Lucros da Sporting SAD caem 52% para 12,1 milhões de euros
Apesar dos resultados líquidos da SAD leonina terem registado uma queda significativa face à época anterior, tratou-se do quarto ano com resultados positivos.
A Sporting SAD registou pela primeira vez na sua história o terceiro ano consecutivo com resultado líquidos positivos. Com 12,1 milhões de euros de lucros contabilizados na época 2023/2024 (entre junho de 2023 e junho de 2024), foi também o quarto exercício com registo positivo em cinco exercícios, apesar de registar uma correção de 52% face aos lucros de 25,2 milhões de euros alcançados na época anterior.
Segundo o documento enviado esta terça-feira pela Sociedade Anónima Desportiva leonina para a CMVM, o conselho de administração da SAD liderada por Frederico Varandas revela que, “pela primeira vez em mais de 20 anos, a auditora responsável pela certificação legal das contas e relatório de auditoria removeu do seu parecer a incerteza material relacionada com a continuidade da Sporting SAD”, como resultado de um reforço dos capitais próprios ao longo deste período para os atuais 21 milhões de euros.
Esta situação foi também conseguida por conta da reestruturação da sua dívida no alcançada no final do ano passado que envolveu um perdão de dívida por parte da banca à Sporting SAD de mais de 100 milhões de euros.
Verifica-se um aumento de 14,4% do passivo em cerca de 44,4 milhões de euros para mais de 353 milhões de euros, “nomeadamente por efeito do aumento do passivo corrente, sobretudo a rubrica de fornecedores, devido a compras de jogadores.
O relatório publicado esta terça-feira na CMVM sublinha que esta reestruturação foi “significativa”, indicando que envolveu um montante relevante da dívida total da sociedade. No entanto, refere que apesar desta operação, a Sporting SAD ainda apresenta capitais próprios inferiores a metade do capital social, estando na situação prevista no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais.
Porém, o Conselho de Administração expressa a sua convicção de que “as medidas e decisões dos últimos anos, nomeadamente as relacionadas com o reequilíbrio operacional da sociedade e o reforço da aposta na formação de jovens jogadores, permitirão à Sporting SAD criar valor, gerar lucros e sair da situação de perda de metade do capital em que se encontra”, lê-se no relatório.
A última época desportiva do clube verde e branco foi também marcada por um crescimento de 11,1% do volume de negócios para 246,7 milhões de euros, um recorde absoluto, impulsionado pela evolução positiva das receitas operacionais e pelos rendimentos com transações de jogadores e apesar da diminuição de 26,7% das receitas provenientes das competições europeias.
Para este resultado contribuiu significativamente as vendas dos passes dos atletas Manuel Ugarte e Pedro Porro, com um forte peso no total de 143,5 milhões de euros obtidos em transferências.
Os números da operação da última época desportiva e financeira revelam também um crescimento de 6% do negócio de merchandising, que atingiu “um volume de negócios de 15,2 milhões de euros, o valor mais alto de sempre da Sporting SAD”, e um aumento de 2% da receita gerada em bilheteira para 20,1 milhões de euros, com destaque para um aumento de 4% do volume gerado pela venda de Gamebox, tendo-se “atingido o limite de venda máximo estipulado, levando à criação de uma lista de espera a – Green List – para a Gamebox 2024/2025”, refere o relatório e contas.
Do lado da despesa, os números apresentados revelam um crescimento homólogo de 18% dos gastos com pessoal para 90,3 milhões de euros que, segundo o conselho de administração da SAD leonina é “justificado na sua maioria pelo pagamento dos prémios de desempenho, resultado das conquistas desportivas neste exercício”, como seja a conquista do campeonato nacional de futebol profissional.
O relatório e contas esclarece ainda que “também se verificou um aumento na remuneração dos jogadores, equipa técnica e staff, fruto dos investimentos efetuados para reforçar o plantel e estrutura de suporte em 2023/2024.”
Por outro lado, verifica-se um aumento de 14,4% do passivo em cerca de 44,4 milhões de euros para mais de 353 milhões de euros, “nomeadamente por efeito do aumento do passivo corrente, sobretudo a rubrica de fornecedores, devido a compras de jogadores, em particular dos atletas Victor Gyökeres e Morten Hjulman”, destaca o conselho de administração liderado por Frederico Varandas.
Esta evolução esbate também num crescimento de 17,8% do ativo em cerca de 56,5 milhões de euros, passando de 317,9 milhões de euros para mais de 374 milhões de euros como resultado “sobretudo da variação positiva do ativo corrente, em particular na rubrica clientes, por consequência das vendas de jogadores efetuadas neste período.”
Não obstante, os números da SAD verde e branca espelham também um fundo de maneio negativo (ativo corrente menos passivo corrente), que é também justificado pela equipa de Frederico Varandas por “os jogadores do plantel principal da Sporting SAD estarem valorizados ao custo de aquisição deduzido de imparidades, pelo valor de 108 milhões de euros e classificados na posição financeira em ativos não correntes, sendo um dos ativos mais líquidos da sociedade.”
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