MoneyDog quer melhorar literacia financeira dos jovens e o TPC começa nas escolas

Startup já está a trabalhar com mais de 100 escolas e está a preparar a "primeira ronda de investimento para acelerar o crescimento em Portugal".

Porque a literacia financeira começa de pequenino, a MoneyDog arranca para “capacitar os professores a ensinarem educação financeira às crianças”. “Estamos já a trabalhar com mais de 100 escolas, impactando milhares de alunos de Norte a Sul do país.” A startup já está a preparar a “primeira ronda de investimento para acelerar o crescimento em Portugal”.

Saber poupar, investir, criar um orçamento são ferramentas que podem ter um impacto positivo ou negativo ao longo da vida e foi constatar essa realidade ‘na pele’ que levou Lewis Cross e André Ramos a arrancar com a startup MoneyDog, procurando com isso, logo junto dos jovens estudantes, contribuir para aumentar os níveis de literacia financeira.

“Não receber uma educação financeira em criança pode ter impactos negativos para toda a vida. Estes impactos negativos são algo que eu e o André experimentámos enquanto crescíamos, sem saber como poupar, investir e criar um orçamento corretamente, aprendendo apenas mais tarde na vida. A falta de literacia financeira em Portugal é um problema que se arrasta há muitos anos, mas nós queremos mudar essa realidade. Não queremos que a próxima geração de portugueses cresça da mesma forma que nós“, explica Lewis Cross, cofundador e CEO da MoneyDog, ao ECO.

Em Portugal, o indicador global de literacia financeira situava-se no ano passado nos 62,7, valor ligeiramente superior ao de 2020 (61,8), “em resultado da melhoria no indicador de conhecimentos financeiros (60,1 em 2023 e 56,6 em 2020)”, informa o Relatório do 4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa 2023.

Se globalmente, no indicador global de literacia financeira, Portugal surge acima da média dos países que participaram no exercício de comparação internacional, ficando em 13.º lugar, “persistem importantes lacunas em questões relacionadas com o cálculo de juros simples e juros compostos, a diversificação de risco e o poder de compra, conceitos fundamentais para um investimento adequado das poupanças“, alerta o inquérito.

O relatório exemplifica. “A maioria dos entrevistados (76,4%) identifica corretamente o saldo da conta de depósito à ordem num extrato bancário, mas menos de metade (46,4%) reconhece que a conta ficaria a descoberto após um pagamento de determinado valor”, pode ler-se.

Estamos já a trabalhar com mais de 100 escolas, impactando milhares de alunos de Norte a Sul do país. Em 2025 queremos estar no maior número possível de escolas portuguesas. Este é o nosso único foco, no entanto acreditamos que temos potencial para crescer noutros mercados com a nossa solução também.

Lewis Cross

Cofundador e CEO da MoneyDog

“A MoneyDog pretende, muito simplesmente, proporcionar uma educação financeira às crianças, como eu e o André nunca tivemos. Acreditamos firmemente que a educação financeira deve fazer parte do currículo de todas as escolas. Não estamos sozinhos, a maioria dos pais e professores também acredita nisso, mas infelizmente não têm os recursos necessários. Foi por isso que criámos a MoneyDog, para capacitar os professores a ensinarem educação financeira às crianças”, continua Lewis Cross.

O que propõe a startup

“Acreditamos que as soluções atuais ou estão desatualizadas ou são muito dispendiosas para as escolas. Por exemplo, existem muitos livros sobre literacia financeira, mas para os transformar num programa de ensino interessante é preciso tempo e esforço por parte do professor. Por outro lado, existem algumas soluções puramente digitais que apenas funcionam em algumas escolas, onde os alunos podem aceder com um tablet”, começa por descrever Lewis Cross, quando questionado sobre o que distingue a proposta da startup de outras no mercado que visam a melhoria da literacia financeira dos portugueses.

“Criámos uma solução que funciona para o maior número possível de escolas. Trabalhando com os professores, criámos um currículo totalmente personalizável. Planos de aula prontos a ensinar com todos os materiais que um professor precisa para ensinar numa escola normal. Fichas de trabalho, atividades, planos de aula, vídeos e questionários. Estamos a capacitar os professores para ensinar, poupando-lhes mais de 80% para preparar cada aula”, descreve.

“O nosso único objetivo é fornecer todos os recursos de que os professores necessitam para ensinar neste momento. Atualmente, oferecemos 120 lições de uma hora, dez lições por ano de escolaridade, desde o 1º ano até ao 12º ano. Estas consistem em planos de aulas, atividades, fichas de trabalho, vídeos e tudo o que um professor precisa para ensinar educação financeira na sua escola. Para além disso, em breve teremos uma variedade de novas funcionalidades que consistem em jogos, aprendizagem em casa para crianças e outras ferramentas”, reforça.

Estamos agora a preparar a nossa primeira ronda de investimento para acelerar o crescimento em Portugal e entregar o melhor produto possível às escolas. (…) Estamos a levantar 250 mil euros e queríamos ter a ronda terminada até ao final do ano.

Por este serviço, nesta fase de lançamento, a MoneyDog está a cobrar 500 euros/ano a cada escola que aderir. “Um preço que nos permite construir um negócio sustentável e ao mesmo tempo ser acessível a todas escolas”, considera o CEO. As escolas interessadas podem aderir no site da startup.

Estamos já a trabalhar com mais de 100 escolas, impactando milhares de alunos de Norte a Sul do país. Em 2025 queremos estar no maior número possível de escolas portuguesas. Este é o nosso único foco, no entanto acreditamos que temos potencial para crescer noutros mercados com a nossa solução também”, diz o responsável.

Ronda de investimento a ser preparada

Nesta fase, o foco é “crescer em Portugal”, algo que os responsáveis acreditam que podem fazer “de forma sustentável”. Mas “estamos agora a preparar a nossa primeira ronda de investimento para acelerar o crescimento em Portugal e entregar o melhor produto possível às escolas”.

“Estamos a levantar 250 mil euros e queríamos ter a ronda terminada até ao final do ano”, precisa quando questionado.

A startup conta com “uma forte equipa de mentores com experiência nas áreas das finanças e da educação que nos ajudam a aperfeiçoar os nossos conteúdos”, um total de cinco mentores, bem como “uma pequena equipa (dois colaboradores) que nos ajuda a chegar às escolas e a apoiá-las”, diz o CEO.

“O nosso primeiro objetivo é desenvolver o que as escolas e os professores precisam para ensinar eficazmente. Por isso, qualquer crescimento em termos de pessoal estará fortemente ligado ao desenvolvimento dos nossos produtos no futuro.”

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