Volume de negócios do setor empresarial português cresceu 4,9% em 2023

  • Lusa
  • 13:40

No entanto, todos este indicador desacelerou face a 2022, ano em que o volume de negócios tinha crescido 22,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O setor empresarial português registou em 2023 crescimentos homólogos nominais de 4,9% no volume de negócios, 13,8% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) e de 14,1% do Excedente Bruto de Exploração (EBE), revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os resultados definitivos do INE relativos às “Empresas em Portugal” para 2023, obtidos através do Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE), todos estes indicadores desaceleraram face a 2022, ano em que o volume de negócios tinha crescido 22,5%, o VAB 19,9% e o EBE 26,1%.

Quanto ao pessoal ao serviço e aos gastos com pessoal, registaram também aumentos homólogos em 2023, de 5,5% e 13,0%, respetivamente (+5,8% e +12,6% em 2022).

De acordo com o INE, o setor dos serviços financeiros foi o que mais contribuiu para o crescimento do volume de negócios entre 2022 e 2023 (+1,9 pontos percentuais), seguido do comércio (+1,5 pontos percentuais).

No que se refere ao VAB, a indústria e energia e os outros serviços evidenciaram os maiores contributos (+3,0 e +2,5 pontos percentuais, respetivamente), enquanto no EBE foram os setores da indústria e energia e os serviços financeiros que mais contribuíram para o crescimento observado (+4,4 e +3,5 pontos percentuais).

No final de 2023, o setor empresarial português contava com 1.526.926 empresas em atividade (+5,0% face ao ano anterior), das quais 65,8% eram empresas individuais e 34,2% sociedades. Face a 2022, verificou-se um aumento de 5,1% das empresas individuais e 4,9% das sociedades (+8,4% e +4,2% no ano anterior).

Em 2023, existiam 512.751 sociedades não financeiras (+4,9% face a 2022), que registaram crescimentos de 5,9% no pessoal ao serviço, 3,0% no volume de negócios, 13,6% no VAB e 13,0% no EBE (+5,2%, +24,1%, +18,6% e +24,2%, pela mesma ordem, em 2022).

As sociedades de grande dimensão evidenciaram crescimentos superiores na maioria dos indicadores económicos, com exceção do volume de negócios, em que as micro, pequenas e médias empresas (PME) registaram um crescimento superior às grandes (4,6% e 1,1%, respetivamente).

Em 2023, o valor mediano do VAB e do EBE, para o conjunto das sociedades não financeiras atingiu 28,7 mil euros e 4,7 mil euros (+1,4 mil euros e -0,1 mil euros que em 2022).

No ano em análise, o INE destaca a “aceleração acentuada do crescimento do VAB” do setor da agricultura e pescas (+31,2% face a +15,0% em 2022), influenciado pelas atividades olivicultura e suinicultura. Já o setor do alojamento e restauração cresceu 22,6% (+90,6% em 2022), passando a representar 6,1% do total do VAB gerado pelas sociedades não financeiras.

A indústria e energia continuou a ser o setor com maior peso no VAB das sociedades não financeiras (27,7%), registando um crescimento de 12,8% em 2023 (+10,1% no ano anterior). No entanto, este setor evidenciou um decréscimo de 6,5% no volume de negócios em 2023, “sobretudo influenciado pela diminuição do preço dos produtos energéticos”.

A produtividade aparente do trabalho das sociedades não financeiras atingiu os 37,5 mil euros por pessoa ao serviço, enquanto a remuneração média anual ascendeu a 18,5 mil euros por pessoa ao serviço remunerada.

Os dados do INE apontam ainda que, em 2023, existiam 32.188 sociedades com perfil exportador em Portugal (+4,7% face ao ano anterior), correspondendo a 6,3% do total de sociedades não financeiras e 23,7% do pessoal ao serviço (valores idênticos a 2022).

Estas sociedades representaram ainda 35,3% do volume de negócios, 33,3% do VAB e 33,7% do EBE das sociedades não financeiras (-1,8, +0,8 e +1,6 pontos percentuais face a 2022).

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