Anunciantes colocaram quase três milhões de inserções publicitárias na televisão em 2023

A televisão foi o meio que captou mais publicidade em termos de valor, tendo sido responsável por quase 89% dos montantes globais, à qual se segue a internet com 4,8%.

Foram 2,7 milhões as inserções publicitárias feitas pelos anunciantes em televisão, ao longo do ano de 2023. Este número, no entanto, sobe para cerca de sete mil milhões de inserções, quando se tem também em conta os meios rádio, imprensa, internet, outdoor e cinema.

Fazendo uma análise mensal, entre todos os meios, percebe-se que novembro foi o mês mais procurado pelos anunciantes – seguido de perto por dezembro -, ao ter registado o valor mais elevado de inserções publicitárias e representando 10% do total das inserções publicitárias feitas em todos os meios.

Os dados são da MediaMonitor, do Grupo Marktest, que ressalva que os critérios de contabilização são específicos para cada meio.

A televisão foi o meio que captou mais publicidade em termos de valor, tendo sido responsável por quase 89% dos montantes globais. Segue-se a internet com 4,8%. Todos os outros meios juntos representam 6,4% do investimento.

Ainda em termos de investimento, mas analisando por categorias de anunciantes, estes foram provenientes sobretudo do comércio, representando 16,5% dos montantes investidos, seguido da indústria da alimentação e da higiene pessoal. Estes três setores, em conjunto, responderam por mais de um terço dos montantes globais (36%).

Se a estes forem somados os investimentos publicitários dos serviços e equipamentos de comunicação e da indústria farmacêutica, fica representado mais de metade (52%) do investimento do mercado.

Tal como já tinha sido divulgado, o Modelo Continente foi o maior anunciante do ano passado, com 3,1% de share of voice e um investimento de 511 milhões de euros. Este é seguido da Altice Portugal e da Nos (3% e 2,8%, respetivamente), que investiram 482 milhões e 468 milhões em publicidade.

Um terço (33,4%) dos montantes globais investidos foi da responsabilidade de apenas 15 anunciantes.

Quem mais anunciou foi o Continente e a Nos, responsáveis por 2,7% dos anúncios. A fechar o pódio encontra-se a McDonald’s que respondeu por 2,4%. Um quarto (25%) do total da publicidade ficou concentrado em apenas 13 marcas.

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Peritos consideram figura do auditor fundamental nos processos de reestruturação das empresas

  • Servimedia
  • 30 Abril 2024

O papel do auditor torna-se essencial enquanto perito em reestruturação com conhecimentos contabilísticos, financeiros e empresariais que podem garantir a viabilidade da empresa.

Os processos de insolvência pareciam ser a única saída para uma empresa em crise, mas a entrada em vigor da nova lei da insolvência veio alterar o panorama a favor dos processos de reestruturação que permitem analisar a viabilidade das empresas para poderem avançar.
Neste contexto, os especialistas consideram que é necessário criar a figura-chave do “perito em reestruturações”. Um perfil que deve ter conhecimentos multidisciplinares como o financeiro, o empresarial, o jurídico e com experiência em reestruturações ou que possa provar que cumpre os requisitos para ser administrador de insolvência. E, tendo em conta que, para assegurar a viabilidade de uma empresa, o conteúdo económico é primordial, o auditor seria o perfil que melhor responde a estes requisitos, devido aos seus conhecimentos contabilísticos, financeiros e empresariais.

Isto foi transmitido na conferência “O perito em reestruturação, uma figura-chave. Casos de sucesso”, realizada esta semana pelo Col-legi de Censors Jurats de Comptes de Catalunya (CCJCC) com a presença de especialistas em reestruturações como Ignacio Buil e Javier Sánchez, sócios da Cuatrecasas; Alicia Herrador, sócia da Augusta Abogados; e Joan Rojas, auditor da LBL Restructuring, SLP.

Com o conhecimento de casos de reestruturação como a Celsa, a Telepizza ou a fábrica de papel J. Vilaseca, a conferência analisou as particularidades de cada caso (planos de reestruturação consensuais e não consensuais entre credores e devedores) e, apesar das diferenças em cada contexto, todos os especialistas concordam com a necessidade de trabalhar na reestruturação com equipas multidisciplinares que incluam advogados, auditores e até engenheiros que possam fornecer noções sobre os processos industriais que devem ser tidos em conta para garantir a viabilidade da empresa.

Como refere Joan Vall, Presidente do Col-legi de Censors Jurats de Comptes de Catalunya, “estamos convencidos do papel que os auditores devem desempenhar nos processos de reestruturação e, a partir do CCJCC, continuaremos a promover fóruns de conhecimento e formação específica para promover esta figura”.

Auditores

De acordo com Raúl Lorente, coordenador da comissão de reestruturação da CCJCC e sócio da LBL Restructuring, SLP, a objetividade do trabalho do auditor é vital para transmitir confiança: “Na área específica das tarefas de reestruturação, todo o processo depende da viabilidade do negócio e se o plano de viabilidade que o suporta é sólido/razoável, ou seja, se o documento estratégico pode permitir à empresa regressar a um equilíbrio sustentável entre as suas grandezas básicas, que estão definidas num modelo económico-financeiro”, diz Lorente, que acrescenta que os auditores podem transmitir essa confiança necessária a todos os agentes porque a objetividade faz parte do seu ADN: “O nosso marcado ceticismo profissional, que nos permite, por exemplo, analisar projectos de negócio futuros e elaborar relatórios de sustentabilidade sobre aspectos não financeiros da empresa”.

Uma das grandes questões é: que serviços pode oferecer um auditor? Lorente refere que o auditor pode estar presente em diferentes fases, e enumera as seguintes como as principais: No alerta de situações de crise, ou seja, de forma preventiva através de aconselhamento com alertas precoces baseados em indicadores financeiros; Na assistência à reestruturação da empresa, ou seja, na identificação das causas de insolvência e na análise de acções urgentes para obtenção de liquidez como estratégia de contenção; Na preparação e assistência na preparação, também (no caso de ser preparado por terceiros) na revisão do Plano de Viabilidade onde são identificadas de forma ordenada as acções que se consideram adequadas para a reestruturação da empresa do ponto de vista económico e financeiro; Por último, o auditor pode atuar como perito de reestruturação, tal como previsto na própria lei da insolvência, que prevê a emissão de uma série de relatórios como o de avaliação do projeto de reestruturação ou o relatório de maiorias (suficiência das maiorias necessárias para aprovar o plano de reestruturação).

Lorente conclui que “enquanto coletivo profissional temos de tentar alcançar a confiança do mercado para que esta ferramenta [nova lei] permita, como indica a diretiva europeia sobre reestruturações, que as empresas e os empresários tenham um quadro de reestruturação preventiva que lhes permita manter a sua atividade”.

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Sogrape perde mais de metade dos lucros em 2023. “Resultados não foram aqueles que gostaríamos”

Dona do Mateus Rosé, Barca Velha, Sandeman ou Porto Ferreira fechou o ano com lucros de 11 milhões de euros. Perdas nos EUA pressionam queda global de 4% nas vendas do maior grupo português de vinhos.

A maior empresa portuguesa de vinhos, dona das marcas Mateus Rosé, Barca Velha, Esteva, Sandeman ou Porto Ferreira, não escapou a um “ano extremamente desafiante, com muitos obstáculos no caminho” que afetaram a performance deste setor. A Sogrape fechou o exercício de 2023 com lucros de 11 milhões de euros, o que representa uma quebra de 54,2% em relação aos resultados do ano anterior.

“Sabíamos que 2023 iria ser muito exigente, com todos os desafios que tínhamos pela frente, mas a verdade é que os primeiros meses do ano, em particular, foram ainda mais difíceis que o previsto. Os resultados não foram aqueles que gostaríamos e a que nos tínhamos proposto atingir, mas os ciclos são mesmo assim e na Sogrape não foi exceção”, justifica o CEO, Fernando da Cunha Guedes.

Depois do máximo histórico de vendas alcançado em 2022, a multinacional sediada em Vila Nova de Gaia, que detém mais de 1.600 hectares de vinha distribuídos por Portugal, Espanha, Chile, Argentina e Nova Zelândia, viu o volume de negócios encolher 4% em termos homólogos, para 333 milhões de euros. Num ano em que transacionou o equivalente a 120 garrafas por minuto em mais de 120 mercados, atingiu um EBITDA de 42 milhões de euros.

No Yearbook 2023, a que o ECO teve acesso, o administrador financeiro destaca, por outro lado, que “apesar do incerto e desafiante panorama macroeconómico mundial e de todas as suas implicações, que obrigam a uma constante adaptação, a Sogrape tem somado anos com performances e rentabilidades muito positivas”. “Em 2023, embora em menor grau, mais uma vez apresentou um desempenho financeiro sólido, onde a procura permanente de eficiência foi determinante para manter a sustentabilidade do negócio”, sustenta Bernardo Brito e Faro.

Os resultados não foram aqueles que gostaríamos e a que nos tínhamos proposto atingir, mas os ciclos são mesmo assim e na Sogrape não foi exceção.

Fernando da Cunha Guedes

CEO da Sogrape

O crescimento de 4% na comercialização de vinhos no Reino Unido e em Portugal, que em conjunto valem 63% do total, foi insuficiente para compensar a quebra superior a 20% (em euros) registada nos EUA. Aquele que continua a ser o terceiro principal mercado para a Sogrape foi “particularmente afetado pelo contexto mundial desfavorável, tendo o consumo de vinho apresentado a pior performance em décadas”. E o importador do grupo naquele mercado (Evaton) também viu as vendas caírem acima de 20% em dólares americanos.

Entre os restantes principais mercados, a empresa que acaba de lançar um fundo de capital de risco com dotação inicial de cinco milhões de euros para investir em startups, destaca ainda pela negativa o Benelux, França, Suíça, Alemanha e Itália. Em Angola também caiu acima dos 10%, embora ressalve no mesmo documento que isso “decorra da desvalorização cambial do kwanza face ao euro e não reflita a evolução positiva do negócio” neste país africano, onde a sua distribuidora própria Vinus cresceu a dois dígitos, tanto em valor das vendas em kwanzas, como em volume.

Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape

“A perda de poder de compra dos consumidores com a natural retração no consumo e a redução de stocks dos nossos distribuidores, num contexto inflacionário e de aumento das taxas de juro, desempenharam um papel crucial na performance do setor e, em particular, nos EUA. Podemos ainda falar da instabilidade geopolítica, das fortes desvalorizações do kwanza e do peso argentino, da valorização do euro face a outras moedas fortes, do agravamento da carga fiscal, da legislação sobre as bebidas alcoólicas e alteração nos hábitos de consumo”, contextualiza Fernando da Cunha Guedes.

Por outro lado, acrescenta o atual presidente e representante da terceira geração da família que em 1942 fundou uma pequena adega na região do Douro focada na produção de Mateus Rosé, a este contexto externo somaram-se “algumas decisões internas de foco em operações e produtos de maior valor acrescentado, o que levou a perder de forma voluntária algumas vendas de operação não tão rentáveis e alguns negócios menos estratégicos”.

Investimentos em Gaia, Vila Real e no Douro espanhol

Apesar desta “conjuntura externa desfavorável a impactar fortemente a atividade e o desempenho do negócio”, Fernando da Cunha Guedes sublinha que a Sogrape “soube aproveitar este momento para preparar ativamente o seu crescimento no futuro”. O plano de investimentos executado em 2023, avaliado em 17 milhões de euros, focou-se em projetos na Península Ibérica.

Em particular, na expansão e modernização da instalação produtiva e logística de Avintes, para o arranque das obras na adega de Vila Real e para a aquisição da Viña Mayor no lado espa­nhol do Douro. Uma pro­pri­e­dade com 20 hec­ta­res de vinha e faturação anual a rondar os dez milhões de euros, que foi comprada à Entre­ca­na­les Domecq e Hijos (EDH).

Com produção em Portugal (Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa e Alentejo), agora em quatro regiões de Espanha (Rioja, Rías Baixas, Rueda e Ribera del Duero), no Chile, Argentina e Nova Zelândia, num total de cinco origens e 12 regiões vitivinícolas, os vinhos ibéricos corresponderam a três quintos das vendas totais.

No caso das portuguesas, que dominam um portefólio composto por mais de 35 marcas próprias, enquanto a líder duriense Casa Ferreirinha cresceu 2% em termos homólogos, o Mateus caiu 4%. O tropeção conjunto nas insígnias de vinho do Porto superou os 10%, tal como (em euros) as que produz no chamado Novo Mundo: a argentina Finca Flichman, a chilena Viña Los Boldos e a nova-zelandesa Framingham.

Casa Ferreirinha igual vendas do Mateus

Em Portugal, tal como noutros quatro países em que também tem distribuição própria, o grupo que soma atualmente 1.200 trabalhadores (mais 50 do que no ano anterior), 19 adegas e 16 linhas de engarrafamento viu a distribuidora no mercado nacional, em que representa marcas de outros produtores, disparar quase 20%. Como é que isso aconteceu? “Por via de crescimento orgânico de marcas como Jack Daniels ou Gancia, [e] através da incorporação de novas marcas de vinhos e bebidas espirituosas no portefólio”, concretiza.

Já perspetivando o exercício de 2024, o grupo nortenho, que não respondeu às questões do ECO até à hora de publicação do artigo, sublinha no relatório que espera “manter o crescimento sustentado do negócio e, suportado na atual solidez financeira, procurar fontes adicionais de crescimento através da inovação, do desenvolvimento de novos canais ou através de projetos de aquisição estratégica”. Fortalecer a presença e relevância ibérica e acelerar a “premiumização” do portefólio são precisamente dois dos cinco pontos do plano estratégico a cinco anos que resolveu rever no final de 2023.

Os desafios que a empresa e a indústria do vinho enfrentam são também evidenciados neste documento. Vão além do atual contexto macroeconómico e exigem novas formas de alavancar a agilidade, a flexibilidade, a frugalidade e a eficiência ao longo de toda a cadeia de valor”. Vão desde as alterações climáticas às “mudanças significativas” ao nível da cadeia logística, passam pela “crescente consciencialização para a sustentabilidade” e regulamentação sobre o setor de bebidas alcoólicas, e terminam na transformação digital e na aceleração da inovação num setor tradicional.

Para equilibrar este exercício, no quadro das oportunidades aparece cada vez mais carregado o segmento do enoturismo, que no ano passado voltou a registar um recorde de vendas e EBITDA. Agora com um total de oito operações abertas ao público, incluindo as Caves da Sandeman e Porto Ferreira, em Vila Nova de Gaia; a Quinta do Seixo (Douro); ou o Mateus Hotel inaugurado no final do verão em Lisboa, no mesmo edifício do recém-inaugurado Independente-Bica, a unidade de negócios Grape Ideas contabilizou no ano passado um total de 250 mil visitantes de 20 nacionalidades.

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Prestação da casa desce até 25 euros em maio

Descida das taxas Euribor em abril vai levar a um alívio da prestação no próximo mês. Empréstimos de 150 mil euros poderão ter uma redução até 25 euros na mensalidade. Faça aqui as suas contas.

A prestação da casa vai voltar a descer no próximo mês. Os contratos cujas condições vão ser revistas em maio irão ter um alívio que poderá chegar aos 25 euros, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO. E desta vez quem tem a Euribor a 12 meses também vai ter um pequeno desagravamento da mensalidade que paga ao banco.

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 795 euros, menos 3,37 euros (-0,42%) relativamente à prestação que pagava desde fevereiro;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 790,63 euros, uma descida de 25,18 euros (-3,09%) em relação à prestação que pagava desde novembro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 778,32 euros, menos 4,06 euros (-0,52%) face à prestação que pagou no último ano.

Pode utilizar a calculadora do ECO disponibilizada no final do artigo para fazer as contas à sua prestação.

No caso da Euribor a 12 meses, trata-se da primeira descida da fatura mensal do empréstimo da casa desde janeiro de 2022, antes do início da guerra na Ucrânia e numa altura em que as taxas interbancárias já se encontravam em tendência de subida em antecipação ao aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação.

As Euribor são usadas no cálculo da prestação da casa nos contratos com taxa variável, que em Portugal representam 90% dos empréstimos da casa.

Estas taxas atingiram máximos de década e meia no ano passado por conta do esforço do BCE para combater as pressões inflacionistas. Estas pressões parecem estar agora controladas, colocando o banco central na iminência de começar a baixar as suas taxas de referência, possivelmente a partir do próximo verão. Perante esta perspetiva, as Euribor estão agora numa tendência de alívio, o que representa uma boa notícia para os bolsos das famílias.

A média das Euribor desceu em abril nos três principais prazos. No prazo a seis meses vai já no sexto mês seguido em queda, encontrando-se no valor mais baixo desde julho do ano passado. A média da Euribor a três meses desce há quatro meses e está no valor mais baixo desde outubro.

Tudo aponta para que as Euribor continuem a aliviar nos próximos tempos. Tudo dependerá do caminho da política monetária que o BCE decidir adotar. Entre julho de 2022 e setembro de 2023, o BCE aumentou as taxas em 450 pontos base, uma trajetória de subida que foi interrompida em setembro. A próxima reunião do conselho de governadores realiza-se a 6 de junho. Há cinco reuniões que deixam os juros inalterados.

O impacto da evolução das Euribor no valor da prestação da casa será maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. As famílias deviam ao banco em média 65.391 euros por conta do empréstimo da casa.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a mais ou a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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Galp abandona consórcio de baterias de lítio do PRR por não conseguir cumprir prazos

Após encontrar uma nova empresa líder, IAPMEI e Comité Coordenador das Agendas Mobilizadoras vão avaliar novamente o mérito do projeto.

A Galp abandonou a agenda mobilizadora no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinada a criar uma cadeia de valor de baterias de lítio em Portugal. A petrolífera, que era líder deste projeto, decidiu afastar-se por “incompatibilidade do cronograma de execução com os prazos exigidos”, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Coesão. Após encontrar uma nova empresa líder, IAPMEI e Comité Coordenador das Agendas mobilizadoras vão avaliar novamente o mérito deste projeto.

A Agenda CVB (Cadeia de Valor das Baterias em Portugal) visa criar de raiz, em Portugal, uma cadeia de valor de baterias, com a integração de atividades de mineração, refinação, montagem de baterias e circularidade de materiais, subprodutos e resíduos. Em causa estão cerca de 914 milhões de euros de investimento. Esta é uma das duas agendas que ainda não foram assinadas, de um universo de 53 agendas.

No início de março, a Comissão Europeia aprovou um novo regime de auxílios de Estado, que abriu a porta para que a agenda mobilizadora da Galp pudesse ser assinada, já que permitiu que algumas agendas tivessem um nível de apoio superior, sem que este fosse considerado uma ajuda de Estado.

Há muito que a Galp desejava obter um apoio mais avultado para a agenda que liderava. Chegou a ser feita “uma notificação à União Europeia para ver se os subsídios” podiam ser “ampliados”, como revelou o ministro da Economia, António Costa Silva, no Parlamento, em outubro do ano passado, já que o promotor considerava “que o apoio máximo passível de ser atribuído, à luz das regras existentes, não” era “atrativo”. Em causa estava um investimento de 660 milhões de euros, ao nível da refinação, que contava apenas com um incentivo de 11 milhões de euros do PRR.

Mas com o novo enquadramento ao abrigo do Temporary Crisis & Transition Framework (TCTF), a mina de lítio de Boticas pode beneficiar agora “de um aumento da intensidade de auxílio para 35% dos custos elegíveis, desde que o montante global do auxílio não exceda os 350 milhões de euros por empresa e por Estado-membro”, de acordo com a portaria publicada a 20 de março. Já a região de Setúbal, onde a Aurora prevê instalar a refinaria, continua limitada a um incentivo correspondente a 20% do capex (despesas de capital), com um limite de 200 milhões de euros, e nada garantia que o IAPMEI chegasse a esse teto, já que há um limite de incentivo que o Executivo decide atribuir a cada agenda, independente das regras de Bruxelas.

Mas, se tudo parecia a postos para que a agenda que ia criar uma cadeia de valor das baterias em Portugal fosse assinada, houve um novo revés. “Na primeira semana de vigência do atual Governo, a Petrogal, enquanto líder da agenda, informou da sua decisão de retirar a participação da Aurora Lith, decorrente da incompatibilidade do cronograma de execução com os prazos exigidos pelo PRR”, disse ao ECO, fonte oficial do Ministério tutelado por Manuel Castro Almeida, o ministro Adjunto que concentra a tutela dos fundos comunitários.

Na primeira semana de vigência do atual Governo, a Petrogal, enquanto líder da agenda, informou da sua decisão de retirar a participação da Aurora Lith, decorrente da incompatibilidade do cronograma de execução com os prazos exigidos pelo PRR.

Fonte oficial do Ministério da Coesão

A Aurora Lith nasce de uma parceria entre a Galp e a fabricante sueca de baterias elétricas Northvolt, e tem como objetivo construir uma refinaria em Setúbal para produzir anualmente até 35 mil toneladas de hidróxido de lítio, que pode ser usado para a produção de baterias.

“A decisão de saída deve-se ao facto do PRR contemplar apenas projetos que entrem em operação até ao final de 2026, enquanto o calendário de execução do projeto Aurora Lith prevê a sua entrada em operação em 2028”, detalhou ao ECO fonte oficial da Galp. “Nessa medida, a Aurora está a fazer o levantamento de outras linhas potenciais de incentivo ao projeto”, acrescentou a mesma fonte da petrolífera.

A decisão de saída deve-se ao facto do PRR contemplar apenas projetos que entrem em operação até ao final de 2026, enquanto o calendário de execução do projeto Aurora Lith prevê a sua entrada em operação em 2028.

Fonte oficial da Galp

O contrato, que ainda não estava assinado, está agora “numa fase de restruturação”, e “após a substituição da empresa líder”, ou seja, a Galp, “será submetida ao parecer do IAPMEI e do Comité Coordenador das Agendas (CCA) a nova constituição do consórcio, para determinação do seu mérito”, explicou a mesma fonte oficial do Ministério da Coesão.

O facto de a Galp abandonar esta agenda (e a sua liderança), porque todas as suas atividades estavam relacionadas com os trabalhos desenvolvidos pela Aurora, não significa que a mesma cai por terra, embora exista esse risco, nem que a Aurora tenha deixado de estar interessada em instalar uma refinaria de lítio em Portugal, apurou o ECO.

Esta agenda está divida em vários projetos assegurados por diferentes promotores: o de mineração, onde está a Savannah; o de refinação dos concentrados, que era assegurado pela Aurora; um outro projeto que pretende produzir baterias de armazenamento; e um quarto em torno da economia circular e da reciclagem de baterias. Ora a agenda prossegue, mas sem o pilar da refinação, sendo que a Galp está a tentar acompanhar ainda os trabalhos para ajudar a assegurar a viabilidade da mesma, apurou o ECO. A Galp tinha técnicos alocados à investigação na área da refinação e estava responsável pela instalação de painéis solares da Aurora.

O projeto da Aurora Lith ter-se-á revelado mais “complexo” e “tecnologicamente mais inovador” do que o inicialmente previsto, o que impediria que o horizonte temporal de 2026 fosse cumprido. O projeto foi sofrendo alterações ao nível da inovação e da sustentabilidade, como novas soluções para tratar os subprodutos da unidade de produção, tem mais capacidade, o nível de investimento também aumentou e, ainda consequência da pandemia, as encomendas de equipamentos para a refinaria sofreram atrasos grandes. Por isso, a entrada em produção só deverá acontecer em 2028. Caso a Galp assinasse o contrato desta agenda, perante o incumprimento dos prazos seria forçada a devolver mais à frente os adiantamentos recebidos.

Ora, a opção foi retirar o projeto do PRR e procurar outro tipo de financiamento, porque a produção de hidróxido de lítio não é competitiva sem apoios, consideram os seus promotores, até porque os concorrentes diretos os recebem, como é o caso da sueca Northvolt, nos Estados Unidos. Em cima da mesa pode estar uma candidatura, por exemplo, ao fundo europeu de inovação, que até atribui um apoio de 60% dos custos relevantes do projeto, já que não se trata de auxílio de Estados, mas todos os projetos europeus concorrem em pé de igualdade, o que eleva a fasquia da dificuldade e é necessário que se abra um concurso para se apresentar a candidatura.

Sendo o objetivo manter o projeto em Portugal, ao que o ECO apurou, a Galp e a Aurora estarão atentas a todas as possíveis oportunidades de financiamento nacionais e europeias.

Agenda Drivolution para breve

Outra das agendas que continua por assinar é a Drivolution, que tem como objetivo promover a criação de um modelo de Fábrica do Futuro. A Autoeuropa foi obrigada a sair do consórcio, que agregava cerca de 20 empresas e 20 organismos do sistema científico e tecnológico, por não cumprir regras ambientais, como avançou o Público em janeiro. Desde então estão a ser feitos ajustes à agenda, que passam pela alteração do líder do consórcio, sendo que o Executivo tem a expectativa de que o processo seja concluído a “curto prazo”.

“Sobre a Agenda Drivolution, foi formalizada a saída da Autoeuropa, ainda durante o mandato do anterior Governo, cuja alteração já foi aprovada pelo Comité Coordenador das Agendas (CCA) e o BI(IAPMEI), estando a proceder-se ao ajuste da decisão da agenda”, explicou fonte oficial do Ministério da Coesão, ao ECO.

“A reformulação passa pela alteração do líder do consórcio, com a Faurecia EDA a assumir o papel de líder”, acrescenta a mesma fonte. A Faurecia EDA, faz a estofagem de assentos de automóveis, pertence ao Grupo Faurecia que fornece, por exemplo, parte do tablier do T-Roc e produz sistemas de escape. A Faurecia fundiu-se com a alemã Hella e deu origem a um novo gigante de componentes automóveis – a Forvia – e emprega mais de quatro mil pessoas.

Esta agenda de 168 milhões (dos quais 23 milhões eram assegurados pelo PRR) está a ser reanalisada, “prevendo-se que esta fase do processo seja concluída a curto prazo”, avança fonte oficial do Ministério da Coesão.

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“Grupo Zurich tem pressa de crescer no ranking e em relevância em Portugal”

Jorge Pinto, Head of Sales and Distribution em Portugal, explica como a Zurich está a mudar para crescer acima do mercado e como olha para aquisições. A gestão Westerlind é veloz e a ambição é muita.

A Zurich está em mudança acelerada em Portugal. Helene Westerlind, a CEO que está em Portugal há menos de dois anos, quer fazer os negócios crescer, quer mais comunicação, quer uma companhia que seja só front office, virada para o exterior. O objetivo é subir no ranking dos maiores grupos seguradores em Portugal, a companhia suíça foi a 6.ª em 2023, com cerca de 5% de quota de mercado e prémios emitidos de 574 milhões de euros.

Jorge Duarte Pinto, diretor de Vendas e Distribuição da Zurich Portugal, em entrevista ao ECO Seguros - 24ABR24
Jorge Pinto, Head of Sales and Distribution Zurich Portugal: “Continuo a ser confrontado com a imagem de a Zurich ser uma companhia de elite. Quando olhamos para a nossa carteira percebemos que não é nada disso”.Hugo Amaral/ECO

Com 90% da sua faturação dependendo de agentes e 50% do ramo automóvel, era preciso mudar o paradigma para crescer, diz Jorge Pinto, Head of Sales and Distribution Zurich Portugal desde agosto de 2021, depois de 20 anos na Tranquilidade, explicou a ECOseguros as mudanças e os primeiros resultados que se estão a produzir.

“No primeiro trimestre deste ano, crescemos acima do mercado, que era uma das nossas missões, mudámos muito o modelo de subscrição”, começa por dizer Jorge Pinto. “Na nossa carteira temos exposição grande no ramo automóvel, cerca de 50% e quisemos mudar muito esse modelo. No ano passado já crescemos muito no segmento de pequenas e médias empresas”. O gestor disse que foram criadas cinco atividades preferenciais e, assim, já começaram a investir nos setores de produtos alimentares, turismo, serviços, produtos de uso pessoal e veículos. No ano passado – afirma – a Zurich cresceu 25% em número de clientes nessas novas áreas preferenciais. “Somos muito uma companhia de clientes particulares, mas queremos investir em empresas e no ano passado fizemos com elas mais 3 milhões de euros em prémios e mais duas mil apólices”.

No primeiro trimestre de 2023, “crescemos em empresas 15%, aqui por um efeito de aumento de volume, e em particulares aumentámos 8% em termos de novos e de continuados e, neste segmento, o efeito preço foi importante”. Define o objetivo no triénio até 2026 num crescimento de dois dígitos, acima do mercado e “contamos muito com o segmento empresas para concretizar esse crescimento”.

Nós aproveitámos agora, estamos a trabalhar com a Médis e o nosso crescimento em seguros de saúde no mercado no primeiro trimestre atingiu os 50%, muito acima do mercado

Em todo este crescimento, a Zurich só no ano passado começou a dar mais importância aos seguros de Saúde. “Nós aproveitámos agora, estamos a trabalhar com a Médis e “o nosso crescimento no mercado no primeiro trimestre atingiu os 50%, muito acima do mercado. Percebeu-se de há 2 anos para cá, que os seguros de saúde são de facto produtos de consumo em que os preços estavam muito baixos. A nível de novas apólices estamos mais ativos e essa venda cruzada nas empresas é importante para nós”.

Com o ramo automóvel a pesar 50% na carteira, a Zurich precisou de enfrentar a situação: “No mercado nacional percebemos que a pressão do ano passado no ramo automóvel foi muito grande, as companhias perderam dinheiro neste segmento”, revela Jorge Pinto. “Os custos médios aumentaram muito, para níveis anteriores ao confinamento, enquanto julgávamos que após a Covid, com o trabalho híbrido e menor circulação, a sinistralidade ia abrandar relativamente a 2019. Mas não, piorou quer em termos de frequência, quer em termos de severidade”, diz.

Ramo Vida vira agulha para unit link

A Zurich é uma companhia de agentes. “Sempre fomos”, confirma Jorge Pinto, “90% da nossa carteira está nivelada pelos agentes, temos uma força muito profissional e no ramo Vida vendemos por agentes e através do Abanca que está a a comercializar seguros ligados ao crédito à habitação, mas neste momento estamos a investir tanto em parcerias, como na banca, como em agentes”.

Em relação a seguros financeiros também há novidades. “Tivemos produtos até ao ano passado. Vendíamos através dos CTT, mas esse canal acabou quando a Generali entrou no capital dos CTT”. No entanto Jorge Pinto afirma que continuam a trabalhar a nível de financeiro, “estamos a trabalhar através de parcerias, o mercado reconhecia-nos fortes em produtos de capital garantido, mas com as baixas taxas de juros precisamos, em 2020, de interromper estes produtos”, afirma.

No entanto, a aposta neste campo mudou. “Neste novo modelo estamos a treinar agentes e especializar agentes na comercialização de produtos unit link ou seja, produtos estruturados, porque percebemos que a qualquer momento o mercado pode nos criar condições para não conseguirmos vender produtos financeiros com taxa garantida”. A parceria com o Abanca teoricamente melhorou a capacidade de venda com a aquisição do Eurobic, mas a nível financeiro o banco trabalha com os produtos próprios.

Reorganização profunda da estrutura comercial

“Percebemos, de uma forma muito clara, que teríamos que mudar o paradigma e em janeiro deste ano fizemos uma alteração em toda a estrutura comercial”, refere Jorge Pinto. Explica que agora a estrutura comercial está assente em três direções – agentes, corretores e parcerias -, sendo que a direção de agentes divide-se em três regiões. A partir daí desdobram-se e segmento agentes, corretores e parcerias. especialistas em retalho a trabalhar com brokers, elites de super-produtores em vida risco e super-produtores em seguros financeiros e um interlocutor técnico para as direções regionais. “Assim, as dores dos técnicos podem ser partilhadas com os comerciais e vice-versa”. Também especialistas em seguros de Vida e Saúde terão duplo reporte às respetivas estruturas.

Interessam-nos agentes preferenciais, não agentes exclusivos. Somos uma companhia generalista, mas há certo tipo de negócio que não nos interessa e nós não queremos ter aqui parceiros amarrados”

O grande objetivo é a redução do time to market de produtos e respostas, ou seja, um fluxo rápido, efetivo e um poder de resposta “muito talentoso com pessoas altamente especialistas”. “E esta também é uma forma de desafio à nossa própria rede comercial e aos agentes, para uma envolvência de produtos mais elaborados, porque nós não queremos perder tempo de resposta em negócios de baixo valor”. afirma.

Em relação a parcerias, para além da Abanca, a Zurich está a trabalhar “com a JAP, com a Decisões & Soluções para formar uma parceria muito mais alargada, também com a insurtech Mudey, com o Dr. Finanças, ou seja, estamos a trabalhar com uma série de parceiros que não estávamos trabalhar até aqui”.

800 agentes preferenciais, não exclusivos

Apesar de uma forte aposta na expansão da rede comercial, a Zurich continua a contar com uma rede de agentes visível em 600 lojas por todo o país. “Interessam-nos agentes preferenciais, não agentes exclusivos”, afirma Jorge Pinto. “Somos uma companhia generalista, mas há certo tipo de negócio que não nos interessa e nós não queremos ter aqui parceiros amarrados”, acrescentando que por serem preferenciais “trazem num primeiro nível um negócio à Zurich, se a Zurich analisa e não quer, eles têm opções”.

Jorge Pinto considera que a consolidação no setor leva a perda de personalização, que é “o patamar onde estamos”. Assim não vê ameaça, “temos neste momento a Fidelidade que é fusão de 4 companhias, a Generali é fusão de 5 e quem tinha mais parcerias eram a Tranquilidade e a Liberty. Com a fusão destas, os mediadores perderam uma opção e que nós queremos entrar nessas opções”.

O gestor considera que a companhia tem investido muito nos medidores “Este ano vamos colocar mais 100 mupis digitais nos agentes, depois de já termos colocado em 75 nos nossos agentes principais, identificando as lojas com a nossa imagem”, revelando ainda que estão num processo de criação de um branding para a rede adotar.

Temos que ser mais ambiciosos em termos de dimensão em Portugal. E temos essa ambição. Precisamos crescer organicamente acima do mercado para ocupar uma posição muito mais relevante.

E a recente campanha publicitária “seguros a favor…” (e não contra) também apoiou essa rede. “A imagem da Zurich é muito forte e tem de estar mais na rua, aquela campanha não foi um fogacho, vai continuar”, afirma o gestor. Para Jorge Pinto a Zurich vai além da imagem tradicional. “Há imagem antiga, conservadora, responsável e séria e, em cada ano que passa, temos uma imagem mais jovem, de evolução, de rapidez, de execução, de agilidade de serviço”. No entanto, o gestor continua a ser confrontado com a imagem de uma companhia de elite e “quando olhamos para a nossa carteira percebemos que não é nada disso”, conclui neste ponto.

Canal direto não vingou no mercado português

“O canal direto em Portugal não vingou e representa 6% do mercado” afirma Jorge Pinto, acrescentando que acredita que o seguro automóvel, ou outros produtos mais basilares, podem ser vendidos online. Avança que “em 2030 estima-se que, se calhar, 30% dos carros vão ser vendidos online”, é provável que os seguros o sigam. Se esse tipo de seguro vai ser vendido mais online, Jorge Pinto acredita que um produto como saúde, vida, Responsabilidade Civil ou produtos mais especializados é necessário um acompanhamento que a nossa rede pode dar”.

Tecnologicamente, Jorge Pinto é adepto do MyZurich, sistema informático que liga a companhias à rede de agentes. E ainda da ferramenta Zurich4You que liga os clientes à Zurich com informação ao agente que o captou. “O cliente tem acesso direto, mas por defeito, está um parceiro, explica Jorge Pinto. “Isto vai trazer muitos clientes que estão no mundo digital e têm fácil acesso a fazer o seguro. O nosso parceiro vai estar a ganhar porque estamos a pagar a comissão e vai fazer negócio no mundo virtual, para o qual não tem capacidade de agir com uma ferramenta destas”.

Para Jorge Pinto a casa-mãe Zurich, como um grande grupo segurador tem a noção clara que “temos que ser mais ambiciosos em termos dimensão em Portugal. E temos essa ambição. Precisamos crescer organicamente acima do mercado para ocupar uma posição muito mais relevante. Temos também de perceber oportunidades de aquisição de seguradoras, isso envolve a casa-mãe, mas estamos sempre atentos”, conclui.

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Câmara de Lisboa permite candidaturas à renda acessível a quem ganha até 2.037 euros

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

"De acordo com estes parâmetros, dos agregados candidatos, apenas 3% não são elegíveis", revelou a vereadora da Habitação, Filipa Roseta.

A Câmara de Lisboa decidiu esta segunda-feira que os concursos ao Programa de Renda Acessível se destinam a quem tem um rendimento médio mensal inferior a quatro vezes o indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja, até 2.037,04 euros. “De acordo com estes parâmetros, dos agregados candidatos, apenas 3% não são elegíveis”, revelou a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), em resposta à agência Lusa.

A proposta prevê um aditamento ao Regulamento Municipal do Direito à Habitação, determinando que “os concursos ao Programa de Renda Acessível, promovidos nos termos deste regulamento e cujas bolsas sejam constituídas por frações financiadas pelo Programa de Recuperação e Resiliência – PRR ou 1.º Direito, o rendimento médio mensal da pessoa ou agregado habitacional tem de ser inferior a quatro vezes o IAS”.

Este ano, o IAS subiu para 509,26 euros, quando em 2023 se fixava em 480,43 euros. Em reunião privada, a proposta subscrita pela vereadora da Habitação foi aprovada por maioria, com duas abstenções do PCP e 15 votos a favor, nomeadamente sete da liderança PSD/CDS-PP, três do PS, três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do BE e um do Livre.

A alteração agora introduzida permite maximizar a captação de financiamento de todo o investimento que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a fazer em habitação até 2028 através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU)”, indicou a vereadora da Habitação. Filipa Roseta considerou que o investimento nesta área é “uma ambição inédita para a habitação em Portugal, só parcialmente comparável com a ambição do PER – Programa Especial de Realojamento, de 1993”.

A responsável pelo pelouro da Habitação disse ainda que a CML está “a investir muito na reabilitação de frações e na construção nova de edifícios”, que serão integrados em programas de renda acessível e, para que possam ser elegíveis para financiamento pelo PRR/1.ºDireito, é necessário adequar o rendimento global do agregado aos valores permitidos.

Esta atualização incide sobre os limites mínimo e máximo do rendimento global dos agregados que se candidatam ao Programa de Renda Acessível, em que o rendimento médio mensal da pessoa ou do agregado tem de ser inferior a quatro vezes o IAS, ou seja, até 2.037,04 euros.

Por unanimidade, a CML aprovou o lançamento de concursos do Programa de Renda Acessível (PRA) na freguesia de Benfica “até perfazer a totalidade das habitações adquiridas, construídas ou reabilitadas pela junta de freguesia ao abrigo do PRR”, determinando que os concursos se regem pelo Regulamento Municipal de Acesso à Habitação (RMDH).

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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Mais de 428 mil utentes pediram autodeclaração de doença

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

Dos mais de 428 mil pedidos, 246 mil foram feitos por mulheres e mais de 181 mil por homens, indicam os dados.

Cerca de 1.180 utentes recorreram, em média, por dia ao SNS24 para pedir uma baixa de curta duração por doença, totalizando mais de 428 mil pedidos num ano, segundo dados oficiais avançados esta segunda-feira à agência Lusa.

Dos mais de 428 mil pedidos, 246 mil foram feitos por mulheres e mais de 181 mil por homens, precisam os dados, adiantando que “em ambos os géneros, o grupo etário com maior número de solicitações situa-se entre os 19 e os 44 anos, seguindo-se a faixa etária entre os 45 e os 64 anos”, adiantam os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Lisboa e Vale do Tejo é a região com mais pedidos, ascendendo a 147 mil, seguida da região Norte com mais de 144 mil e a região Centro com 49 mil. Os meses com maior número de pedidos foram dezembro (54.606) e janeiro (61.260), precisam os dados avançados à Lusa a propósito da entrada em vigor há um ano, em 1 de maio, do projeto de Auto Declaração de Doença (ADD) através do SNS24.

Em fevereiro registou-se uma acentuada descida, para metade e, desde então, tem-se verificado uma estabilização dos pedidos. Em março foram emitidas 36.489″ baixas, referem os SPMS. A aplicação SNS24 é o meio mais utilizado, com cerca de 60% dos pedidos, seguindo-se a área pessoal do Portal SNS24.

A autodeclaração da doença pode ser requerida por qualquer trabalhador na área pessoal do Portal SNS24, na aplicação SNS24 ou na Linha SNS24 (808 24 24 24) e permite justificar a ausência ao trabalho nos primeiros três dias de doença, não havendo lugar ao pagamento de retribuição por parte da entidade patronal. Cada cidadão pode solicitar duas baixas de curta duração por ano, se estiver doente, por sua responsabilidade, justificando assim as faltas ao trabalho.

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17 partidos e coligações concorrem às Europeias de 9 de junho

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

Terminado o prazo de apresentação de candidaturas, o Tribunal Constitucional (TC) irá fazer, esta terça-feira, o sorteio das listas, para lhes atribuir uma ordem no boletim de voto.

Um total de 17 partidos e coligações concorre às eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho, o mesmo número que em 2019, só havendo quatro forças partidárias reconhecidas pelo Tribunal Constitucional que não irão a votos. De acordo com as listas hoje afixadas no Tribunal Constitucional (TC), concorrem às eleições europeias de 9 de junho a Aliança Democrática (coligação composta pelo PSD, CDS e PPM), PS, Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, CDU (coligação PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.

No total, são duas coligações (AD e CDU) e 15 partidos. Dos 24 partidos reconhecidos pelo Tribunal Constitucional, só quatro não vão a votos: Aliança, PCTP/MRPP, Juntos Pelo Povo (JPP) e (A)TUA (antigo PURP). No que se refere à candidatura do MAS, o Tribunal Constitucional emitiu um acórdão em que se lê que foram apresentadas duas listas em nome do partido.

Nesse acórdão, o TC sublinha que a apresentação de candidaturas “cabe aos órgãos competentes dos partidos políticos” e refere que só aceitou a lista submetida pelo mandatário João Carlos de Gouveia Pascoal, sem especificar o nome de quem apresentou a outra lista. A lista da AD é encabeçada pelo antigo jornalista e comentador televisivo Sebastião Bugalho, seguido do vice-presidente do PSD Paulo Cunha, enquanto a do PS é liderada pela ex-ministra da Saúde Marta Temido e tem como número dois o ex-líder parlamentar socialista Francisco Assis.

O Chega aposta no diplomata Tânger Correia como número um, enquanto a Iniciativa Liberal escolheu o seu antigo presidente João Cotrim Figueiredo como cabeça de lista. Também o Bloco de Esquerda apostou num ex-líder para encabeçar a sua candidatura às europeias, apresentando Catarina Martins.

A CDU (coligação integrada pelo PCP e pelo PEV), apostou no antigo líder parlamentar João Oliveira como cabeça de lista e o Livre no investigador Francisco Paupério, que concorrerá pela primeira vez a eleições. Já o número um do PAN às europeias é o dirigente do partido Pedro Fidalgo Marques.

Terminado o prazo de apresentação de candidaturas, o Tribunal Constitucional (TC) irá fazer, esta terça-feira, o sorteio das listas, para lhes atribuir uma ordem no boletim de voto. Às últimas eleições europeias, em 2019, tinham concorrido 17 partidos e coligações, o maior número de sempre neste tipo de sufrágio, equivalente ao deste ano.

O PS ganhou as eleições, com 33,38%, elegendo nove eurodeputados. O PSD ficou em segundo, obtendo seis mandatos, seguido do BE e CDU, ambos com dois eurodeputados, e do CDS e PAN, que elegeram os dois um representante.

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PS quer audição urgente de Ana Jorge e ministra sobre exonerações na Santa Casa

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

O PS refere que a situação da SCML "tem sido alvo de escrutínio por parte da Assembleia da República". IL também quer ouvir a ministra Maria do Rosário Palma Ramalho.

O PS vai requerer a audição parlamentar urgente de Ana Jorge e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para explicar a decisão do Governo, conhecida esta segunda-feira, de exonerar a administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Também a Iniciativa Liberal quer ouvir no parlamento “com caráter de urgência” a ministra.

De acordo com fonte oficial socialista, estes pedidos de audição serão feitos com caráter de urgência, sendo o objetivo do PS que sejam prestados todos os esclarecimento no parlamento sobre esta decisão de exonerar a administração da instituição com efeitos imediatos. A administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi exonerada “com efeitos imediatos”, anunciou o Governo, justificando a decisão por a equipa “se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição”.

No requerimento do PS a que a agência Lusa teve acesso, o grupo parlamentar refere que a situação da SCML “tem sido alvo de escrutínio por parte da Assembleia da República”, dando como exemplos as audições em comissão parlamentar em “diferentes momentos, quer dos responsáveis pela gestão da instituição quer da sua tutela política”. “No mesmo sentido, a instituição tem sido objeto recorrente de notícia em momentos diversos, que abarcam, por exemplo, o pedido de auditoria forense ordenado pelo anterior Executivo ou, mais recentemente, a demissão da vice-provedora da instituição”, acrescenta.

A notícia da exoneração, aponta o PS, “surge no mesmo dia em que o jornal Público refere que as receitas abaixo do orçamentado no primeiro trimestre do ano levam o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, agora liderado por Maria do Rosário Palma Ramalho, a exigir um plano de reestruturação urgente, pelo que esta decisão carece de ser explicada, dado que se corre o risco de potenciar instabilidade na instituição, com consequências potencialmente gravosas, num momento importante para o futuro da SCML”.

“Assim, face às notícias hoje veiculadas, tendo em conta a complexidade da situação, a decisão radical e inusitada tomada pelo atual Governo, e o facto de terem sido ouvidos, em diferentes momentos, os responsáveis pela gestão da tutela política, vem o Grupo Parlamentar do Partido Socialista requerer, ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais, a audição, com caráter de urgência, da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e da até agora Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge”, concretiza.

A Iniciativa Liberal também avançou, entretanto, que quer ouvir no parlamento “com caráter de urgência” a ministra, devido ao “quadro financeiro” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e à “necessidade de uma profunda reestruturação” da instituição.

A chamada ao parlamento de Maria do Rosário Palma Ramalho será votada na quinta-feira e a Iniciativa Liberal afirmou, em comunicado, que espera “que não se verifique um novo entendimento entre PS e PSD para bloquear o apuramento da verdade, não descartando, por isso, recorrer a todos os meios ao seu dispor para que todos os esclarecimentos devidos sejam prestados”.

Este pedido de audição deve-se ao quadro financeiro em que a SCML se encontra, em parte devido à exposição à internacionalização dos jogos, ao conjunto de contradições que têm sido veiculadas por diferentes responsáveis, antigos e atuais, da instituição relativos a investimentos feitos pela SCML, bem como à necessidade de uma profunda reestruturação que a própria governante exigiu à provedora agora exonerada”, explicam os Liberais em comunicado.

O partido acrescenta que o pedido se soma a outros para ouvir no mesmo âmbito sete outras personalidades, entre as quais a ex-ministra da tutela Ana Mendes Godinho, a provedora exonerada Ana Jorge e o seu antecessor no cargo Edmundo Martinho.

A SCML era atualmente dirigida pela ex-ministra da Saúde socialista Ana Jorge, que exercia funções de provedora há cerca de um ano, sendo a restante Mesa da SCML constituída por uma vice-provedora e quatro vogais. “Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”, justificou o executivo em comunicado.

(Notícia atualizada às 21h09 com o comunicado da IL)

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Lucro da Ibersol afunda mais de 90% para 15,4 milhões de euros em 2023

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

“O crescimento robusto da atividade permitiu mitigar o impacto na estrutura de custos provocado pela desaceleração do consumo”, indica a empresa.

A Ibersol, dona de marcas como a KFC e Pizza Hut, totalizou 15,4 milhões de euros de lucro em 2023, uma descida de mais de 90% em comparação com o ano anterior, foi hoje comunicado ao mercado.

Segundo informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em 2022, o lucro da empresa tinha sido de 159,9 milhões de euros, verificando-se assim uma quebra de 90,4%. “O crescimento robusto da atividade permitiu mitigar o impacto na estrutura de custos provocado pela desaceleração do consumo”, apontou.

A Ibersol sublinhou ainda que os resultados operacionais foram impactados pelo “período inicial” dos novos contratos de concessão para os aeroportos em Espanha. O lucro das operações continuadas recuou, no acumulado do ano, 12,5% para 14,6 milhões de euros.

Em 2023, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da Ibersol fixou-se em 74 milhões de euros, acima dos 61 milhões de euros contabilizados em 2022. Por sua vez, o volume de negócios cresceu 17,6%, no período em análise, passando de 356 milhões de euros para 418 milhões de euros.

As despesas com o pessoal agravaram-se em 20,8% para 127 milhões de euros. Já o custo associado às vendas atingiu 100 milhões de euros, acima dos 88 milhões de euros de 2022.

No ano passado, o investimento do grupo ficou em 33 milhões de euros, quando em 2022 tinha sido de 44 milhões de euros. O grupo Ibersol tem mais de 7.600 trabalhadores. Além da KFC e Pizza Hut, a Ibersol detém marcas como a Pans & Company, a Taco Bell e a Miit.

Na sessão desta segunda da bolsa, as ações da Ibersol avançaram 1,69% para 7,24 euros.

 

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Proteção Civil deve mais de meio milhão de euros aos bombeiros

  • Lusa
  • 29 Abril 2024

"Até este momento já vai em 620 mil euros", disse o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, frisando que a dívida é capaz de "chegar ao milhão de euros".

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) alertou esta segunda-feira que a Proteção Civil deve mais de meio milhão de euros às corporações de bombeiros, uma dívida referente ao dispositivo de combate a incêndios florestais de vários anos.

O presidente da LBP, António Nunes, avançou à Lusa que a Liga questionou as associações humanitárias de bombeiros voluntários sobre qual o montante em dívida da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR). “Até este momento já vai em 620 mil euros”, disse António Nunes, frisando que a dívida é capaz de “chegar ao milhão de euros”, uma vez que ainda não responderam todas as corporações de bombeiros.

Segundo a LBP, estas dívidas no âmbito do DECIR são sobretudo de 2022 e 2023, mas há também algumas que são desde 2019. António Nunes explicou que “são despesas extraordinárias que devem ser pagas e que têm a ver com as despesas apresentadas pelos corpos de bombeiros e que a ANEPC não pagou”, estando relacionadas essencialmente com materiais estragados e reparação de viaturas.

“As dívidas são muito variadas, mas não são despesas correntes”, afirmou, frisando que a LBP está a alertar agora para esta situação, uma vez que faltam 15 dias para o primeiro reforço de meios de combate a incêndios no âmbito do DECIR. “Acho que é muito mau que alguém comece mais uma época de fogos a pedir um esforço suplementar às associações, aos corpos de bombeiros e aos bombeiros, sem liquidar as despesas de anos anteriores”, realçou.

O presidente da LBP disse ainda esperar que o novo Governo dê orientações mais precisas à ANEPC “para cumprir com os compromissos”. A agência Lusa contactou a ANEPC sobre estas dívidas, mas até ao momento não obteve resposta.

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