, segundo uma nota noticiada pela Lusa.
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