Montenegro abre primeira reunião magna como chefe do Governo

  • Lusa
  • 9:52

Com a questão do Orçamento aparentemente resolvida, o debate deverá centrar-se mais na governação e nos desafios eleitorais do partido para os próximos anos

O presidente do PSD, Luís Montenegro, abre este sábado o 42.º Congresso do partido, o primeiro numa década com os sociais-democratas no Governo, o que já não acontecia desde o 35.º, em fevereiro de 2014, no Coliseu dos Recreios.

Talvez por isso, de acordo com informação do PSD, o Congresso de Braga será o mais participado da última década, contando com 903 delegados, 197 participantes, 950 observadores, 145 convidados e mais de 2.000 observadores inscritos.

Luís Montenegro foi eleito pela primeira vez líder do PSD em julho de 2022, e reeleito em setembro passado com 97,45% dos votos, tendo chegado a primeiro-ministro em abril deste ano, na sequência da demissão de António Costa e das legislativas antecipadas, em que a AD (coligação PSD/CDS-PP/PPM) venceu o PS por cerca de 50 mil votos.

O Congresso tem arranque marcado para as 10:00, com uma intervenção do presidente do PSD, dois dias depois de o PS ter anunciado que viabilizará pela abstenção o Orçamento do Estado para 2025.

Numa antecipação, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou na quinta-feira à noite a proposta que levará à Comissão Política na segunda-feira de abstenção quer na generalidade, quer na votação final global do documento, apesar de dizer que parte para a fase da especialidade “com toda a liberdade”.

Numa primeira reação, em Bruxelas, no final do Conselho Europeu, o primeiro-ministro saudou “democraticamente” o anúncio feito pelo líder do PS, destacando o “sentido de responsabilidade” do principal partido da oposição, e disse não antever “problemas de maior” na fase da especialidade da discussão orçamental.

O Congresso seguirá com a votação de retificações estatutárias, depois de o Tribunal Constitucional ter “chumbado” a proposta de estatutos aprovada no último Congresso extraordinário do PSD em novembro, seguindo-se o período de discussão política, que deverá estender-se durante todo o dia.

Com a questão do Orçamento aparentemente resolvida, o debate deverá centrar-se mais na governação e nos desafios eleitorais do partido para os próximos anos: autárquicas no outono de 2025, que o líder já disse ter o objetivo de vencer, e presidenciais em janeiro de 2026, com passagem prevista por Braga de Luís Marques Mendes, um potencial candidato que Montenegro disse ser um dos que “encaixa melhor” no perfil que traçou para Belém.

As listas aos órgãos nacionais têm de ser entregues até às 18:00 e, na última reunião magna, seguindo uma tradição de anteriores presidentes, foi o próprio Luís Montenegro que anunciou do púlpito do Congresso as suas escolhas.

Será aí que o partido conhecerá o grau de renovação que o presidente fará, nomeadamente, na sua direção, em que dos atuais seis vice-presidentes quatro são ministros, bem como se manterá o líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque (arguido num processo que envolve suspeitas de corrupção), à frente da mesa do Congresso do partido.

O primeiro dia de trabalhos deve terminar com a votação da moção de estratégia global do líder das 12 propostas temáticas, marcada para as 23:00, podendo prosseguir depois a discussão política, se ainda existirem inscritos.

Para domingo, está prevista a eleição dos órgãos Nacionais, por voto secreto, a proclamação de resultados e a sessão de encerramento, com novo discurso de Luís Montenegro, tradicionalmente mais virado para o país.

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