Famílias rejeitam Certificados de Aforro há 11 meses. Estado já “perdeu” 171 milhões de euros este ano
Desde outubro do ano passado que, mês após mês, o saldo de subscrições líquidas é negativo. Só este ano, o stock de Certificados de Aforro já baixou mais de 171 milhões de euros.
As famílias continuam a chumbar os Certificados de Aforro. Há 11 meses consecutivos que as subscrições líquidas destes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho são negativas. Significa que, desde novembro do ano passado, o montante dos resgates de Certificados de Aforro têm sido repetitivamente superiores às subscrições.
Só em setembro, o stock de Certificados de Aforro “emagreceu” 0,1%, quase 35 milhões de euros, para 33,9 mil milhões de euros, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal. É preciso recuar sete anos, até setembro de 2017, para se assistir a uma retirada mensal absoluta tão grande do investimento nestes títulos de dívida do Estado.
Segundo dados do Banco de Portugal, este ano, as subscrições líquidas de Certificados de Aforro acumulam mais de 171 milhões de euros negativos, que se traduz numa queda de 0,5% do stock em 2024. Mais negativo que este saldo só em 2018, quando nos primeiros nove meses do ano o stock de Certificados de Aforro caiu 0,7% em quase 80 milhões de euros, depois de em 2017, no mesmo período, o saldo ter minguado 6,5% ou cerca de 835 milhões de euros.
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Mas não são apenas os Certificados de Aforro a serem rejeitados pelas famílias. Também os Certificados do Tesouro continuam a não merecer a confiança dos pequenos investidores: há 35 meses consecutivos (desde novembro de 2021) que o volume dos resgates destes títulos de dívida do Estado é superior às subscrições.
Segundo dados do Banco de Portugal, só em setembro, as subscrições líquidas dos Certificados do Tesouro superaram os 69 milhões de euros negativos, levando a uma queda de 0,68% do stock para 10,1 mil milhões de euros. Este ano, o montante aplicado nestes títulos de dívida acumula uma saída de mais de 931 milhões de euros.
Somando o comportamento dos dois títulos de dívida do Estado este ano, significa que em 2024 a República viu esfumar-se mais 1,1 mil milhões de euros dos títulos de dívida do Estado desenhados para as famílias.
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