Alcanena aprova moção de rejeição a Linha de Muito Alta Tensão

  • Lusa
  • 2 Abril 2024

O projeto da Rede Elétrica Nacional, que tem uma extensão de 72 quilómetros, liga Rio Maior a Lavos. "Isto é um bocadinho à chinesa, passa por aqui e ponto final, o que é inaceitável”, diz autarca.

A Câmara de Alcanena aprovou uma moção de rejeição do traçado de uma Linha de Muito Alta Tensão (LMAT), que prevê atravessar cinco das sete freguesias do concelho, situação “inaceitável”, disse o presidente do município.

“O que está aqui em causa é um estudo que a ser alvo de um processo de consulta pública, de uma nova linha de muito alta tensão que liga, na realidade, Rio Maior a Lavos e que, no nosso caso, atravessa e rasga o concelho de Alcanena (Santarém), passa em quase todas as nossas freguesias, em alguns casos situações muito pouco cuidadosas do ponto de vista de pontos de apoio e que nós, depois de estudarmos o assunto, já percebemos que o estudo devia ter no mínimo três alternativas… aparentemente isto é um bocadinho à chinesa, passa por aqui e ponto final, o que é inaceitável”, disse esta terça-feira à Lusa Rui Anastácio, presidente do município.

O projeto da Rede Elétrica Nacional (REN) apresenta uma extensão de cerca de 72 quilómetros (Km), sendo que o traçado proposto “faz um atravessamento quase integral do concelho de Alcanena, numa extensão de cerca de 20 Km”, indicou a Assembleia Municipal de Alcanena, num comunicado onde dá conta da aprovação, a 27 de março, de uma moção de rejeição de um documento que está em consulta pública até quarta-feira, 3 de abril.

Segundo a mesma nota, “o Estudo de Impacte Ambiental deveria ter avaliado outras opções de traçado, tendo por base critérios objetivos de sustentabilidade, o que não foi realizado”. Nesse sentido, defende, “a opção de utilizar linhas existentes promovendo a sua duplicação afigura-se como uma estratégia importante para minimizar interferências com as pessoas, o património natural e o património cultural”, dando conta que “Isso não foi considerado neste caso, pois poder-se-ia reforçar as linhas que fazem a ligação Rio Maior – Pego e Pego – Batalha”.

A Assembleia Municipal, “sustentando a posição apresentada pelo executivo, “rejeita veementemente a concretização do projeto Linha Lavos – Rio Maior”, pode ler-se na nota informativa, tendo concluído que “não estão reunidas as condições para aceitar o traçado proposto, com grande impacte” no concelho, posição secundada por Rui Anastácio.

Impõe-se um determinado traçado, sem sequer se estudarem as alternativas, isto é absolutamente inaceitável num estado de direito”, disse à Lusa o autarca, tendo declarado que o documento “já teve perto de 500 participações” na fase de consulta pública, “o que é revelador da indignação que este modus operandi por parte da REN está a suscitar”.

Os fatores que justificam esta tomada de posição assentam, entre outros, “na interferência com os valores naturais e da biodiversidade” e em “áreas urbanas e agrícolas”, a par do “aumento da intrusão visual e alteração da paisagem” e do “atravessamento de áreas com património cultural”, com “afetação dos recursos hídricos” no município.

“A nossa abordagem é esta: em primeiro lugar, se há necessidade de linha, então ela deve ser avaliada e devem ser definidas várias alternativas. Mas aqui a questão é que não há necessidade desta nova linha, ou seja, é possível reforçar linhas que já existem. Nós já o demonstrámos até do ponto de vista técnico, portanto, não há necessidade desta linha”, disse Anastácio, tendo indicado ir hoje mesmo pedir uma reunião à nova ministra do Ambiente.

“Eu tenho estado também com conversas periódicas com o meu colega da Batalha, que tem o mesmo problema, e temos uma posição que está consensualizada entre nós. Aliás, ainda no dia de hoje iremos pedir uma audiência à senhora Ministra do Ambiente (…) no sentido de evitar mais esta nova linha, com os constrangimentos que ela implica para os territórios”, vincou.

“Fomos confrontados com um traçado que é único, sem alternativas e que nós não aceitamos, e a palavra de ordem é: a linha não passará no concelho de Alcanena e tenho a certeza que esta posição é partilhada também pela população do concelho da Batalha”, concluiu.

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Caso EDP. Perito aponta respostas fora do padrão de Ricardo Salgado

  • Lusa
  • 2 Abril 2024

O ex-banqueiro mostrou um comportamento atípico nos testes periciais revelando “baixo esforço” nas respostas, segundo os peritos responsáveis pelo relatório que atestou a doença de Alzheimer.

Os peritos responsáveis pelo relatório que atestou a doença de Alzheimer de Ricardo Salgado defenderam esta terça-feira, em tribunal, que o ex-banqueiro mostrou um comportamento atípico nos testes periciais revelando “baixo esforço” nas respostas, conclusão que a defesa tentou descredibilizar.

Ouvido no âmbito do caso EDP, cujo julgamento prossegue no Campus de Justiça, em Lisboa, o psiquiatra do Instituto Nacional de Medicina Legal e professor da Universidade de Coimbra Joaquim Soares Cerejeira referiu que Ricardo Salgado respondeu por diversas vezes “não sei” ou “não me lembro” a várias questões colocadas no âmbito dos testes periciais a que foi submetido, o que é uma “resposta atípica em doentes de Alzheimer”.

“O doente de Alzheimer esforça-se por responder e muitas vezes responde de forma errada. Esse é que é o padrão”, disse o perito, insistindo que um “esforço baixo” para responder às questões não é o padrão da doença, nomeadamente em questões de âmbito familiar, como as colocadas em relação aos filhos.

Os resultados neste teste foram usados pelos peritos para alegar uma eventual tentativa de exacerbamento de sintomas por parte de Ricardo Salgado, algo que o advogado de defesa do antigo banqueiro, Francisco Proença de Carvalho, procurou rebater, questionando o perito sobre outros fatores que possam explicar esse comportamento, tendo o psiquiatra concordado que flutuações cognitivas ou um maior nível de cansaço de Salgado naquele dia podiam ter influência nas respostas dadas.

Para além de sublinhar que o comportamento de Salgado pode ser explicado por “várias hipóteses”, Proença de Carvalho argumentou também que as conclusões do relatório desvalorizam outro teste realizado, cujos resultados contestam a ideia de baixo esforço do doente em exame.

“Curiosamente eu não consigo perceber é como é que só se fez referência a um teste nas conclusões do relatório e não se fez referência a outro teste que demonstra precisamente o contrário. Isso é que não consigo compreender”, disse o advogado aos jornalistas, à saída da sessão. Francisco Proença de Carvalho questionou ainda a parte da perícia realizada por uma psicóloga, e não por alguém especializado em neuropsicologia, como a doença imporia, argumentou, referindo que “é uma especialidade muito específica”.

Quer Joaquim Soares Cerejeira, quer a neurologista Maria Isabel Santana, defenderam as conclusões do relatório que apontam para que Ricardo Salgado tem condições para prestar declarações em tribunal, ainda que não possam garantir o rigor das respostas.

A defesa questionou “que consistência se pode retirar” das respostas de uma pessoa com doença de Alzheimer, incapaz de responder com correção a perguntas básicas como a sua idade, o dia, o mês e o ano em que está ou quem é o primeiro-ministro, tendo Maria Isabel Santana sublinhado que há uma diferença entre memórias mais recentes e memórias mais antigas, podendo ser do interesse do tribunal interrogar e ouvir as respostas sobre factos mais antigos.

Joaquim Soares Cerejeira, quando questionado sobre a capacidade de Salgado responder a questões complexas como as associadas à acusação, disse que a complexidade das perguntas deve ser adaptada à situação do interrogado, podendo ser necessário no caso de Ricardo Salgado decompor uma pergunta complexa em várias questões mais simples para permitir a resposta, e dar-lhe mais tempo do que o habitual para responder.

O psiquiatra referiu que os testes periciais apuraram que Salgado “não tem défices muito graves” na função cognitiva, sendo capaz de compreender perguntas complexas, sendo mais notória a dificuldade ao nível da memória, sobretudo a mais recente, tendo a defesa voltado a invocar a capacidade de Salgado de responder a perguntas simples como a sua idade.

“O que se percebeu é que, obviamente, num contexto de complexidade, esta pessoa, com esta doença, infelizmente, não tem a capacidade para responder às perguntas e para dar respostas com o mínimo de consistência. Portanto, na defesa da dignidade dele, que é o que vamos fazer sempre, (…) a defesa tem que o proteger de um interrogatório desse género”, disse o advogado aos jornalistas, referindo que os advogados não podem permitir que um cliente seu seja submetido “a um circo, a um vexame”.

Ricardo Salgado, ex-presidente do Grupo Espírito Santo, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais.

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Esta é a chave vencedora do Euromilhões. Em jogo estão 62 milhões

  • ECO
  • 2 Abril 2024

O primeiro prémio desta terça-feira é de 62 milhões de euros.

Com um primeiro prémio no valor de 62 milhões de euros, decorreu esta terça-feira um novo sorteio do Euromilhões. Como ninguém acertou na chave vencedora no sorteio passado, o jackpot subiu.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 02 de abril:

Números: 1, 23, 31, 36 e 48

Estrelas: 5 e 8

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Naming do Estádio do Dragão no centro da injeção de 70 milhões de euros na FC Porto SAD

A SAD portista esclarece que a injeção de capital até 70 milhões de euros envolverá a exploração das receitas comerciais diretamente relacionadas com o Estádio do Dragão, como o naming do estádio.

A FC Porto SAD esclareceu esta terça-feira, já depois do mercado fechar, que prevê que a injeção de capital, entre 60 milhões e 70 milhões de euros, na SAD azul e branca por parte de uma empresa internacional “venha a ser realizada durante o mês de abril, como anunciou esta terça-feira de manhã num primeiro comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Além disso, como esta nova empresa “integrará o perímetro de consolidação da FC Porto – Futebol, SAD”, o montante desta injeção de capital “será registado de imediato e pelo valor global (entre os 60 e 70 milhões de euros) nas contas da sociedade, tal como permitido pelas normas internacionais de contabilidade (IFRS), ainda que o pagamento possa não ser feito de forma integral no momento da assinatura”.

Neste mesmo comunicado, a FC Porto SAD revela que a magnitude deste acordo reflete-se na participação minoritária de até 30% numa nova empresa, dedicada exclusivamente à exploração comercial do estádio, tendo sob a sua gestão a exploração dos serviços de corporate hospitality, a bilhética e o naming do estádio do Dragão, um tópico que já suscita grande curiosidade e especulação entre os adeptos e observadores do mercado.

Sem avançar com o nome da empresa internacional com que será realizada a parceria estratégica, a FC Porto SAD esclarece que essa companhia “irá receber uma parte, previsivelmente 30% a título de dividendos, do resultado gerado pelos referidos negócios, com total partilha de risco, dos quais se esperam um significativo crescimento, dada a experiência internacional que o parceiro irá aportar à estrutura comercial do Grupo FC Porto.”

Sobre o financiamento de 250 milhões de euros, “no âmbito de uma reformulação da dívida de médio e longo prazo”, que a SAD azul e branca anunciou esta manhã em comunicado à CMVM, a FC Porto SAD esclarece agora que, “fruto da permanente auscultação ao mercado em busca de melhores condições financeiras, a sociedade está ainda em fase de negociação, pelo que não pode concretizar detalhes da operação, como taxas de juro e/ou contrapartidas associadas”, referindo que “nesta data não está garantido o fecho deste negócio.”

Este comunicado ao mercado surge após um dia tumultuoso na esfera portista, em que as suas ações foram suspensas pela CMVM logo durante a manhã desta terça-feira no seguimento de uma entrevista concedida pelo presidente Pinto da Costa à SIC na noite de segunda-feira, com a indicação do regulador de que estava “aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado” para levantar a suspensão dos títulos.

A suspensão da negociação das ações manteve-se durante toda a sessão, mesmo depois do FC Porto ter enviado ao mercado um primeiro comunicado, em que a SAD portista revelou alguns detalhes sobre um pacote de financiamento de 250 milhões de euros e a injeção de capital de 70 milhões de euros na sociedade.

Este movimento da CMVM reflete a necessidade de transparência e esclarecimento sobre as declarações e planos financeiros da SAD portista, que têm impacto direto nos interesses dos investidores e na estabilidade do mercado.

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EDP Renováveis assegura 100 MW de armazenamento de energia nos EUA

  • Lusa
  • 2 Abril 2024

O acordo de serviço de armazenamento de energia, por um período de 15 anos, com a Redwood Coast Energy Authority, no Condado de Humbolt, “deverá entrar em funcionamento em 2025”, segundo a empresa.

A EDP Renováveis (EDPR) fechou um acordo de armazenamento de energia, por 15 anos, nos EUA, num total de cerca de 100 megawatts (MW), anunciou esta terça-feira, num comunicado publicado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa revelou que “através da sua subsidiária EDP Renewables North America LLC, assegurou um acordo de serviço de armazenamento de energia por um período de 15 anos com a Redwood Coast Energy Authority (RCEA)” no Condado de Humbolt, Califórnia, “para vender a energia fornecida pela instalação Sandrini BESS de 92 MWac” de “armazenamento de energia com baterias de íon de lítio”.

Segundo a EDPR o projeto “deverá entrar em funcionamento em 2025”, sendo que “o Sandrini BESS constituirá um complemento ao projeto Sandrini Solar de 100 MW, também contratado com a RCEA e que deverá estar operacional durante 2024, podendo ser abastecido quer a partir da produção solar quer da energia da rede”.

Este acordo, disse a empresa, “marca um passo significativo para a EDPR no domínio do armazenamento de energia, sublinhando a importância estratégica da integração de soluções de armazenamento com outras tecnologias”.

Segundo o grupo, “a co-localização do armazenamento com estas fontes renováveis oferece inúmeros benefícios, incluindo maior estabilidade da rede, melhor gestão de energia e a capacidade de armazenar o excesso de energia gerada durante os períodos de pico de produção”, o que, “não só otimiza a utilização de energias renováveis, mas também desempenha um papel crucial no apoio à transição para um sistema energético mais sustentável e resiliente”.

A empresa indicou ainda que “já garantiu 58% do objetivo de 17 GW [gigawatts] de adições de capacidade total para 2023-2026, apresentado no Capital Markets Day de março de 2023”.

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Montenegro reúne primeiro conselho de ministros na quarta-feira

  • Lusa
  • 2 Abril 2024

No final da reunião haverá uma conferência de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, ainda sem hora marcada.

A primeira reunião do Conselho de Ministros do XXIV Governo Constitucional vai realizar-se esta quarta-feira, em Lisboa. No final da reunião haverá uma conferência de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, ainda sem hora marcada.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, empossou esta terça o primeiro-ministro e depois os 17 ministros do executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP, na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, 23 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março,

O XXIV Governo Constitucional ficará completo com a posse dos secretários de Estado, marcada para sexta-feira. Na cerimónia desta terça-feira, que começou exatamente pelas 18:00, os membros do novo executivo foram chamados um a um, por ordem hierárquica, para prestar juramento e assinar o auto de posse, processo que durou cerca de 13 minutos.

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Costa pede para ser ouvido rapidamente pela justiça

  • ECO
  • 2 Abril 2024

"Não há nada pior do que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida", disse Costa, que pede para ser ouvido rapidamente no âmbito da operação Influencer que levou à sua demissão em novembro.

António Costa quer ser ouvido “com a maior celeridade possível” pela justiça portuguesa, no caso da Operação Influencer que levou, em novembro passado, à sua demissão do cargo de primeiro-ministro. “Dei instruções para hoje mesmo [o advogado] apresentar o requerimento junto do senhor coordenador do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça para que possam proceder à minha audição para se esclarecer qualquer dúvida que tenham”, disse, à saída da tomada de posse do novo executivo.

“Não há nada pior do que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida”, insistiu Costa, antes de acrescentar que “agora é tempo para que as suspeitas se esclareçam”. O ex-primeiro-ministro demitiu-se a 7 de novembro depois do seu nome ter sido citado num comunicado da Procuradoria-Geral da República sobre uma investigação judicial ao centro de dados de Sines e a negócios ligados ao lítio e hidrogénio.

Costa diz estar “totalmente disponível para colaborar com a justiça” e reiterou que “quem está sujeito a uma suspeição pública”, como a que existia sobre si, “deve preservar as instituições”.

Ao novo Governo, Costa desejou as “maiores felicidades” e considerou o discurso de Luís Montenegro, na tomada de posse, “muito bom” e “coerente” com o programa apresentado pela Aliança Democrática (AD) para as legislativas.

O antigo chefe do executivo assegurou estar “sempre disponível para poder servir Portugal”. E questionado sobre se estava disponível para um cargo europeu, respondeu: “Nós servimos sempre Portugal a partir da Europa porque Portugal é na Europa”.

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Montenegro desafia PS a assumir se será “oposição democrática” ou “bloqueio“

O novo Governo "está aqui para encetar uma transformação estrutural da economia e do Estado", disse também Luís Montenegro, depois da tomada de posse do novo governo por si liderado.

Este Governo está aqui para governar os quatro anos e meio da legislatura“, disse Luís Montenegro no discurso da cerimónia de tomada de posse desta terça-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, perante cerca de 150 convidados.

O Executivo agora empossado “está aqui para encetar uma transformação estrutural da economia e do Estado, porque esse é o único caminho para criar mais riqueza, pagarmos melhores salários, retermos os nossos jovens e o nosso talento. Não estamos interessados em jogos de semântica ou exercícios de política estéreis“, afirmou ainda o líder do PSD e do novo governo.

Este Governo não está aqui de turno nem assumiríamos esta missão com esse intuito“, defendeu também Montenegro, apontando que a investidura parlamentar “nestas circunstâncias só pode significar que as oposições vão respeitar o princípio de nos deixar trabalhar e executar o programa do Governo”.

Não se trata de uma adesão a esse programa, mas antes de saber se há um bloqueio à sua execução. Não rejeitar o programa do Governo no Parlamento não significa apenas permitir o início da ação governativa, significa permitir a sua execução até ao final do mandato, ou no limite até à aprovação de uma moção de censura”, disse.

Não rejeitar este programa não significa um “cheque em branco” mas também não pode significar um “cheque sem cobertura”, apontou o líder do novo Governo, observando que o Partido Socialista, em particular, – e apesar da sua legitimidade para se poder afirmar como fiscalizador e alternativa futura – deve ser “claro e autêntico quanto à atitude que vai tomar: ser oposição democrática ou ser bloqueio democrático“.

Montenegro defendeu também no seu discurso que é preciso ter noção que Portugal não ficou “um país rico” só porque teve “um superávite orçamental“, que coloca “vários problemas”, como conduzir à “reivindicação desmedida e descontrolada de despesas insustentáveis” ou à ideia de quenão há necessidade de mudar estruturalmente a nossa economia e o Estado”.

Vamos cumprir as nossas promessas de desagravamento fiscal, de valorização dos salários e das pensões, de reestruturação dos serviços públicos e modernização do Estado“, garantiu Montenegro, mas vai “fazê-lo não à sombra da ilusão de um excedente, mas antes com a âncora de uma economia mais produtiva e competitiva e um Estado renovado e eficiente”.

O desagravamento dos impostos foi assim uma prioridade apontada pelo líder do PSD e do novo Governo, naquela que considera ser uma “medida de política económica e justiça social“, pelo que “vai “reduzir o IRS, isentar de impostos e contribuições os prémios de produtividade até ao limite de um salário”, garantiu Montenegro, bem como reduzir o IRC de 21% para 15% em três anos.

Luís Montenegro a discursar depois de ter tomado posse como primeiro-ministro do novo Governo.

Para a área da habitação, a isenção do IMT para a compra da primeira casa e a redução da fiscalidade sobre o setor foram as medidas para o setor reiteradas por Montenegro no seu discurso, enquanto para o setor da saúde, deixou prometida uma “reforma estrutural” e a apresentação de um programa de emergência até ao dia 2 de junho.

De forma a combater o problema demográfico, Montenegro apontou como armas a gratuitidade de creches e pré-escolar, vantagens fiscais para famílias numerosas, e a melhoria da legislação laboral.

No que à imigração diz respeito, o líder do novo Governo defendeu que esta tem de ser regulada e atrativa para profissionais qualificados. “Queremos um país humanista e acolhedor, que não está nem de portas fechadas, nem de portas escancaradas”, afirmou.

O agora empossado primeiro-ministro fez também questão de deixar uma palavra sobre o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), avisando que “não pode ser mais uma oportunidade para desbaratar dinheiro público” mas que tem antes de ser uma “oportunidade de investimento reprodutivo que alicerce uma economia forte e resiliente“.

A corrupção foi outro tema elencado no discurso, tendo Montenegro anunciado que vai propor a todos os partidos com assento parlamentar a “abertura de um diálogo com vista a fixar uma agenda ambiciosa, eficaz e consensual de combate à corrupção“, e estabelecendo como objetivo ter em dois meses “uma síntese de propostas, medidas e iniciativas”, a partir das quais se partirá para a aprovação das respetivas leis.

O Governo liderado por Luís Montenegro que tomou posse esta terça-feira é composto por 17 ministros, 10 homens e sete mulheres. A maioria são caras conhecidas e das fileiras do partido, para uma legislatura que se adivinha complicada para atingir consensos com a maioria relativa.

Este Executivo terá de ter capacidade de “decidir num curto espaço de tempo”, nomeadamente para cumprir as promessas eleitorais feitas durante a campanha, salientam os politólogos ouvidos pelo ECO.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, não marcou presença na cerimónia – tendo sido substituído na cerimónia por Alexandra Leitão – assim como Mariana Mortágua (BE), Paulo Raimundo (PCP), Rui Tavares (Livre) e Inês de Sousa Real (PAN). Já o presidente do Chega, André Ventura, marcou presença, assim como Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal.

(Notícia atualizada)

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“O tempo é muito curto” para o que foi prometido em campanha, avisa Marcelo

No discurso da tomada de posse de Luís Montenegro, Marcelo avisou ainda o novo Governo para não destruir o equilíbrio das contas públicas. "Onde não temos problemas não os devemos criar", disse.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu que o novo Governo minoritário de Luís Montenegro enfrenta múltiplos desafios, desde logo, face à reduzida base de apoio político e ao difícil contexto internacional. É preciso “conquistar mais portugueses”, aconselha. Por isso, o tempo é “muito curto” para o que foi prometido em campanha, nomeadamente na saúde, habitação e educação, sinalizou esta terça-feira o Chefe de Estado no discurso da tomada de posse de Luís Montenegro como primeiro-ministro e dos seus 17 ministros.

Em jeito de resumo, Marcelo afirmou que o mandato de Luís Montenegro “é complexo por quatro razões: o panorama internacional, a governação económica interna, a base de apoio político e o tempo”.

Sem uma maioria confortável no Parlamento, o Governo vai ter de construir “um apoio popular maioritário e isto implica um diálogo que tem de ser muito mais exigente”, continuou Marcelo Rebelo de Sousa. “O tempo é muito longo na teoria”, diz. Mas “na prática é curto” para todos os desafios que se avizinham.

O tempo é escasso para Montenegro ganhar mais popularidade e cumprir as promessas da campanha eleitoral como “o plano de emergência do SNS, sem esquecer a estabilidade do SNS”. “Na habitação, a abertura aos privados sem esquecer os que precisam de habitação pública”, alertou o Chefe do Estado.

O tempo também é “curto” para a “aceleração do PRR e crescente foco no PT2030, localização do novo aeroporto, solução para a TAP e contínua aposta na ferrovia, reforço da Entidade da Transparência para o combate à corrupção, o fim da discriminação entre as várias forças e serviços de segurança”, mas também para “a superação de bloqueios e incompreensões que travam a economia, a sociedade, a justiça”, elencou.

Alerta para não desbaratar excedente orçamental

Onde não temos problemas, não os devemos criar, como no consenso sobre a necessidade de mais crescimento económico, no equilíbrio das contas públicas e atenção à dívida pública”, salienta Marcelo quanto à governação económica e social interna.

O Chefe de Estado deixa aqui um alerta para que o novo Executivo não caia na tentação de desbaratar o excedente orçamental ou a trajetória de redução da dívida pública. “É importante manter a coerência e credibilidade” na Europa e no mundo que “tanto nos tem ajudado”, sublinha.

Reconhecendo que “o mundo em 2024 está pior do que em 2023”, “dependente das eleições norte-americanas e das guerras e da influência das guerras na economia” e que “a base e apoio político tal como o tempo não ajudam”, Marcelo admite que a governação será “muito difícil”. Mas “missão impossível, não o creio”, concluiu. “Há sempre soluções em democracia”, disse, citando Francisco Salgado Zenha, que foi ministro das Finanças e da Justiça nos primeiros Governo provisórios depois da queda da ditadura.

“A vitória eleitoral foi difícil, talvez das mais estreitas em eleições parlamentares. Imagino que também por isso a mais gratificante”, vincou.

E, inspirando-se na obra do final do século XVII “O pão partido em pequeninos” do padre Manuel Bernardes, deu o seguinte conselho: “o pão partido em pequeninos, aplicável a esta situação, significa que se parte um problema em vários pequenos e resolve-se um a um com paciência, sem criar ambições ilusórias. Pode não ser espetacular neste tempo de grandes emoções, mas pode ser um caminho com virtualidades”.

“Importa saber com o que conta o Governo e o que deve alcançar”, continua Marcelo, garantindo que “conta com o apoio solidário e cooperante do Presidente da República”. “Não conta com o apoio maioritário na Assembleia da República e tem de o construir com convergências mais prováveis em termos de regime ou de compromissos eleitorais semelhantes”, dando a entender que o PSD terá de conseguir entendimentos à direita.

Mas, “para convergências menos prováveis”, isto com o PS, “o diálogo tem ser mais aturado”. “Para orçamentos do Estado e reformas estruturais a exigência é mais largo folgo”, reconhece.

“Portugueses escolherem finalmente dar a vitória ao setor moderado e não ao setor radical”

Marcelo Rebelo de Sousa optou por ignorar o crescimento da extrema-direita em Portugal, em concreto, do Chega, e concluiu que os “portugueses escolheram finalmente dar a vitória ao setor moderado e não ao setor radical do outro hemisfério”.

Dirigindo-se ao eleitorado, o Chefe do Estado classificou o aumento da participação como um “voto de fé na democracia ao inverter a abstenção que parecia imparável”. “O voto vale sempre a pena, a liberdade vale sempre a pena”.

“O aumento da participação eleitoral” significa uma maior exigência ao futuro Governo de “aproximação às dificuldades dos portugueses”, indicou. E, dirigindo-se a Montenegro, alertou: “Nunca se esqueça dos jovens que desta vez apostaram no voto, eles são a única razão de ser da sua missão”.

Marcelo sublinha ainda a grande responsabilidade de Montenegro ao substituir António Costa, aquele que “liderou o mais longo Governo neste século e o segundo em democracia com sensibilidade internacional e, em particular, europeia”.

Em 2022, Marcelo ameaçou com a “bomba atómica”

Marcelo teve um tom mais brando com Luís Montenegro e não ameaçou com a “bomba atómica”, isto é, com a dissolução do Parlamento, ao contrário da posição que adotou com António Costa, quando tomou posse em 2022.

Há dois anos, Marcelo agarrou António Costa à maioria absoluta, ameaçando com a dissolução da Assembleia da República, caso decidisse ocupar um cargo em Bruxelas, e avisou que, desta vez, não há “desculpas ou álibis” para “poder fazer o que tem de ser feito”. Mas, ressalvou que “maioria absoluta” não é “poder absoluto em ditadura de maioria”, aconselhando a “diálogos de interesse nacional com todos – partidos, parceiros, setores sociais, económicos, culturais, políticos”.

Na lista de tarefas para o Executivo socialista, o Presidente colocou, logo à cabeça, a proteção “dos custos dos bens básicos”, que a pandemia e depois a guerra agravaram, para que “para que não saiamos da pandemia da saúde para a pandemia da inflação”. Em segundo lugar, “garantir que os fundos vindos de Bruxelas avançam depressa no terreno, para remendarem o que há a remendar, mas, sobretudo, construir o que há a construir”. E, em terceiro, e não menos urgente, “garantir que o que vier a chegar aos bolsos do Portugueses signifique que filho ou neto de pobre não esteja condenado a ser pobre”.

Tratadas as “missões mais urgentes”, é preciso tratar das “que são mais profundas”, sublinhou, na altura, o Chefe do Estado. Marcelo referia-se à necessidade de “reformar com brevidade, e bem, o Serviço Nacional de Saúde” e de “apostar muito mais ainda no crescimento – sólido e duradouro –, no investimento, nas exportações, na ciência, na educação, nas qualificações em geral, no emprego, claro, e sempre na inovação e autonomia energética e digital”.

Mas não só. O Presidente da República defendeu o combate às desigualdades e à pobreza, uma melhor Justiça e um sistema eleitoral mais eficaz, “em que todos, cá dentro e lá fora, nos sintamos devidamente representados e com idênticas possibilidades de exprimir as nossas escolhas”, acenando com a necessidade da reforma do sistema eleitoral, eventualmente com a introdução de um círculo de compensação, como já propôs a Iniciativa Liberal.

A dois anos do fim do mandato, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dá posse ao Governo de Luís Montenegro, o primeiro da sua família política e o terceiro, no total, contando com os dois do PS de António Costa.

(Artigo atualizado às 19h34)

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EIOPA vai testar a resiliência financeira das seguradoras europeias

  • ECO Seguros
  • 2 Abril 2024

O objetivo do teste é verificar a resiliência das seguradoras europeias, tanto do ponto de vista do capital como de liquidez, face a condições económicas e financeiras adversas na região.

A Autoridade Europeia de Seguros e Fundos de Pensões (EIOPA) anunciou esta terça-feira o lançamento do stress test (teste de esforço) 2024, onde submete seguradoras do Espaço Económico Europeu a cenários de prolongamento e intensificação de tensões geopolíticas para testar a sua resiliência e divulgar essas informações aos órgãos reguladores nacionais para que possam emitir recomendações ao setor.

Desenvolvido pela EIOPA, em colaboração com o Comité Europeu do Risco Sistémico, o teste pressupõe avaliar as seguradoras sob um cenário de ressurgimento de perturbações nas cadeias de abastecimento, conduzindo a um crescimento económico lento e ao reacender de pressões inflacionistas. O que pode resultar num aumento das taxas de juro, redução de rentabilidade das empresas, redução de financiamento das despesas públicas e um aumento das taxas de juro das obrigações emitidas pelos governos.

O objetivo do teste é verificar a resiliência das seguradoras europeias, tanto do ponto de vista do capital como de liquidez, face a condições económicas e financeiras adversas na região, que ultrapassaram a resiliência exigida ao abrigo do Solvência II. Assim como visa fornecer aos supervisores nacionais esses dados relativos à capacidade das seguradoras em reagir a choques, para que estas possam emitir recomendações e até “discutir potenciais ações de acompanhamento a seguradoras individuais, a fim de melhorar a sua resiliência”, escreve o supervisor europeu.

Esta avaliação microprudencial “é complementada pela estimativa das potenciais repercussões do setor dos seguros para outras partes do sistema financeiro, desencadeadas por reações aos choques prescritos.”

Segundo o regulador europeu, a amostra para o teste contará com 48 empresas de 20 Estados-Membros e abrangerá mais de 75% do mercado do Espaço Económico Europeu em termos de ativos totais. As seguradoras participantes terão até meados de agosto de 2024 para calcular os seus resultados com base no cenário e apresentá-lo à autoridade nacional de supervisão competente, no caso de Portugal, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), até ao final de outubro deste ano. O resultado do teste será apresentado em dezembro de 2024 sob duas formas: relatório baseado em dados agregados e publicação de resultados individuais relativos a um subconjunto de indicadores baseados no capital, sujeito ao consentimento da entidade relevantes.

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Economia portuguesa deve crescer 1,3% em 2024 e 1,8% em 2025

  • Lusa
  • 2 Abril 2024

Segundo o relatório, "a recuperação do comércio mundial poderá ser limitada pelo excesso de 'stock', enquanto as empresas enfrentam pressões de insolvência".

A Allianz Trade, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, prevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2024 e baixou a estimativa para 2025, de 2,3% para 1,8%, foi anunciado esta terça-feira.

Em comunicado, a Allianz Trade refere que também moderou as projeções a nível global, prevendo para as economias mais desenvolvidas um cenário de crescimento estável em torno de 1,6%, enquanto os mercados emergentes enfrentam uma desaceleração, com um crescimento previsto de aproximadamente 4%, menos 0,3 pontos percentuais do que anteriormente.

No mais recente relatório “Global Economic Outlook 2024-25 Soft landing: It´s a wrap?” (em português ‘Perspectivas Económicas Globais 2024-25 Aterragem suave: É um fim?’), a Allianz prevê ainda um crescimento de 1,7% para os Estados Unidos em 2025, depois de uma expansão de 2,4% em 2024, ao mesmo tempo que estima que a zona euro deverá acelerar para 1,5% em 2025, contra 0,7% em 2024.

“Os economistas da Allianz estão cautelosos e destacam a ideia de que os bancos centrais deverão adotar uma postura de flexibilização monetária na segunda metade de 2024”, refere o relatório, afirmando que “os analistas acreditam que deverá existir um cenário económico divergente, marcado por uma inflação mais reduzida e que os mercados financeiros vão continuar a ser influenciados por uma variedade de fatores geopolíticos e também de avanços na Inteligência Artificial”.

Em relação à inflação em Portugal, as previsões da Allianz Trade sugerem um valor de 2,3% para este ano e 1,9% para 2025, números que ficam próximos da média da zona euro, que deverá registar uma inflação de 5,6% em 2024 e de 2,6% em 2025, encaminhando-se para o objetivo do Banco Central Europeu (BCE), que é uma inflação próxima dos 2%.

No relatório, os especialistas destacam “os desafios significativos para as empresas, com a possibilidade de existirem cortes de custos em alguns serviços”.

“A recuperação do comércio mundial poderá ser limitada pelo excesso de ‘stock’, enquanto as empresas enfrentam pressões de insolvência, especialmente nos Estados Unidos, Espanha e Holanda”, lê-se no relatório, que prevê ainda “um aumento de 9% das insolvências das empresas em 2024, com a maior parte desse aumento a ocorrer naqueles três países”.

O relatório destaca ainda “a importância da atenção aos movimentos dos bancos centrais, que podem ter implicações significativas nos mercados financeiros globais, e incentiva uma abordagem cautelosa e estratégica por parte dos investidores”.

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Ranking seguradoras cativas: Cresceram 5% em três anos. Marsh lidera

  • ECO Seguros
  • 2 Abril 2024

Mais de metade das cativas a nível global situam-se nos EUA, e 31,1% das cativas estão em offshores na América do Norte.

Os Estados Unidos da América têm no seu território mais de metade de todas as seguradoras cativas do mundo – têm 3.344 que correspondem a 54,3% do total global, “números que excluem microcaptives, series captives e células individuais de membros da célula em empresas de células protegidas”. Segundo o ranking da BI Survey analisado pelo Business Insurance, que também contabiliza as cativas em offshore, na Europa encontram-se 10,9% das cativas, isto é, 670.

Foram contabilizadas 6.161 cativas em 2023 a nível global, contribuindo para o aumento anual que se tem registado desde 2021, após anos de queda que começou, pelo menos, em 2017, ano em que perdeu 246 cativas desde o ano anterior, passando de 6.700 para 6.454. Em 2020, registou uma quebra para 5.879 cativas, assim, em três anos subiram aproximadamente 5%.

O estado americano com mais cativas é Vermont com 659, mais 20 que no ano anterior. Em segundo lugar está o Utah com 439, mais 27 e em terceiro a Carolina do Norte com 311 cativas mais 17 que em 2022. Na Europa, destaca-se a Guernsey, ilha no canal da Mancha, com 199 cativas, menos 4 que em 2022. Seguindo-se Luxemburgo com 195, que mantém o número de cativas há um ano, e no terceiro lugar do pódio está a Ilha de Man, no Mar da Irlanda, com 98 cativas, menos 1 que o ano anterior. Na região Ásia-Pacifico, Singapura é quem tem mais destas seguradoras especializadas, com 87 no seu território, mais 5 que no ano anterior.

Importa salientar que as seguradoras cativas em offshores, onde a companhia de seguros especifica está domiciliada fora do país onde o risco é seguradora, localizadas na América do Norte representam 31,1% das registadas a nível global, isto é, 1.913. Neste caso, é nas Ilhas Cayman que registam a maioria destas seguradoras – 658, mais 16 que um ano antes.

 

A Marsh Captive Solutions é a maior seguradora gestora de cativas do mundo, tendo sob a sua gestão 1.588 cativas (que inclui microcaptives e células individuais), com um volume de negócios 73 mil milhões de dólares em 56 territórios diferentes. Em segundo lugar está a Aon Captive & Insurance Management com 1.004 cativas em 48 domicílios e mais de 65 mil milhões em volume de prémios. No último lugar do pódio está a Artex Rish Solutions com mais de 19 mil milhões em volume de prémios no total das 855 seguradoras especializadas, espalhadas por 32 domicílios.

Com 855 cativas a Strategic Risk Solutions surge em quarto lugar tendo as seguradoras espalhadas por 37 países, sem indicação do volume de negócios. De seguida surge a Acession Risk Management Group com 576 cativas em 18 territórios diferentes e 866 milhões de dólares em prémios. A WTW, Captive & Insurance Management Solutions surge em sexto lugar com mais de 10 mil milhões em volume de negócios nas 316 cativas, espalhadas por 35 territórios que gere. Já a Risk Solutions, com 244 cativas em 10 territórios surge em sétimo lugar a gerir 715 milhões de dólares. Segue-se a Davies Captive Management com 206 cativas em 22 territórios, sem registo quanto ao volume de negócios.

Nos últimos lugares do Top 10 está o Brown & Brown com 131 cativas em 20 territórios e mais de 8 mil milhões em prémios e, Hylant Group ocupa a décima posição com 100 cativas em 22 domiciliárias com 950 milhões de dólares em volume de negócios.

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