Pequena dimensão dos terrenos impede rentabilidade da floresta
A pequena dimensão das propriedades florestais causa baixa produtividade, abandono dos terrenos e agrava risco de incêndio, apontam os oradores na conferência "A Economia pode salvar a floresta?".
A reduzida dimensão média dos terrenos florestais impede a sua rentabilização e leva ao abandono, aumento o risco de incêndios, alertaram os oradores do painel “Floresta e Economia: Oportunidades para um Crescimento Sustentável”, integrado na conferência “A economia pode salvar a floresta?”, organizada pelo ECO e que teve lugar esta terça-feira no Centro Cultural de Belém.
“O problema da floresta portuguesa a norte do Tejo é a pequena dimensão” aponta Pedro Pinhão, fundador da Toscca, empresa de produção de madeira, orador no painel “Floresta e Economia: Oportunidades para um Crescimento Sustentável”. O empresário indica que esta pequena dimensão é em média de “0,57 hectares por proprietário” e considera “absolutamente inviável” o investimento nestes terrenos.
António Luís Marques, diretor da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), também presente no painel, aponta que os proprietários de “micropropriedades” tentam agregar-se e fazer um plano de gestão florestal, mas “vai a ver-se e nada”.
O líder da Toscca alertou para as consequências do minifúndio florestal, como o abandono, a pouca produtividade e o risco de incêndios.
Henrique Pereira dos Santos, arquiteto paisagista, sublinhou que os incêndios são agravados pela presença da biomassa fina. “É uma das causas para a proliferação de incêndios” nos terrenos que não são limpos, apontou. O arquiteto acrescentou que “não temos uma economia que faça a gestão da biomassa fina”.
A maioria da floresta portuguesa é privada (90%) mas nem proprietários privados, nem públicos por vezes sabem com exatidão onde e que dimensão os terrenos têm, referiu Manuel Pitrez de Barros, diretor-geral da Centrais de Biomassa do Norte (CBN). “Numa iniciativa que tivemos, fomos falar com a câmara para saber quantos hectares eles tinham de mata e floresta e se tinham interesse que nós fizemos essa gestão e limpeza (…) e mostraram interesse em fazer, mas depois não avançámos porque eles não sabiam quantos hectares tinham”, contou. “As câmaras e juntas nem sequer sabem as áreas que tem e aonde é que têm”, acrescentou o diretor da CBN.
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