Bruxelas pede mais dinheiro e nova estratégia para responder a catástrofes como os incêndios em Portugal
Comissário para a Gestão de Crises recorre aos incêndios em Portugal para alertar que a UE tem de “melhorar a sua capacidade de resposta”, o que exige "reforçar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
A Comissão Europeia reconheceu esta quarta-feira, exemplificando com os incêndios em Portugal, que é necessário financiamento adequado e uma estratégia inovadora para apoiar com eficácia Estados-membros e regiões afetados por fenómenos meteorológicos extremos, que deixaram de ser uma exceção.
“Do outro lado da Europa, milhares de hectares de florestas estão a arder em Portugal […], quero expressar a minha solidariedade para com as pessoas afetadas por estes desastres e enviar as minhas condolências às pessoas que perderam familiares”, disse o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, na abertura de um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em França.
O comissário europeu reconheceu que “estes acontecimentos meteorológicos extremos, que antes ocorriam uma vez na vida, são hoje recorrentes, acontecem todos os anos”, por isso a União Europeia tem de “melhorar a sua capacidade de resposta”.
E isso só é possível, por enquanto, “reforçando a capacidade de resposta do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, assegurando o seu financiamento”, incentivando os eurodeputados a olharem para o futuro e para uma estratégia que consiga proteger as populações “quando acontecer o próximo desastre” e assegurar a recuperação das regiões afetadas.
Janez Lenarčič advertiu que já não é possível “voltar para um passado de segurança”, até porque a Europa “é a massa continental que mais está a aquecer”.
Um relatório de abril de 2024, da agência meteorológica das Nações Unidas e da União Europeia, identificou que o continente europeu é o que está a aquecer mais, cerca de duas vezes mais do que a média global.
Só com uma estratégia correta, alertou o comissário, vai ser possível evitar imagens como as de pessoas em desespero “com apenas a roupa que tinham nos corpos”. “Estas tragédias já não são anomalias, são a norma e assim serão no nosso futuro”, completou.
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