PSD critica “timing” do relatório da IGF sobre a TAP após escolha de Maria Luís para comissária europeia
A bancada do PSD considera ainda assim que o documento "não será problemático" para a candidata a comissária que ainda tem de passar pelo crivo do Parlamento Europeu.
O grupo parlamentar do PSD criticou, esta terça-feira, o “timing” da divulgação da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre à privatização da TAP, em 2015, logo depois de o Governo ter escolhido para comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, que, enquanto ministra das Finanças, esteve envolvida no negócio.
Para o deputado do PSD, Gonçalo Lage, o relatório vem “completamente fora do tempo”. No entanto, considera que não deverá beliscar a reputação de Maria Luís, que ainda tem de passar pelo crivo do Parlamento Europeu para chegar efetivamente a comissária: “Não me parece que seja problemático”.
Apesar de estranhar o “timing” do relatório, uma vez que o documento “ainda nem sequer chegou à Assembleia da República, o deputado não quer colocar em causa a independência da IGF. Mas deixou uma farpa no ar: “Estamos na altura das instituições estarem ao serviço do país e não ao serviço da política”.
Para Gonçalo Lage, “há uma precipitação grande de vários partidos a comentar e a elaborar sobre um relatório que ainda não é do conhecimento dos deputados, que ainda não foi enviado para a comissão de economia”. “É estranho estarem a fazer esta apreciação”, atirou.
Por isso, a bancada laranja “entregou, no Parlamento, um requerimento para ouvir o responsável da IGF para que possa prestar todos os esclarecimentos e para fazer a apresentação do relatório, explicando todas as questões que surgiram”. O inspetor-geral de Finanças (IGF), António Ferreira dos Santos, está de saída do cargo. No âmbito da primeira fase da reforma da Administração Pública, as comissões de serviço de vários dirigentes cessam automaticamente e uma das primeiras é a de Ferreira dos Santos, a 1 de novembro. No entanto, está previsto que se mantenha em funções até à conclusão dos respetivos processos de fusão ou reestruturação.
De lembrar que o documento conclui que a TAP foi comprada por David Neeleman com dinheiro da própria empresa, no entanto, o social-democrata rejeita essa conclusão, porque “tecnicamente não é possível um acionista entrar na empresa sem ter comprado as ações“, argumentou.
Todos os partidos da oposição já pediram o afastamento de Miguel Pinto Luz da gestão do novo processo de reprivatização da TAP, uma vez que esteve envolvido no negócio da venda da companhia aérea, em 2015, enquanto secretário de Estado das Infraestruturas. Mas o PSD mantém total confiança no agora ministro das Infraestruturas. “O senhor ministro Miguel Pinto Luz exercia funções como secretário de Estado, concluiu o processo de privatização da empresa e tem todas as condições para exercer as funções como ministro”, frisou o deputado Gonçalo Lage.
(Notícia atualizada às 17h11)
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