Escolha de Maria Luís sem consultar PS é “padrão” de falta de “capacidade de diálogo” do Governo

Pedro Delgado Alves considera que escolha da comissária europeia sem consulta prévia ao maior partido da oposição demonstra falta de "capacidade de diálogo" do Governo.

O vice-presidente do PS Pedro Delgado Alves considerou esta quarta-feira que o Governo ter proposto Maria Luís Albuquerque como comissária europeia sem consultar previamente os socialistas demonstra a falta de “capacidade de diálogo”. Para o deputado, o nome da antiga ministra não é uma “boa memória” para muitos portugueses e destaca que o percurso não é isento de polémicas.

Em declarações aos jornalistas nos Passos Perdidos, após o anúncio do primeiro-ministro, Pedro Delgado Alves realçou que a escolha do nome para comissário europeu é da exclusiva responsabilidade do governo, mas tem sido tradição consultar o maior partido da oposição, o que, destacou, não aconteceu, adiantando que o partido foi informado “minutos antes da comunicação”. Neste sentido, sublinhou que o atual Executivo, enquanto minoritário, “não tem tido capacidade de abrir o diálogo com as forças políticas da oposição”.

“Há um padrão de comportamento que aqui se voltou a materializar. Tinha a oportunidade de alargar o espaço da escolha, da decisão, de até solidificar a escolha”, afirmou, considerando que o Executivo “comete um erro do ponto de vista do funcionamento das instituições, quer da sua posição precária”.

O socialista considerou ainda que antiga ministra “não é necessariamente uma boa memória para muito das pessoas”. “Maria Luís Albuquerque foi responsável direta por um conjunto de medidas muito gravosas para um conjunto significativo de setores do país – pensionistas, trabalhadores da Administração Pública, os próprios serviços públicos”. Defendeu ainda que Maria Luís “teve um percurso que não foi isento de polémicas”, já que “assegurou e geriu dossiês complexos, com impactos financeiros relevantes, como o caso dos swaps, a resolução do BES, a própria gestão orçamental, que não foi bem sucedida no que respeita aos seus objetivos ao nível do défices e dívida”.

Para o PS, “não é necessariamente um regresso a um passado virtuoso, que possa ter essa vantagem”. “É efetivamente um perfil que do ponto de vista técnico eventual pode representar o que o Governo deseja, mas politicamente está diametralmente num campo distinto das opções e prioridades do que penso que a União Europeia tem neste momento”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 13h31)

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