Zero apreensiva com excessiva lentidão negocial na COP29

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual da ONU sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre até 22 de novembro.

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual das Nações Unidas sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre no Azerbaijão até 22 de novembro, num balanço da primeira semana de trabalhos.

Em comunicado, a Zero disse que a primeira semana da COP29 em Baku, no Azerbaijão, foi “de alertas” mas “sem consequências negociais até agora” e disse mesmo que se mantêm dúvidas sobre se será possível um acordo quanto ao financiamento climático (que diz que deve ficar muito acima dos atuais 100 mil milhões de dólares por ano) e à redução de emissões.

Na primeira semana, o tema do financiamento fez escalar as tensões nos trabalhos, segundo a Zero, explicando que os países em desenvolvimento a rejeitaram unanimemente o projeto de texto sobre financiamento (muitos países desenvolvidos também o rejeitaram), enquanto países do designado Norte Global consideraram que grande parte do financiamento terá de vir quer do setor privado quer de outras fontes financeiras, como as designadas ‘taxas de solidariedade’ (sobre os ultra-ricos, sobre as criptomoedas e sobre os passageiros frequentes de avião, por exemplo).

A acompanhar os trabalhos em Baku, a Zero disse ainda que, face à previsão de os Estados Unidos da América saírem em breve do Acordo de Paris, há novos países a movimentarem-se para ocupar esse lugar preponderante, caso do Reino Unido, do Brasil mas também dos Emirados Árabes Unidos.

Para a Zero, é fundamental que a União Europeia venha a “ter um papel mais ativo e liderante apesar de posições internas mais restritivas em termos de política climática e do novo contexto geopolítico à escala mundial com a eleição do Presidente Donald Trump”.

Para a segunda semana de trabalhos, a Zero esperar um intensificar das tensões nas negociações a propósito do tema dinheiro, para financiar a luta contra as alterações climáticas.

Ainda assim, a associação liderada por Francisco Ferreira manifesta esperança de que “haja progressos que se traduzam não só num acordo de financiamento climático ambicioso, mas sobretudo em ações concretas e mensuráveis, quer na mitigação (redução de emissões), quer na adaptação climática”.

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