Obrigações francesas negoceiam estáveis, com investidores à espera das moções de censura ao Governo
Mercados aguardam moções de censura. Spread das obrigações de França face às bunds desliza esta quarta-feira para 82,6 pontos base, mas pode passar os 100 pontos se a crise política se aprofundar.
Apesar de Michel Barnier ter alertado para uma “tempestade” económica e financeira no caso de o seu Governo minoritário ser derrubado — o que é provável de acontecer quando forem a votos duas moções de censura na Assembleia Nacional –, a crise em França está a ter pouco impacto nos ativos gauleses esta quarta-feira, com os investidores em modo de espera.
Na Bolsa de Valores de Paris, o seu principal índice, o CAC 40, está a valorizar cerca de 0,4%, e os seus congéneres europeus mostram-se estáveis face à provável queda do Executivo francês, com o Stoxx 600 a ganhar 0,3% e o alemão DAX a subir 0,6%.
Mas as atenções têm estado centradas, sobretudo, nos títulos da dívida gaulesa. No início da semana, o spread entre as obrigações soberanas de França a 10 anos e as bunds alemãs — que serve de barómetro da confiança dos investidores na fiabilidade creditícia de segunda maior economia da Zona Euro — atingiu níveis comparáveis aos de 2012, ao tocar os 88 pontos base.
Esta quarta-feira, a taxa de rendibilidade das obrigações francesas a 10 anos negociava nos 2,903%, com o spread face à Alemanha nos 82,6 pontos base, recuperando ligeiramente face aos 86,8 pontos da sessão anterior.
Não obstante, o risco para as obrigações francesas persistirá se a instabilidade política se prolongar. Segundo a Reuters, os investidores esperam que o spread alcance cerca de 100 pontos de base caso o Governo de Barnier seja derrubado na Assembleia Nacional, com as consequências da crise política a prejudicarem também as empresas, os consumidores e os contribuintes.
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