Chuva ajuda a apagar os fogos. Incêndio em Castro Daire “dominado”
Mudança no estado do tempo, com alguns aguaceiros registados em várias regiões do Norte e Centro do país, beneficia combate aos fogos. Incêndio em Castro Daire está "dominado”, anuncia autarca.
A chegada da chuva a várias zonas do Norte e Centro do país assoladas por incêndios ao longo dos últimos dias está a ajudar ao trabalho dos bombeiros. Ainda assim, às 7h ainda havia cerca de 2.700 operacionais, apoiados por 838 meios terrestres, a combater 44 incêndios (em curso, em conclusão ou resolução) em todo o território de Portugal continental.
Apesar da mudança no estado do tempo, com alguns aguaceiros registados na região, os dois incêndios em Castro Daire (em Mões/Soutelo e em Pinheiro, Moção), no distrito de Viseu, ainda preocupavam as autoridades ao início da manhã, mobilizando vários meios no terreno. de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Entretanto, os bombeiros deram como controlados estes dois incêndios em Castro Daire, com o comandante Pedro Araújo, da ANEPC, a adiantar que foi possível durante a noite devido a condições meteorológicas mais favoráveis dominar um conjunto de incêndios.
Às 10h, o presidente do município, Paulo Almeida, confirmou aos jornalistas que “o incêndio foi dado como dominado” ao início da manhã, mas que isso não significa que o concelho está livre de perigo. Vai ser monitorizado através de uma câmara térmica para detetar zonas de maior risco de reacendimento para evitar novos focos.
“É verdade que durante a noite as condições meteorológicas e a chuva nos vieram ajudar (…), mas continua a haver perigo de reacendimentos”, afirmou.
Num ponto de situação, cerca das 00:50, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, avisava ainda que “[havia] muito trabalho pela frente” no incêndio de Castro Daire, com as equipas a continuarem “a operar com maquinaria, com os grupos de combate e com linhas de progressão no terreno, que é muito escarpado”.
Postos de comando começam a ser desmantelados
Segundo a VOST Portugal, uma associação de voluntários digitais em situações de emergência, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria, Arouca e Baião, os postos de comando foram desmantelados e os grupos de combate estão a ser desmobilizados.
De acordo com a proteção civil, o incêndio em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução. Também o incêndio que deflagrou na freguesia de Alvarenga na quarta-feira à tarde em Arouca, concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto (AMP), entrou hoje em fase de resolução.
Em fase de resolução estavam também os dois fogos que deflagraram em Sabroso de Aguiar e em Veria de Jales e Quintã e que sofreram reativações na quinta-feira à tarde em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
Os incêndios rurais que lavravam em Sedielos (Peso da Régua) e Alto de Fiães (Alijó), no distrito de Vila Real, entraram em resolução durante a noite de hoje, segundo o Comando Sub-regional do Douro da Proteção Civil. No terreno mantêm-se os operacionais em operações de rescaldo e de vigilância.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas. A ANEPC contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, de acordo com o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.
(Notícia atualizada às 10h45)
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