Repsol desvia de Espanha para Sines investimento de 15 milhões em hidrogénio

  • Capital Verde
  • 21 Outubro 2024

Agravamento do imposto extraordinário sobre as energéticas levou à petrolífera a recuar na intenção de investir em Espanha. Sines prepara-se para receber eletrolisador de 4 MW para hidrogénio verde.

A Repsol decidiu relocalizar de Espanha para Sines um investimento de cerca de 15 milhões de euros em hidrogénio verde, como forma de protesto contra o Governo espanhol pelo agravamento da cobrança dos impostos sobre o setor energético. De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira pelos jornais El Mundo e El Economista, o investimento contempla a instalação de um eletrolisador de quatro megawatts (MW), com potência para produzir até 600 toneladas de hidrogénio verde por ano.

A petrolífera espanhola já tinha avisado no passado que a crescente incerteza regulamentar em Espanha se estava a tornar desfavorável para o negócio, incluindo a possibilidade de o imposto extraordinário sobre as empresas de energia ser reformulado e convertido em permanente, o que poderia afetar o seu investimento nesta indústria incipiente. Entretanto, na semana passada, o ministro da Economia espanhol, Carlos Cuerpo, confirmou que o Governo irá mesmo avançar nesse sentido.

Com a retirada deste investimento, a agenda verde de Espanha pode estar sob ameaça, uma vez que o país pretende alcançar 12 gigawatts (GW) de capacidade de produção de hidrogénio verde até ao final da década. Em sentido contrário, Portugal poderá sair beneficiado, uma vez que a empresa já tem previsto 650 milhões de euros de investimento para a ampliação da sua unidade industrial em Sines, criando duas novas fábricas de polímeros.

Além da Repsol, também a Cepsa e a Endesa têm manifestado desagrado quanto à cobrança do imposto extraordinário de Espanha que, entretanto, se tornará permanente. O ECO enviou questões à Repsol mas até à publicação da notícia não recebeu resposta.

O Governo espanhol criou um imposto extraordinário e temporário para taxar o que considera serem lucros extraordinários das empresas energéticas e da banca associados à inflação elevada. No caso das empresas energéticas (petrolíferas, elétricas e de gás), o imposto é de 1,2% sobre o volume de negócios em 2022 e 2023.

O imposto é aplicado às empresas que têm como atividade principal a energia e que em 2019 faturaram mais de mil milhões de euros, ficando excluídas as vendas que fizerem fora de Espanha.

Correção: A versão original desta notícia indicava que o investimento relocalizado era de 150 milhões de euros quando, na verdade, é de 15 milhões. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

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