Powell abre porta à descida dos juros: “Chegou o momento” de ajustar a política monetária
Presidente da Fed anuncia descida das taxas de juro: "Chegou o momento". Timing e ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados, defendeu Jerome Powell em Jackson Hole.
Mais claro não podia ser: o presidente da Reserva Federal (Fed) abriu definitivamente a porta à descida dos juros. “Chegou o momento de a política ajustar”, afirmou Jerome Powell no aguardado discurso desta sexta-feira no simpósio anual de Jackson Hole. “A direção a seguir é clara e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos”, acrescentou Powell.
Powell deixou uma perspetiva sobre o atual estado da economia americana. “Continua a crescer a um ritmo sólido”. Mas os dados da inflação e do mercado de trabalho mostram uma situação em evolução, detalhou logo a seguir. Enquanto a pressão inflacionista aliviou, os riscos no mercado de trabalho aumentaram. E foi precisamente em relação a este último ponto que o presidente da Fed foi mais assertivo.
“Parece pouco provável que o mercado de trabalho seja uma fonte de pressões inflacionistas elevadas num futuro próximo. Não procuramos nem acolhemos com satisfação um maior arrefecimento das condições do mercado de trabalho“, avisou numa intervenção que durou cerca de 15 minutos.
Chegou o momento de a política ajustar. A direção a seguir é clara e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos.
Inflação e emprego são as duas metas da Fed. Em relação à inflação, Powell disse que “desceu significativamente” e mostrou-se agora mais confiante de que está “num caminho sustentável de volta aos 2%”, depois de ter escalado para cerca de 7% no período que se seguiu à pandemia.
Já a deterioração do mercado de trabalho deixou a taxa de desemprego perto ao nível que as autoridades da Fed consideram consistente com uma inflação estável a longo prazo.
“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar um mercado de trabalho forte à medida que progredimos em direção à estabilidade de preços. Com uma redução adequada da contenção política, há boas razões para pensar que a economia voltará a uma inflação de 2%, mantendo ao mesmo tempo um mercado de trabalho forte.”
Após as palavras iniciais do presidente da Fed, Wall Street reforçou os ganhos da abertura, com o S&P 500 a somar 1% e o Nasdaq a subir 1,5%, sendo que o mercado já estava a antecipar uma redução das taxas na ordem dos 25 pontos base na reunião marcada para 17 e 18 de setembro. Aumentaram as apostas para um corte de 50 depois do discurso do alto responsável da Fed.
Atualmente, as taxas das Fed funds estão no nível mais elevado dos últimos 23 anos, no intervalo entre 5,25% e 5,5%. Outros bancos centrais já deram início à descida dos juros, incluindo o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco de Inglaterra.
(Notícia atualizada às 15h52)
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