Mais de 10 milhões de eleitores escolhem hoje os 230 deputados da Assembleia da República

  • Lusa
  • 10 Março 2024

Mais de 10 milhões de eleitores votam para eleger 230 deputados da Assembleia da República. As urnas estão abertas entre as 9h e as 19h.

Mais de 10 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura, e de onde sairá o novo Governo.

As mesas de voto estarão abertas entre as 8 e as 19 horas em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.

No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais — 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e fora da Europa –, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 24 milhões de euros.

Concorrem a estas eleições legislativas antecipadas 18 forças políticas, menos três do que nas eleições de 2019 e 2022.

A Nova Direita é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a PS, Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM), Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), PAN, Livre, Nós, Cidadãos!, Alternativa 21 (MPT/Aliança), ADN, PTP, RIR, JPP, Ergue-te, MAS, Volt Portugal e PCTP/MRPP.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019, nas quais a taxa de abstenção atingiu o número recorde de 51,43%.

A atual legislatura, que terminaria apenas em 2026, foi interrompida na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa (PS), após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas.

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Marcelo apela ao voto e lembra situação internacional

  • Lusa
  • 9 Março 2024

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou ao voto nas eleições de legislativas de domingo e considerou que é nos tempos difíceis "que mais importa votar".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou ao voto nas eleições de legislativas de domingo e considerou que é nos tempos difíceis “que mais importa votar”.

Numa declaração ao país na véspera das eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa apontou a preocupação com “a urgência de acelerar a recuperação da economia”, numa altura em que se sentem os efeitos da situação de tensão a nível internacional, lembrando as guerras na Ucrânia e em Gaza, as subidas de preços, os custos dos juros e alguns problemas sociais.

Em tempos assim, em que as guerras vieram relançar guerras económicas e comerciais que esperávamos ultrapassadas pelo fim da pandemia, é nesses tempos que importa mais votar” disse o Presidente.

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Estarão os unicórnios nacionais a perder asas?<span class='tag--premium'>premium</span>

Há mais de dois anos que não nascem unicórnios com ADN nacional. O que diz isso sobre a saúde do ecossistema de empreendedorismo? Haverá capacidade para novas startups alcançarem o mítico estatuto?

Primeiro voaram, mas no ano passado alguns dos unicórnios nacionais tiveram percalços na sua rota de voo. A Talkdesk avançou para mais uma ronda de despedimentos. A terceira em cerca de um ano. E a Farfetch teve uma aterragem forçada e só o acordo fechadocom os sul-coreanos da Coupang — com uma linha de liquidez de 500 milhões de dólares — a salvou da insolvência. Era o único unicórnio com ADN português em bolsa. Sinais de alerta para o ecossistema de empreendedorismo nacional? Este artigo integra a terceira edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Depois de mais de dois anos sem ver nenhuma startup nacional a saltar para uma avaliação de mil milhões de dólares, haverá capacidade no ecossistema português — em muito financiado por fundos internacionais — em atrair maiores tickets

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📹 Mulheres no mundo do trabalho: os números da desigualdade

  • ECO
  • 9 Março 2024

Ganham menos do que os homens e na UE, apenas o Luxemburgo conseguiu acabar com a disparidade salarial entre homens e mulheres.

Na Europa há mais homens do que mulheres empregadas e elas ganham menos. Portugal regista uma disparidade salarial de 11,9%, isto é, abaixo da média da UE de 12,7%. Luxemburgo já eliminou a disparidade salarial de género.

Em Portugal, apenas 30% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres, uma percentagem que desce para os 27% quando considerados os cargos de liderança.

Estes são apenas alguns dos números que espelham a falta de paridade entre homens e mulheres no mundo do trabalho. Mais há mais.

https://videos.sapo.pt/d7ZWjJnNHIEj92GEfQHy

 

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Multicare reforça serviços nos seguros de 600 mil mulheres

  • ECO Seguros
  • 9 Março 2024

A seguradora de saúde do Grupo Fidelidade vai reforçar os serviços especializados para as mais de 600 mil mulheres que tem como clientes com o programa Saúde da Mulher.

A Multicare, seguradora de saúde do Grupo Fidelidade, vai reforçar os serviços especializados para as mais de 600 mil mulheres que tem como clientes com o programa “Saúde da Mulher”.

Ana Rita Gomes a apresentar os incrementos no lado feminino dos produtos Multicare. Melhorar a qualidade de vida é o objetivo.

A companhia passa a disponibilizar às suas clientes serviços dedicados à saúde da mulher, como Consulta da Puberdade, “para responder às dúvidas dos pais e adolescentes” Consulta do Planeamento Familiar para a mulher e casal que planeia engravidar, Consulta da Nutrição na Preconceção para promover uma gravidez mais saudável, Consulta da Enfermagem efetuada por uma enfermeira especialista em saúde materna, Consulta Dormir Melhor Bebé para apoiar os pais na gestão das rotinas de sono do bebé e a Consulta da Menopausa para “esclarecer dúvidas e receios sem tabus, para uma vida sem pausas”, descreve a Multicare em comunicado.

Ana Rita Gomes, da Comissão Executiva da Multicare, afirma que “a aposta da Multicare num programa de saúde inovador e personalizado, desenhado para as necessidades específicas de cada uma das nossas Clientes, visa contribuir para que disfrutem de uma vida mais saudável e com maior bem-estar, e possam sentir-se mais autoconfiantes para lidarem com as transformações “naturais” que ocorrem nas diferentes fases da sua vida”.

Será igualmente disponibilizado um Programa de Acompanhamento da Gravidez, que “complementará o acompanhamento presencial médico, com um espaço para esclarecer as dúvidas das mulheres no decorrer da gravidez e no pós-parto”. Neste programa, haverá “acompanhamento personalizado por uma enfermeira especialista, que através de uma visão holística a poderá referenciar para outras valências da Medicina Online, como especialidades médicas, consulta de nutrição, consulta de psicologia, personal trainer”, explica a Multicare.

A companhia refere que, embora as mulheres tenham uma esperança média de vida de 84,5 anos, 6 anos superior à dos homens, parte significativa deste tempo é passado com uma saúde mais debilitada, mesmo em idade produtiva. Em média, as mulheres vivem os últimos doze anos de vida em condições pouco saudáveis, lembra Ana Rita Gomes, daí os esforços de prevenção que a Multicare quer continuar a lançar.

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Autoestradas do Douro Litoral quer estender concessão até meados de 2038

A Autoestradas do Douro Litoral quer estender por três anos e meio o prazo da concessão como forma de compensação pelas perdas na pandemia. Empresa está à venda e espanhola Abertis está interessada.

A Autoestradas do Douro Litoral (AEDL) pretende estender o prazo da concessão em três anos e meio, como forma de compensação pelo período da pandemia, apurou o ECO. A possibilidade de o período ser alargado é um dos trunfos na venda da concessionária, processo em que a espanhola Abertis é uma das interessadas.

As várias concessionárias de autoestradas reservaram o direito de reequilíbrio financeiro devido ao impacto negativo nas contas das medidas decretadas pelo Governo durante a pandemia de covid-19, tendo avançado a partir de 2023 com pedidos formais, contabilizando as perdas alegadamente sofridas. Foi o que fez também a AEDL, que é detida por um conjunto de fundos liderados pela Strategic Value Partners, no final de janeiro deste ano.

O Decreto-Lei n.º 19-A de 30 de abril de 2020 determina que a compensação ou reposição financeira só pode ser realizada através de uma prorrogação do prazo de execução das prestações ou da vigência do contrato. Ora a AEDL entende que o prejuízo sofrido corresponde à extensão da concessão por três anos e meio.

Uma pretensão que pode não ser atendida. O processo é gerido pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), que podem criar uma comissão de negociação ou rejeitar o pedido, seguindo o processo para tribunal arbitral. A estratégia a seguir em relação aos pedidos de reequilíbrio financeiro das concessionárias terá de ser definida pelo Governo que sair das eleições de domingo.

Abertis interessada na Douro Litoral

A concessão do Douro Litoral inclui as autoestradas A32, A41 e A43, na Área Metropolitana do Porto, com uma extensão total de 73,3 quilómetros. A possibilidade de alargar o prazo da concessão é um dos trunfos que a Strategic Value Partners tem no processo de venda que arrancou nas últimas semanas.

Um dos fortes interessados é a espanhola Abertis, antiga acionista da Brisa, segundo apurou o ECO. Questionada, a empresa respondeu que não comenta eventuais processos de aquisição.

O Jornal de Negócios noticiou em fevereiro que a AEDL contratou os bancos de investimento Goldman Sachs e Natixis para avançarem com a venda da concessionária. Entre os potenciais candidatos estão outros operadores rodoviários e fundos de infraestruturas internacionais. O objetivo é concluir a operação durante o verão, com o valor a poder ultrapassar os 400 milhões, considerando a avaliação de outras transações na Europa.

A Parceria Público-Privada para a construção e operação da Douro Litoral foi assinada em dezembro de 2007, com um prazo de 27 anos, terminando em dezembro de 2034. A concessão pertencia inicialmente à Brisa, mas acabou por ir parar às mãos dos credores liderados pela Strategic Value Partners, em 2021. Nesse mesmo ano, os novos donos tentaram vender a Douro Litoral, sem sucesso.

Em janeiro, a AEDL e o Estado chegaram a acordo sobre a renegociação da concessão, formalizando a substituição da Brisa pela Ascendi na prestação de serviços de operação e manutenção.

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Guardas ameaçam parar sistema prisional com novas greves

  • Lusa
  • 9 Março 2024

A greve dos guardas prisionais que termina este sábado terá registado uma adesão de 95%, mas o Sindicato Nacional da Guarda Prisional revela que está a preparar novas paralisações.

Os guardas prisionais ameaçam parar as prisões portuguesas com novas greves, após a que termina hoje tenha registado uma adesão de 95%, disse este sábado à Lusa Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNCGP).

O sindicalista lamenta a falta de resposta dos partidos às reivindicações destes profissionais. “Ninguém se dignou a falar connosco durante a greve, ninguém se dignou a perguntar, a tentar resolver algum dos problemas com que nos debatemos”, referiu. “O que nos leva a achar que, ganhe quem ganhar, vamos ficar na mesma. Ninguém quer saber do corpo da guarda prisional”, diz.

Segundo Frederico Morais, apesar disso, o corpo da guarda prisional “não vai parar”, destacando os “milhares de julgamentos e de consultas médicas adiadas” pela greve que hoje termina e que arrancou a 13 de fevereiro.

“Vamos dar um espaço muito curto a quem ganhar [as eleições]”, disse, lamentando que nos últimos dois anos não se tenham resolvido os problemas da classe. “Se não resolverem nada”, disse, em breve irão “voltar outra vez para as greves” e “não será só uma greve às diligências”.

“Será uma greve total”, referiu Frederico Morais, acrescentando que os guardas irão “parar completamente o sistema prisional português”. Há 3.885 guardas prisionais em Portugal atualmente, refere o sindicalista.

Os guardas reivindicam melhores salários, que neste momento estão pouco acima da remuneração mínima mensal, bem como uma melhoria das condições de trabalho e também a atualização das remunerações.

Segundo Frederico Morais, a classe foi esquecida na atribuição do subsídio de missão e as condições de valorização das carreiras são piores do que as da PSP.

Os guardas prisionais têm também marcado presença nos protestos das forças de segurança no último mês, motivados sobretudo pela atribuição de um subsídio de missão à PJ que deixou de fora, não só a guarda prisional, mas também a PSP e a GNR.

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Altman regressa “em ombros” à administração da sua OpenAI

Depois do drama que envolveu o seu despedimento e dias depois a sua readmissão na OpenAI, Sam Altman volta a fazer parte do Conselho da Administração da empresa que ajudou a fundar em 2015.

O atual CEO da OpenAI, Sam Altman, será reintegrado ao conselho de administração da criadora do ChatGPT, que contará ainda com três novos diretores, anunciou a mais proeminente empresa de inteligência artificial do mundo em comunicado.

Uma investigação conduzida pela sociedade de advogados WilmerHale sobre os eventos que levaram à demissão de Altman em novembro chegou ao fim, levando a empresa a criar novas regras de governança e reforçar a sua política de conflito de interesses.

De acordo com informação revelada pela OpenAI, a investigação desenvolvida pela WilmerHale concluiu “a decisão do anterior Conselho de Administração [que levou ao despedimento de Altman e de Greg Brockman] não resultou de preocupações relacionadas com a segurança do produto, o ritmo de desenvolvimento, as finanças da OpenAI ou as suas declarações aos investidores, clientes ou parceiros comerciais”, mas “uma consequência de uma rutura na relação e perda de confiança entre o anterior Conselho de Administração e Altman.”

Em função desta avaliação, “o comité especial recomendou ao Conselho de Administração que aprovou a decisão de 21 de novembro de recontratar o Altman e Brockman”, que entretanto retornaram à empresa assumindo os anteriores cargos de CEO e presidente, respetivamente, e “expressou a sua total confiança na liderança contínua da OpenAI por parte do Altman e de Brockman.”

Além de Altman, co-fundador da OpenAI, entram para a administração da empresa norte-americana Sue Desmond-Hellmann, ex-CEO da Fundação Bill e Melinda Gates, Nicole Seligman, ex-presidente da Sony Entertainment, e Fidji Simo, CEO do Instacart. Os novos membros juntam-se aos atuais nomes, Adam D’Angelo, CEO do Quora, Larry Summers, ex-Secretário do Tesouro dos EUA, e Bret Taylor, ex-co-CEO da Salesforce.

Num post escrito na sua conta da rede social “X”, Altman acolheu os novos membros do Conselho de Administração e agradeceu a todos os membros da equipa “por serem resilientes (uma grande competência OpenAI!) e por se manterem concentrados durante um período difícil.”

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Pequim garante que vai aumentar a venda de casas de forma “vigorosa” e “ordenada

  • ECO
  • 9 Março 2024

Parte da política que a China prepara-se para reabilitar o setor imobiliário passará por apoiar a construção de habitação mais acessível e satisfazer a procura das famílias.

A China prepara-se para avançar com políticas públicas para aumentar as vendas de habitação de forma “enérgica” e “ordenada”, afirmou este sábado Ni Hong, ministro da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural.

O setor imobiliário chinês tem enfrentado uma crise atrás da outra desde 2021, após uma repressão regulatória sobre a elevada alavancagem entre os promotores imobiliários ter desencadeado uma crise de liquidez nas empresas do ramo e diminuído o ânimo dos compradores.

Recorde-se que, recentemente, vários promotores imobiliários chineses, como os gigantes do setor como o Grupo China Evergrande e o Country Garden entraram em incumprimento com o pagamento das suas obrigações, levando a que muitos projetos habitacionais por todo o país ficassem por concluir e gerado uma onda de irritação entre os compradores que já tinham pago pelas suas casas.

Alguns promotores deveriam ser autorizados a declarar falência ou ser reestruturados de acordo com regras legais e baseadas no mercado, disse Ni Hong durante uma conferência de imprensa à margem da reunião anual do parlamento em Pequim, citado pela Reuters.

Já esta semana, o primeiro-ministro chinês Li Qiang afirmou que a China acelerará o desenvolvimento de “um novo modelo” para o setor imobiliário que se encontra num ambiente problemático, focando-se na construção de habitação mais acessível e satisfazendo a procura por casas.

No entanto, a China insistirá que “a habitação serve para viver, não para especulação” ao formular um novo modelo de desenvolvimento para o setor, disse Ni Hong, reiterando uma posição oficial contra a especulação imobiliária.

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Autoridades escrutinam mais de 850 anúncios publicitários de imóveis

  • Lusa
  • 9 Março 2024

A Direção-Geral do Consumidor (DGC) revelou que, após fiscalizar mais de 850 anúncios imobiliários online, identificou 11 infrações em oito diferentes plataformas de comercialização de imóveis.

Numa recente operação de vigilância sobre a publicidade imobiliária, a Direção-Geral do Consumidor (DGC) analisou mais de 850 anúncios em diferentes plataformas digitais, que resultou na identificação de 11 infrações e o envolvimento de oito operadores económicos.

A informação foi divulgada este sábado num comunicado publicado pela DGC, que sublinha a ação rigorosa da autoridade na proteção dos direitos dos consumidores, além de esclarecer que a fiscalização incidiu especialmente em sites de operadores económicos e plataformas online conhecidas no setor imobiliário, incluindo Idealista, Imovirtual, Casa Sapo e OLX.

Esta iniciativa insere-se no âmbito das responsabilidades da DGC enquanto entidade pública dedicada à defesa do consumidor, evidenciando o seu compromisso em assegurar a transparência e a legalidade no mercado de imóveis.

Durante a ação foram analisadas 852 mensagens publicitárias de 73 empresas de mediação imobiliária, com franchising em Portugal. Entre as mensagens analisadas, a DGC detetou 11 casos de infrações e oito operadores infratores.

As infrações detetadas correspondem a “falta de indicação, nos anúncios, da área útil da habitação, que é um dos elementos que deve constar obrigatoriamente na publicidade à venda de imóveis”, esclarece.

A DGC destaca que, no âmbito da ação, se verificou “uma elevada taxa de cumprimento, tanto no que diz respeito ao universo de mensagens publicitárias analisadas (98%), como no que se refere ao universo de operadores abrangidos (89%)”.

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Procura nos albergues do Porto dispara com mais de 600 pedidos em 2023

  • Lusa
  • 9 Março 2024

A Associação de Albergues Noturnos do Porto (ANNP) recebeu em 2023 mais de 600 pedidos de alojamento, tendo conseguido dar resposta a menos de 20% dos casos.

Albergues Noturnos do Porto
O custo da habitação é cada vez mais um entrave na autonomização das pessoas em situação de sem-abrigo, alerta a associação Albergues do Porto onde 60% das camas estão ocupadas permanentemente por ausência de respostas de longa duração, Porto, 30 de novembro de 2023.@Jorge Coelho/Lusa

No decorrer de 2023, a Associação de Albergues Noturnos do Porto (ANNP) foi confrontada com uma afluência recorde, ao receber mais de 600 pedidos de alojamento. No entanto, apenas conseguiu dar resposta a uma fração inferior a 20% dessas solicitações, conforme revelou este sábado à agência Lusa a diretora-geral da instituição, Carmo Fernandes.

Com uma longa tradição de 142 anos a prestar assistência a pessoas em situação de risco ou exclusão social, a associação dispõe de 97 camas nos seus dois centros localizados na Rua Mártires da Liberdade e na Rua de Miraflores, enfrentando um desafio crescente para satisfazer a elevada demanda por alojamento temporário.

Em entrevista à Lusa, Carmo Fernandes explicou que, “na teoria, a resposta deve estender-se por seis meses ou um ano, dando assim tempo para as pessoas reorganizarem as suas vidas ou passarem para outro tipo de resposta com outro nível de especificidades, mas a realidade é bem diferente”.

As estatísticas de 2023 mostram ainda que o número de pessoas em situação de sem-abrigo com alojamento superou as 200 e dos pedidos de alimentação registados no último ano, 10% foram de brasileiros, africanos e indianos.

A falta de habitação conjugada com o preço das rendas, a doença mental que afeta alguns dos utentes e a incapacidade de outros para uma vida autónoma são problemáticas que “fazem com que um número significativo de pessoas permaneça nos albergues muito tempo”, relatou a responsável, revelando haver pessoas a residir há 20 anos na associação.

Voltando aos números, Carmo Fernandes assinalou que das 97 camas disponíveis, “mais de 50% estão ocupadas em permanência”, impedindo assim que “o ciclo rotativo de pessoas com passagens curtas diminua”.

O problema aumenta quando a equação revela os utentes com “problemas de saúde mental”, o que obriga a que “seis meses ou um ano de alojamento temporário não sejam suficientes para que essas pessoas possam tornar-se autónomas”, pois “precisam de uma resposta assistida de longa duração”, assinalou.

O facto de no Porto não haver esse tipo de respostas obriga os Albergues do Porto a usar “critérios flexíveis”, como recusar a ideia de “devolver essas pessoas à rua” e continuar a acolher quem já tem mais de 60 anos, que por estar ali alojado “não é considerado prioritário para lares”, contou Carmo Fernandes.

As estatísticas de 2023 mostram ainda que o número de pessoas em situação de sem-abrigo com alojamento superou as 200 e dos pedidos de alimentação registados no último ano, 10% foram de brasileiros, africanos e indianos.

Segundo Carmo Fernandes, responsável da ANNP, a instituição que acolhe pessoas em situação de sem-abrigo e em exclusão social está “a trabalhar para lá do seu limite”.

Sobre a população imigrante/estrangeira com quem contactou em 2023, Carmo Fernandes disse que os pedidos de alojamento não tiveram impacto, porque “como são jovens e estão numa fase da vida muito batalhadora, assim que conseguem emprego e poupar dinheiro avançam para uma solução de habitação autónoma”.

Segundo a responsável, a instituição que acolhe pessoas em situação de sem-abrigo e em exclusão social está “a trabalhar para lá do seu limite” e, como forma de começar a minimizar esse esforço, quer apostar num modelo de alojamento fora do espaço da associação, denominado ‘housing first’, que visa promover o acesso a habitação para pessoas em situação de sem-abrigo.

“Estamos a preparar-nos para ter uma nova resposta, denominada ‘housing first’, que assenta na lógica de que a casa é o ponto de partida, sendo que a partir do momento em que é atribuída uma casa a essa pessoa inicia-se um caminho para a ajudar a ultrapassar muitas das lacunas”, descreveu Carmo Fernandes.

Para a diretora, esta “é uma resposta em que a casa faz parte do trabalho técnico, pois muitas das pessoas não têm capacidade para voltar a integrar o mercado de trabalho”.

Sem se comprometer com prazos, a responsável traçou, contudo, como objetivo “de entre o final deste ano e o início de 2025 ter no terreno uma experiência piloto e, no caso de correr bem, alargar a outra realidade”.

“Já existe em Lisboa, Algarve, Braga e Leiria, e essa lacuna no Porto precisa de ser colmatada para perfis que não encontram outra solução”, enfatizou.

A ANNP integra o Núcleo de Planeamento e Intervenção para pessoas em situação de Sem-Abrigo (NPISA), coordenado pela Câmara do Porto e que reúne mais de 60 instituições.

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“Fadiga eleitoral” (e emigrantes) pode levar a um aumento da abstenção

Três eleições em cinco anos. Politólogos admitem que uma "fatiga eleitoral" afaste eleitores das urnas depois de nas últimas eleições quase metade da população não ter exercido o seu direito ao voto.

Este domingo, os portugueses voltam às urnas para eleger 230 deputados para a Assembleia da República, e, consequentemente, permitir que se forme um novo Governo, depois de o anterior se ter demitido. As eleições legislativas ocorrem depois de um ano de alguma turbulência, e as sondagens realçarem que há muitos indecisos. Mas para além desses, existe ainda um grupo que não irá às urnas.

“Não é de excluir a hipótese que os eleitores portugueses, com três eleições legislativas em cinco anos, possam ser afetados por uma certa fadiga eleitoral”, alertam João Cancela, professor da Universidade Nova de Lisboa, e José Santana Pereira, investigador no ISCTE ao ECO. “Sabemos que há por vezes um efeito de cansaço e saturação eleitoral quando as pessoas são chamadas muitas vezes às urnas em curtos intervalos de tempo”.

O mesmo alerta é dado pelo porta-voz da Comissão Nacional das Eleições (CNE). Fernando Anastácio sublinha, ao ECO, que embora a CNE tenha em curso uma estratégia de “sensibilização, informação e esclarecimento dos atos eleitorais” essa poderá não ser suficiente para atrair os mais de 10,8 milhões de portugueses inscritos por considerar que “as dinâmicas de participação [nas eleições] têm muito a ver, obviamente, com a mensagem política e com a predisposição que os eleitores têm em cada momento para responder às mensagens”.

Tal como nos indecisos, existem entre os abstencionistas eleitores que estão “desiludidos com o sistema” depois de a maioria absoluta do PS ter criado “expectativas altas” sobre um futuro que foi interrompido dois anos mais cedo do que o previsto, aponta Paula Espírito Santo ao ECO. Estes eleitores, caracteriza a especialista em sociologia e comportamento político do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), embora assumam uma posição de “protesto”, serão ainda assim mais fáceis de “chamar e de convencer a votar” do que os eleitores que estão “completamente alheados e que não têm qualquer proximidade ao funcionamento do sistema político porque desconhece”. A maioria são jovens, alguns acabados de entrar na idade legal, por não estarem “socializados com o sistema político”, nem terem sido “culturados” nesse sentido.

“Por regra, os jovens são mais desligados da política e do voto, em particular. Não podemos gostar da arte se nunca formos a um museu, ou gostar de futebol se não formos socializados para gostar de futebol”, compara a investigadora. Mas os dados da abstenção têm mais camadas para além destas.

Nos dias que se seguiram a 30 de janeiro de 2022, o debate público centrou-se na (imprevisível) maioria absoluta do PS e nos eleitores abstencionistas que representaram 48,6%, ou cerca de 4,5 milhões, do total de eleitores elegíveis (10,8 milhões). Ainda que tenha sido quase metade da população, a abstenção nesse ano foi, ainda assim, inferior às das eleições legislativas de 2019. Nesse ano, havia 9,3 milhões de portugueses recenseados, mas só chegaram às urnas cerca de cinco milhões de votantes. A taxa de abstenção foi de 51,4%, a mais alta de sempre.

Mas as eleições legislativas não são determinadas apenas com base nos eleitores residentes em Portugal. “Quando olhamos para a abstenção como um todo, é importante saber que Portugal é um país da diáspora em que uma proporção dos inscritos eleitoralmente são emigrantes”, alerta Paula Espírito Santo.

Em 2022, existiam no estrangeiro mais de 1,5 milhões de portugueses inscritos para votar. Nas mãos destes eleitores, está o poder de eleger quatro deputados para a Assembleia da República (representando os círculos eleitorais da Europa e fora), mas nesse ano apenas 11,42% (cerca de 173 mil pessoas) exerceram o seu direito ao voto. Nas eleições legislativas anteriores, em 2019, a percentagem de participação foi de 10,79%. Ou seja, dos 1,4 milhões de inscritos, apenas 158 mil eleitores votaram.

“Se retirarmos os eleitores emigrantes dos valores globais, a abstenção baixa cerca de 6 pontos percentuais. Não considero uma abstenção de 42% como elevada”, considera Paula Espírito Santo.

Mas a proporção de eleitores no estrangeiro nem sempre rondou os milhões. Na verdade, tudo mudou em 2018, quando o Ministério da Administração Interna e a Secretaria de Estado das Comunidades procuraram flexibilizar o voto no círculo da Europa, dado que, contextualiza Paula Espírito Santo, “os portugueses com nacionalidade portuguesa que vivem maior parte do tempo no estrangeiro, contam para a abstenção no território nacional”, explica.

Em 2015, antes das alterações às regras do jogo, a taxa de abstenção no estrangeiro também rondava os 11% (28.354 votantes), mas o número de inscritos era muito mais baixo (242.852). Estes números sugeriam uma discrepância com a realidade. Segundo as contas do Governo, existem cerca de 3,5 milhões de portugueses com nacionalidade a residir no estrangeiro elegíveis para votar, e por isso, naquele ano, procedeu-se ao recenseamento automático. Isto é, quem é português, tem cartão de cidadão, mas reside no estrangeiro, passou a estar inscrito automaticamente para votar. “Mas não é obrigatório, porque ao serem notificados desta automaticidade, os cidadãos têm a possibilidade de dizer que não querem”, explicou na altura José Luís Carneiro, na altura secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no Parlamento.

Mas essa flexibilização não contribuiu para uma maior participação eleitoral, apenas para um aumento da abstenção, de acordo com a análise dos politólogos. “A abstenção continuou a ser em torno dos 90%. Todos os anos há problemas com votos dos emigrantes, que é mais complexa do que os votos dos portugueses residentes em Portugal. E é um problema que continua. Não há grande solução”, alerta Paula Espírito Santo.

Novas soluções de voto não garantem maior adesão

Este ano, segundo José Luís Carneiro (agora ministro da Administração Interna) existem mais de 10,8 milhões de portugueses recenseados em Portugal e no estrangeiro, entre os quais 208 mil que já beneficiaram do voto antecipado e em mobilidade, no passado dia 3 de março. Estes dois mecanismos, realçam João Cancela e José Santana Pereira ao ECO são medidas que se podem “traduzir num incentivo à participação”, mas a falta de dados não esclarece se tem de facto tido resultados em Portugal.

Não sabemos se as pessoas que têm recorrido a esta possibilidade deixariam de votar se ela não existisse”, admitem os dois investigadores.

Por seu turno, as eleições europeias poderão trazer para cima da mesa mais uma solução que contribuirá para uma maior adesão ao voto, tanto a nível nacional como no estrangeiro: a desmaterialização dos cadernos eleitorais.

“Esta é uma medida que talvez se afigure mais complexa de aplicar no contexto de eleições para a Assembleia da República, onde há contabilizações separadas nos diferentes círculos eleitorais, mas que poderá vir a ser um forte incentivo à participação de eleitores que se encontrem deslocados”, respondem os investigadores da NOVA e do ISCTE.

Outra solução que poderia aumentar a adesão ao voto, num contexto em que o sufrágio continua a ser voluntário, seria o voto eletrónico. A implementação desta solução visa, sobretudo, conferir maior celeridade às operações de votação e apuramento, melhorar toda a gestão do próprio processo com vista a atingir ganhos de eficiência e, ao mesmo tempo, manter ou aumentar as garantias de segurança e credibilidade de todo o processo.

A nível nacional já foram conduzidos vários testes-piloto ao longo das últimas décadas, e embora os resultados tenham sido positivos, Fernando Anastácio admite que entre os membros da CNE “não se fez nenhuma reflexão aprofundada sobre essa matéria”, salientando, no entanto, que a decisão de implementar esta solução cabe ao legislador.

“Há muitos argumentos a favor, nomeadamente, a nível da facilitação dessa matéria. Mas também há argumentos contra, como, por exemplo, a confiabilidade do sistema, a autenticidade e garantia da autenticidade. Nestas matérias tem que haver um equilíbrio”, sublinhou ao ECO.

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