Problema do choque fiscal é o “irrealismo da proposta”, admite Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos defende que a redução do IRC não é a "solução milagrosa" para a economia e diz que quer a AICEP na tutela da Economia. Banco do Fomento "não funciona".

Pedro Nuno Santos voltou a defender esta quinta-feira que cortar os impostos não é a fórmula milagrosa para resolver os problemas da economia, adiantando que o choque fiscal é “irrealista”, recusando-se a entrar em aventuras e correr “o risco de depois, mais à frente, aplicar mais austeridade“.

O problema do choque fiscal é o irrealismo da proposta. É propor aos portugueses o que não é possível“, atirou o candidato socialista, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, durante a conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO

Num discurso marcado pelas críticas às propostas do PSD, adiantando que a “solução que têm é mais uma vez um choque fiscal”, Pedro Nuno Santos considera que se trata de “um programa de grande irresponsabilidade fiscal” e defende que o pior que pode fazer-se é entrar em aventuras e “corremos o risco de depois mais à frente aplicar mais austeridade”.

“Quem ao longo do tempo foi contactando com investidores estrangeiros sabe que não é o IRC a primeira pergunta que nos fazem“, rejeitando que baixar os impostos para empresas seja “a solução milagrosa para a economia”.

De acordo com o candidato socialista, “45% da receita é paga por 0,2% das empresas em Portugal”, o que significa que esta medida apenas iria “beneficiar algumas empresas: banca e seguros, grande distribuição e imobiliário”. Por outro lado, destaca que o sistema de IRC em Portugal “tem a possibilidade de deduzir lucros quando eles interessam à comunidade”.

Questionado sobre a sua política económica, Pedro Nuno Santos adiantou que prefere uma postura mais conservadora e diz que vai apoiar a internacionalização das empresas. Para isso quer contar com “um ministro da Economia com força. Quero a AICEP no Ministério da Economia. É o homem ou mulher com quem temos de lidar para atração de investimento estrangeiro ou internacionalização da nossa economia”, defende.

“Banco de Fomento não funciona”

Pedro Nuno Santos adiantou ainda que o “Banco de Fomento não funciona” e “não podemos continuar a fazer de conta [que funciona]. A intenção é boa, o objetivo é bom e quando olhamos para resto da Europa vemos exemplos de grande sucesso”, reconhece.

Feita a mea culpa, o candidato socialista destaca que “o Banco do Fomento pode ajudar” as empresas, mas é preciso fazer uma avaliação para perceber o que não está a funcionar. “Em Portugal vamos arrastamos, temos dificuldade em decidir, em fechar”, destaca o socialista, que acrescenta que “o erro faz parte da decisão e quem tem medo do erro, da crítica não vai decidir nada”.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, durante a conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO

Para Pedro Nuno Santos, o melhor exemplo da ausência de decisão tem que ver com o aeroporto. “São 50 anos para se decidir. Os primeiros estudos são de 1972, estudaram-se cerca de 17 localizações”, realça. E acrescenta: “Não existe a localização perfeita. Se ficarmos à espera da localização perfeita daqui a 50 anos continuamos sem aeroporto“.

Questionado sobre se irá tomar uma decisão sobre o novo aeroporto caso seja eleito primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos garante que não vai “esperar nem mais um dia” para decidir, lamentando apenas o tempo que ainda vai ter que se esperar pela construção do novo aeroporto, com um custo de milhares de milhões de euros para o país.

“A CTI (Comissão Técnica Independente) diz que são 10 anos para ter Alcochete completo. Vamos ter a confiança que só são mais dez anos a perder dinheiro”, concluiu o secretário-geral socialista.

(Notícia atualizada às 15:20)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rádio Comercial soma prémios com homenagem a Sérgio Godinho

  • + M
  • 8 Fevereiro 2024

É a quinta distinção da Rádio Comercial em festivais internacionais com este trabalho, lançado em novembro de 2023 e que reúne 41 músicos portugueses a interpretarem a canção “Primeiro Dia”.

A Rádio Comercial ganhou o prémio “Melhor vídeo de música” no Rome International Movie Awards, com o vídeo de homenagem a Sérgio Godinho. É a quinta distinção da Rádio Comercial em festivais internacionais com este trabalho, lançado em novembro de 2023 e que reúne 41 músicos portugueses a interpretarem a canção “Primeiro Dia”.

O Rome International Movie Awards é o festival mensal de cinema online do site IMDb. Para além deste prémio, o vídeo da estação liderada por Pedro Ribeiro ganhou os prémios de “Melhor Vídeo Musical” e “Melhor Design de Som” no 8 & Halfilm Awards, em Itália, e os prémios de “Melhor Vídeo Musical de Cover” e “Melhor realizadora feminina de Vídeo Musical” no Festival Internacional de Vídeo Musical de Praga.

“Este vídeo é um gesto de gratidão da Comercial para um escritor de canções com uma obra extraordinária. Escolhemos uma das mais emblemáticas canções do Sérgio, e ver que o trabalho da equipa de vídeo é reconhecido pelos seus pares junta um orgulho ainda maior no que se conseguiu fazer aqui“, afirma Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, citado em comunicado.

Carlos do Carmo, Rui Veloso e Jorge Palma são os artistas já homenageados pela Rádio Comercial, que desta vez convidou Pedro Abrunhosa, Capicua, Mafalda Veiga, Samuel Úria, Bispo, António Zambujo, Tomás Wallenstein, Fernando Daniel, Ana Bacalhau, Syro, Carolina de Deus, Luis Represas, António Manuel Ribeiro, Rui Reininho, Bárbara Tinoco, Héber Marques, Carolina Deslandes, Aurea, Ivandro, Rui Veloso, Buba Espinho, Rita Redshoes, Diogo Piçarra, Marisa Liz, João Só, Claudia Pascoal, Miguel Araújo, Gabriel Pensador, Tiago Bettencourt, Nuno Ribeiro, David Fonseca, Carlão, Sara Correia, Tim, Irma, João Pedro Pais, Nena, Os Quatro E Meia, A Garota Não, Camané e Jorge Palma para interpretarem, com arranjo de João Só, o tema “Primeiro Dia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alojamento local denuncia em Bruxelas conflitos do Mais Habitação com legislação europeia

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

ALEP apresentou em Bruxelas uma nova reclamação oficial contra as medidas do Mais Habitação para o alojamento local, denunciando "inúmeras incompatibilidades" com a legislação europeia.

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) apresentou em Bruxelas uma nova reclamação oficial contra as medidas do programa Mais Habitação para o setor do alojamento local, denunciando “inúmeras incompatibilidades” e um “conflito” com a legislação europeia.

Num comunicado divulgado, a ALEP avança que a reclamação apresentada na quarta-feira em Bruxelas pelo presidente da associação, Eduardo Miranda, é a “versão definitiva e atualizada” da reclamação preliminar que já tinha enviado no ano passado à Comissão Europeia, antes da entrada em vigor das medidas do Mais Habitação.

“Agora, com a lei publicada e sentidos os primeiros impactos, a ALEP, em parceria com a European Holiday Home Association (EHHA), regressou a Bruxelas para apresentar a versão definitiva e atualizada da reclamação”, refere, salientando que o processo foi suportado por um “parecer jurídico detalhado, tornado público, que evidencia as inúmeras incompatibilidades e o conflito entre as medidas do Mais Habitação no AL [alojamento local] e a legislação europeia”.

Entre as medidas do Mais Habitação para o AL que a ALEP diz entrarem em conflito com a legislação comunitária estão a intransmissibilidade de registos, que “impede a venda de apenas 1% das quotas de uma empresa dedicada ao AL ou a transmissão do registo para o cônjuge em caso de divórcio”, e que a associação sustenta não ter “qualquer relação com o problema da habitação”.

Elenca ainda a proibição de novos registos, mesmo que em frações de serviços ou na habitação permanente do titular, argumentando tratar-se de mais uma restrição “que não tem nenhum efeito prático para a habitação”, e a “proibição cega de novos registos em todo o litoral, incluindo regiões onde a presença do AL é insignificante e cujo coeficiente de pressão urbanística apresentado pelo Governo é baixo ou próximo de zero”.

A limitação da validade dos registos, que sujeita também os titulares que já estão a operar a uma reavaliação em 2030, sem garantia de renovação, bem como os respetivos critérios é outro dos exemplos apontados, para além da contribuição extraordinária sobre o setor (CEAL), que a ALEP diz prejudicar “fortemente certos segmentos do alojamento local” e favorecer “outras ofertas de alojamento turístico, como a hotelaria, criando assim um ambiente de concorrência desleal”.

Recordando que Portugal foi dos primeiros países a criar uma regulamentação nacional e municipal para o alojamento local, que “serviu de referência na União Europeia”, a ALEP considera que o programa Mais Habitação, “ao invés de melhorar essa regulamentação já existente, trouxe medidas extremas e cegas a nível nacional, ignorando por completo o papel e o conhecimento técnico e local das câmaras municipais”.

“Portugal passou de melhor a pior exemplo a nível europeu, trocando uma legislação equilibrada e alinhada com as regras comunitárias, por uma legislação restritiva, com medidas injustificadas, cegas e desproporcionais”, afirma o presidente da ALEP, citado no comunicado.

Segundo Eduardo Miranda, estas medidas “não trazem soluções para o problema da habitação”: “Elas desvirtuam a concorrência e prejudicam os pequenos operadores do AL, favorecendo os grandes operadores urbanos da hotelaria, cuja oferta continua a crescer em grande ritmo”, argumenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Temos de dividir fundos europeus de acordo com uma estratégia, não de acordo com ciclos eleitorais”, diz CEO da TMG Automotive

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, defende que devem ser identificados os setores fundamentais para a economia nacional e apostar neles na divisão dos fundos comunitários.

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, defende que deve existir uma melhor divisão dos fundos europeus, tendo em conta uma estratégia e não consoante os ciclos eleitorais, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

A empresária reitera que “o grande problema dos fundos é a má utilização”, o que se deve “muitas vezes a uma falta de estratégia em como devem ser utilizados, de falta de accountability, de decisão e de coragem governamental para dizer onde devem ser aplicados”. “Temos de dividir os fundos de acordo com uma estratégia, não de acordo com ciclos eleitorais”, remata.

Isabel Furtado, CEO TMG Automotive, na conferência do ECO Fábrica 2030

“Não há uma estratégia a longo prazo que se diga que se deve aplicar os fundos em X setores”, nota Isabel Furtado, porque o que acontece é que se “divide sempre por várias pessoas para ninguém contestar”.

Para identificar os setores fundamentais “não é preciso olhar muito longe, basta ver o que precisamos: temos de aproveitar o mar, o setor metalomecânico com alta tecnologia e conhecimento, o setor têxtil, da mobilidade e do espaço”. “Com dez agendas mobilizadoras se calhar conseguíamos definir o que em Portugal é estratégico”, atira, apontando que Espanha tem um número mais reduzido de agendas.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), também presente neste painel, concorda com a avaliação apontando que, em Portugal, existe a “tendência de distribuir pelas aldeias”. “Não nos conseguimos focar naquilo que são projetos prioritários e podem ter algum efeito de arrastamento”, lamenta.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal e Isabel Furtado, CEO TMG Automotive no Fábrica 2030

Ambos os responsáveis assumem também não acreditar que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) seja totalmente executado até ao fim do prazo. “Começou tudo muito tarde, fomos lentos e tende sempre a derrapar“, nota Isabel Furtado. Já Rafael Campos Pereira aponta que pode não ser possível “por causa da forma como foi concebido e desenhado o programa”.

Os representantes das empresas salientam ainda a dificuldade em tomar decisões em Portugal. “Há uma judicialização da decisão, não são só política”, diz o vice-presidente da CIP, que “vai sair cara”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carga fiscal é “mochila terrível para empresas e trabalhadores portugueses”, aponta vice-presidente da CIP

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), defende que "há uma cultura de enorme desconfiança por parte da máquina pública relativamente às empresas". 

As empresas portuguesas têm “menos apoios que os concorrentes espanhóis e italianos”, enquanto carregam também uma “mochila terrível”: a carga fiscal, defende Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto. O responsável considera que os fundos europeus não são uma “maldição” mas têm de ser bem aplicados, nomeadamente com políticas que o facilitem.

“Concorremos com empresas de outros países da União Europeia que têm o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e fundos estruturais muito mais direcionados para as empresas”, num painel sobre os fundos europeus. Para o vice-presidente da CIP, as empresas têm menos facilidade em aceder em apoios, tendo também dificuldade em “criar escala”.

Rafael Campos Pereira lamenta que existe “dificuldade em criar escala” entre as empresas, sendo que por um lado há um “individualismo que impede”, mas também “há empresários que não querem porque as grandes empresas são hostilizadas“. O responsável nota que quase não temos tido fusões ao longo dos últimos 100 anos, nomeadamente pela forma como é tratada a “injeção de capitais próprios”. “As empresas têm coletes-de-forças permanentes“, atira, criticando as políticas que “não estimulam produtividade e não nos tornam competitivos”.

No que diz respeito à burocracia e à fiscalização dos apoios, o responsável aponta ainda que “há uma cultura de enorme desconfiança por parte da máquina pública relativamente às empresas”.

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, também presente neste painel, defende igualmente que “em Portugal é quase proibido criar riqueza“. “Temos de sair de uma economia focada no custo e preço para uma economia de valor”, reitera, salientando que tal “só se faz com aposta grande no conhecimento, que tem de ser transformado em inovação”.

Para a empresária, “há um desalinhamento grande em que se transforme conhecimento em inovação e valor tangível”, nomeadamente tendo em conta que “só temos 10% dos doutorados a trabalhar nas empresas e o resto da Europa tem 30%”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rui Moreira quer que candidatos às legislativas tomem posição sobre VCI

"Os partidos políticos fazem tantas promessas que seria bom que houvesse compromisso em relação a esta matéria", diz Rui Moreira.

O presidente da Câmara Municipal do Porto exortou, esta quinta-feira, os candidatos às próximas legislativas a tomarem uma posição sobre a reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI).

“Agora, no momento em que os partidos políticos estão a fazer as suas promessas eleitorais, acho que se deve ouvir” o que têm para dizer sobre a matéria, defendeu Rui Moreira à margem 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

O autarca independente considerou que esta é uma boa altura para se debater este assunto. “Os partidos políticos fazem tantas promessas que seria bom que houvesse compromisso em relação a esta matéria“, assinalou. Moreira respondia aos jornalistas a propósito da deliberação do atual Governo de remeter para um próximo Executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na VCI, após confirmar que o presidente do município defendeu estarem reunidas as condições para as tomar.

“O Governo está a acabar. As coisas não foram resolvidas e é normal que passe para o próximo executivo,” referiu.

Ainda assim, Moreira até concorda com esta decisão do Governo, tendo em conta que se fosse tomada uma deliberação, poder-se-ia correr o risco de haver depois alterações com a tomada do novo Executivo que sair vencedor nas próximas legislativas de 12 de março. “Se agora vem aí um novo Governo, se há forças politicas que vão ser chamadas a governar o país, sejam elas quais forem, acho que neste momento não faz sentido pedir ao senhor secretário de Estado que resolva o problema. Até porque corríamos o risco de chegar um secretário de Estado e fazer o contrário.

A este propósito, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS disse aos jornalistas na Fábrica 2030 que “há uma proposta do presidente da Câmara Municipal do Porto que temos de avaliar”.

Se agora vem aí um novo Governo, se há forças politicas que vão ser chamadas a governar o país, sejam elas quais forem, acho que neste momento não faz sentido pedir ao senhor secretário de Estado que resolva o problema

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

“A VCI é a estrada mais congestionada do país. Há várias propostas que têm sido estudadas para termos a certeza que quando forem tomadas vão produzir os resultados que nós todos esperamos”, disse, acrescentando que “será obviamente um tema em agenda”.

A posição do município da Invicta é conhecida e é o próprio autarca quem o diz. “A posição que a Câmara Municipal do Porto tem vindo a defender e também com outros parceiros, como a ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias], os outros presidentes da Área Metropolitana do Porto (AMP) e todos os operadores, é conhecida”, sustentou.

Ainda assim, o problema está longe de ser resolvido e Moreira até gostava que tivesse sido, lembrando as sugestões que saíram de um grupo de trabalho sobre a temática, apresentadas em 2021 e que não saíram do papel. Na altura foram propostas 27 medidas, baseadas em três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias de infraestruturas e a gestão das mesmas.

O então grupo de trabalho sugeriu um cenário, denominado G, que consistia na redução tarifária no último pórtico sul da A28, na introdução de um novo pórtico na A28, a sul da interceção com a A41, na eliminação dos dois pórticos existentes no tramo poente da A4 e na introdução de um novo pórtico entre a A4 (nascente) e a A3 (tramo sul).

Em janeiro deste ano a Assembleia Municipal do Porto decidiu recomendar ao Governo a colocação de portagens para pesados na VCI, de modo a retirar o tráfego e reduzir o congestionamento nesta via. Moreira disse mesmo, na ocasião, que esta via “quando entra em colapso causa uma verdadeira trombose na cidade”. Como alternativa à VCI, o município propunha desviar os camiões para a A41 (Circular Regional Externa do Porto – CREP), e iria instar o Governo a isentar, durante um ano, o pagamento de portagens nesta via.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Regulação “tão apertada” nas telecomunicações retira “capacidade de inovar” às empresas, avisa Altice

"Nós respeitamos a regulação, mas hoje em dia, sobretudo na Europa, está completamente desatualizada para o que são as necessidades da economia global", frisa Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal.

A líder da Altice defende que é necessário promover uma política de estabilidade regulatória que permita às empresas apostar na sua competitividade e destaca a necessidade de ter uma regulação que se ajuste àquilo que “são as necessidades de uma economia global”, sob pena de ter “uma malha regulatória tão apertada” que não dá às empresas “capacidade para inovar”.

Nós respeitamos a regulação, mas hoje em dia, sobretudo na Europa, está completamente desatualizada para o que são as necessidades de uma economia global”, alertou Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

Para a gestor da empresa de telecomunicações, “a estabilidade da regulação é importante”, destacando que “quando [faz] investimentos em 5G, não é para durar cinco anos; é para durar 15 ou 20 anos e preciso de estabilidade“.

Segundo Ana Figueiredo, a Europa está a ficar para trás em termos de grandes players, argumentando que hoje as empresas competem a nível global. E enquanto na Europa há 40 operadoras, nos Estados Unidos há três ou quatro grandes empresas no setor.

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal

Apesar das dificuldades apontadas, a gestora destaca que Portugal beneficia de “condições excelentes” para tirar partido da economia digital, beneficiando da sua posição geográfica que permite a ligação aos Estados Unidos, África e à Europa.

A demografia é outro dos problemas que Ana Figueiredo realça. “Precisamos de pessoas. Temos um problema estrutural de envelhecimento da população”, o que tem um “impacto grave em termos de produtividade das empresas e da economia portuguesa“, reconhece.

Esta situação torna urgente ter uma política de emigração. “As empresas portuguesas estão com dificuldades para atrair mão-de-obra não só qualificada, como não tão qualificada”, adianta. Ao próximo Executivo que sair das eleições pede “capacidade de decisão”. “Precisamos de agir, concretizar e atuar”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não estou a fugir a nenhum debate com Montenegro”, garante Pedro Nuno Santos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Fevereiro 2024

Líder do PS descarta que apresentação do programa do partido no domingo seja tardia. "Tarde é para quem está há dois anos a liderar um partido e só vai apresentar o programa na sexta-feira", atirou.

O secretário-geral do PS garantiu esta quinta-feira não fugir a nenhum debate com Luís Montenegro, mas admitiu aceitar mais um debate com o líder do PSD se Nuno Melo (CDS-PP) e Gonçalo da Câmara Pereira (PPM) também participarem.

“Vou ter nove debates. Não estou a fugir a nenhum debate com Montenegro. Preciso de fazer campanha, preciso de estar na rua, de visitar hospitais e escolas, de falar com pessoas”, realçou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas no Porto, onde decorre a conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO.

Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas na Super Bock ArenaHugo Amaral, ECO 8 fevereiro, 2024

Embora tenha recusado um conjunto de debates nas rádios, o líder dos socialistas admitiu que pode aceitar um “décimo debate”, mas com uma condição: “uma vez que Luís Montenegro quer que Nuno Melo participe nos debates, aceito fazer um debate com Luís Montenegro, Nuno Melo e Gonçalo da Câmara Pereira. Obviamente que o tempo tinha de ser igual, para mim e para eles os três”.

Questionado, precisamente, sobre a eventualidade de a Aliança Democrática (AD) substituir Montenegro por Nuno Melo nos debates com a CDU e o Livre, Pedro Nuno Santos considerou que a possibilidade — rejeitada pelas televisões — “não parece equilibrada”, notando que o CDS não tem representação parlamentar e, nesse sentido, não deve poder participar no modelo de debates televisivos.

Acerca da apresentação do programa do PS para as eleições legislativas, que decorrerá no domingo, o secretário-geral do partido rejeita críticas de que é tardia e aponta o dedo à coligação da AD. “Tarde é para quem está há dois anos a liderar um partido e só vai apresentar o programa na sexta-feira. Tive o meu congresso em janeiro, o PS está a fazer uma corrida contra o tempo“, atirou.

Confrontado ainda sobre a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, que aponta o candidato da AD como mais competente, mas coloca à frente o líder dos socialistas para primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos notou que ainda falta muito para dia 10 de março e, por isso, “não devemos dar mais valor às sondagens do que aquilo que elas têm”.

“Por um ponto se ganha, por um ponto se perde. Há sondagens melhores para nós, outras melhores para o PSD. Temos é de mobilizar o nosso povo para termos uma vitória nas eleições de 10 de março”, sublinhou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Botton chama elites portuguesas à responsabilidade. “Não são especialmente assertivas”

Líder da gigante industrial Logoplaste aponta o dedo à falta de assertividade das elites económicas, afirmando que “continua a haver muita promiscuidade entre as empresas e o Estado” português.

Angustiado com o estado “lamentável” do ambiente político e económico em Portugal, Filipe de Botton, chairman executivo da Logoplaste, sublinha que “a responsabilidade recai sobre as supostas elites portuguesas, que não são especialmente assertivas”, dizendo mesmo que “falta coragem nas empresas” nacionais.

“Lamentavelmente, a nossa suposta elite, que tem acesso à comunicação para divulgar o que pensa, não é assertiva. E continua a haver muita promiscuidade entre as empresas e o Estado. Somos responsáveis pelo que está a acontecer no país porque não nos afirmamos. E somos responsáveis pelo que vamos deixar aos nossos filhos e aos nossos netos”, apontou.

Numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto, Filipe Botton apontou que “a burocracia é um drama” em Portugal e reconheceu que isso é difícil de explicar a investidores estrangeiros que equacionem investir no país.

Continua a haver muita promiscuidade entre as empresas e o Estado. Somos responsáveis [as elites empresariais] pelo que está a acontecer no país porque não nos afirmamos.

Filipe Botton

Chairman executivo da Logoplast

A um mês das eleições legislativas, o empresário aconselhou o próximo Governo a “ser pragmático” e a executar aquilo que “está mais do que estudado”. Por outro lado, salientou que é preciso “voltar a dignificar a função governativa — atualmente não é minimamente dignificante” e defendeu que “o primeiro-ministro devia ganhar 20, 30 ou 40 mil euros por mês”.

Crítico do fim das Parcerias Público-Privadas (PPP) no setor da saúde, que eram “mais rentáveis e prestavam um melhor serviço” às populações, nas palavras do chairman executivo da Logoplaste, lamentou que “em Portugal há cada vez menos dinheiro — e o que há é para abater dívida e não para investir”.

Filipe Botton, chairman executivo da Logoplast

Por outro lado, o responsável da Logoplaste lamentou que “em Portugal não [haja] Justiça”. “Não é só o acesso, como é mais forma do que conteúdo. Consigo fazer da Justiça o que quero. Há pessoas há mais de dez anos a enrolar a nossa Justiça. Isso é gravíssimo”, acrescentou, defendendo um modelo “mais anglo-saxónico e menos napoleónico”.

Por fim, partilhando o palco com Carlos Mota Santos, com Miguel Stilwell d’Andrade e com Ana Figueiredo, frisou na mesma conferência que “não há uma política de imigração em Portugal”, apontando-o como um “tema importantíssimo, mas em que estamos a concorrer com outros países”.

E deu até o exemplo do chamado regime fiscal para residentes não habituais, que “devia ser aplicado a engenheiros para a Mota-Engil e a técnicos para a Altice ou para a EDP”, em referência aos gestores presentes esta manhã no Super Bock Arena. “Em Portugal não se discutem os temas [que importam]. Não são as mensagens dos WhatsApp e as mentirinhas do dia-a-dia que interessam”, concluiu.

Filipe de Botton (Logoplaste), Carlos Mota Santos (Mota-Engil), Miguel Stilwell d’Andrade (EDP) e Ana Figueiredo (Altice) durante o debate sobre “as empresas e a criação de riqueza”, moderado por António Costa, diretor do ECO

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Transferências bancárias através do número de telemóvel chegam a partir de junho

Vai ser possível transferir dinheiro de uma conta para outra usando apenas o número de telemóvel do destinatário a partir de 24 de junho. Banco vai dizer de quem é a conta para onde vai transferir.

Vai ser possível transferir dinheiro de uma conta para outra usando apenas o número de telemóvel do destinatário já a partir de junho, sendo que os bancos apenas estão obrigados a disponibilizar esta funcionalidade a partir de setembro, de acordo com a instrução publicada esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Em vez de utilizar o tradicional IBAN, os clientes bancários poderão realizar transferências a crédito normais e imediatas a partir dos vários canais disponibilizados pelos bancos nacionais (homebanking, app, balcão, etc.) usando apenas o número de telemóvel do destinatário, ou então o Número de Identificação de Pessoa Coletiva (NIPC) no caso de querer transferir dinheiro para uma empresa.

Há algum tempo que o Banco de Portugal se encontrava a desenvolver a funcionalidade chamada Proxy Lookup, ou em português Identificador para Derivação de Conta, em que, na prática, uma determinada conta bancária está associada a um contacto de telemóvel de uma pessoa ou NIPC de uma empresa, numa base de dados centralizada pelo supervisor.

Esta funcionalidade é semelhante à que o MBWay já oferece aos seus utilizadores há alguns anos, sendo que a solução da SIBS apenas abrange transferências realizadas em cartão.

A instrução do Banco de Portugal relativamente ao Proxy Lookup é aplicável a partir de 24 de junho, data a partir da qual os bancos e prestadores de serviços já poderão disponibilizar a funcionalidade, passando a ser obrigatória a partir de 16 de setembro.

No futuro, vai ser possível realizar este tipo de transferências a nível europeu, pois a funcionalidade irá ligar-se com soluções similares que estão a ser desenvolvidas lá fora.

Há ainda outra funcionalidade que chegará aos clientes bancários portugueses já a partir de maio: a Confirmação de Beneficiário. Esta solução permitirá conhecer o beneficiário antes de realizarmos uma transferência imediata ou débito direto, ajudando a minimizar o erro e a combater eventuais situações de fraude.

Com esta funcionalidade, antes de iniciar uma transferência através da aplicação de telemóvel ou no homebanking do banco, ser-lhe-á confirmado o nome do titular da conta de pagamento associada ao IBAN do destinatário. Isso já acontece quando faz uma transferência no ATM, em que o utilizador sabe para onde está a enviar o dinheiro. Essa informação vai passar a ser pré-visualizada também quando faz operações através da app ou site.

No caso da Confirmação de Beneficiário, os bancos devem disponibilizar a funcionalidade já a partir de 20 de maio, segundo a instrução do Banco de Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Famílias portuguesas são as que mais sofrem com rendimento disponível”, lamenta presidente da PwC

António Correia realça que Portugal foi dos países que mais poder de compra perdeu a nível dos países da OCDE. Custo de vida, saúde e habitação foram apresentadas como as principais preocupações.

As famílias portuguesas são as que mais sofrem com o rendimento disponível”, lamenta António Correia, presidente da PwC. O gestor sublinha que o “custo de vida é a primeira preocupação dos portugueses, seguido da saúde e habitação“, temas que têm feito correr muita tinta, especialmente a um mês das eleições agendadas para 10 de março.

“Entre a pré-pandemia e a pós-pandemia (terceiro trimestre de 2022), Portugal foi dos países que mais poder de compra perdeu a nível dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)”, constata António Correia, presidente da PwC, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

Na apresentação que fez, António Correia, destacou que o endividamento das famílias portuguesas está entre os mais elevados da Europa. Em 2022, mais de metade dos agregados familiares portugueses apresentaram alguma dificuldade em fazer face às suas despesas – acima da UE27. Contas feitas, 11% apresentam dificuldades em cumprir com as suas obrigações.

Do outro lado da moeda, a inflação tem vindo a reduzir, o que na ótica de António Correia “são boas notícias para a economia portuguesa”. “A inflação está a reduzir de forma significativa e a caminhar para níveis que permitem estabelecer em abril a descida das taxas de juro, mas mesmo que o BCE não as desça, a Euribor já está a descer”. Com a Euribor a descer, António Correia espera “um alívio das famílias e das empresas”.

Carga fiscal trava investimento

O presidente da PwC afirma que a carga fiscal em Portugal tem vindo a evoluir nos últimos 25 anos em valor e em percentagem do PIB. “Somos o terceiro país menos competitivo no que respeita à competitividade fiscal na OCDE (36.º em 38)”, lamenta António Correia.

“Tem sido feita numa diminuição da dívida através, não do aumento de rendimentos, mas pela perda de rendimentos. Desde 2012 que a carga fiscal em Portugal aumentou de forma significativa e nunca mais diminuiu, pelo contrário. Não crescemos desde o início do século, mas a despesa pública aumentou em 80% e aquilo que cada um de nós paga ao Estado aumentou em 70%“, afirma o gestor.

Produtividade continua a ser uma ameaça para as empresas

A produtividade continua a ser a “pedra no sapato” para o tecido empresarial português. Desde 1995, Portugal foi ultrapassado por oito países da UE, na questão da produtividade e salário. António Correia afirma que “países como a República Checa, a Roménia, a Eslováquia e a Croácia ultrapassam Portugal no campo da produtividade”. Na ótica do gestor a falta de investimento e consequentemente de tecnologia trava a produtividade.

Em 30 anos baixámos a produtividade do trabalho por hora trabalhada e isso fez com uma série de países ultrapassassem Portugal na questão da produtividade, o que tem reflexo na remuneração dos trabalhadores na indústria”, constata o presidente da PwC. O gestor antevê que Portugal continue a ser ultrapassado por outros países devido a “más escolas e má implementação”.

António Correia, presidente da PwC

Em suma, os países que investem mais criam maior capacidade de crescimento e prosperidade futura. António Correia realça que “Portugal investe menos hoje que investia há 15 anos. Estamos na Liga dos últimos, decrescemos a capacidade de investimento em percentagem do PIB”. O gestor defende a ideia que “mais investimento representa mais crescimento, isso induz que a ecomimia possa crescer mais, que as pessoas têm mais dinheiro, que as empresas possam investir mais, os consumidores comprem mais produtos e serviços. É um ciclo virtuoso”, conclui.

O gestor alerta que o cenário demográfico poderá ter um impacto negativo na capacidade de inovação do país. “Portugal é dos países que, se nada fizer, mais população perde e mais dependência de idosos cria”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pestana abre novo hotel em Orlando

  • Ana Petronilho
  • 8 Fevereiro 2024

Depois de Nova Iorque e Miami, o grupo Pestana aposta em Orlando onde comprou um hotel em Lake Buena Vista a 15 minutos da Disney World.

O grupo Pestana abriu um hotel em Orlando, na Florida, passando a contar com quatro unidades hoteleiras nos Estados Unidos. A nova aposta da maior rede hoteleira nacional resulta da compra de uma unidade hoteleira, em Lake Buena Vista, que era operada pela rede Comfort Suites, do grupo Choice Hotels, e que pertencia a um investidor americano, sabe o ECO.

O Pestana Orlando Suites – Lake Buena Vista abriu portas a 1 de fevereiro e conta com 127 suítes e fica localizado a cerca de 15 minutos dos principais parques temáticos da Walt Disney World, da Universal Studios e do Sea World, bem como do importante Centros de Convenções de Orlando, um dos maiores dos EUA.

O novo hotel estará por isso vocacionado para viagens em família, mas também para viagens de negócios.

O hotel dispõe de várias comodidades como restaurante, bar, jardim, piscina exterior, ginásio, business center e estacionamento, refere ainda o Pestana em comunicado.

O grupo Pestana passa assim a contar com um total de 500 camas nos EUA. Além do novo hotel em Orlando, a rede hoteleira tem, desde 2013, um boutique hotel art déco em Miami, localizado na zona de South Beach, a que se somam dois hotéis em Nova Iorque, no centro de Manhattan: o CR7 em Times Square, que abriu em 2021, e o Park Avenue, nas proximidades do Empire State Building, que abriu portas um ano antes.

No total, a rede Pestana conta com 109 hotéis que estão em funcionamento em 16 países.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.