“Se ficássemos à espera do resultado das eleições abriríamos falência no fim do mês”, diz Peter Villax

Peter Villax considera que Portugal não precisa de um choque salarial nem fiscal. “Precisa é de um choque de ambição", diz. O empresário considera que é preciso "defender o SNS a todo o custo".

“Se ficássemos à esperta do resultado das eleições abriríamos falência no fim do mês”, diz Peter Villax, em entrevista ao ECO. “As empresas têm de continuar, independentemente dos governos, porque a economia não pára e nós não paramos”, acrescenta o presidente da Associação das Empresas Familiares.

O empresário considera que tem sido dada uma atenção excessiva à discussão dos cenários pós-eleitorais. Uma discussão que classifica de “fútil”. “Temos de nos concentrar no que os partidos querem para os próximos quatro anos”, acrescenta, lamentando que politicamente a discussão ainda seja feita em torno da troika e não voltada para o futuro.

Peter Villax considera que Portugal não precisa de um choque salarial nem fiscal. “Precisa é de um choque de ambição. Temos de ter o objetivo de crescer 3 ou 4% ao ano, de forma sustentada, com outros países da Europa”. Para o conseguir, o responsável sugere uma “colaboração” entre Governo e empresários.

“Se fosse primeiro-ministro eleito no próximo mês, convidava os 100 presidentes das maiores empresas portuguesas e dizia: vamos trabalhar em conjunto para pôr este país a crescer. O que vocês querem? O que eu quero em termos de Estado Social, de receita fiscal, de serviços? O que é que vocês podem oferecer e o que precisam para chegar ao objetivo de crescemos 3 ou 4% ao ano”, explica o também CEO da Mediceus, a empresa que está a desenvolver uma plataforma de dados de saúde, usando técnicas Big Data, sem violar o RGPD.

“A fiscalidade é uma coisa maravilhosa”, ironiza. “Aumentar impostos produz um resultado imediato: resolve os problemas de gestão do governante, sobrecarrega, normalmente, uma minoria de pessoas e produz uma quantidade de sorrisos muito grande nos que são beneficiários dessa carga fiscal”, sublinha.

Temos de olhar para as empresas como centros de criação de riqueza, prosperidade e emprego. São as empresas que fazem rodar a economia.

Peter Villax

Presidente da Associação das Empresas Familiares

Questionado se as empresas suportam mais aumentos do salário mínimo, tendo em conta que PS e AD o propõem nos seus programas, o empresário responde: “Todos o fazem. É eleitoral, cai bem. Mas não é isso que deveriam dizer”, defende o presidente da Associação das Empresas Familiares. “Deveriam dizer como aumentamos o PIB para poder pagar salários mais elevados a todos”. O empresário acredita que há empresas que de facto têm capacidade para pagar salários mais elevados: “as mais inovadoras, as que têm produtos e serviços mais diferenciados, as que conseguem ter uma margem de comercialização mais elevada e as que aplicaram o engenho, a inteligência e a dedicação ao seu produto, para poder ter lucros mais elevados”. “O lucro é a medida de saúde da empresa”, recorda.

Peter Villax admite que não espera “grandes alterações em termos de emprego”, porque “nos últimos oito anos não houve grandes políticas económicas do Governo”. “Não tivemos reformas.” O empresário recusa responder se a maioria conseguida pelo Partido Socialista foi uma oportunidade perdida – “isso é uma pergunta completamente política”, justifica –, mas admite que se tivesse “sido Governo teria agido de forma diferente”.

“Tinha tido mais ambição. Tinha tido a ambição de crescer o PIB. O Dr. António Costa sempre considerou o PIB como uma variável exógena, que depende da economia alemã, depende das importações dos outros países e que funciona como motor da economia portuguesa. Como gestor, sei que posso agir sobre Portugal da mesma maneira que se age sobre uma empresa, com políticas, com estratégias, com medidas económicas, com investimento”, elenca.

Mas, Peter Villax reconhece que o Executivo “teve um problema muito grande” – pagar a dívida, que “condicionou por completo” a sua atuação nos últimos oito anos. “A questão das contas certas é absolutamente essencial. E isso o Governo fez muito bem. Foi uma política que começou com Vítor Gaspar, continuou com Mário Centeno, com todos os outros ministros e agora com Medina. Conseguimos baixar a dívida de 135% do PIB para menos de 100%. Foi bem feito, mas a um custo gigantesco”, frisou.

Peter Villax, presidente da Associação das Empresas Familiares, em entrevista ao ECO - 28FEV24
“O PS criou o Serviço Nacional de Saúde com muito mérito e 45 anos mais tarde deu cabo dele. É inaceitável”, diz Peter Villax, presidente da Associação das Empresas Familiares, em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

O empresário é um forte defensor do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e considera “inaceitável” o que se passa neste momento. “O PS criou o Serviço Nacional de Saúde com muito mérito e 45 anos mais tarde deu cabo dele. É inaceitável”, diz. “O SNS é um fator de coesão nacional, talvez o mais importante que temos. Temos de defender o SNS a todo o custo.”

Por outro lado, Peter Villax lamenta que, “em Portugal, a Justiça só existe quando transita em julgado”, o que “pode acontecer durante anos e anos”. “Nos Estados Unidos, Reino Unidos e outros países da Europa, quando uma pessoa é condenada à prisão é presa no primeiro dia da decisão de primeira instância”, exemplifica. “Os arguidos, sobretudo aqueles que têm mais visibilidade, habituaram-se a ter um discurso de inocência completa e às vezes credível. E como a Justiça não tem credibilidade, o cidadão fica na dúvida”, conclui.

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Quem serão os ases das Finanças e da Economia no PS e na AD?

Da equipa que ajudou a elaborar o programa de Pedro Nuno só Alexandra Leitão deve integrar um futuro Governo. Do lado de Montenegro, Miranda Sarmento e Pedro Reis poderão subir a ministros.

A campanha eleitoral já vai a meio e tanto PS como a Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, estão em silêncio quanto a putativos ministros das Finanças e da Economia de futuros governos que venham a liderar. Mas há nomes que saltam à vista, o que não significa que sejam ministeriáveis, pelo menos do lado da equipa socialista.

Entre os ases de Pedro Nuno Santos, estão o ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e a antiga ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão. O trio foi determinante na elaboração do programa económico do PS, com Leitão à cabeça a liderar a tarefa e mais focada nas áreas sociais.

Foi Medina quem subiu ao palco do Teatro Thalia, em Lisboa, para apresentar o cenário macroeconómico de Pedro Nuno Santos. O ainda governante inscreveu no programa para a legislatura um crescimento do PIB de 2% em 2028, um saldo orçamental (literalmente) equilibrado e um nível de dívida pública a cair para 80,1% do Produto Interno Bruto (PIB). “Temos condições para cumprir tudo o que está no programa eleitoral do PS”, defendeu, a 11 de fevereiro, numa crítica velada às projeções mais ambiciosas ou otimistas da AD que apontam para excedentes constantes, a atingir os 0,2% do PIB, e um crescimento económico de 3,4%, daqui por quatro anos.

Mas Fernando Medina também já afirmou, em entrevista ao podcast Geração 70 do Expresso, que rejeita voltar a assumir a pasta das Finanças num futuro Executivo, chefiado por Pedro Nuno Santos: “Aceitei de bom grado, participar nas listas de deputados, mas não mais do que isso. Tenho a minha ideia muito clara. A vida tem que andar para a frente”.

O número três da lista de candidatos a deputados do PS por Lisboa, liderada por Mariana Vieira da Silva, e membro da comissão política do partido, não deverá manter-se na cadeira das Finanças. Entre os socialistas ainda não se falam de figuras para novo titular daquela pasta, apenas se comenta que é necessária uma remodelação completa. Ou seja, Pedro Nuno fez bem em socorrer-se de quem estava no Governo de António Costa para elaborar o programa, porque são elementos com maior conhecimento da economia e do país.

Aceitei de bom grado, participar nas listas de deputados, mas não mais do que isso. Tenho a minha ideia muito clara. A vida tem que andar para a frente.

Fernando Medina, ministro das Finanças

Agora o passo seguinte é mudar, romper, arejar. Aliás, o secretário-geral do PS deixou isso claro no discurso de apresentação do programa, quando relegou para segundo plano a pasta das Finanças: “Quem governa não são as Finanças, é o Conselho de Ministros e é o primeiro-ministro. Os ministros setoriais têm de fazer o seu trabalho e o ministro das Finanças não controla o trabalho dos outros”.

António Mendonça Mendes, que também colaborou na construção do programa, valendo-se, aliás, da experiência enquanto secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, também não deverá integrar um Governo socialista. O responsável faz parte do secretariado nacional do partido, o núcleo duro de Pedro Nuno Santos, e é o número três na lista por Setúbal, que é encabeçada pela sua irmã e ainda ministra Adjunta dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, discursa durante a apresentação do programa eleitoral do PS, Lisboa, 11 de fevereiro de 2024. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

 

A centralidade das Finanças deverá perder a sua importância num novo Executivo de Pedro Nuno Santos, lugar que será ocupado pelo Ministério da Economia que deverá apostar na industrialização e na especialização. “Para o PS, a economia é uma prioridade, queremos um Ministério da Economia com força, com a AICEP” (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), defendeu o líder socialista no discurso de apresentação do programa eleitoral. Mas, para já, não se vislumbram figuras de destaque para assumir a função de ministro da Economia.

Alexandra Leitão, que coordenou a elaboração do programa eleitoral, tendo desempenhado um papel mais central nas áreas sociais e da Justiça, estará a ser indicada para futura ministra da Justiça. A deputada que já foi secretária de Estado Adjunta e da Educação e depois ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública integra o secretariado nacional do PS.

Hugo Mendes, secretário de Estado das Infraestruturas quando Pedro Nuno Santos tutelava aquele ministério, também deu o seu contributo. Mas a ideia é manter este nome nos bastidores até para não recordar ao eleitorado a polémica indemnização de meio milhão de euros que a TAP pagou a Alexandra Reis para abandonar o cargo de administradora. O escândalo foi de tal ordem que levou à demissão de Pedro Nuno Santos e do seu secretário de Estado, Hugo Mendes.

O presidente do PSD e líder da AD, Luís Montenegro, no final da apresentação do programa eleitoral para as eleições de 10 de março, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, 9 de fevereiro de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

 

Do lado de Luís Montenegro, há três ases inevitáveis por detrás do programa económico e fiscal da AD que se perfilam para lugares ministeriais: Joaquim Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar do PSD, António Leitão Amaro, ‘vice’ da direção social-democrata, e Pedro Reis, líder do movimento Acreditar, que é uma espécie de ‘estados gerais’ do partido com vista à auscultação da sociedade civil e que serviu de trampolim para a construção do plano com que Montenegro concorre às eleições antecipadas de 10 de março.

Joaquim Miranda Sarmento foi responsável pelo programa económico da AD, no qual traça um cenário bastante ambicioso, projetando um crescimento do PIB de 3,4% e um excedente de 0,2%, em 2028, no final da legislatura. O professor de economia tem sido um dos principais rostos do choque fiscal da coligação, que prevê uma redução significativa do IRS e do IRC, num custo estimado para quatro anos de cerca de cinco mil milhões de anos.

O nosso programa tem tido mais atenção na parte económica e fiscal, queremos mostrar em que é que o programa eleitoral vai impactar na vida da classe média e dos jovens”, explicou, numa apresentação do programa da AD para a classe média, que decorreu esta semana, no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Miranda Sarmento, número dois da lista por Lisboa, que é encabeçada por Montenegro, poderá ser o futuro ministro das Finanças, se o presidente do PSD vencer as eleições. Aliás, o economista já se quis colar ao ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, que protagonizou o primeiro excedente da democracia portuguesa, quando alcançou um saldo positivo de 0,1% em 2019.

Na sessão que se realizou no ISCTE, o líder da bancada parlamentar laranja recomendou um livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos, escrito por Centeno, sobre subidas do salário mínimo acima da inflação e produtividade. “Vais ficar surpreendido sobre aquilo que, em 2013, Centeno defendia, com base na investigação académica”, sublinhou, dirigindo-se a um estudante daquela instituição universitária.

O nosso programa tem tido mais atenção na parte económica e fiscal, queremos mostrar em que é que o programa eleitoral vai impactar na vida da classe média e dos jovens.

Joaquim Miranda Sarmento, coordenador do programa económico da AD

De recordar que o ainda deputado tem, desde 2020, sido responsável pelos programas económicos do PSD, tendo também coordenado a moção com que Luís Montenegro venceu as eleições internas frente a Paulo Rangel, em 2022.

Mas Luís Montenegro deverá procurar primeiro alguém fora do círculo partidário e com cartas dadas na matéria. Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e antigo ministro a Saúde, poderá ser uma das preferências do líder do PSD.

Outro dos nomes que surge no naipe de ases da AD, caso consiga formar Governo, é António Leitão Amaro, responsável pela coordenação do programa eleitoral da coligação. O ‘vice’ de Montenegro foi secretário de Estado da Administração Local do Governo de Pedro Passos Coelho, é cabeça da lista de candidatos por Viseu e tem estado na linha da frente na apresentação das propostas eleitorais da AD, desde a descida de impostos, em IRS e IRC, a medidas destinadas à habitação, como uma garantia pública para ajudar jovens até aos 35 anos para comprar a primeira casa.

Leitão Amaro poderá eventualmente integrar a equipa do Ministério das Finanças, ficando, por exemplo, como secretário de Estado do Orçamento.

Outro elemento essencial no trio de Montenegro é Pedro Reis, coordenador do movimento Acreditar. Atualmente, presidente do Conselho Consultivo do Conselho da Diáspora Portuguesa, Reis foi, entre dezembro de 2011 a abril de 2014, foi presidente da AICEP e assegurou a secretaria executiva do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia (CEIE).

Pedro Reis integrou ainda o Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação, fez parte do Conselho da Indústria, no âmbito do Ministério da Economia, e foi membro do conselho-geral e de supervisão da Portugal Ventures. Passou ainda pelo BCP, em 2014, como assessor sénior da comissão executiva, e, entre 2019 e 2021, assumiu a direção de banca institucional na mesma instituição financeira.

Pedro Reis é apontado para ministro da Economia, caso Luís Montenegro vença as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, que foram espoletadas pela demissão do primeiro-ministro, António Costa, quando soube que o seu nome estava envolvido na investigação do Ministério Público de casos de corrupção ligados aos negócios do lítio, hidrogénio verde e centro de dados de Sines. O líder social-democrata não abre o jogo dos nomes, mas na conferência Fábrica 2030 sinalizou o perfil do ministro que quer na Horta Seca: Semelhante ao que foi, noutro tempo, Mira Amaral, com experiência e conhecimento das empresas e peso político, duas características que assentam como uma luva em Pedro Reis.

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Prestação da casa volta a aliviar em março. Faça aqui a sua simulação

Pelo segundo mês seguido, a prestação da casa irá descer. Quem tem Euribor a três ou seis meses e o contrato for atualizado beneficiará de uma redução da mensalidade que paga ao banco.

Pelo segundo mês seguido, a prestação da casa vai voltar a aliviar no próximo mês. Mas só quem tem o empréstimo associado à Euribor a três ou a seis meses e as condições do contrato forem atualizadas em março vai beneficiar de uma redução (ainda que ligeira) da mensalidade que paga ao banco.

Nestes casos, a prestação cairá entre quatro e 4,5 euros nos financiamentos de 150 mil euros a 30 anos e com spread de 1%, segundo as simulações realizadas pelo ECO. O que, tendo em conta o agravamento da prestação (e do custo de vida em geral) observada nos últimos dois anos, representará apenas um pequeno alívio no bolso de muitas famílias.

Ainda assim, com a perspetiva de o Banco Central Europeu (BCE) começar a cortar as taxas de juro a partir do verão, é expectável que a prestação continue a baixar nas próximas atualizações e a dar uma maior folga ao orçamento familiar.

Para os empréstimos indexados à Euribor a 12 meses, a história é um pouco diferente: a mensalidade da casa registará em março uma subida a rondar os 12 euros – será o menor aumento desde março de 2022. O que acontece é que a Euribor neste prazo voltou a subir ao longo do mês de fevereiro, depois das descidas ocorridas em novembro, dezembro e janeiro. Por isso, quem tem o contrato com esta taxa terá de esperar um pouco mais para ter uma redução da prestação.

Em todo o caso, a mensagem geral é esta: com a inflação a dar sinais de desagravamento, tudo aponta para que o BCE comece a desapertar o cinto da política monetária ainda ao longo deste ano, depois de ter colocado as suas taxas em máximos de 15 anos. As taxas usadas no cálculo da prestação da casa deverão acompanhar esta baixa.

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As famílias portuguesas foram especialmente afetadas pela política do banco central nos últimos meses, na medida em que 90% dos contratos de empréstimo à habitação em Portugal estão associados a taxa variável.

A próxima reunião do banco central está agenda para 7 de março. Não se antecipa ainda um corte no preço do dinheiro, mas a autoridade liderada por Christine Lagarde poderá deixar indicações mais claras sobre a trajetória das taxas de juro na Zona Euro nos próximos meses. Os mercados esperam o primeiro corte em junho, sendo que ao longo do ano as reduções não deverão superar os 100 pontos base.

Vamos às contas com base num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 798,19 euros, menos 4,48 euros (-0,56%) relativamente à prestação que pagava desde dezembro;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 796,09 euros, uma descida de 3,93 euros (-0,49%) em relação à prestação que pagava desde setembro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 774,53 euros, mais 11,92 euros (+1,56%) face à prestação que pagou no último ano.

O impacto da evolução das Euribor no valor da prestação da casa será maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a mais ou a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o artigo no browser.

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Vanguard investe 50 milhões em fábrica de Esposende que faz casas de madeira para a Comporta

A Kōzōwood Industries, comprada pela Vanguard em 2021, vai fazer as casas de madeira para a Comporta e outros empreendimentos. Promotora avança com outra fábrica de 10 milhões em Esposende.

A Kōzōwood Industries, a empresa comprada em 2021 pela Vanguard Properties e que vai produzir as casas de madeira para o projeto de 2,3 mil milhões de euros da promotora imobiliária na Comporta, inaugurou esta quinta-feira uma nova unidade de produção de estruturas em madeira para casas e edifícios, anunciando ainda a construção de uma segunda unidade, num investimento global na empresa de Esposende de 50 milhões de euros até 2025.

A nova unidade de produção inaugurada esta quinta-feira já estava planeada quando a Vanguard entrou no capital da empresa especializada na construção em madeira em 2021, numa parceira que José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, classifica como “casamento perfeito”. A empresa de Esposende foi escolhida para produzir as casas de Madeira para o projeto de 2,3 mil milhões de euros na Comporta, que é composto por dois empreendimentos residenciais e turísticos com imóveis em madeira.

A construção da fábrica, situada em Esposende, juntamente com o investimento realizado em tecnologia e equipamentos, assim como a construção de uma segunda unidade que vai nascer ao lado do edifício já existente da Kōzōwood, vai implicar uma injeção de 50 milhões de euros por parte da promotora imobiliária até 2025, data em que a segunda unidade de CLT (cross-laminated timber) e de lamelados colados estará concluída. Enquanto a nova fábrica contou com financiamento do PT2020, a segunda unidade terá capital do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Foi uma execução muito rápida“, explica José Cardoso Botelho, na cerimónia de pré-abertura da nova fábrica, adiantando que o ritmo de produção de casas com estruturas de madeira “vai acelerar”, fruto dos requisitos da União Europeia ao nível da sustentabilidade.

José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard, prevê um aumento da construção de casas de madeira.Ricardo Castelo/ECO

Além da produção para a Comporta, a Kōzōwood vai também ser chamada a fazer as estruturas de madeira para o projeto da Vanguard em Oeiras, o Foz do Tejo, onde a promotora vai construir 450 apartamentos e 15 moradias, além de uma parte de serviços, num investimento de 250 milhões de euros a cinco anos.

O investimento na nova unidade de produção da Kōzōwood Industries duplicou a área de implementação da unidade fabril e logística para um total de 30 mil m2 e do número de trabalhadores da empresa, que passará a ter a capacidade para produzir mil unidades por ano, ou três por dia. A segunda unidade, numa área de 10 mil m2, vai permitir à Kōzōwood ter uma área coberta de 30 mil m2, no próximo ano.

Triplicar equipa e reforçar internacionalização

Com uma equipa de 100 pessoas atualmente, Nuno Vale, fundador e CEO da empresa de casas de madeira, prevê triplicar o número de trabalhadores no espaço de ano e meio, passando a ter 300 funcionários, à medida que a Kōzōwood reforça a sua capacidade produtiva – produção de casas para a Comporta vai arrancar– e o seu foco na internacionalização.

Nuno Vale, CEO da Kōzōwood, quer reforçar peso da exportação para 70%.Ricardo Castelo/ECO

“A maior parte da produção não está a ir para a Comporta [estão a ser produzidas as seis primeiras casas e o primeiro edifício], mas [a produção] vai adensar-se no decorrer deste ano e do próximo”, à medida que a produção acelera, explica Nuno Vale. Com apenas de 16% da produção a ser direcionada para o estrangeiro, o líder da Kōzōwood quer reforçar o perfil exportados da empresa nos próximos três anos, alavancando o peso das exportações para 70%.

“Vamos atacar os mercados no Sul da Europa, onde as empresas do Norte da Europa não estão tanto e conseguirmos ser competitivos”, explica.

Novo investimento de 10 milhões

Com vários projetos de grande envergadura em andamento, a Vanguard tem já na calha novos investimentos, tanto na Kōzōwood, como numa nova unidade fabril, que irá ser desenvolvida também em Esposende. “Vamos fazer um novo investimento no concelho, uma indústria de pré-fabricação de paredes de infraestruturas“, um projeto orçado em 10 milhões de euros, para um espaço de 10.000 m2, adiantou José Cardoso Botelho

“Espero fechar o projeto dentro de três meses”, com a data de conclusão prevista para 2025. A nova unidade irá criar 30 novos postos de trabalho, com a Vanguard a trabalhar com parcerias para a manutenção e montagem.

Já na Kōzōwood, Nuno Vale refere que está a ser discutida uma nova unidade fabril, desta vez localizada a Sul, “muito ligada à investigação e desenvolvimento”, prevendo-se a criação de “um grande laboratório nacional”. O objetivo, avança, é colocar este projeto em andamento “em menos de dois anos”.

Em termos de investimento, o CEO da empresa de casas de madeira não detalha valores, mas indica que “no todo é superior” ao valor aplicado em Esposende, uma vez que “agrega unidade fabril, científica e de habitação”.

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Yurtle levanta 1,6 milhões para combater esgotamento dos cuidadores informais

A ronda seed da insurtech, que ajuda as empresas a combater o esgotamento dos funcionários que são cuidadores informais, foi coliderada pelos fundos Insurtech Gateway e MSM (Mustard Seed MAZE).

António Ribeiro, fundador da Yurtle

A Yurtle, insurtech sediada em Londres e fundada pelo português António Ribeiro, fechou uma ronda de financiamento seed de 1,37 milhões de libras (cerca de 1,6 milhões de euros). Com esta ronda, a startup, que ajuda as empresas a combater o esgotamento dos cuidadores informais, quer expandir equipa e lançar o Yurty, o “primeiro aliado digital de cuidados do Reino Unido.”

“Acreditamos que não há nenhum desafio sistémico único mais urgente ou fascinante para resolver do que a nossa população envelhecida. Estamos entusiasmados por ter assegurado esta ronda de financiamento que nos permite continuar a construir as ferramentas que as famílias precisam para cumprir suas obrigações de cuidados para com seus entes queridos sem sacrificar sua saúde”, diz Antonio Ribeiro, fundador da Yurtle, citado em comunicado.

A ronda foi coliderada pelos fundos Insurtech Gateway e MSM (Mustard Seed MAZE). “O desafio de uma população idosa em crescimento foi sempre uma área de interesse para o fundo MSM, tendo em consideração a dimensão do problema e o potencial de impacto. Depois de conhecer a Yurtle, ficou claro para nós que um modelo de negócios escalável poderia ser encontrado neste espaço. A combinação de uma solução que resolve as questões financeiras (seguros) e não financeiras (plataforma) ligadas aos cuidados, juntamente com um modelo de negócio que divide a responsabilidade entre funcionários e empregadores, torna isso possível”, justifica Sofia Queiroz, principal de Investimentos do MSM, fundo com sede em Lisboa e Londres, citada em comunicado.

A Yurtle procura responder à prestação de cuidados à população idosa, num momento em que se vive um inverno demográfico em muitas geografias: o número de pessoas com mais de 65 anos cresce duas vezes mais rápido do que os grupos etários mais jovens, e as pessoas vivem mais anos, aumentando a necessidade da prestação de cuidados.

Só no Reino Unido, 12.000 por dia assumem o papel de cuidadores informais de um familiar idoso, doente ou incapacitado. Estima-se que a falta de apoio aos cuidadores informais tenha um impacto de 4,8 mil milhões de libras (cerca de 5,6 mil milhões de euros) por ano, em perdas de produtividade, por motivos de ausência ou rotatividade. E com impacto na paridade de género no mundo do trabalho. Mais de 65% dos cuidadores informais são mulheres.

“A prestação de cuidados é a principal razão da subrepresentação das mulheres nos cargos de liderança sénior, nas diferenças de remuneração entre géneros e da menor participação das mulheres no trabalho remunerado. O produto da Yurtle adota uma abordagem direta para combater esta desigualdade, oferecendo aos cuidadores o apoio da comunidade e a segurança financeira necessários para cuidar da sua própria saúde e carreira, enquanto fornecem cuidados de alta qualidade aos seus entes queridos. Estamos orgulhosos de apoiar a Yurtle a expandir o seu produto pelo Reino Unido e além”, diz Richard Chattock, CEO do Insurtech Gateway, citado em comunicado.

Pago pelos departamentos de RH dos empregadores, a solução b2b da Yurtle previne o esgotamento dos cuidadores, dando-lhes a possibilidade, caso não possam “cumprir seu papel de cuidador informal habitual, devido a doença ou acidente”, de ter “acesso a financiamento e profissionais para garantir a continuidade de cuidados para um dependente”.

A aplicação da Yurtle ajuda ainda os colaboradores a refletir sobre a “carga de cuidado informal assegurada por eles”, mas também receber “conselhos personalizados sobre como se tornar cuidadores mais eficazes e mostrar-lhes como mobilizar sua rede existente para compartilhar responsabilidades de cuidados.”

“A Yurtle já garantiu acesso à distribuição para mais de 60% do mercado corporativo do Reino Unido”. A injeção de capital vai permitir à Yurtle “crescer a sua equipa nas áreas de produto e vendas” – atualmente, a Yurtle tem três pessoas a tempo inteiro e o objetivo é duplicar a equipa –, bem como lançar o Yurty, “o primeiro aliado digital de cuidados do Reino Unido”.

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Cibersegurança: Hiscox junta ativismo político às ameaças

  • ECO Seguros
  • 28 Fevereiro 2024

As tendências para 2024, segundo a Hiscox, trazem o ativismo político com mais um dos riscos para a cibersegurança, a par de outras ameaças que se renovam assumindo novas formas.

A seguradora Hiscox, representada em Portugal pela Innovarisk, considera que as principais tendências de cibersegurança para 2024 são o aumento do ransomware com fuga de dados, a inteligência artificial, a fraude por desvio de pagamentos que continuará a ser um desafio, gestão de ativistas políticos e a dificuldade de deteção de malware avançado, indica a empresa num comunicado.

  • A Hiscox verifica uma alteração no crime cibernético que passa a optar por ameaças de extração de dados e exigências de pagamentos em troca da não divulgação de informações pessoais e confidenciais roubadas. O relatório da seguradora referente ao ano passado regista que 46% das empresas globais com mais de 250 funcionários alegam ter pago o resgate para salvaguardar os dados dos clientes. Enquanto 42% das pequenas e médias empresas com menos de 250 funcionários alegam também ter pago, mas para proteger as informações das empresas. A seguradora prevê que este ano se vai assistir ao crescimento desta tendência e os pedidos de resgate serão cada vez mais avultados.
  • O acesso público a ferramentas de inteligência artificial facilita o desenvolvimento de “malware sofisticado e personalizado, a usar ferramentas de hacking e a redigir emails de phishing coerentes e convincentes”. Por outro lado, a IA também aumenta a capacidade de criar e implementar sofwares de segurança inovadores pelas organizações assim como “reforçar as medidas de segurança e defesa contra novas ameaças”. Nesse sentido, a inteligência artificial “contribui para automatizar a deteção de ameaças nos serviços de email e nas redes, bem como analisar atividades e comportamentos dos utilizadores à procura de sinais maliciosos.“. “A ameaça da Inteligência Artificial tem estado cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. O avanço de ferramentas como o ChatGPT facilitam a criação de conteúdo enganoso de forma bastante acessível, permitindo a prática de burlas com uma maior facilidade e menor custo para os mal-intencionados”, refere Ricardo Pereira, subscritor de Linhas Financeiras da Innovarisk;
  • “Fraude por desvio de pagamento continua a ser um desafio”, lê-se no comunicado. Segundo o relatório cibernético, uma em cada três empresas sofreu pelo menos um ataque cibernético que envolveu induzir, pela manipulação ou engano, os colaboradores da empresa a desviar pagamentos para contas bancárias fraudulentas no ano passado. A seguradora aconselha as empresas a apostar na “defesa e gestão de ataques de engenharia social como o phishing por email e SMS, o ‘smishing’, através da formação de todos os colaboradores”.
  • O Comité Internacional da Cruz Vermelha alertou para o aumento de ciberataques por razões patrióticas, especialmente após a invasão da Ucrânia e escalada do conflito entre Israel e a Palestina. O comunicado refere que os ataques a setores públicos e privados, como os bancos, empresas, hospitais, caminhos-de-ferro e serviços governamentais continuarão em 2024. Além disso, alerta para a possibilidade destes ataques se estenderem a entidades que não estão envolvidas nos conflitos;
  • A sofisticação de malware utilizado pelos hackers para cometem crimes cibernéticos faz com que ultrapasse as tecnologias clássicas de deteção e resposta que as organizações possuem. Assim, os ataques não geram alertas, passam despercebidos, deixando as vítimas expostas a riscos. Uma das táticas utilizadas pelos piratas informáticos é o uso de softwares comerciais para fins maliciosos. “Neste sentido, prevê-se que esta evolução no funcionamento do malware continue dando origem a formas de malware mais sofisticadas e de difícil deteção.”, supõe a Hiscox.

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Senado francês aprova inclusão do direito à interrupção voluntária da gravidez na Constituição

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2024

A medida tornará a França no primeiro país do mundo a inscrever o direito à interrupção voluntária da gravidez na Constituição.

O Senado francês aprovou esta quarta-feira a inclusão do aborto na Constituição, eliminando as últimas dúvidas em torno da histórica adoção final da medida durante um Congresso que se reunirá na segunda-feira em Versalhes.

Apesar da relutância de alguns senadores de direita e do centro, que têm a maioria na câmara alta, 267 membros votaram a favor e 50 contra a medida que tornará a França no primeiro país do mundo a inscrever o direito à interrupção voluntária da gravidez na Constituição.

“Depois da Assembleia Nacional, o Senado dá um passo decisivo que saúdo. Para a votação final, convocarei o parlamento no Congresso [senadores e deputados] no dia 4 de março”, escreveu na rede X o Presidente francês, Emmanuel Macron.

O ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti, abriu o debate no Senado, falando de “um dia histórico” para tornar a França “no primeiro país do mundo a proteger na sua Constituição a liberdade das mulheres de disporem dos seus corpos”.

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Sondagem da Católica dá 33% à AD, PS recolhe 27% dos votos e indecisos aumentam

  • Ana Petronilho
  • 28 Fevereiro 2024

AD e PS descem dois pontos face à última sondagem. O bloco de centro-direita, com a AD e a IL, recolhe 39% dos votos, os mesmos do PS, Bloco, Livre e CDU. Chega tem 17% dos votos e o PAN fica com 2%.

Três dias depois do arranque oficial da campanha às legislativas, marcadas para 10 de março, a Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, mantém intocada a margem de avanço face ao PS nas intenções de voto. Se as eleições fossem realizadas esta quinta-feira, a AD sairia vencedora, com 33% da intenção de votos e o PS surge em segundo lugar, com 27% de intenções de voto, descendo também dois pontos percentuais (p.p) em relação à última sondagem. Este é o resultado da última sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o Público, RTP e Antena 1.

A AD desce assim dois pontos percentuais face à última sondagem do Cesop divulgada há cinco dias, mas com os 6% dos votos arrecadados pelo Iniciativa Liberal (IL) os dois partidos de centro-direita têm a mesma percentagem de votos dos partidos à esquerda, isto é, 39%. Aos 27% do PS, somam-se, neste cenário, o BE com 5%, o Livre com 4% e a CDU com 3%. Destas contas ficam de fora o Chega, com 17% das intenções de voto, e o PAN, que não fecha a porta nem à esquerda nem à direita, com 2%.

Perante este cenário, e extrapolando para o número de eleitos, a AD iria eleger entre 86 a 96 deputados, enquanto o PS conseguiria entre 69 e 70 parlamentares. A bancada do Chega seria composta por 33 a 41 deputados, a IL por seis a dez e o BE entre cinco e sete deputados. A CDU ficaria com três a cinco parlamentares e o PAN cresce para dois deputados.

A sondagem revela ainda que o número de indecisos subiu de 17% para 20%, mas 84% garantem que vão votar. Há ainda 3% de inquiridos que vão votar branco ou nulo.

Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 22 e 26 de fevereiro de 2024.

O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar.

Foram obtidos 1207 inquéritos válidos, sendo 43% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 22% do Centro, 32% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 3% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.

Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 43%*.

A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1.207 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

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Incidente com avião da TAP na Dinamarca origina alteração de software de motores

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2024

Após um incidente com um avião da TAP na Dinamarca, considerado "grave", o regulador do país emitiu duas recomendações de segurança para que a alteração de software usado pelos motores do A320.

As autoridades dinamarquesas recomendaram a alteração de software utilizado por alguns motores, na sequência de uma ocorrência com um Airbus A320 da TAP, em abril de 2022, no Aeroporto de Copenhaga, refere o relatório final da investigação. Pelas 12:05 de 08 de abril de 2022, num A320 da TAP, com 102 passageiros e sete tripulantes, após uma aterragem abortada, o ‘reversor’ de um dos motores não fechou, mantendo-se a aeronave, no início da subida, a baixa altitude e a desviar-se para a esquerda.

O relatório final do AIB DK, entidade dinamarquesa responsável pela investigação de acidentes aéreos naquele país, agora divulgado, reitera praticamente as conclusões já avançadas num relatório preliminar, divulgado poucos dias após o incidente classificado como “grave”.

Com base nas conclusões deste organismo, que contou com a colaboração da congénere portuguesa – Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), o fabricante da aeronave implementou várias ações de segurança.

Além disso, o AIB DK emitiu duas recomendações de segurança à EASA – Agência Europeia para a Segurança da Aviação para que se procedesse à alteração de software usado pelos motores da família dos A320 e por outros aviões que venham a ser certificados, preferencialmente a partir de 2025. O objetivo é o de evitar que o (s) ‘reversor (s)’ de potência não fechem após uma aterragem abortada e após o contacto com o solo.

No incidente de 8 de abril de 2022, durante a aterragem em condições de vento forte, o comandante sentiu-se “desconfortável” com a atitude da aeronave e decidiu, após selecionar os ‘reversores’ de potência, abortar a aterragem (borregar). O comandante puxou então as manetes de potência dos motores totalmente para a frente – ação considerada um desvio aos procedimentos do Manual de Operação da Tripulação de Voo, que determina que, uma vez selecionados os ‘reversores’ de potência, a aterragem tem de ser concretizada.

O ‘reversor’ de um dos motores não fechou e, automaticamente, esse motor ficou com o “comando de marcha lenta”. “Três das quatro portas do ‘reversor’ do motor nº 1 estavam completamente abertas”, concluiu a investigação. Como consequência da potência assimétrica, a tripulação sentiu, numa fase inicial, dificuldades em controlar o A320, mas acabou por recuperar o controlo logo a seguir.

A aeronave continuou a ascensão, tendo a tripulação desligado o motor n.º1 para melhorar o controlo do avião, que acabou por aterrar sem outras ocorrências. A investigação do AIB DK concluiu que o ‘reversor’ do motor n.º1 não fechou devido ao facto de não ter recebido um sinal de solo válido, atendendo ao sinal de posição da manete de potência na posição de descolagem.

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Candidatos a primeiro-ministro protagonizam campanha de 10º aniversário do Observador

A Lola Normajean assina a campanha de 10º aniversário do Observador. "Observador. Sem interesses. Muito interessante." é a nova assinatura.

Os candidatos a primeiro-ministro são protagonistas da campanha com a qual o Observador está a assinalar o 10º aniversário. Assinada pela Lola Normajean, “a campanha não nasceu para fazer amigos. Até porque se o objetivo é celebrar o jornalismo verdadeiramente independente, compadrios e agradinhos aos poderosos têm que ficar à porta”, afirmam em conjunto jornal e agência.

Observador. Sem interesses. Muito interessante.“, é a nova assinatura do título, que está a ser comunicada a partir desta quarta-feira na rede digital da Mop e em redes sociais. No final da semana, com dois spots, a campanha vai marcar presença também na RTP e nos canais Star e Discovery Channel, explica Patrícia Oliveira, responsável de marketing e comunicação do Observador.

Quando fomos desafiados pelo Observador para dar vida a esta campanha, entrevistámos cerca de uma centena de leitores e aquilo que aprendemos foi que mais do que a génese digital, a inovação ou mesmo abrangência dos seus conteúdos, o Observador é valorizado acima de tudo, por ser ‘diferente’. Percebemos que esse ‘ser diferente’ passa por ser um meio de comunicação independente, sem quaisquer interesses políticos ou económicos que o possam desviar do interesse dos seus leitores”, enquadra Rodrigo Silva Gomes, CEO da agência.

Inicialmente com foco nas eleições, e em particular nos candidatos a primeiro-ministro, a campanha vai alargar-se a outros temas quentes da atualidade. “Graças à sua simplicidade e agilidade em termos de forma e formatos, irá rapidamente evoluir e demonstrar a elasticidade com que será capaz de abordar qualquer tema, personalidade ou entidade, sempre sem interesses e sempre da forma mais interessante”, concretizam.

Nos spots vídeo, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos são os “atores”. “O Observador é a Informação que interessa muito a todos, mesmo que não interesse nada a uns poucos”, resume Leandro Alvarez, chief creative officer da Lola Normajean, citado em comunicado.

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Prémios de seguro automóvel batem novo recorde no Reino Unido

  • ECO Seguros
  • 28 Fevereiro 2024

O aumento atingiu um novo recorde: 58,1% ou 366 libras no último ano. Atualmente, o prémio médio no Reino Unido é de 995 libras. 

Os prémios dos seguros automóveis do Reino Unido subiram, em média, 7,6% (isto é, 71 libras) no último trimestre do ano passado face ao penúltimo trimestre do mesmo ano. De acordo com relatório feito pela plataforma de comparação Confused em parceria com a seguradora WTW o valor acumulado do aumento no ano passado foi de 58,1% ou 366 libras no último ano – “um recorde”.

Assim registam-se aumentos em nove trimestres consecutivos, a partir dos últimos três meses de 2021. Chegando ao prémio médio atual no país: 995 libras.

O relatório destaca que condutores com menos de 18 anos viram os prémios de seguro automóvel aumentar 97,9% (1423 libras) comparando o último trimestre de 2022. Já os prémios sobre automóveis avaliados entre as 25 mil libras e 40 mil aumentaram 77% nos últimos doze meses.

Importa salientar que os dados disponibilizados resultam da média das cinco cotações mais baixas enviadas por fontes anónimas para a Confused.

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Fundo para compra do clube Everton com baixa resiliência financeira

  • ECO Seguros
  • 28 Fevereiro 2024

AM Best explica que o principal fator que justifica o declínio da capitalização ajustada ao risco da resseguradora é a sua exposição a ativos que não podem ser facilmente liquidados.

A agência especialista da indústria seguradora, A.M.Best, reviu o risco relativo à avaliação de crédito da 777 Re.Ltd, resseguradora apoiada pela plataforma de investimentos que quer comprar ações do clube de futebol Everton FC, denominado 777 Partners, descendo a sua classificação. Segundo a agência, a resiliência financeira da resseguradora passou de B (médio) para C- (fraco) e a sua capacidade como emissor de crédito a longo prazo desceu para “ccc-” (fraco) de “bb” (médio).

Nascida em 1899 e primeira do mundo na avaliação de risco de crédito, a AM Best explica que o principal fator que justifica o declínio da capitalização ajustada ao risco da resseguradora é a sua exposição a ativos menos líquidos, ou seja, ativos que não podem ser facilmente trocados por dinheiro. Além disso, também foi avaliado negativamente o desempenho operacional e perfil comercial da empresa, “refletindo a sua capacidade reduzida de subscrever novos negócios e, simultaneamente, de planear o tratamento das responsabilidades existentes.”. Para reduzir a sua exposição aos ativos a agência está a contar com o apoio do regulador financeiro das Bermudas para reduzir a sua exposição a affiliated assets.

A AM Best afirma que é fraca a solidez financeira da empresa, assim como “o seu desempenho operacional é marginal, o seu perfil comercial é muito limitado e regista uma fraca gestão do risco empresarial.”.

A classificação da 777 Re permanecerá negativa até a empresa executar o seu plano de reposicionar o seu portefólio de ativos e trazer as práticas de gestão financeira alinhadas com as expectativas da A.M.Best.

Avaliação pode afetar negócio com clube

O atual proprietário do Everton FC, Farhad Moshiri, já tinha anunciado a sua preferência em vender o clube à 777 Partners. Mas a Premier League está a averiguar se a consultora será o proprietário adequado para a equipa. A resseguradora tem como principal financiadora a 777 Partners e a avaliação da A.M.Best pode levar a 777 RE a alterar as suas atividades, reduzindo a sua capacidade de fornecer fundos, avançou o jornal The BusinessDesk.

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