Acordo no Orçamento? “Até ao lavar dos cestos é vindima”, confia Marcelo
Presidente da República desdramatizou os avanços e recuos nas negociações para o Orçamento do Estado para 2025. Acordo entre todos partidos "resume-se até ao último minuto", tranquilizou.
O Presidente da República mantém-se otimista que os dois maiores partidos cheguem a bom porto sobre um acordo para o Orçamento do Estado para 2025, tendo recorrido a um ditado popular para desdramatizar os avanços e recuos nas negociações: “Até ao lavar dos cestos é vindima”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, em Viseu, o chefe de Estado recordou a sua experiência política e governativa para garantir que um acordo entre todos partidos “resume-se até ao último minuto, [até ao último] segundo” – e que este só deverá ocorrer no final de novembro, altura em que a proposta final será votada na Assembleia da República. Até lá, a expectativa é de que a negociação entre os partidos prossiga. “Até ao último segundo, acredito que vai haver Orçamento”, vincou.
As declarações de Marcelo surgem a poucas horas de o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, se reunirem novamente em São Bento. Desta vez, Luís Montenegro deverá apresentar ao socialista uma proposta “irrecusável” que permita ao principal partido da oposição viabilizar o Orçamento. Isto depois de o PS ter avisado que só o fará se o IRS Jovem e a descida do IRC não forem incluídos na proposta do Executivo.
Além de serem rejeitadas pelo líder do PS, na quarta-feira, estas duas propostas foram alvo de críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os técnicos da instituição internacional consideram que o IRS Jovem pode levantar problemas de equidade e também que, em vez da redução do IRC deveria ser dada atenção às derramas estaduais.
"O FMI é mais pessimista quanto à baixa de alguns impostos e menos pessimista quanto à baixa de outros. É uma mistura.”
Sobre o assunto, o Presidente da República voltou a desdramatizar, argumentando que a posição do FMI é “mista”. “É mais pessimista quanto à baixa de alguns impostos e menos pessimista quanto à baixa de outros. É uma mistura”, afirmou Marcelo, escusando-se de fazer mais comentários. “É uma matéria que vai ser debatida no Parlamento na generalidade e na especialidade, espero”, acrescentou.
Antes da reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro estará na Assembleia da República para mais um debate quinzenal que deverá ter o Orçamento do Estado no centro da discussão. A ida ao Parlamento ocorre depois de o Governo ter assinado, na terça-feira, um novo acordo tripartido de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028 com as quatro confederações empresariais e a UGT, que revê em alta a trajetória do salário mínimo nacional, prevendo aumentos de 50 euros anuais até 2028.
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