Bolsas em Wall Street avançam, indiferentes a más notícias no emprego

A bolsa de Nova Iorque negociava em alta na primeira sessão de novembro, com os investidores a descartarem os últimos dados do emprego, que ficaram muito abaixo do esperado devido a greves e furacões.

A bolsa de Nova Iorque negociava esta sexta-feira em alta na primeira sessão de novembro, com os investidores aparentemente indiferentes aos últimos dados do emprego, que ficaram muito abaixo do esperado devido a greves e furacões.

Às 14h35 (hora de Lisboa), o Dow Jones subia 1,18%, para 42.256,67 pontos, e o Nasdaq valorizava 1,40%, para 18.348,09 pontos. O índice alargado S&P 500 subia 1,02%, para 5.763,93 pontos.

Estas subidas seguem-se a uma sessão negativa na quinta-feira, em que o S&P 500 e o Nasdaq registaram os seus piores dias desde o início de setembro, caindo 1,86% e 2,76%, respetivamente.

O mercado bolsista encerrou esta sexta-feira uma semana de resultados tecnológicos, com desempenhos mistos da Alphabet, Microsoft e Meta.

A Intel liderava esta sexta-feira as subidas no índice Dow Jones, com ganhos de 7,18%, apesar de ter registado um prejuízo pior do que o previsto. As receitas superaram as estimativas dos analistas e a previsão de resultados apresentadas para o trimestre em curso também superaram as expectativas.

A subir estavam também as ações da Amazon, 6,66%, após a empresa ter divulgado um lucro acima do esperado pelos analistas no terceiro trimestre. Ainda no Dow Jones, a Chevron e a Boeing subiam 4,01% e 2,79%, respetivamente.

Estes resultados ajudaram a compensar a descida de 0,64% da Apple, que publicou na quinta-feira resultados trimestrais ligeiramente melhores do que o previsto, graças, nomeadamente, a uma recuperação das vendas do iPhone, mas não entusiasmou Wall Street com o seu discurso sobre a inteligência artificial.

Para além das eleições Presidenciais norte-americanas de 5 de novembro, que têm provocado uma elevada volatilidade, os investidores estão também atentos à reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed), a 6 e 7 de novembro.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento de Estatísticas do Emprego norte-americano indicam que a criação de emprego nos Estados Unidos desacelerou fortemente em outubro, tendo sido criados apenas 12.000 empregos, muito abaixo das estimativas dos analistas, que apontam para cerca de 100.000, e longe dos 223.000 empregos criados em setembro.

Os economistas estimam que os furacões Helene e Milton, combinados com as greves na Boeing e noutras empresas, impactaram negativamente o crescimento líquido do emprego em dezenas de milhares de postos de trabalho no mês passado. Já a taxa de desemprego manteve-se em 4,1%.

A quebra na geração de emprego foi tão forte que há investidores a apostar que a Fed irá proceder a uma redução mais forte do que o habitual na sua principal taxa de juro, apontando para uma quebra de meio ponto percentual.

Contudo, a expectativa generalizada em Wall Street continua a ser de que a Fed procederá ao tradicional corte de um quarto de ponto percentual na próxima semana. Certo parece ser que os dados do emprego abaixo do esperado tenham eliminando a pequena probabilidade que os analistas admitiam de uma manutenção das taxas.

A esperança em Wall Street é que a economia americana ainda escape a uma recessão, mesmo que o mercado de trabalho continue a abrandar, graças, em parte, aos próximos cortes nas taxas por parte da Fed.

Também foi publicado o índice de atividade industrial (PMI) dos Estados Unidos, que caiu para 46,5 em outubro, face a 47,2 em setembro.

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