Novo embaixador dos EUA em Israel nega ocupação e existência da Cisjordânia

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, será o novo embaixador dos EUA em Israel. "Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe Cisjordânia. (...) Não existe ocupação”, disse.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira a intenção de designar o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee como embaixador norte-americano em Israel. “Ele adora Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel adora-o”, justificou o político republicano numa declaração.

Huckabee é um defensor acérrimo de Israel e o anúncio da sua nomeação ocorre numa altura em que Trump prometeu alinhar mais estreitamente a política externa de Washington com os interesses do Governo israelita, envolvido em guerras contra o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano, dois grupos islamitas apoiados pelo Irão.

“O Mike [Huckabee] trabalhará incansavelmente para levar a paz ao Médio Oriente”, prosseguiu Donald Trump, que foi eleito há uma semana para regressar à Casa Branca, após um primeiro mandato entre 2017 e 2021. Huckabee tem sido um forte defensor de Israel e liderou durante anos visitas de grupos turísticos ao país, anunciando frequentemente as viagens em meios de comunicação de tendência conservadora.

Segundo a cadeia televisiva CNN, o político e ex-pastor batista tem apoiado os colonatos israelitas na Cisjordânia, tendo inclusive lançado a primeira pedra para um novo bairro num dos maiores assentamentos no território palestiniano ocupado em 2017. Na altura, defendeu, em entrevista àquela estação de televisão, que “Israel tem títulos de propriedade da Judeia e da Samaria”, usando termos bíblicos para a Cisjordânia.

“Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe Cisjordânia. É a Judeia e a Samaria. Não existe acordo. São comunidades, são bairros, são cidades. Não existe ocupação”, declarou.

Enquanto se aguarda o nome que Trump vai escolher para liderar a diplomacia de Washington, o futuro Presidente norte-americano tem declarado o reforço do seu compromisso com Israel, mas também o desejo de terminar os conflitos na região.

Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, patrocinou os acordos de Abraão, com o objetivo de normalizar as relações de Israel com vários países árabes, e reconheceu Jerusalém como capital israelita, rompendo a neutralidade da comunidade internacional a este respeito.

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