“Não há risco absolutamente nenhum” de Passos substituir Montenegro, diz Hugo Soares

  • ECO
  • 11 Abril 2024

Hugo Soares defende ainda que é "possível convencer todos" os partidos a votar a favor do próximo OE e chama "a atenção para a responsabilidade especial do PS por ser o maior partido da oposição".

O líder parlamentar do PSD considera que é uma “efabulação” a tese de Pedro Passos Coelho estar a fazer ‘sombra’ a Luís Montenegro, sublinhando, em entrevista conjunta ao Público (acesso condicionado) e Rádio Renascença (acesso livre), que “não há risco absolutamente nenhum de o país mudar de primeiro-ministro, nem o PSD de liderança”.

Hugo Soares defende ainda que é “possível convencer todos” os partidos a votar a favor do próximo Orçamento de Estado, insistindo que os social-democratas estão abertos ao diálogo. Mas chama “a atenção para a responsabilidade especial do PS por ser o maior partido da oposição e pelos deveres históricos que tem”.

O líder da bancada do PSD adianta ainda que o partido “será contra” a comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras proposta pelo Chega, mas recusa “liminarmente” a ideia de que o faz para proteger o Presidente da República. Assim como rejeita a sugestão que o PS é contra para proteger membros do Governo socialista. Para Hugo Soares Marcelo “não precisa que ninguém o proteja”. “Se ela vier a acontecer, o PSD participará nos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito”, remata.

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EDP vai pagar dividendo de 0,195 euros a 8 de maio

Dividendo de 0,195 euros por ação corresponde a um payout ratio de 63%, e representa a primeira subida da remuneração aos acionistas desde 2017.

Os acionistas da EDP aprovaram quarta-feira, em assembleia-geral, o pagamento de um dividendo bruto de 0,195 euros por ação relativo a 2023, tal como o ECO avançou. Em comunicado ao mercado, a empresa revela ainda que o pagamento será feito a 8 de maio.

“Informa-se que a assembleia-geral anual da EDP, realizada a 10 de abril, aprovou a proposta do conselho de administração executivo de aplicação de resultados relativos ao exercício de 2023, tendo determinado a distribuição de um dividendo bruto de 0,195 euros por cada ação”, lê-se na nota publicada na CMVM. “Os dividendos estarão a pagamento a partir do dia 8 de maio de 2024”, acrescenta a mesma nota.

Mas, como os dividendos das empresas estão sujeitos a tributação em sede de IRS e IRC, este valor bruto de 0,195 euros na verdade representa 0,14 euros líquidos para as pessoas singulares, depois de aplicada a taxa de 28%, e de 0,146 euros por ação no caso das empresas, após a tributação de 25%.

O dividendo de 0,195 euros por ação corresponde a um payout ratio de 63%, e representa a primeira subida da remuneração aos acionistas desde 2017. Até agora, a elétrica distribuiu sempre um dividendo bruto com o mesmo valor: 0,19 euros.

Na assembleia-geral os acionistas aprovaram todos os pontos na agenda, incluindo a composição do novo conselho geral e de supervisão liderado por António Lobo Xavier, a recondução de Miguel Stilwell de Andrade como CEO, tal como o ECO avançou.

Esta manhã a EDP segue a valorizar 1,21%, sendo a segunda cotada com melhor desempenho.

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Banco de Portugal com prejuízo operacional superior a mil milhões

  • ECO
  • 11 Abril 2024

A almofada para riscos gerais da entidade liderada por Mário Centeno recuou para 2.858 milhões de euros no ano passado. Já o resultado antes de impostos foi nulo.

O Banco de Portugal (BdP) fechou o ano passado com um prejuízo operacional, antes de provisões e impostos, de 1.054 milhões de euros, o que representa uma queda a pique face aos 668 milhões positivos registados em 2022, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

De acordo com o mesmo jornal, a almofada para riscos gerais da entidade liderada por Mário Centeno recuou para 2.858 milhões de euros no ano passado. Já o resultado antes de impostos, que em 2023 foi nulo graças ao uso da provisão, atingiu em 2022 os 433 milhões de euros.

Os resultados de 2023 são explicados, sobretudo, pela redução da margem de juros, que funciona em sentido oposto ao das instituições comerciais, isto é, quando os juros do Banco Central Europeu (BCE) sobem, o custo do Eurosistema com a remuneração dos depósitos nele estacionados pela banca também sobe. Questionado pelo Jornal de Negócios, o supervisor preferiu não comentar.

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Hoje nas notícias: Banco de Portugal, Passos e aviões

  • ECO
  • 11 Abril 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Supervisor da banca registou um prejuízo operacional, antes de provisões e impostos, de 1.054 milhões de euros em 2023. O líder parlamentar do PSD garante que “não há risco absolutamente nenhum” de Passos substituir Montenegro. A marcar o dia está ainda a notícia de que a frota mundial de aviões comerciais vai crescer 28% nos próximos dez anos. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta quinta-feira.

Banco de Portugal com prejuízo operacional superior a mil milhões

O Banco de Portugal (BdP) fechou o ano passado com um prejuízo operacional, antes de provisões e impostos, de 1.054 milhões de euros, o que representa uma queda a pique face aos quase 700 milhões positivos registados em 2022. A evolução é explicada, sobretudo, pela redução da margem de juros, que funciona em sentido oposto ao das instituições comerciais.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

“Não há risco absolutamente nenhum” de Passos substituir Montenegro, diz Hugo Soares

O líder parlamentar do PSD considera que é uma “efabulação” a tese de Pedro Passos Coelho estar a fazer sombra a Luís Montenegro, sublinhando que “não há risco absolutamente nenhum de o país mudar de primeiro-ministro, nem o PSD de liderança”. Hugo Soares recusa ainda “liminarmente” a ideia de que o PS não quer uma comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras para proteger membros do Governo socialista e o PSD para proteger o Presidente da República, defendendo que Marcelo “não precisa que ninguém o proteja”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)/ Rádio Renascença (acesso livre).

Frota de aviões comerciais vai crescer 28% nos próximos dez anos

A frota mundial de aviões comerciais vai crescer 28% nos próximos dez anos, com especial incidência na Índia e na China, que em 2034 será a região mundial com a segunda maior frota, atrás dos Estados Unidos, de acordo com relatório Global Fleet & MRO Market Forecast 2024-2034, da consultora Oliver Wyman.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso livre)

Advogados denunciam que PSP os impede de atender estrangeiros no aeroporto

Advogados ouvidos pelo Diário de Notícias relatam “uma postura muito mais autoritária” da PSP face ao que o “SEF tinha”, impedindo-os de contactar com cidadãos cuja entrada em Portugal foi recusada. A PSP garante que os procedimentos operacionais e administrativos “em nada diferem” dos realizados pelo anterior organismo.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

PJ foi à sede do PSD pedir documentos da campanha interna de Miguel Pinto Luz

Dois inspetores da Polícia Judiciária foram na quarta-feira à sede nacional do PSD, na sequência das buscas realizadas na Câmara Municipal de Cascais. Ao Observador, fonte dos social-democratas garantiu que não se tratou de uma busca judicial e que o secretário-geral adjunto Ricardo Carvalho disponibilizou a documentação pedida, nomeadamente as contas internas da campanha interna de Pinto Luz e o regulamento do congresso que se realizou a seguir às eleições, cujo vencedor foi Rui Rio.

Leia a notícia completa no Observador (acesso condicionado)

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ISDIN celebra 10 anos como fotoprotector oficial do Troféu de Ténis Conde de Godó

  • Servimedia
  • 11 Abril 2024

Pela décima vez, o laboratório ISDIN consolida a sua posição como fotoprotector oficial do Barcelona Open Banc Sabadell - Troféu Conde de Godó, um evento mundial de ténis de 13 a 21 de abril.

A ISDIN participa no torneio de Barcelona promovendo a importância da proteção solar tanto nas atividades desportivas ao ar livre como na vida quotidiana. Para o efeito, contará com o apoio dos seus embaixadores, o atual número 3 do ranking ATP, Carlos Alcaraz, o vencedor do Open do Rio e do Chile, Sebastián Báez, Pablo Carreño, Martin Landaluce, e com a colaboração do norueguês Casper Ruud.

No âmbito do Troféu Conde de Godó, o ISDIN programou várias atividades, entre as quais uma masterclass de ténis (ISDIN Clinic) e sessões de treino para balcãs. Nestas, Pablo Carreño e Sebastián Báez partilharão com jovens tenistas promissores a importância da fotoprotecção no desporto para prevenir os danos solares, que podem ir desde o envelhecimento prematuro da pele até ao cancro da pele em situações mais graves.

COMPROMISSO COM O TÉNIS

A aliança entre a ISDIN e o Barcelona Open Banc Sabadell celebra este ano uma década de história, centrada na sensibilização para a importância da proteção solar, especialmente em desportos ao ar livre como o ténis.

No entanto, a relação da ISDIN com o desporto ultrapassa as fronteiras, uma vez que a marca é também o protetor solar oficial de outros torneios de prestígio, como o ATP de Buenos Aires, o Rio Open, o Chile Open, o Los Cabos Tennis Open, o Abierto Mexicano de Tenis, o Millennium Estoril Open, o Barcelona Open Banc Sabadell, o Mutua Madrid Open e, este ano, pela primeira vez, o Roland-Garros de Paris, que se realiza de 20 de maio a 9 de junho.

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Konecta nomeia Nourdine Bihmane como novo Diretor Executivo do Grupo

  • Servimedia
  • 11 Abril 2024

A Konecta, uma empresa global especializada na experiência do cliente e em serviços digitais, nomeou Nourdine Bihmane como novo CEO do grupo, com efeitos a partir de 15 de abril.

Com uma força de trabalho global de mais de 130.000 pessoas em 26 países e receitas superiores a 2 mil milhões de euros, a empresa serve muitas das marcas mais reconhecidas do mundo e tem uma posição de liderança no mercado.

Após um historial notável de crescimento orgânico e inorgânico, a Konecta acredita que está pronta para entrar na próxima fase do seu desenvolvimento global, colocando a inovação no centro da sua atividade. Jesús Vidal Barrio, que até agora ocupava o cargo de Diretor-Geral e que está na empresa desde a sua criação, juntar-se-á a Nourdine Bihmane para facilitar uma transição suave. Jesús Vidal continuará a ser um acionista individual significativo e membro do Conselho de Administração.

O Conselho de Administração efetuou uma pesquisa exaustiva para identificar um líder que pudesse enfrentar as grandes oportunidades que se avizinham. A nomeação de Nourdine Bihmane é o culminar deste processo. A sua capacidade comprovada para liderar transformações alinha-se perfeitamente com a visão estratégica da Konecta, assegurando um crescimento e inovação contínuos à medida que capitaliza a integração bem sucedida da Comdata.

Jesús Vidal Barrio declarou que gostaria de expressar o seu “mais profundo agradecimento a todos os empregados do grupo que levaram a Konecta à sua atual posição de liderança na experiência do cliente. Tenho plena confiança na experiência de Nourdine Bihmane para escrever o próximo grande capítulo da história da Konecta”.

José Maria Pacheco, fundador e presidente da Konecta, disse: “Jesús Vidal e eu estamos a trabalhar num plano de transição há já algum tempo para garantir que a Konecta está pronta para o seu próximo ciclo de crescimento. O notável historial de Nourdine em serviços digitais e transformações globais posiciona a empresa para entrar nesta nova e excitante fase, mantendo o nosso compromisso de manter os nossos clientes no centro de tudo o que fazemos”.

Nourdine Bihmane, o novo Diretor Executivo do Grupo Konecta, afirmou estar “impressionado com a dedicação da Konecta aos seus colaboradores e clientes. Estou ansioso por aproveitar a minha experiência com esta equipa talentosa para procurar novas oportunidades de crescimento e oferecer um valor excecional através de tecnologias inovadoras.

Nourdine Bihmane, 47 anos, tem mais de 25 anos de experiência ao serviço de multinacionais em TI e serviços tecnológicos, liderando equipas na Europa, nas Américas, em África, no Médio Oriente e na Ásia. Passou mais de 20 anos na ATOS, ocupando posições progressivas na empresa em todo o mundo até atingir o cargo de CEO global em junho de 2022. Liderou a transformação e a separação da Atos em duas empresas independentes.

Paralelamente, foi CEO da Tech Foundations, a linha de negócios da ATOS que inclui sistemas operacionais e críticos de clientes (serviços de infraestrutura de TI, local de trabalho digital, serviços profissionais), com mais de 52.000 funcionários em todo o mundo. É licenciado em engenharia pela Paris VI – UPMC em França e tem mestrados da Universidade de Princeton e do INSEAD.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de abril

  • ECO
  • 11 Abril 2024

Ao longo desta quinta-feira, 11 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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A Rainha Sofia confia no Hospital Ruber Internacional (Quirónsalud) para tratar a sua infeção urinária

  • Servimedia
  • 11 Abril 2024

A Rainha Sofia, de 85 anos, está a recuperar "rápida e favoravelmente" no Hospital Ruber Internacional de uma infeção urinária, segundo confirmaram fontes da Casa Real.

Depois de ter sido internada na noite de terça-feira, 9 de abril, Felipe VI foi uma das primeiras pessoas a visitar a sua mãe ontem no Hospital Ruber Internacional, onde permaneceu durante cerca de trinta minutos. À saída, disse aos meios de comunicação social que Dona Sofía estava “bem disposta e ansiosa por regressar”.

Quando lhe perguntaram quando teria alta, o atual Rei não pôde dar uma resposta exata, embora se espere que possa regressar hoje a casa. Em princípio, prevê-se que seja internada por um curto período para manter Sofia “sob observação” durante 24 a 48 horas, de acordo com as recomendações dos médicos.

HOSPITAL INTERNACIONAL RUBER

A Rainha Sofia continua internada no Hospital Ruber Internacional, que pertence à Quirónsalud, o mesmo centro onde nasceram as suas netas, Leonor e Sofia. Este hospital, situado no bairro de Fuencarral-El Pardo, a norte da capital, é um centro de referência não só em Madrid, mas também em toda a Espanha e mesmo a nível internacional, pois conta com médicos de renome nas especialidades médicas que abrange.

O Hospital Internacional Ruber define-se como “um centro de referência nacional e internacional no mundo médico hospitalar, pela sua qualidade, pela sua tecnologia de ponta, pelos seus profissionais altamente qualificados e pela sua permanente vocação para a melhoria”.
Com uma equipa de mais de 800 trabalhadores, é concebido como um “hospital integral”, no qual, para além dos seus profissionais, se destacam as suas instalações, com mais de 123 quartos “amplos e luminosos”, alguns deles com terraço e até jardim.
O Hospital Internacional Ruber é um dos dois centros Ruber em Madrid, ambos pertencentes à Quirónasalud. O de Mirasierra é onde Doña Sofía está internada. O outro está situado no centro de Madrid, mais concretamente na Calle Juan Bravo, no bairro de Salamanca.

BOA SAÚDE

A mãe de Felipe VI sempre gozou de um estado de saúde muito bom, como ela própria comentou em várias ocasiões, devido ao facto de seguir uma alimentação saudável e praticar exercício físico moderado. Isto permite-lhe continuar a ter uma agenda social intensa, participando assiduamente numa multiplicidade de compromissos institucionais e solidários.

Há apenas alguns dias, esteve presente em dois acontecimentos que adquiriram grande relevância mediática. No sábado, assistiu ao casamento do atual presidente da Câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, com Teresa Urquijo. E, na segunda-feira, participou no funeral do seu sobrinho, Fernando Gómez-Acebo, que teve lugar na Catedral Castrense de Madrid e que contou também com a presença do Rei Emérito, Don Juan Carlos, bem como do Rei Felipe e da Rainha Letizia e das Infantas Elena e Cristina.

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Baterias alternativas ao lítio chegam a Portugal

As baterias de fluxo de ferro, à base de água, ferro e sal, entram em Portugal pela primeira vez esta quinta-feira, depois de uma empresa ter ido buscar esta tecnologia aos Estados Unidos.

A Goldbreak, uma empresa portuguesa especializada no armazenamento e produção de energia, traz esta quinta-feira para Portugal baterias feitas com base numa nova tecnologia, alternativa ao lítio, com o objetivo de as difundir junto da indústria e grandes consumidores de energia. São as chamadas baterias de longa duração de fluxo de ferro.

A chegada das duas primeiras unidades ao Porto de Leixões acontece esta quinta-feira, 11 de abril. São as primeiras a chegar à Península ibérica e só há mais cinco na Europa, indica a empresa. A Goldbreak, responsável pela sua chegada, não é nem o produtor nem o destinatário: é a representante da ESS em Portugal.

Um dos dois sócios responsáveis pela Goldbreak, António Queirós, conta ao ECO/Capital Verde que, como consultor de projetos de investimento, estava à procura de oportunidades de negócio quando “tropeçou” nesta nova tecnologia e na ESS, que produz as baterias, numa fase em que a empresa norte-americana estava a abrir-se ao mercado externo. “Começámos a entrar em contacto e a trabalhar a ideia de trazer a tecnologia para cá“, o que culminou numa visita à empresa em março de 2022, conta.

As baterias terão como destino a unidade industrial Falual Metalomecânica, na Trofa, onde será simultaneamente instalada, também pela Goldbreak, uma central de produção fotovoltaica. Foi António Queirós quem bateu à porta da Falual a propor esta solução. As baterias, com uma capacidade de cerca de 500 quilowatts, vão ser usadas para armazenar os excedentes produzidos pela central fotovoltaica, pelo que a energia pode ser consumida mais tarde pela empresa ou mesmo ser usada para injetar na rede elétrica, sendo portanto vendida.

Do lado da Falual, explica fonte oficial, o objetivo é “fazer uma gestão mais eficiente da energia” e ganhar autonomia energética. Espera que a instalação de capacidade solar e das baterias seja o suficiente para cobrir “todos os consumos internos”, desde a parte administrativa até à produção, o que se traduz numa poupança de até 80 mil euros anualmente, tanto quanto pagam de energia. Segue-se agora um período durante o qual a empresa espera perceber os ganhos reais.

Fundos comunitários apoiam instalação

Este é um projeto avaliado em um milhão de euros, no conjunto da bateria, dos painéis fotovoltaicos e dos sistemas de segurança, indica a empresa. Conta com um financiamento comunitário de mais de 70%, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. O resto do valor é pago com fundos próprios. “Era um esforço elevado para nós sem a ajuda do PRR, teríamos de optar por soluções mais em conta”, diz fonte oficial. A empresa registou, em 2023, um volume de negócios perto de 13 milhões de euros, e emprega 150 trabalhadores. Produz componentes de grande dimensão para a indústria petrolífera e para o setor das renováveis.

"Era um esforço elevado para nós sem a ajuda do PRR, teríamos de optar por soluções mais em conta.”

Falual

Fonte oficial

A Goldbreak reforça que o investimento nestas novas tecnologias “são sempre muito elevados”, pelo que “não são passíveis de serem considerados pelas empresas sem apoios massivos dos Governos”, seja através do PRR ou outros pacotes comunitários, como o Portugal 2030.

Uma tecnologia já testada e amiga do ambiente

“Esta tecnologia já passou toda a fase de prototipagem e teste de exploração. É uma tecnologia já perfeitamente testada”, afirma António Queirós, que conta “vários projetos” nos Estados Unidos e cerca de cinco implementados na Europa, em países como a Alemanha, Holanda e Noruega.

“O que as distingue das baterias de lítio é o número ilimitado ciclos” sem perder a capacidade de recarregar, indica o responsável da Goldbreak.

De acordo com um comunicado enviado pela Goldbreak à imprensa, as baterias de longa duração de fluxo de ferro recorrem a elementos (água, ferro e sal) abundantes na natureza, cuja recolha “é completamente inócua em termos ambientais”. A respetiva vida útil será superior a 20 anos, estima, e a sua eliminação é “igualmente inofensiva ambientalmente”.

"[Estas baterias são] uma resposta capaz às questões que a transição energética coloca às empresas e aos governos.”

António Queirós

Sócio gerente da Goldbreak

Assim, António Queirós classifica estas baterias como “uma resposta capaz às questões que a transição energética coloca às empresas e aos governos“. Para Eric Dresselhuys, CEO da ESS Tech, citado no comunicado, “esta parceria demonstra de uma forma consistente o papel central que o armazenamento de energia de longa duração desempenhará num sistema de energia resiliente e sem carbono, demonstrando o papel crítico da tecnologia de fluxo de ferro num sistema de energia descarbonizado”.

Startups, pequenas e médias empresas a afirmarem-se

Foi em 2022, na sequência da visita de António Queirós à ESS, que nasceu a Goldbreak, criada para fazer consultoria e trazer soluções inovadoras na área de armazenamento de energia. “Fazemos estudos das necessidades dos clientes e apresentamos soluções”, afirma Queirós. Criou a empresa em parceria com Nuno Marques, que nessa altura mantinha um negócio dedicado à instalação de centrais fotovoltaicas. Já Queirós, através do trabalho na sua empresa própria, a Eirostec, trazia experiência na captação de investimento direto estrangeiro e na captação de financiamento para projetos.

Hoje em dia, na Goldbreak, faz-se a ponte com os clientes que queiram apostar em tecnologias como a produção de energia a partir de resíduos (a pirólise), ou que queiram instalar baterias, de lítio ou não, e centrais fotovoltaicas. “Mas os produtos que nos diferenciam são mesmo as baterias de fluxo de ferro e a produção de energia por pirólise”, aponta António Queirós.

O terceiro elemento desta história, a ESS Tech, é uma empresa norte-americana especializada em armazenamento de energia, em particular na tecnologia de fluxo de ferro. Foi fundada em 2011, e desde então tem vindo a testar e a desenvolver este tipo de baterias, até ter feito o lançamento comercial em 2015. Pelo caminho, conquistou o interesse da Breakthrough Energy, um veículo de investimento gerido por Bill Gates.

“A comercialização de tecnologias climáticas críticas é necessária para atingir a neutralidade carbónica. A nova parceria entre a ESS e a Honeywell [que tem várias áreas de negócio, incluindo o armazenamento] é um exemplo incrível disso mesmo. A ESS é parte do portefólio da Breakthrough Energy desde 2019, e o investimento da Honeywell é um voto claro de confiança na abordagem desta empresa ao armazenamento de longa duração”, lê-se numa publicação de há cinco meses, feita pelo bilionário norte-americano na respetiva página do LinkedIn.

A tecnologia da ESS chega agora a Portugal através da Goldbreak porque existiu sintonia no que toca ao plano de expansão internacional da norte-americana, acredita António Queirós. “Nem sempre as empresas grandes e mais antigas têm vantagens, principalmente quando estamos a falar de startups, que têm uma capacidade limitada de produção”, explica.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 11 Abril 2024

Em dia de debate do Programa do Governo na Assembleia da República, lá fora, o Parlamento Europeu vota a reforma do mercado da eletricidade e do gás.

O dia arranca com a apresentação do Programa do Governo no Parlamento, enquanto a nova direção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) vai tomar posse esta tarde. Lá fora, no Parlamento Europeu (PE) terá lugar a votação final da reforma do mercado da eletricidade e do gás e o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde, realiza uma reunião de política monetária.

Apresentação do Programa do Governo no Parlamento

O Programa de Governo será apresentado e discutido entre quinta e sexta-feira na Assembleia da República. O programa de Governo inclui “pelo menos 60 medidas que vêm de programas eleitorais de outros partidos com assento parlamentar”, avançou António Leitão Amaro, ministro da Presidência.

Votação final da reforma do mercado da eletricidade e do gás no PE

Os eurodeputados vão votar esta quinta-feira para confirmar a reforma do mercado da eletricidade e do gás da União Europeia. Além de consagrar a proibição de alterações unilaterais de cláusulas contratuais, a reforma também contempla autorizar os Estados-membros a limitar as importações de gás da Rússia e Bielorrússia. Umas das relatoras-sombra no caso é a eurodeputada Sandra Pereira do Grupo da Esquerda.

Novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público vai tomar posse

A nova direção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) vai tomar posse nesta quinta-feira pelas 15h00. O procurador Paulo Lona irá presidir a nova direção, António Ventinhas assumirá a presidência da Assembleia Geral e José Góis a presidência do Conselho Fiscal. A cerimónia decorrerá no auditório do Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa.

Lançamento de relatório sobre o estado da democracia em 29 países

A organização não-governamental Freedom House vai lançar o relatório “Nações em trânsito 2024” que dá conta do estado da democracia em 29 países desde a Europa Central à Ásia Central. Segundo a organização, é uma região dividida entre aqueles que se comprometem com uma ordem democrática e os que a “rejeitam violentamente”.

BCE reúne-se esta quinta-feira

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde, realiza esta quinta-feira uma reunião de política monetária. Segundo analistas consultados pela agência Lusa, o BCE deverá manter pela quinta vez consecutiva a taxa de depósitos em 4%, a principal taxa de juro de refinanciamento em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%,

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BCE prepara terreno para cortar juros pela primeira vez desde 2019

O BCE deverá validar que o primeiro corte de juros acontecerá em junho, mas esconder o jogo na evolução da política monetária na segunda metade do ano.

Com a inflação da Zona Euro a aliviar em direção à meta dos 2% e a atividade económica a permanecer débil, estão reunidas as condições para o Banco Central Europeu (BCE) começar a baixar o nível restritivo da política monetária. O primeiro corte não deverá acontecer já na reunião desta quinta-feira, porque o banco central ainda necessita de uma maior confiança de que a inflação está controlada e não surgirão efeitos secundários relacionados com a evolução dos salários e dos preços das matérias-primas.

Contudo, o BCE não deverá esperar muito mais tempo e existe um consenso cada vez mais forte de que o mês de junho será marcado pelo primeiro corte de juros da Zona Euro em quase cinco anos. O BCE desceu os juros pela última vez em setembro de 2019, quando colocou a taxa dos depósitos em -0,5%. Os juros ficaram em mínimos históricos até julho de 2022, seguindo-se depois 10 agravamentos consecutivos em pouco mais de um ano, num total de 450 pontos base.

O banco central e Christine Lagarde deverão aproveitar a reunião de hoje para reforçar esta perspetiva, sendo que existe a dúvida se o vai fazer de forma explícita (pré-anunciando o corte de juros em junho), ou deixar apenas o terreno preparado avançar daqui a dois meses. Já na reunião de março a presidente do BCE tinha dado um passo em frente para baixar os juros, mencionando que “saberemos um pouco mais em abril, mas saberemos muito mais em junho”.

Os dados revelados desde então deram ao banco central maior confiança para inverter a política monetária. A inflação de março baixou para 2,4%, um mínimo desde julho de 2021. O indicador subjacente, que exclui alimentos e energia, baixou duas décimas para 2,9%, o que representa o nível mais baixo desde fevereiro de 2022.

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No que diz respeito à atividade económica, os dados mais recentes apontam para a continuação da estagnação, embora com alguns sinais de melhoria em março. A indústria está finalmente a recuperar e os indicadores avançados sugerem que o ponto mais baixo do ciclo já ficou para trás. Este progresso não deverá, contudo, ser suficiente para impedir uma recessão técnica na Alemanha.

Até à reunião de 6 de junho serão conhecidos os dados do PIB dos países da Zona Euro no primeiro trimestre, os números da inflação de abril e maio e, mais relevante, a evolução dos salários. Será a última peça do puzzle para o BCE avançar com cortes de juros, sendo expetável que se acentue a tendência de abrandamento já evidente no último trimestre de 2024.

Ainda à espera destes dados, o Comité de Política Monetária do BCE deverá assim optar pela quinta manutenção da taxa dos depósitos, que está nos 4% desde o último aumento em setembro de 2023. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez devem permanecer nos 4,5% e 4,75%, respetivamente.

Não esperamos um corte nas taxas já em abril, mas acreditamos que o BCE deixará para junho o primeiro corte de 25 pontos base. O rumo da economia é propício a uma redução das taxas, com a inflação a aproximar-se dos 2%, sem sinais de efeitos de segunda ordem que comprometam o objetivo, e a atividade a estagnar num ambiente monetário restritivo.

Economistas do BPI

BCE esconde o jogo após junho

As poucas dúvidas que existiam sobre a abertura para o BCE baixar os juros em junho ficaram desfeitas depois de dois dos membros mais conservadores (“falcões”) do Conselho do BCE (Joachim Nagel do Bundesbank e Robert Holzmann do banco central da Áustria) terem admitido este cenário. Alguns líderes de outros bancos centrais de países da Zona Euro defenderam que o corte de juros deveria estar em cima da mesa nesta reunião de abril, mas a probabilidade de tal acontecer é considerada “minúscula” pelos economistas.

O interesse está assim na comunicação que será adotada pelo BCE para sinalizar o alívio em junho e qual será o grau de compromisso com descidas adicionais nos meses seguintes. Os investidores estão a descontar um corte acumulado entre 80 a 90 pontos base em 2024, o que aponta para pelo menos três cortes de 25 pontos base até dezembro. O consenso dos economistas é semelhante, com a sondagem da Bloomberg a apontar para três cortes de juros este ano, com uma redução em cada trimestre. Depois de junho, o BCE tem reuniões agendadas para 18 de julho, 12 de setembro, 17 de outubro e 12 de dezembro.

“Não esperamos um corte nas taxas já em abril, mas acreditamos que o BCE deixará para junho o primeiro corte de 25 pontos base”, anteveem os economistas do BPI, salientando que “o rumo da economia é propício a uma redução das taxas, com a inflação a aproximar-se dos 2%, sem sinais de efeitos de segunda ordem que comprometam o objetivo, e a atividade a estagnar num ambiente monetário restritivo, com elevada incerteza e fraca procura externa”.

A Capital Economics espera que o BCE sinalize claramente que os juros vão descer em junho, arriscando até a declaração que deverá ser utilizada por Lagarde: “se os próximos dados económicos confirmarem que as perspetivas de março do BCE continuam válidas, o Conselho do BCE espera cortar as taxas de referência em junho”.

Contudo, a consultora alerta que o banco central não deverá dar mais sinais, “evitando um compromisso, ou até um comentário, sobre qualquer trajetória específica para as taxas de juro além de junho”. Isto porque o BCE prefere esperar pela evolução dos dados económicos e “provavelmente não existirá um consenso sobre o rumo das taxas e juro ao longo do próximo ano ou dois”. A Capital Economics estima cortes de 100 pontos base este ano, mais 75 pontos base em 2025, o que colocará a taxa dos depósitos em 2,25%.

Enquanto a economia não estiver em recessão e os riscos para a inflação permanecerem ascendentes, o BCE optará por uma política ‘lenta’ de cortes de 25 pontos base em cada trimestre. Qualquer cenário mais agressivo induziria pânico e exigiria uma perspetiva de crescimento mais adversa para a Zona Euro.

Economistas do ING

A Ebury também considera “pouco provável que Lagarde indique o ritmo das reduções de juros”, optando antes por “reiterar a dependência dos dados”. A reunião desta quinta-feira será utilizada pelo BCE para aumentar a probabilidade de os juros descerem em junho, sem oferecer qualquer pista adicional para os movimentos posteriores, refere a firma especialista no mercado cambial, antecipando que qualquer desvio deste guião poderá gerar uma forte oscilação na cotação do euro.

A Allianz Global Investors alinha na mesma previsão, aguardando um discurso “cauteloso” do BCE, que “confirme a alta probabilidade de um primeiro corte em junho e o apresente como um primeiro passo para a normalização da política”. Contudo, “o BCE deve insistir que os futuros cortes não estão garantidos e dependerão da trajetória previsível da inflação”, salienta Franck Dixmier, diretor global de investimentos em obrigações da gestora alemã.

Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europe, considera ser “mais provável” que o discurso do BCE “se mantenha cauteloso”, pois “em dois meses muita coisa pode mudar” e “haveria pouco a ganhar com o descartar de um cenário que pode não ser assim tão descabido, considerando que a economia da Zona Euro se mantém com níveis de crescimento baixos e a inflação tem caído mais rapidamente do que se chegou a antecipar”.

O Deutsche Bank é dos bancos mais agressivos nas expetativas para a evolução da política monetária do BCE, estimando cortes de 25 pontos base em todas as cinco reuniões que restam este ano e uma descida para 2% em 2025. O banco alemão reconhece que esta previsão “é um pouco agressiva e requer um enfraquecimento adicional dos indicadores de atividade económica”.

O ING classifica esta reunião como a “paragem final antes do corte”, servindo como um “prelúdio de mais um ponto de viragem” para a política monetária na Zona Euro. “Enquanto a economia não estiver em recessão e os riscos para a inflação e as perspetivas de inflação permanecerem ascendentes, o BCE optará por uma política ‘lenta’ de cortes de 25 pontos base em cada trimestre”, referem os economistas do banco dos Países Baixos, salientando que “qualquer cenário mais agressivo de redução das taxas induziria pânico e exigiria uma perspetiva de crescimento mais adversa para a Zona Euro”.

A economia da Zona Euro está longe de apresentar a vitalidade da norte-americana, com a inflação a estar também em níveis mais baixos. O mais provável é que o BCE avance mesmo com um primeiro corte em junho, que será de 25 pontos base, e que repita, pelo menos, mais duas vezes até ao final do ano.

Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europe

Fed e petróleo representam ameaça

Como se tem visto nos últimos meses, as perspetivas para a evolução da política monetária mudam de forma célere, pelo que não deve ser dado por garantido que o BCE vai mesmo avançar com um ciclo de corte de taxas de juro. A política monetária da Fed e a evolução dos preços do petróleo representam a maior ameaça, embora os economistas descartem que seja suficiente para demover o BCE de reduzir o nível restritivo das taxas de juro.

A evolução robusta da economia norte-americana, a par da persistência da inflação em níveis elevados nos Estados Unidos, levou o mercado a reduzir o número de cortes de juros estimados para a Fed este ano para apenas dois, estando em dúvida se a primeira baixa de juros acontece já em junho. O petróleo atingiu um máximo desde outubro acima de 90 dólares por barril, acumulando uma subida de 16% em 2024, o que faz ressurgir o fantasma das pressões inflacionistas impulsionadas pelos preços da energia.

Ricardo Evangelista reconhece que “é real a possibilidade de a Fed esperar até à segunda metade do ano para começar a cortar nas taxas de juro”, bem como o “risco de uma nova crise energética provocada pela turbulência geopolítica”. Mas assinala que “a economia da Zona Euro está longe de apresentar a vitalidade da norte-americana, com a inflação a estar também em níveis mais baixos”, pelo que “o mais provável é que o BCE avance mesmo com um primeiro corte em junho, que será de 25 pontos base, e que repita, pelo menos, mais duas vezes até ao final do ano”.

A Ebury considera que o BCE tem argumentos mais fortes do que os bancos centrais dos EUA e Reino Unido para começar a baixar os juros, pelo que “se o processo de desinflação não descarrilar, é provável que venhamos a assistir a um progresso decente na normalização da política monetária da Zona Euro este ano”.

O Deutsche Bank salienta que o BCE deve definir a política monetária em função dos dados económicos. “Tendo em conta o crescimento mais baixo, inflação mais reduzida e condições orçamentais mais rigorosas, o BCE pode cortar os juros antes da Fed e adotar uma magnitude e frequência diferente, sobretudo no início do ciclo”, referem os economistas do banco alemão. Advertem que “com o andar do tempo e as condições de política monetária normalizadas, o papel do diferencial de taxas de juro entre os EUA e a Zona Euro assumirá maior importância e poderemos assistir a uma influência mais forte da política da Fed nas decisões do BCE”.

O cenário de o BCE descer os juros antes da Fed e reduzir a política monetária de forma mais intensa saiu reforçada esta quarta-feira, depois de ter sido revelado que a inflação de março nos Estados Unidos subiu para 3,5%, superando o estimado pelos economistas e o registado em fevereiro (3,2%). O dólar reagiu em forte alta e vários analistas já admitem a possibilidade de o euro regressar à paridade face ao dólar (desvalorização de 8% face aos níveis atuais).

A Capital Economics acredita que este cenário não devera demover o BCE de cortar os juros em junho, pois os dois bancos centrais “estão a responder a condições económicas domésticas diferentes”. Mesmo que o euro enfraqueça, ”duvidamos que os responsáveis do BCE fiquem particularmente preocupados” e só uma desvalorização muito pronunciada da moeda europeia “terá um impacto significativo nas perspetivas para a inflação”.

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Países devem implementar reformas e reduzir a dívida para compensar custos mais elevados, avisa FMI

Um artigo que conta com a assinatura do antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar e atual quadro do FMI alerta para custos de financiamento mais elevados no futuro e para os riscos que isso traz.

O nível de endividamento das economias desenvolvidas continuou a subir nos últimos anos, em resultado do esforço assumido pelos países para apoiar a economia após a pandemia. A dívida pública deverá atingir 28% do produto interno bruto (PIB) em 2038. As previsões são do FMI, que avisa que os países enfrentarão custos de financiamento mais elevados nos próximos anos e, se não forem implementadas medidas para baixar a dívida, irão enfrentar maiores pressões orçamentais, com risco para a estabilidade financeira.

Os países devem começar a reconstruir de forma gradual e credível as reservas orçamentais e garantir a sustentabilidade a longo prazo da sua dívida soberana“, escrevem três quadros do FMI, que incluem Vítor Gaspar, o ministro das Finanças português no tempo da troika.

O artigo publicado no blog do FMI, assinado por Tobias Adrian, Vitor Gaspar e Pierre-Olivier Gourinchas, refere que “se não for possível alcançar melhorias no saldo primário dos governos para compensar taxas reais mais elevadas e um menor crescimento potencial, a dívida soberana continuará a crescer. Isto irá testar a saúde do setor financeiro”.

De acordo com os especialistas, “com níveis de dívida elevados, os governos têm menos capacidade para prestar apoio aos bancos em dificuldades e, se o fizerem, os custos dos empréstimos soberanos poderão aumentar ainda mais”. Por outro lado, quanto maior for a exposição dos bancos à dívida pública do país, “mais exposto fica o seu balanço à fragilidade fiscal do país”.

“Taxas de juro mais elevadas, níveis mais elevados de dívida soberana e uma maior proporção dessa dívida no balanço do setor bancário tornam o setor financeiro mais vulnerável”, resumem.

Depois de anos de taxas de juro em níveis historicamente baixos, que conduziram a uma forte compressão dos juros da dívida soberana, os principais bancos centrais foram forçados a subir as suas taxas diretoras para conter a escalada da inflação. Com o índice de preços a regressar a níveis mais próximos do objetivo dos bancos centrais, os investidores mundiais estão a antecipar o primeiro corte de juros na Europa e nos EUA no próximo mês de junho.

É mais fácil reconstruir as reservas orçamentais enquanto as condições financeiras permanecem relativamente acomodatícias e os mercados de trabalho robustos. É mais difícil fazê-lo quando forçado por condições de mercado desfavoráveis.

FMI

Mesmo que os bancos centrais iniciem um novo ciclo de descidas de taxas, os juros deverão permanecer em níveis superiores aos registados nos últimos anos, o que vai encarecer os custos de financiamento da dívida soberana. Isto num ambiente macroeconómico menos favorável, alerta o mesmo artigo.

“Se não for possível alcançar melhorias no saldo primário dos governos para compensar taxas reais mais elevadas e um menor crescimento potencial, a dívida soberana continuará a crescer. Isto irá testar a saúde do setor financeiro”, reforçam os especialistas, alertando que “os custos de financiamento reais dos governos, famílias e setores corporativos podem ser mais elevados no futuro“.

Os especialistas alertam que “as reformas estruturais não devem ser adiadas. Ao reforçarem o crescimento futuro, são a melhor forma de ajudar a estabilizar a dinâmica da dívida“. “É mais fácil reconstruir as reservas orçamentais enquanto as condições financeiras permanecem relativamente acomodatícias e os mercados de trabalho robustos. É mais difícil fazê-lo quando forçado por condições de mercado desfavoráveis”, remata o artigo assinado por Vítor Gaspar.

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