Maven Pet levanta 4 milhões para ajudar a tratar patudos e reforçar nos EUA
Com esta terceira ronda, a startup que tem Virgílio Bento, da unicórnio Sword Health, entre os fundadores, eleva para mais de oito milhões de euros o capital já levantado no mercado.
A Maven Pet, startup que tem entre os seus fundadores Virgílio Bento da Sword Health, fechou uma ronda de investimento de 4,42 milhões de dólares (cerca de 3,9 milhões de euros) para consolidar a sua presença no mercado norte-americano e operar em Portugal. Com sede no Porto, a startup desenvolveu uma solução que permite aos veterinários atuarem mais cedo e aos tutores acompanhar o estado de saúde dos patudos.
Fundada por Guilherme Coelho, David Barroso, Paulo Fonseca e Virgílio Bento (cofundador e CEO da SwordHealth), a MavenPet fecha assim a terceira ronda de investimento, elevando para nove milhões de dólares (cerca de 8,2 milhões de euros) o capital levantado pela startup desde a sua criação em 2021. A nova ronda foi liderada pela portuguesa Touro Capital Partners, com participação da BlueCrow, Mustard Seed Maze, Iberis e Armilar.
Reforçar nos EUA e operar em Portugal
Desenvolver o produto e reforçar a presença da startup no mercado norte-americano, bem como preparar a entrada em Portugal, está entre os objetivos deste reforço de capital.
“Já temos centenas de veterinários a usar a nossa solução. Tanto no ambiente de clínica, research e academia”, diz Guilherme Coelho, fundador e CEO da Maven Pet, ao ECO. “O foco tem sido o mercado dos EUA, contudo organicamente surgiu interesse pontual em mercados com o Canadá, Reino Unido e Austrália”, adianta o responsável.
A Maven prepara agora a “entrada no mercado nacional, encontrando-se já a estabelecer novas parcerias com clínicas e veterinários especialistas para esse efeito em Portugal”, refere a empresa.
O que propõe a solução da Maven
A startup desenvolveu uma solução (AI-Vet) que permite, através de um sensor na coleira, detetar alterações na saúde de cães e gatos numa fase precoce, permitindo aos tutores e veterinários atuar o mais cedo possível. Para isso, desenvolveu vários estudos-piloto em Portugal com o objetivo de recolher dados para otimizar o seu produto de IA, tendo liderado “vários estudos internacionais – um deles, a decorrer atualmente, envolve a Ontario Veterinary College (considerada a universidade veterinária número 1 a nível mundial) e outras universidades norte-americanas”, refere a empresa.
Já temos centenas de veterinários a usar a nossa solução. Tanto no ambiente de clínica, research e academia. (…) O foco tem sido o mercado dos EUA, contudo organicamente surgiu interesse pontual em mercados com o Canadá, Reino Unido e Austrália.
“A nossa solução AI-Vet no fundo é um modelo que recebe dados de três fontes diferentes, interpreta os dados e é capaz de alertar para situações que necessitam de intervenção médica. A recolha de dados acontece através de um sensor Maven que se aplica na coleira do cão ou gato e monitoriza a saúde 24/7”, explica Guilherme Coelho.
O sensor monitoriza atividade e respetiva intensidade do animal de estimação, padrões e qualidade de sono, frequência respiratória ou “outros comportamentos específicos com alta relevância clínica como coçar, sacudir ou beber água”, descreve o cofundador.
A informação é transmitida para uma aplicação móvel, “a interface com o tutor do animal e tem um comportamento bidirecional com o sistema AI-Vet”, continua. Assim, “não só o tutor pode dar a indicação de que algo está errado com o animal, como o próprio sistema espoleta questões específicas se for necessário recolher informação extra”.
O sistema integra ainda “com os softwares que as clínicas (veterinárias) usam, onde temos acesso a todas as notas médicas, planos de tratamento, etc.”, detalha o cofundador.
“Desta forma, o nosso sistema tem um conhecimento compreensivo de cada animal, de uma forma que até hoje não existia. Isto permite que, tendo em conta que cada animal é o seu próprio controlo, o sistema aprenda os padrões normais de cada um e seja capaz de detetar flutuações de saúde que sejam preocupantes para determinado perfil clínico e requeiram uma intervenção médica”, enquadra Guilherme Coelho.
A solução, diz, permite detetar “numa fase inicial, tanto para auxiliar um diagnóstico precoce ou uma alteração no tratamento, problemas osteoarticulares; cardíacos; respiratórios; condições crónicas (como diabetes) e alergias“, elenca.
Equipa em modelo híbrido
Com 19 trabalhadores, entre Portugal e Estados Unidos, a Maven tem planos de “reforçar, essencialmente, a equipa de business development e Marketing e algumas contratações pontuais na equipa de engenharia.”
“Trabalhamos num modelo híbrido, 100% flexível. Temos escritórios no centro do Porto e cada colaborador faz a gestão entre trabalhar lá ou noutro sítio”, diz.
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