Secretário-geral da NATO quer desviar “fração” da despesa em pensões e saúde para gastos em defesa
O secretário-geral da NATO defende que os países têm de gastar mais de 2% do PIB em defesa e que os "políticos devem decidir" como sustentar a capacidade de dissuasão da aliança a longo prazo.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, defendeu esta quarta-feira que as despesas em defesa sejam financiadas através do desvio de verbas do Estado social europeu. O objetivo é mesmo superar a fasquia dos 2% de gastos em defesa entre os países da aliança.
“Quando se olha para o que os países gastam em pensões, no sistema de Segurança Social e na saúde, precisamos de uma fração desses gastos para garantir que os gastos com a defesa cheguem a um nível em que possamos sustentar a nossa dissuasão a longo prazo”, disse o neerlandês, em resposta a perguntas dos jornalistas, no final da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da aliança em Bruxelas.
“Cabe aos políticos decidir e fazer escolhas na escassez”, continuou, antes de vincar que o que está em jogo é “manter toda a aliança, todas as 32 nações, seguras a longo prazo”. Ainda que reconheça que existe um “debate difícil”, Rutte disse ainda que vai agora “ajudar” a convencer os mil milhões de pessoas que vivem sob o chapéu da aliança.
O ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, que iniciou funções na NATO em outubro de 2024, afirma que o seu objetivo é que os gastos em defesa ultrapassem os 2% do PIB, ou seja, acima da meta atual e que muitos países, entre os quais Portugal, ainda não cumprem. Rutte diz mesmo que seria “estranho” a manutenção da fasquia dos 2% e que está convencido de “boas decisões no próximo mês”.
Donald Trump, presidente eleito dos EUA e que toma posse em janeiro, tinha defendido a revisão em alta desta meta para 3% do PIB na próxima cimeira da NATO, que terá lugar em julho de 2025, em Haia. No centro do debate está o aumento da capacidade da indústria de defesa europeia, cuja “produção não é suficiente”, tem “preços demasiado elevados e entregas lentas”.
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