Lisboa é das cidades europeias onde ocupação de escritórios mais cresce

Praga, Lisboa e Londres foram as cidades europeias onde ocupação dos escritórios mais cresceu no primeiro semestre deste ano. Setores da banca e seguros dão impulso.

Com o regime híbrido a crescer, a ocupação dos escritórios nas principais cidades europeias está agora a recuperar, depois da quebra acentuada provocada pela pandemia. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pela Savills, nos primeiros seis meses do ano, esse indicador subiu 5%, em termos homólogos. Lisboa foi uma das cidades europeias onde a ocupação de escritórios mais subiu, face à média dos últimos cinco anos, sendo apenas ultrapassada por Praga.

“A ocupação de escritórios na Europa atingiu 1,6 milhões de metros quadrados no segundo trimestre de 2024, um aumento de 9% face ao mesmo período do ano passado. Tal significa que no primeiro semestre do ano foram ocupados 3,7 milhões de metros quadros em escritórios, uma subida de 5% em comparação com o primeiro semestre de 2023“, lê-se na análise divulgada esta manhã pela referida consultora imobiliária, que estima que 2024 superará, assim, no seu todo os valores registados em 2023.

Entre as várias cidades europeias, é Praga que consegue a medalha de ouro, com um crescimento de 45% da ocupação de escritório no primeiro semestre, face à média dos primeiros semestres dos últimos cinco anos. Tal é explicado em grande parte, salienta a Savills, pela nova sede do banco Česká spořitelna, que tomou cerca de 75 mil metros quadrados.

Já a medalha de prata vai para a capital portuguesa, onde a ocupação dos escritórios aumentou 40% nos primeiros seis meses face à média dos primeiros semestres dos últimos cinco anos. A Savills alerta, contudo, que Lisboa beneficiou de um efeito de base, isto é, a média que serve de comparação é “mais fraca”.

A completar o pódio aparece a cidade de Londres, com uma subida de 24% da ocupação de escritórios, em comparação com a média dos últimos cinco anos.

Quanto à distribuição por setores, os dados divulgados esta quinta-feira mostram que foram a banca, os seguros e o setor financeiro os responsáveis pela maior fatia do arrendamento de escritórios registado entre janeiro e abril: 25%. Há um ano, tinham sido responsáveis por 17% do arrendamento deste tipo.

“Alguns dos maiores negócios verificados no primeiro semestre no setor da banca, seguros e finanças são os 31.500 metros quadrados do ING em Amesterdão, os 26.700 metros quadrados da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa e a renegociação dos 13.600 metros quadrados do Bank Gospodarstwa Krajowego em Varsóvia”, enumera a Savills.

Quanto ao caso português, e tal como avançou o ECO, em fevereiro a Caixa Geral de Depósitos assinou a escritura para a compra do edifício WellBe, no Parque das Nações, em Lisboa, onde vai instalar a sede em 2026.

Além destes setores, é também de destacar o dos serviços profissionais, que representaram 22% do arrendamento de escritórios de janeiro a junho. E o da tecnologia, informação e comunicação, que foi responsável por 13% dos arrendamentos deste tipo.

Depois de a pandemia ter levado ao fecho temporário de muitos escritórios, a ocupação desses espaços tem vindo a recuperar, à medida que os empregadores têm chamado os seus trabalhadores ao regime presencial. Em Portugal, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, o regime híbrido – que combina alguns dias no escritório, com alguns dias de trabalho remoto – tem ganhado terreno.

Se olharmos apenas para o segundo trimestre, 20,2% da população empregada esteve em teletrabalho. Em causa estão cerca de um milhão de trabalhadores. Destes, quase 403 mil fizeram-no regularmente mediante um sistema que concilia trabalho presencial e em casa.

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