APREN distingue melhores teses de mestrado e doutoramento em energia

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  • 26 Fevereiro 2024

Quatro investigadores portugueses foram galardoados na passada sexta-feira, numa cerimónia em que se debateram os desafios da transição energética. Conheça os vencedores do Prémio APREN 2023.

O diagnóstico é conhecido e os objetivos estão definidos: Portugal deve atingir a neutralidade carbónica até 2045. Para lá chegar, porém, será preciso manter e reforçar a aposta na produção de energias renováveis, aumentar a capacidade geradora do país e assegurar uma transição justa. Neste caminho, a inovação é uma aliada inquestionável e deve ser desenvolvida em parceria entre a academia e as empresas, numa relação que se pretende benéfica para ambas as partes: as universidades produzem conhecimento e testam soluções, enquanto as organizações vêm os seus desafios endereçados.

Este foi, de resto, o tema do debate que antecedeu o anúncio dos vencedores do Prémio APREN 2023 e que juntou Luís Seca, administrador-executivo do INESC-TEC, Sofia Simões, investigadora do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN, e José Carlos Matos, responsável de energia eólica do INEGI.

De facto, como reconhece José Carlos Matos, “a ligação com a academia é muito importante” para alavancar a inovação e fazer avançar os esforços para a transição energética. Habituado a trabalhar com empresas no INEGI, diz existirem “muitos e bons exemplos” da relação de colaboração com a indústria, mas defende que deve ser criada uma situação de “co-dependência” para aprofundar essa parceria. E exemplifica. “O grande desafio é haver chão comum. Vamos ao MIT [nos EUA] e as empresas têm sedes lá dentro, os business angels estão lá dentro”, sugere.

O líder da APREN não só concorda, como vai mais longe e afirma que Portugal precisa de seguir o exemplo norte-americano no que respeita ao financiamento.

"O que falta é o investimento muito mais massivo em cooperação com as universidades e com os centros tecnológicos para criar conhecimento a taxas muito mais elevadas do que as que temos hoje. Este é o instrumento essencial para conseguir criar um modelo de competitividade com base no conhecimento para Portugal e para a Europa.”

Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN

O investimento em ciência no país continua abaixo da média de países mais desenvolvidos e abaixo da meta dos 3% do PIB definidos pelo Governo para 2030. Em 2023, o valor empregue em investigação e desenvolvimento não foi além dos 1,7% do PIB, sendo que a larga maioria teve origem em fundos privados. No entanto, um dos desafios da relação entre academia e empresas prende-se com a velocidade da produção científica. “Os timings das empresas não são os da investigação, que deve poder ser feita de forma descontraída”, acrescenta Luís Seca.

A par com o financiamento e com a definição de uma política estratégica que aproxime a academia da sociedade, alimentar a inovação para acelerar a transição energética depende sobretudo de talento. E também nesse campo há obstáculos a ultrapassar em território nacional. “Não só temos de trazer talento de fora, como não queremos que o nosso vá embora. Pode e deve ser feita mentoria dos alunos por parte das empresas”, sugere ainda a investigadora Sofia Simões.

Pedro Amaral Jorge insiste que é necessário implementar em Portugal “estruturas para financiar estes projetos em toda a cadeia de valor”, incluindo o surgimento de startups no setor energético. “Precisamos de tentar potenciar o capital de risco na Europa para darmos estes saltos. A Google e o Facebook cresceram em universidades e depois deram um salto”, aponta o presidente da APREN.

Talento reconhecido no setor energético

Como já é hábito, a APREN distingue anualmente as melhores dissertações académicas realizadas em universidades portuguesas e cujo foco seja a eletricidade ou as energias renováveis.

"Verificámos uma elevadíssima qualidade de todas as teses, sem exceção. Não apenas pela sua qualidade académica e gosto científico, mas sobretudo pela atualidade dos assuntos.”

Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e presidente do júri

Segundo os membros do júri, os quatro trabalhos premiados (dois de mestrado e dois de doutoramento) cruzam-se nos temas que abordam e apresentam visões importantes sobre o setor energético e a sua necessária descarbonização. “A visão multidisciplinar e capacidade de inovação que estas teses demonstraram são absolutamente críticas para o setor, numa altura em que enfrentamos nesta área desafios sem precedentes”, continua a eurodeputada.

Maria da Graça Carvalho, cujo mandato no Parlamento Europeu está a chegar ao fim, lembra que “temos 70 meses para chegar a grande parte destes objetivos” de neutralidade carbónica. Importa agora agir e investir na inovação que servirá de base a um mundo mais verde e mais sustentável.

LISTA VENCEDORES PRÉMIO APREN 2023

Mestrado

1º lugar: Leonardo Vidas, do Instituto Superior Técnico, com a dissertação “Optimal Sizing of Solar/Wind–to–Hydrogen Systems in a Suitable Site Selection Geospatial Framework: The case of Italy and Portugal”

2º lugar: Luís Rodrigues, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com a dissertação “Predicting Surface Properties from Atomic Force Microscopy Nanoindentations using Artificial Neural Networks”

Doutoramento

1º lugar: António Coelho, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com a dissertação “Network-Secure Participation of Aggregators of Multi-Energy Systems in Multi-Energy Markets”

2º lugar: Luís Barros, da Universidade do Minho, com a dissertação “Smart Power Conditioners for Electric Railway Power Grids”

Estou convencido de que a transição energética ainda vai ser mais revolucionária do que foi a transição digital nos anos 90, perspetiva Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN.

 

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Só 18% das empresas em Portugal vendiam online em 2022

  • ECO
  • 26 Fevereiro 2024

Em 2022, mais de um quinto das empresas da UE realizavam vendas online. Portugal é o quinto país mais atrasado neste âmbito com apenas 18% das empresas a fazê-lo. Já a Lituânia lidera o pódio.

Depois de ter sido impulsionado pela pandemia, o comércio online continua a ganhar terreno na Europa. Em 2022, quase 23% das empresas da União Europeia (UE) têm vendas através da internet, o que representa um aumento de 0,1 pontos percentuais face a 2021. Portugal é o quinto país do bloco comunitário onde a percentagem é menor, com apenas 18% das empresas a fazê-lo.

Em 2022, mais de um quinto das empresas (22,9%) do bloco comunitário realizavam vendas online, face às 22,8% registadas no ano anterior. Ainda assim, na última década, houve um crescimento significativo, dado que, em 2012, apenas 16,4% das empresas da UE vendiam online, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat.

Entre os Estados-membros as percentagens são variáveis. A Lituânia é o país com a maior percentagem de empresas com vendas online (38,9%), seguido pela Suécia (38,1%) e Dinamarca (36,7%).

Portugal aparece mal na “fotografia”, com apenas 18% empresas com comércio online. O país é o quinto do bloco comunitário mais atrasado neste âmbito, empatado com a Polónia, e apenas superado pela Roménia (12,9%), Luxemburgo (13,4%), Bulgária (15,1%) e França (16,8%).

O gabinete de estatísticas europeu adianta ainda que a percentagem de empresas que vendem online variou significativamente mediante a dimensão das mesmas. Neste contexto, em 2022 quase metade (45,9%) das grandes empresas na UE tinham comércio online, enquanto a fasquia nas médias empresas recuava para 30,2%. Por outro lado, apenas 20,8% das pequenas empresas vendiam pela internet nesse ano.

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Partidos concordam que apoio à Ucrânia deve continuar. PCP só quer apoiar reconstrução e recuperação

No que diz respeito aos gastos militares exigidos pela NATO, Montenegro diz que a meta de 2% do PIB é "difícil", enquanto Pedro Nuno Santos considera que o compromisso "deve ser respeitado".

Todos os partidos defendem que se deve continuar a apoiar militar e financeiramente a Ucrânia, numa altura em que fazem dois anos desde a invasão russa, no debate promovido pelas rádios — que não contou com a presença do Chega –, com exceção do PCP. Paulo Raimundo explica que o partido defende o financiamento para a reconstrução e recuperação, mas é contra o apoio militar. Já no que diz respeito aos gastos militares, Montenegro diz que a meta de 2% do PIB “é difícil” de concretizar nesta legislatura, enquanto Pedro Nuno Santos considera que o compromisso “deve ser respeitado”.

Foi pedido aos líderes partidários que dessem uma resposta de sim ou não à questão: “o apoio financeiro e militar à Ucrânia deve continuar?”. A maioria respondeu um simples sim, enquanto Paulo Raimundo teve de explicar que concorda em dar “todo o financiamento à reconstrução e recuperação das instalações que foram destruídas”, mas salienta: “Andamos há dois anos nisso”. Por isso, é “contra o apoio militar”.

Devem-se “empenhar todos os esforços na procura da paz, que é fundamental para o povo ucraniano e russo”, defende o líder da coligação CDU, apontando que as consequências do apoio militar “estão à vista” dois anos depois.

No debate, foi também discutida a meta dos 2% do Produto Interno Bruto em despesa militar, definida pela NATO. Luís Montenegro assume que considera “difícil” atingir este objetivo na legislatura, já que existe um “desafio social à nossa frente”. “Portugal está comprometido em reforçar a despesa na defesa”, salienta, mas tem “dúvidas que na próxima legislatura” se consiga “atingir o objetivo”.

Já Pedro Nuno Santos defende que “há um compromisso assumido com a NATO, no final da década, o compromisso é para ser respeitado”. O líder do PS defende que se deve “aproveitar o investimento para modernizar e desenvolver a nossa indústria”, salientando também que foi feito um “compromisso do Estado português”, que “vai cumprir com os seus aliados”. “Vivemos num tempo de incerteza, não há espaço para hesitação em Portugal”, reitera, sendo que o compromisso “vai ser cumprido ao mesmo tempo que fazemos outros avanços”.

À esquerda, defende-se a valorização das forças armadas sem “subordinar” à NATO. Para Mariana Mortágua, os “gastos em defesa devem ser os necessários para o país e não para se subordinar“. “Temos de ver se apenas servem para os interesses estrangeiros”, diz a coordenadora bloquista. Já Paulo Raimundo defende que se deve “valorizar quem está nas forças armadas”, mas lamenta o “consenso” para “transferir 2% para a NATO”, que terá prioridades diferentes das nacionais. Inês Sousa Real alerta para o impacto ambiental do equipamento militar, enquanto Rui Tavares considera que “os gastos militares devem ser aumentados nos veteranos”.

Rui Rocha, por sua vez, responde a outra questão rejeitando a possibilidade de regresso do serviço militar obrigatório, “até porque a Defesa e Forças Armadas precisam de especialização que não é compatível com uma recruta que não serve para nada a não ser os jovens perderem tempo”, justifica. Todos os partidos concordaram que não se deve regressar ao serviço militar obrigatório.

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Número de trabalhadores em lay-off mais que triplica no arranque do ano

O ano arrancou com quase 11 mil trabalhadores em lay-off. Face a janeiro de 2023, está em causa um aumento de mais de 200%.

O número de trabalhadores em lay-off mais do que triplicou em janeiro, face ao registado no mesmo mês do ano passado. De acordo com os dados divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, no primeiro mês de 2024 quase 11 mil trabalhadores viram os seus contratos suspensos ou os seus horários reduzidos, porque as empresas para as quais trabalham entraram em crise.

“Em janeiro de 2024, o número total de situações de lay-off com compensação retributiva (concessão normal, de acordo com o previsto no Código do Trabalho) foi de 10.890“, dá conta o GEP.

Em dezembro, tinham sido contabilizados 9.782 trabalhadores em lay-off, ou seja, no arranque do ano de 2024 houve um aumento de 1.108 prestações de lay-off, o equivalente a um salto de 11,3%, de acordo com as contas do ECO.

Já em termos homólogos, o disparo superou os 200%. É que em janeiro do último ano tinham estado 3.473 trabalhadores em lay-off, o que significa que no primeiro mês do ano de 2024 esse total subiu em 7.417 prestações, o equivalente a uma subida de 213,6%.

De acordo com os economistas, o mercado de trabalho continua a dar provas de resiliência, mas os níveis elevados de juros e o abrandamento da economia estão a pressionar certos setores (como a indústria), o que explica esta evolução do lay-off.

O lay-off é um regime que permite às empresas em crise suspenderem os contratos de trabalho ou reduzirem os horários dos trabalhadores, cortando-lhes os salários e recebendo da Segurança Social um apoio para o pagamento dos ordenados.

Dos quase 11 mil trabalhadores registados em janeiro, 5.948 viram o horário reduzido, enquanto os demais viram o seu contrato de trabalho suspenso. Mas enquanto a primeira modalidade recuou em cadeia, a segunda subiu de modo considerável (mais 1.124 pessoas estavam com contrato suspenso em janeiro do que em dezembro).

O GEP nota ainda que estas prestações foram processadas a 598 entidades empregadoras, mais 19 do que em dezembro.

Durante a crise pandémica, houve uma versão simplificada do lay-off, adaptada às circunstâncias excecionais que a economia então atravessava. Já não está, contudo, disponível.

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Plataforma de recrutamento da dona do Freeport recebe 13 mil candidaturas em menos de um ano

My Jobs é de utilização gratuita e permite "match" entre candidatos e marcas do Freeport, em Lisboa, e do Vila do Conde Porto Fashion Outlet. Já registou 130 ofertas de emprego.

A dona do Freeport lançou uma plataforma para facilitar o recrutamento de trabalhadores pelas marcas dos seus centros comerciais e, em menos de um ano, registou 13 mil candidaturas de emprego. O número de interessados tem, contudo, superado (e muito) as ofertas disponíveis. Desde maio, foram publicadas apenas 130 vagas.

“A My Jobs, inovadora plataforma de recrutamento para as marcas dos centros Freeport Lisboa Fashion Outlet e o Vila do Conde Porto Fashion Outlet, já registou mais de 13 mil candidaturas de emprego, desde o lançamento, em maio 2023″, foi anunciado esta segunda-feira, numa nota enviada às redações.

Do lado dos potenciais empregadores, de notar que a plataforma já é utilizada por 92 marcas, nomeadamente Armani, Boss, Furla, Guess, Adidas e New Balance.

“Para utilizarem a plataforma, as marcas necessitam apenas de criar as ofertas de emprego, especificando os requisitos necessários e detalhando qual a percentagem mínima de match que pretende com os possíveis candidatos”, é explicado. Desde maio foram publicadas 130 ofertas de emprego seguindo esses passos.

A utilização da My Jobs é gratuita. Hoje está disponível nos referidos dois centros comerciais da VIA Outlets em Portugal, mas a perspetiva é que chegue a mais nove centros do grupo na Europa.

Além disso, em comunicado, é garantido que serão adicionadas novas funcionalidades, à medida que a utilização vai crescendo.

“A plataforma My Jobs tem sido um verdadeiro sucesso. A simplicidade de utilização da plataforma, tanto para os candidatos como para as marcas, tem permitido fazer as melhores correspondências dos perfis dos candidatos que as marcas procuram“, defende Mariana Carvalho, retail director dos centros da VIA Outlets em Portugal.

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Avaliação bancária das casas sobe 4,38% em janeiro. É o menor aumento homólogo em quase oito anos

A avaliação bancária da habitação aumentou em janeiro 14 euros face a dezembro, mas registou o menor aumento homólogo desde maio de 2016.

A avaliação bancária da habitação registou em janeiro a segunda subida mensal consecutiva, com o valor mediano do metro quadrado a aumentar 14 euros (0,91%), para 1.550 euros, no primeiro mês de 2024. Em termos homólogos, o metro quadrado valorizou ao ritmo mais baixo desde maio de 2016.

“A Região Autónoma da Madeira apresentou o aumento mais expressivo face ao mês anterior (4%), tendo as restantes regiões registado variações positivas com exceção do Oeste e Vale do Tejo, que apresentou uma variação nula”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) em comunicado.

No entanto, desde o verão de 2022 que se tem registado um abrandamento homólogo do crescimento da avaliação bancária da habitação em Portugal, segundo dados INE.

Em janeiro, o valor mediano de avaliação bancária em Portugal contabilizou um aumento homólogo de 4,38%, trata-se do valor mais baixo em quase oito anos. É preciso recuar a maio de 2016 para se encontrar uma variação homóloga mais baixa.

Estes números revelam que apesar a avaliação bancária continuar a aumentar, esse incremento tem estado a abrandar, encontrando-se já bem longe da taxa de crescimento homóloga máxima em mais de uma década de 16,05% registada em agosto de 2022.

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Os dados do INE revelam também que em janeiro deste ano a região da “Grande Lisboa, o Algarve, a Região Autónoma da Madeira, a Península de Setúbal e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação 47,9%, 34,2%, 15,3%, 13,5% e 9,7%, respetivamente, superiores à mediana do país.”

No canto oposto mantêm-se as regiões das Beiras e Serra da Estrela, Alto Alentejo e Alto Tâmega e Barroso, ao apresentaram valores abaixo da mediana da avaliação bancária de habitação à mediana do país (-47,7%, -45,8% e -44,9% respetivamente).

O gabinete de estudos do INE refere também que para o apuramento do valor mediano de avaliação bancária de janeiro de 2024 foram consideradas 28.897 avaliações de imóveis (18.501 apartamentos e 10.396 moradias), “mais 30,8% que no mesmo período de 2023.”

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PS e AD disponíveis para consenso sobre reforma da Justiça

Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro mostraram abertura a um pacto para a reforça da Justiça. Este último faz uma "avaliação mais negativa do que positiva" de Lucília Gago na PGR.

Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro manifestaram disponibilidade para um pacto para a reforma da Justiça no debate eleitoral promovido esta segunda-feira pelas rádios. O líder do PSD disse fazer uma “avaliação mais negativa do que positiva” do mandato de Lucília Gago enquanto Procuradora-Geral da República (PGR).

Questionado sobre a disponibilidade para um pacto para a Justiça com a Aliança Democrática (AD), Pedro Nuno Santos começou por sinalizar que de Montenegro “normalmente vem um ‘nim’, não uma resposta”. Mas assumiu: “Precisamos de discutir a Justiça em Portugal e de fazer essa reforma, que será muito mais sólida consistente e duradoura se tivermos um amplo consenso que deve ser procurado pelo PSD”.

Já Montenegro sinalizou que o PSD, que encabeça a coligação AD, esteve “sempre disponível para consenso em matérias chave que têm de projetar durabilidade e estabilidade”. Assim, o “PSD e agora a AD estão disponíveis para consensualizar”, apontou, com a ressalva de que “o importante é garantir que a Justiça é mais rápida e eficaz“, tendo também um “fluxo processual que não prejudique a atividade económica”.

Quanto ao Ministério Público (MP), Pedro Nuno Santos apontou que “temos concentrado a atenção no MP, mas o problema da Justiça é para lá disso”.Não quero fazer crítica direta ao MP, havendo litígio em tribunal tem de se clarificar a cadeia hierárquica, sem nunca por em causa a independência do MP”, sinalizou. O líder socialista acrescentou ainda que “o mau funcionamento do sistema judicial só serve os verdadeiros corruptos”.

Por sua vez, Montenegro assumiu que Lucília Gago “merece uma nota mais negativa que positiva, na medida em que o MP tem, fruto da sua ação, visto os seus pontos e conclusões contrariadas por decisões de juízes”. “É criada uma expectativa sobre imputações que muitas vezes não tem respaldo”, salientou, destacando que o “MP não existe para acusar, mas para investigar”. Ressalvou ainda que apesar dos últimos exemplos não terem sido bons, “do ponto de vista legal não há problema com MP”. O líder social-democrata ressalvou ainda que o “debate sobre Justiça em Portugal não se esgota no MP”.

Pedro Nuno Santos, não quis “fazer nenhuma crítica direta à Procuradora e ao mandato que está a terminar”, apontando que “não devemos anunciar mudanças ou substituições”. O secretário-geral do PS assumiu, ainda assim, que é necessário “fazer o debate, pensar em conjunto, sem qualquer complexo”.

Rui Rocha, por sua vez, também expressou “disponibilidade para um pacto na Justiça, se não for para prolongar como está”. “Temos disponibilidade para discutir aceleração de justiça administrativa, mas tranquilidade na avaliação do caminho de Justiça”, apontou o presidente da Iniciativa Liberal.

À esquerda, os partidos defenderam que é necessária uma Justiça “mais acessível”. Paulo Raimundo argumentou que, “se não resolvermos o problema de fundo, as custas judiciais e dos cidadãos poderem resolver os seus problemas, não resolvemos nada”.

Já do lado do PAN, Inês Sousa Real salientou que, além do reforço do DCIAP, “é preciso ir mais longe”, nomeadamente para “garantir a acessibilidade à justiça”.

Mariana Mortágua, do BE, também defendeu que existe “uma Justiça demasiado cara e demorada”, que são “preocupações estruturais sobre as quais nos devemos debruçar”.

(Notícia atualizada às 11h15)

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Taxa Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2024

As taxas Euribor, que servem de indexante aos créditos à habitação, mantêm-se a negociar abaixo de 4% em todos os prazos.

A Euribor subiu esta segunda-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a sexta-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que avançou para 3,952%, permaneceu acima da taxa a seis meses (3,901%) e da taxa a 12 meses (3,732%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, recuou esta segunda-feira para 3,732%, menos 0,006 pontos que na sexta-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, também baixou esta segunda-feira, para 3,901%, menos 0,013 pontos que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou esta segunda-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,952%, mais 0,019 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.

Na mais recente reunião de política monetária, em 25 de janeiro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela terceira reunião consecutiva, depois de 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 7 de março.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Conselho da Magistratura prepara novas regras para interrogatório de detidos

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2024

Segundo alterações em estudo, os interrogatórios de arguidos detidos devem ser sempre conduzidos pelos juízes titulares do inquérito, mas podem vir a ter um substituto designado à partida.

Os interrogatórios de arguidos detidos devem ser sempre conduzidos pelos juízes titulares do inquérito, mas podem vir a ter um substituto designado à partida, segundo alterações em estudo, que terão ainda que ser aprovadas pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Fonte próxima do estudo adiantou à Lusa que a proposta de alteração da atribuição de inquéritos aos juízes começou a ser trabalhada há cerca de quatro meses – ainda antes do mediático caso que investiga suspeitas de corrupção ao nível do Governo Regional da Madeira.

A proposta pode estar pronta para ir a plenário do CSM em 5 de março, o que se não acontecer, remeterá a apreciação pelo órgão de gestão e disciplina dos juízes para o plenário de abril.

As alterações estavam a ser pensadas para rever a organização do regime de turnos nos tribunais, com o objetivo de uniformizar procedimentos, mas o processo da Madeira, em que os arguidos estiveram detidos 21 dias para serem interrogados, levou o CSM a incluir neste trabalho a revisão das regras de atribuição de inquéritos aos juízes de instrução criminal, como noticiou, na sexta-feira, o jornal Expresso.

Consensual e uma “ideia bastante sedimentada” é a de que se deve instituir que um inquérito é acompanhado até ao final pelo juiz que primeiro toma contacto com o processo, designado juiz titular, adiantou a fonte ouvida pela Lusa.

O que o CSM terá que decidir e aprovar em plenário, explicou a mesma fonte, é a forma como o juiz titular do inquérito pode e deve ser substituído no processo em caso de indisponibilidade.

A proposta pode vir a admitir três cenários que os magistrados terão que considerar: o substituto é sorteado entre os restantes juízes do tribunal; manter a situação atual em que o substituto é sorteado apenas entre os magistrados que estejam de turno no momento em que ocorre a indisponibilidade do titular; ou é designado um suplente à partida para cada processo.

No caso de o CSM considerar a designação à partida de um juiz suplente, isso não implicará necessariamente um sorteio, podendo ser definidas regras fixas de substituição no tribunal, por exemplo, definindo que o juiz A é sempre substituído pelo juiz B, criando uma norma de substituição para cada magistrado.

Se isto poderia ajudar o contacto e conhecimento prévio dos processos pelo juiz substituto, facilitando o andamento e celeridade do inquérito, pode também levantar questões relativamente ao princípio do juiz natural dos processos, que tem por base a ideia de um sorteio aleatório de juízes para evitar condicionamentos, admitiu a fonte ouvida pela Lusa.

Esta mudança, referiu, implicaria necessariamente alterações legislativas, uma vez que, ao contrário do que acontece em outros países europeus, a figura do juiz suplente não está prevista na lei portuguesa e o CSM não poderia impor uma solução sem enquadramento legal.

Tendo em conta a especificidade de Lisboa e do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), onde decorrem inquéritos dos processos de maior complexidade, o estudo ainda em curso pode levar a que a proposta a apresentar ao CSM defenda apenas alterações específicas para esta comarca, criando um regime de excecionalidade se se concluir que não é necessário alterar o funcionamento de outros tribunais, admitiu a mesma fonte.

No processo da Madeira o interrogatório prolongou-se por 21 dias, com a detenção de três arguidos durante esse período, até que o juiz de instrução Jorge Bernardes de Melo, que substituiu a juíza de instrução titular, terminasse de inquirir e decretasse medidas de coação aos detidos no processo, com o qual apenas teve o primeiro contacto no dia em que estes lhe foram apresentados para interrogatório, desconhecendo indícios, diligências e quaisquer elementos apresentados pelo Ministério Público até então.

A Constituição determina um prazo máximo de 48 horas para ouvir e decretar medidas de coação a arguidos detidos, mas em processos de maior complexidade tem sido recorrente que este limite seja ultrapassado, sobretudo quando existem vários detidos no âmbito do inquérito, algo que acontece sob o respaldo de dois acórdãos do Tribunal Constitucional, que admitiram que o prazo pudesse ser prolongado desde que houvesse uma decisão do tribunal “em tempo razoável”, referiu a fonte ouvida pela Lusa.

A mesma fonte entende que pode ser necessário rever estes prazos e adiantou que a proposta ao CSM pode vir a incluir a hipótese de os inquéritos terem vários juízes a conduzir interrogatórios em simultâneo, garantindo maior celeridade.

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Pedro Nuno quer diversificar financiamento da Segurança Social para que “não dependa só dos trabalhadores”

Líder socialista pede por mais fontes de financiamento da Segurança Social para assegurar o seu futuro. Montenegro rejeita “problemas de sustentabilidade" mas admite debate sobre fontes financiamento

Pedro Nuno Santos defende ser necessário diversificar o financiamento da Segurança Social “nomeadamente, através dos rendimentos de capital”. Durante a sua intervenção no último debate entre todos os partidos, transmitido pela Antena 1, Observador, Renascença e TSF, esta segunda-feira, o líder socialista defendeu que a Segurança Social poderia ser reforçada com parte das receitas de novas concessões de autoestradas ou de portagens, e acusou a Iniciativa Liberal (IL) e a Aliança Democrática (AD) de quererem acabar com outras fontes de financiamento da segurança social.

“Defendemos uma reforma estrutural da Segurança Social que não depende das contribuições dos trabalhadores”, afirmou Pedro Nuno Santos, fazendo referência, por exemplo, às contribuições do adicional ao imposto municipal sobre imóveis (AIMI) e ao adicional de solidariedade sobre o setor bancário. “São fontes de receita que conseguiram arrecadar 2,6 mil milhões de euros e que a IL e a AD querem acabar“, atirou.

Por seu turno, Luís Montenegro – que compareceu ao debate com um atraso de 15 minutos – rejeita que haja “problemas de sustentabilidade [da segurança social] nos próximos anos”, mostrando-se disponível para “uma discussão profunda sobre fontes financiamento, sustentabilidade e relação de confiança”, nomeadamente, através da proposta do PS que prevê afetar parte das receitas de novas concessões de autoestradas ou de portagens ao financiamento da Segurança Social.

Por outro lado, Montenegro rejeitou a proposta defendida da Iniciativa Liberal de privatizar parte da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para financiar a Segurança Social, sublinhando não perspetivar “nenhuma privatização” caso forme Governo com os liberais. “Fora de hipótese”, sublinhou.

Mesmo sem o apoio de um possível aliado de Governo, Rui Rocha insiste na medida, argumentando que ela permitirá defender “o futuro de quem entra no mercado de trabalho”. “Não se pode dizer que temos uma Segurança Social sustentável. Se [privatização da CGD] não der, insistiremos que há questão de urgência, não temos de estar submetidos à visão de outros partidos”, vinca.

Paulo Raimundo acompanha Montenegro na rejeição da tese de que a sustentabilidade da Segurança Social está em risco. “Nada indica que esteja em risco”, sublinha o líder comunista, argumentando que o que é preciso é aumentar salários “agora”.

Questionado sobre o alargamento das fontes de financiamento da Segurança Social, Paulo Raimundo diz que está disposto ao debate, mas que “diversificar as fontes não tem a ver com sustentabilidade, mas com justiça”.

Mariana Mortágua também defende a diversificação das fontes de financiamento da Segurança social através dos rendimentos de capital, lembrando que o Bloco de Esquerda tem contribuído com ideias diferentes para financiar a Segurança Social, como o adicional ao IMI e o imposto sobre as grandes fortunas.

De acordo com a coordenadora bloquista, as contribuições para a Segurança Social são a garantia de que há proteção e segurança no futuro e desvalorizá-las é “um mau serviço que se presta à democracia”. E atira à IL: propostas para a privatizar “são sempre desastrosas, correm sempre mal”.

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Impasse político prolongado pode atrasar execução do PRR, alerta DBRS

A agência de notação recordou ainda que a AD tem rejeitado um pacto pós-eleitoral com o Chega. "Não descartamos, contudo, que cálculos políticos possam mudar depois das eleições", vincou.

A agência de notação DBRS alertou esta segunda-feira que um período prolongado para a formação de Governo após as eleições legislativas de 10 março, ou um resultado que crie instabilidade política, poderá dificultar a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Numa nota de comentário, a DBRS referiu que as últimas sondagens sugerem uma corrida renhida entre os dois principais grupos centristas, o Partido Socialista (PS) e a a Aliança Democrática (AD), sublinhando que “nenhum dos dois grupos tem hipóteses de obter a maioria absoluta no Parlamento”.

“Vemos riscos limitados para os esforços de redução da dívida pública de Portugal nos próximos anos, independentemente do partido que liderar o próximo governo”, disse Javier Rouillet, vice-presidente sénior da Morningstar DBRS Global Sovereign Ratings, citado na nota.

“O risco mais tangível a curto prazo é um potencial atraso na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, especialmente se a formação do governo se arrastar ao longo do tempo ou se o próximo Governo for de curta duração e desencadear eleições antecipadas relativamente cedo”, vincou.

Chega “distorceu estratégias”

Para a DBRS, a corrida eleitoral ainda está em aberto e os dois grupos centristas têm hipótese de formar governo, até porque ainda existe uma percentagem significativa de eleitores indecisos.

Adiantou que apesar de as últimas sondagens apontarem para uma corrida renhida entre a AD e o PS, a popularidade do PS parece ter caído drasticamente em comparação com as eleições de 2022 “enquanto a popularidade do Chega mais do que duplicou e os partidos que compõem a AD estão a manter-se firmes”.

A subida do Chega nas sondagens de opinião distorceu as estratégias políticas e os debates políticos antes das eleições regionais e nacionais. “Ainda assim, não consideramos que a perspetiva de o Chega se juntar ou dar apoio parlamentar a um potencial governo liderado pela AD afetaria materialmente a política orçamental ou económica de Portugal, uma vez que esta será provavelmente dominada pela AD”, referiu.

A agência de rating recordou que Luís Montenegro, líder da AD, reafirmou publicamente que um pacto com o Chega está fora de questão. Refere que “no entanto, não podemos excluir que os cálculos políticos possam mudar após as eleições“.

Em todo o caso, o partido que liderar o próximo Governo terá de negociar um acordo de coligação ou um apoio numa base caso a caso.

“Isto pode ter implicações diferentes em termos de em termos de durabilidade do governo e de combinação de políticas”, enquanto “a obtenção de acordos políticos alargados poderá ter custos orçamentais marginais, embora não esperemos que sejam suficientemente importantes para afetar as atuais notações, dada a a forte posição orçamental atual”.

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Consumidores vencem Fisco ao exigir reembolso da contribuição rodoviária

  • ECO
  • 26 Fevereiro 2024

Centro de Arbitragem Administrativa já recebeu 190 processos sobre a CSR, provenientes de fornecedores e consumidores, dos quais 55,2% foram favoráveis ao contribuinte.

Apesar de ter sido suportada pelas gasolineiras, empresas de vários setores de atividade, com consumos elevados de combustíveis, estão a recorrer a processos arbitrais para exigir o reembolso da contribuição de serviço rodoviário, alegando que foi repercutida nos preços cobrados aos consumidores finais. A contribuição foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia em 2022.

A maioria das decisões concluídas até à data no Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) são favoráveis aos contribuintes, algumas delas de vários milhões de euros, noticia esta segunda-feira o Jornal de Negócios. Chegaram até agora ao CAAD um total de 190 processos sobre a CSR, provenientes de fornecedores e consumidores, dos quais 55,2% foram favoráveis ao contribuinte, segundo o jornal.

Numa destas decisões, que data de dezembro de 2023, estava em causa um montante de 3,5 milhões de euros. O CAAD concluiu que os utilizadores da rede rodoviária nacional que suportam o encargo da CSR “por efeito da repercussão têm legitimidade processual para impugnar judicialmente” a liquidação do imposto que tenha incidido “sobre combustíveis que tenham adquirido”.

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