Setor dos biocombustíveis alvo de investigação por suspeitas de greenwashing

  • Capital Verde
  • 8 Fevereiro 2024

Autoridades europeias suspeitam de fraude nos óleos alimentares usados para a produção de biodiesel que são importados da China. Portugal também vai investigar.

O mercado dos biocombustíveis vai ser alvo de uma fiscalização, também em Portugal, pois existem suspeitas de que os biocombustíveis importados para a Europa podem não ter na sua composição matérias-primas tão “verdes” como dizem. Coloca-se a hipótese de fraude na obtenção de certificados verdes.

De acordo com a notícia avançada esta quinta-feira pelo Diário de Notícias, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) vai levar a cabo uma ação de fiscalização, em colaboração com as investigações que estão a ser conduzidas pelo European Anti-Fraud Office.

Estas investigações surgem na sequência de alertas lançados em alguns países europeus, no final de 2023, relativos à suspeita de fraude na importação de óleos alimentares usados para produção de biodiesel, maioritariamente oriundos da China. A fraude investigada consiste na emissão e circulação de falsas declarações de matérias-primas e respetiva sustentabilidade. Em vez de se estarem a ser usados resíduos de óleo de palma para a produção de biocombustíveis, apontam os ambientalistas, estar-se-á a usar o próprio óleo de palma, com consequências nefastas para o ambiente.

Países como a Alemanha, a Irlanda e Itália também já anunciaram o avanço de investigações oficiais. Simultaneamente, a Comissão Europeia manifestou a intenção de investigar as suspeitas de que óleos alimentares usados da Indonésia estão a entrar na União Europeia (UE), via China e Reino Unido, para fugir ao fisco.

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Menos de 30% da dívida do Estado emitida em 2023 foi comprada por não residentes

O peso do investimento dos não residentes na dívida das administrações públicas baixou em 2023 para níveis abaixo dos 30% pela primeira vez desde pelo menos 2010.

O setor financeiro nacional continua a ser o principal comprador da dívida emitida pelas Administrações Públicas. Apesar da sua preponderância ter recuado em 2023 face a 2022, 55,9% dos títulos de dívida do Estado emitidos no ano passado foram adquiridos por agentes do setor financeiro.

Os dados da entidade liderada por Mário Centeno publicados esta quinta-feira revelam também que, pela primeira vez desde 2010 (início da série do Banco de Portugal), o peso do investimento dos não residentes na absorção dos títulos de dívida emitidos pelas administra públicas baixou dos 30%.

“Em contrapartida, aumentou o peso do investimento das administrações públicas em títulos emitidos pelo próprio setor, de 8,7% no final de 2022 para 13,8% no final de 2023”, refere o Banco de Portugal.

Segundo os dados do Banco de Portugal, em dezembro de 2023 o valor total nominal de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 170,5 mil milhões de euros, menos 4,4% do que no final do ano anterior.

Esta dinâmica foi gerada como resultado das amortizações destes títulos de dívida a superarem as emissões em 9,9 milhões de euros, que compara com os 1,2 mil milhões de euros registados em 2022.

A diferença entre as amortizações e as emissões de títulos de dívida de administrações públicas foi a mais alta registada desde 2011, ano em que foi acordado o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) entre as autoridades portuguesas, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional”, destaca o Banco de Portugal em comunicado.

Recorde-se que, recentemente, o Banco de Portugal revelou que, em 2023, a dívida pública diminuiu 9,4 mil milhões de euros para 263 mil milhões de euros, que contribuiu para que o peso da dívida pública no PIB se tivesse reduzido de 112,4% em 2022 para 98,7% no final do ano passado.

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Construtoras espanholas “combatem com armas diferentes” nos impostos, imigração e financiamento, diz CEO da Mota-Engil

Carlos Mota Santos atribui preços agressivos dos espanhóis às vantagens comparativas na fiscalidade, imigração e financiamento. Políticos portugueses têm “medo” e são “cada vez menos competentes".

A carga fiscal, a política de imigração e o acesso a financiamento estão a dar às empresas espanholas a “capacidade de fazer um preço mais agressivo” nos grandes concursos públicos em Portugal. “Não é por serem melhores, combatem com armas diferentes. Mas são as regras do jogo, é nesse mercado que temos de competir”, apontou o CEO da Mota-Engil.

No caso concreto do concurso público para o primeiro troço da Alta Velocidade, em que o preço pesa 70%, Carlos Mota Santos adivinha uma “concorrência muito forte” por parte dos agrupamentos de empresas espanholas. Por via da maior competitividade fiscal, financeira e nos recursos humanos, e “acrescida por terem muita experiência em infraestruturas de Alta Velocidade e equipamentos já amortizados”. “Seguirão as mesmas regras, mas com condições diferentes”, completa o gestor.

Carlos Mota Santos, CEO Mota-Engil

Numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto, o líder da Mota-Engil contabilizou que a carga fiscal sobre as empresas portuguesas está cinco pontos acima da que incide sobre as espanholas. E por via da fiscalidade sobre os rendimentos do trabalho, os seus colaboradores também “auferem mais” ao final do mês.

“Por outro lado, as empresas espanholas também têm acesso a mais recursos humanos, por via de uma menor emigração e uma melhor imigração. É um dos problemas de Portugal: temos uma alta emigração e uma política de imigração que está desencontrada dos recursos que faltam às empresas. As empresas portuguesas têm mais dificuldade no acesso a recursos humanos, em quantidade e em qualidade”, elencou Carlos Mota Santos.

Num painel sobre “as empresas e a criação de riqueza”, que contou também com representantes da EDP, da Altice e da Logoplast, o CEO da maior construtora nacional salientou também que as concorrentes espanholas conseguem ter “acesso a financiamento a custo mais baixo”. “Hoje, a estrutura de financiamento das empresas portuguesas é mais difícil e mais cara” face às concorrentes do país vizinho, explicitou.

Políticos têm “medo” e são “cada vez menos competentes”

A um mês das eleições legislativas, o empresário nortenho pediu para a próxima legislatura um “quadro de estabilidade a quatro anos” e ao próximo Governo que tenha capacidade de decisão, argumentando que “os estudos estão mais do que feitos [e] não vale a pena continuar a diagnosticar” e criticando o “emaranhado burocrático” que gera uma “complexidade que inibe e afasta o investimento”.

Qualquer decisão é logo atacada a nível político e em milhares de programas de televisão. Os decisores políticos ficam com medo – e também são cada vez menos competentes.

Carlos Mota Santos

CEO da Mota-Engil

E isso acontece, continuou o mesmo responsável, também porque em Portugal “qualquer decisão é logo atacada a nível político e em milhares de programas de televisão por especialistas em tudo e mais alguma coisa”. “Os decisores políticos ficam com medo – e também são cada vez menos competentes”, criticou.

Na mesma conferência, organizada pelo ECO no Porto, Carlos Mota Santos lamentou ainda que “a exigência nas grandes empresas passou a ser diabolizada e mal vista”. “O meu filho tem provas de aferição, em vez de ser avaliado. Estamos numa economia de aferição. Estamos sempre a aferir e não a exigir. Não há uma perda de cultura de exigência, há uma diabolização da exigência. Parece mal sermos exigentes e rentáveis”, concluiu.

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CEO da EDP diz que “imposto extraordinário” sobre energia é “estúpido” e desincentiva o investimento

O líder da elétrica considera que o imposto extraordinário sobre a energia é "desincentivador" do investimento e diz que é necessário manter uma estabilidade regulatória e apoiar a criação de riqueza.

A Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), que se mantém há uma década, é um imposto “estúpido”, que desincentiva o investimento, uma vez que se aplica sobre o capital investido, defende o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade.

A fiscalidade no setor da energia é desincentivadora do investimento“, argumentou Miguel Stilwell d’Andrade, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto. Numa crítica à elevada carga fiscal sobre as empresas, o líder da EDP fez uma referência direta a esta taxa extraordinário: “Por cada euro que invisto, além de pagar imposto de 31,5%, que é o mais alto na Europa, ainda levo com o imposto extraordinário sobre energia”.

A taxa extraordinária que incide sobre o setor energético continuará em vigor em 2024, dez anos após o ano da sua criação, em 2014, embora com algumas alterações. Por exemplo, ficam isentos os ativos que ao abrigo do regime europeu para promoção do investimento sustentável, sejam qualificados pela Agência Portuguesa do Ambiente, tendo um “contributo substancial para a mitigação das alterações climáticas”.

Esta taxa, criada com o intuito de pedir uma contribuição extraordinária tendo em conta o contexto de crise que o país atravessava, tem sido sucessivamente prorrogada desde então. “É um imposto estúpido. É um imposto sobre investimento“, critica Stilwell, reiterando que “já existe importo sobre lucro, um [imposto] sobre investimento é um desincentivo”.

Questionado sobre medidas para aumentar a competitividade das empresas portuguesas, o empresário defende a necessidade de existir uma estabilidade regulatória. “Gostamos imenso de fazer leis, mas às vezes algumas ainda não estão implementadas e já estamos a fazer outras”, atirou.Gostamos de introduzir muitas leis e depois todos os anos é uma aventura saber o enquadramento fiscal para cada setor“, acrescentou.

Além da crítica à instabilidade regulatória e à elevada carga fiscal aplicada às empresas em Portugal, o CEO da EDP argumenta que “temos que nos preocupar em criar riqueza e depois como se distribui de forma mais justa pela sociedade. É isso que vai fazer a diferença” e não estar preocupados em taxar os lucros das grandes empresas.

“Vivemos num mundo totalmente global”, pelo que as empresas têm que competir à escala global e os investidores apenas vão investir onde identificam oportunidades e potencial de rentabilidade.

Em termos de atração de investidores, a EDP tem sido uma empresa bem-sucedida a atrair capital de vários pontos do mundo, com Stilwell d’Andrade a adiantar que estes investidores procuram “boa estratégia, bom foco” e os investidores “acreditam na história da EDP”, uma história que tem sido focada na transição energética e no investimento nas energias renováveis.

“Não há falta de capital, há muita liquidez e procura pelos bons projetos”, sintetizou, adiantando que “os investidores procuram boas equipas, boas histórias”.

Com o país a um mês de ir a eleições, o CEO da EDP reconhece que no que diz respeito à política de transição energética, Portugal tem sido um “case study” de sucesso e pede que o país mantenha a estabilidade e continue a investir nesta área. Ao próximo governo Miguel Stilwell d’Andrade pede “ambição, coragem, estabilidade” e “foco em criar riqueza para poder distribuí-la“.

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Volume de negócios na indústria está em queda há nove meses consecutivos

No conjunto do ano, o volume de negócios na indústria apresentou uma redução média de 3,1%, quando no ano anterior tinha registado um crescimento de 21,7%.

O volume de negócios na indústria caiu 7,9% em dezembro, aprofundado o ritmo de quedas face ao mês anterior, quando contraiu 4,9%, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Vendas ao exterior têm queda mais significativa. O indicador está em terreno negativo há nove meses consecutivos.

“O Índice de Volume de Negócios na Indústria apresentou uma variação homóloga nominal”, isto é, sem descontar o impacto da inflação, “de -7,9% em dezembro (-4,9% no mês anterior), resultado que deverá estar influenciado por dezembro de 2023 ter menos dois dias úteis que o mesmo mês de 2022. Sem o agrupamento energia, o volume de negócios contraiu 7,5% (-5,2% em novembro)”, lê-se no destaque do INE.

A quebra das vendas é mais significativa para o exterior. “Os índices relativos ao mercado nacional e ao mercado externo tiveram variações de -3,1% e -14,9%, respetivamente (-0,2% e -11% no mês precedente)”, aponta o INE.

Em termos de grandes agrupamentos os bens intermédios são aqueles que mais contribuíram para o mau desempenho do índice, mas foram os bens de investimento e energia que registaram a queda mais significativa. “Os bens intermédios deram o contributo mais negativo para a variação do índice total, -3,7 p.p., em resultado da variação de -11,5% (-3,8 p.p. e -10,8% em novembro) e os bens de investimento e a energia diminuíram 14,7% e 9,1%, respetivamente (-2,3% e -3,6% no mês anterior), tendo contribuído com -2,4 p.p. e -2,1 p.p. (-0,4 p.p. e -0,7 p.p. no mês precedente)”, especifica o INE. Já os bens de consumo aumentaram 1,2% após uma variação nula em novembro.

Fonte: INE

No conjunto do ano, o volume de negócios na indústria apresentou uma redução média de 3,1%, quando no ano anterior tinha registado um crescimento de 21,7%. Um desempenho que pode ser explicado pelo facto de os preços na indústria terem aumentado 20,5% em 2022 e diminuído 2,2% em 2023.

Já “no quarto trimestre de 2023, a variação homóloga das vendas na indústria fixou-se em -5,3% (-8,1% no trimestre anterior)”, detalha o instituto de estatística.

Emprego e remunerações ainda em terreno positivo, mas horas trabalhadas já em queda

Apesar do volume de negócios na indústria estar em queda há nove meses, o emprego e as remunerações resistem em terreno positivo, de acordo com os dados do INE. Mas, as horas trabalhadas (que são ajustadas de efeitos de calendário, também já foram afetadas, registando uma redução de 2,2% em dezembro, após o aumento de 0,7% em novembro.

“O índice de emprego registou uma variação mensal nula em dezembro (0,1% em igual mês de 2022)”, sublinha o INE. “As variações mensais dos índices de remunerações e de horas trabalhadas foram de -1,5% e -14,8% (0,5%, e -12,2% em dezembro de 2022), respetivamente”. De sublinhar que as remunerações não apresentavam uma evolução tão baixa há pelo menos um ano, sendo que o pior desempenho foi ao nível dos bens intermédios.

O emprego, as remunerações e as horas trabalhadas apresentaram variações médias anuais de 0,8%, 7,4% e 0,7% (2,5%, 6,7% e 2,5% em 2022), respetivamente.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Dezenas de estradas cortadas em Espanha no terceiro dia de protestos dos agricultores

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

Dezenas de estradas permanecem cortadas com tratores em várias regiões de Espanha, no terceiro dia consecutivo de manifestações de agricultores contra as políticas e regulamentos europeus.

Dezenas de estradas permanecem cortadas esta quinta-feira com tratores em várias regiões de Espanha, no terceiro dia consecutivo de manifestações de agricultores contra as políticas e regulamentos europeus para o setor.

Cerca de uma centena de tratores continuam também nas ruas de Barcelona, depois de na quarta-feira perto de dois mil veículos destes terem entrado no centro da cidade, a segunda maior de Espanha.

Dois grupos de 50 tratores mantiveram bloqueadas durante toda a noite duas das avenidas centrais da cidade (Diagonal e Gran Vía) e de manhã parte deles iniciou uma marcha lenta até ao parlamento regional, onde os agricultores foram recebidos por partidos e pela presidência da assembleia.

Na quarta-feira, os representantes dos agricultores forma também recebidos pelo presidente do governo regional da Catalunha, Pere Aragonès, depois de perto de dois mil tratores terem feito uma marcha lentas pelas estradas da região, até chegarem ao centro da cidade, provocando filas de trânsito de dezenas de quilómetros durante o dia.

Segundo as autoridades de trânsito espanholas, esta quinta-feira continua a haver congestionamentos em alguns acessos a Barcelona e dezenas de estradas, incluindo autoestradas, estão bloqueadas ou com perturbações também nas regiões de Navarra, Comunidade Valenciana, Castela e Leão, Castela La Mancha, Andaluzia e Extremadura.

Neste terceiro dia de protestos por todo o território de Espanha, há menos grandes vias, para já, cortadas, segundo as informações das autoridades. Nos dois dias anteriores, as manifestações bloquearam também acessos a centros logísticos, como portos no mediterrâneo.

As forças de segurança detiveram na terça-feira 12 pessoas e identificaram mais de 2.500 nas manifestações.

Os protestos de terça e quarta-feira não foram, na sua maioria, comunicados às autoridades e ocorreram à margem da organização das grandes confederações agrícolas de Espanha.

As confederações anunciaram também um calendário de manifestações para as próximas semanas, que arrancam hoje, com concentrações convocadas para diversos pontos de Espanha, nas regiões de Castela La Mancha, Aragão e Castela e Leão).

Não há, até agora, registo de bloqueios de estradas de ligação a Portugal.

A Federação Nacional de associações de Transporte de Espanha disse na quarta-feira, num comunicado, que 80 mil camiões já sofreram o impacto dos protestos dos agricultores nos dois primeiros dias de manifestações, por terem sido bloqueadas, de forma permanente ou por algum período de tempo, autoestradas circulares em torno de Madrid e as que fazem a ligação de regiões centrais com os portos do Mediterrâneo.

Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas para exigir a flexibilização da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e mais apoios para o setor.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, reiterou o compromisso do Governo de Madrid em simplificar a PAC e facilitar a adaptação das normas europeias. Pedro Sánchez revelou ainda a intenção de rever a Lei da Cadeia Alimentar, para aumentar os ganhos dos agricultores, e de aplicar o princípio da reciprocidade relativamente às exigências de qualidade e produção às importações de países terceiros.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros em 26 de fevereiro.

Por outro lado, na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a retirada da proposta da instituição visando reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central da legislação ambiental europeia, que é também um dos alvos dos protestos dos agricultores.

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Arroz usado na paelha corre o risco de desaparecer, avisam agricultores espanhóis

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2024

Um fungo está a ameaçar a produção de uma variedade de arroz muito usada em Espanha para fazer paelha. Agricultores espanhóis queixam-se de proibição de pesticida da UE que é usado no resto do mundo.

A paelha, ou arroz à valenciana, é um prato típico da gastronomia espanhola

Um fungo está a ameaçar a produção de uma variedade de arroz que é tradicionalmente usada em Espanha para fazer paelha, avança esta quinta-feira a Reuters.

Os agricultores queixam-se de não poderem usar um pesticida que está banido na União Europeia e avisam: o arroz Bomba “vai muito provavelmente desaparecer”, disse à agência Miguel Minguet, agricultor em Valência.

O fungo em causa chama-se Pyricularia e provoca a doença da “explosão do arroz”. À Reuters, este e outros dois produtores da região de Valência afirmaram que a colheita de arroz em 2023 foi metade da média dos últimos dez anos.

Enquanto na Europa os agricultores manifestam-se contra as restrições impostas na União Europeia, no resto do mundo, como Brasil, Índia e Camboja, grandes exportadores de arroz, os pesticidas estão a ser muito usados para proteger as produções, dizem.

Numa altura em que os agricultores na Europa estão em protesto, incluindo em Portugal, a Comissão Europeia anunciou esta semana a retirada de uma proposta que visava reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030.

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Taxas Euribor sobem a três meses e descem a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

A Euribor subiu esta quinta-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a quarta-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.

A Euribor subiu esta quinta-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a quarta-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos. Com as alterações desta quinta-feira, a Euribor a três meses, que avançou para 3,898%, ficou acima da taxa a seis meses (3,888%) e da taxa a 12 meses (3,640%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, desceu esta quinta-feira para 3,640%, menos 0,016 pontos que na quarta-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, também recuou esta quinta-feira, para 3,888%, menos 0,011 pontos que na véspera, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu esta quinta-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,898%, menos 0,003 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em janeiro voltou a cair nos três prazos, mas menos acentuadamente do que em dezembro. A média da Euribor em janeiro desceu 0,010 pontos para 3,925% a três meses (contra 3,935% em janeiro), 0,035 pontos para 3,892% a seis meses (contra 3,927%) e 0,070 pontos para 3,609% a 12 meses (contra 3,679%).

Em dezembro, a média da Euribor baixou 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 25 de janeiro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela terceira vez consecutiva, depois de dez aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 7 de março.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Como acelerar os megaprocessos? Juízes explicam

Assinaturas digitais (em vez de rubricas em todas as páginas) ou criação da ferramenta de lupa no portal Citius para processos de grandes dimensões são algumas das propostas dos magistrados.

Poderá definir-se um prazo para a fase do julgamento – em processos sem arguidos privados da liberdade, e conforme o tipo de crime? Poderá haver uma mudança nos prazos de prescrição, para evitar que o processo não caia por terra? Poderá a lei prever prazos máximos para a realização das diligências de notificação da acusação, despacho de pronúncia e não pronúncia aos arguidos?

Estas são algumas das propostas lançadas pelos magistrados judiciais e que são o mote para a conferência – promovida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa com o apoio do Conselho Superior da Magistratura (CSM) – que esta quinta e sexta-feira junta juízes, inspetores da PJ, advogados, académicos, oficiais de justiça e jornalistas. De fora ficaram os magistrados do Ministério Público, por imposição da Procuradora-Geral da República (PGR).

Nos últimos dois anos, os Gabinetes de Apoio aos juízes e ao presidente da Comarca realizaram um estudo, que é agora apresentado, realizado a partir de 140 processos de criminalidade altamente complexa, distribuídos na comarca de Lisboa desde 2013 até 2023. Entre eles estão processos como o do BPN, o caso EDP (que envolve Ricardo Salgado e Manuel Pinho) e a Operação Marquês, mas exclui a mais recente Operação Influencer e um dos maiores processos da justiça portuguesa, o caso do Universo Espírito Santo.

Arguidos da Operação Marquês: José Sócrates, Carlos Santos Silva, Ricardo Salgado e Armando Vara.

O CSM explica que “os megaprocessos, conhecidos por serem complexos, pela natureza dos crimes, número de intervenientes e meios de prova apresentados, impõem necessidades logísticas superiores aos processos comuns e, por isso, não permitem o tratamento e julgamento no tempo considerado adequado, levando, muitas vezes, a que a imagem da Justiça saia prejudicada”.

A instituição lembra que, nos últimos meses, levou a cabo diversas medidas para “combater as dificuldades identificadas e libertar os juízes de funções que dificultam e demoram o seu trabalho”, tendo em outubro passado decidido criar um grupo de trabalho. Para o efeito, foi lançada a Estrutura ALTEC (Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade), equipada com a tecnologia mais recente e com a participação de juízes, assessores, oficiais de justiça e funcionários de tribunais, para permitir preparar e tratar previamente a informação destes processos.

O julgamento do caso BES, a pedido do coletivo de juízes a quem o processo foi distribuído, será o primeiro a contar com o apoio desta estrutura.

Quais as propostas elencadas no estudo?

  • Muitas vezes, nestes processos, encontra-se associada uma situação de enriquecimento ilícito, sendo que os tribunais têm dificuldade em descobrir e reconstruir o modo de obtenção dessa vantagem ilícita. A lei poderia passar a prever as situações em que compete ao agente demonstrar a origem lícita do seu património, existindo assim uma presunção de ilicitude no caso do arguido não o fazer;
  • Instituição de um mecanismo que controle o número de testemunhas apresentadas pelas partes e pelo Ministério Público, já que a regra que limita esse mesmo número “é, na realidade, a exceção”, dizem os magistrados;
  • Quanto à separação de processos, devia ser feita de forma automática nos casos em que não se consiga notificar todos os arguidos “em tempo útil” (número de tentativas de notificação frustradas);
  • Juízes devem passar a assinar e rubricar digitalmente as páginas dos acórdãos, poupando desde logo imenso tempo na assinatura à mão de peças processuais mais extensas;
  • Quando a acusação, o despacho de pronúncia/não pronúncia e o acórdão ultrapassem um determinado número de páginas (por exemplo, 100 páginas em PDF), tornar obrigatória a notificação por suporte eletrónico;
  • Sugestões relativas ao portal Citius: documentos em PDF editáveis (acusação, pronúncia, despacho de recebimento, sentenças e acórdãos), aumento da capacidade de digitalização da plataforma informática (permitindo a digitalização de documentos de grandes dimensões) e pesquisa de documentos com a criação da ferramenta da lupa no Citius nos processos de grandes dimensões, já que “é sentida a dificuldade na procura de documentos”;
  • Formação dos oficiais de justiça e magistrados para o uso das etiquetas no processo eletrónico,
  • A organização dos processos deve ser feita por forma a se localizarem mais facilmente e rapidamente os processos físicos, enquanto existirem;
  • Aumento dos recursos humanos nas unidades de processos, com afetação de equipas especiais para dar andamento aos megaprocessos (como, de certa forma, já sucede no DCIAP);
  • Criação de formas mais céleres de se realizarem traduções, já que se verificou um atraso entre o momento do pedido de tradução e a entrega documento traduzido, tornar o pagamento a estes profissionais mais rápido e, ainda, dotar os tribunais de tradutores próprios, em vez de recorrem a outsourcing;
  • No julgamento, passar-se a pagar multa para “apresentação injustificada de documentos para além do limite temporal do “encerramento da audiência”;
  • Logo que o juiz ordene a remessa do processo para o tribunal superior, a lei deveria estipular um prazo máximo para a sua remessa, por exemplo, 20 dias úteis para processos não urgentes e cinco dias úteis para processos urgentes;
  • Melhoria na forma de inquirição de testemunhas por videoconferência;
  • Limitação do número de testemunhas aos parágrafos dos factos a provar, já que a audição de testemunhas em várias sessões se revela fator de morosidade dos processos;
  • Fase de instrução deixar de existir em processos em que não existam medidas de coação privativas da liberdade;
  • Considerar a criação de tribunais coletivos dos juízos centrais criminais para megaprocessos (à semelhança do que sucede com os tribunais coletivos especificamente afetos aos julgamentos dos crimes previstos no Código Penal Militar).

Conclusões do estado dos megaprocessos

Segundo este estudo, todas as fases processuais são mais céleres quando existem medidas de coação privativas da liberdade, como a preventiva ou a prisão domiciliária, sendo que os períodos mais rápidos neste contexto são entre a acusação e a fase seguinte e a decisão instrutória e o julgamento.

“Na totalidade dos processos analisados, 77% têm uma fase de investigação mais demorada face à fase de julgamento”, lê-se no estudo a que a Advocatus teve acesso. Ainda assim, os processos mais morosos na fase de inquérito não correspondem aos mais demorados na fase de julgamento.

Entre as causas apontadas para a morosidade nos processos está o número de testemunhas quando são ouvidas mais do que uma vez ou quando se ouvem menos testemunhas por sessão, o número de sessões de julgamento e a existência de “incidentes”, como pedido de escusa do juiz, pedido de perícias, recusas do juiz, arguição de nulidades ou conflito negativo de competência.

Entre os tipos de crime dos processos que mais demoram a investigar na fase de inquérito está o terrorismo, fraude, discriminação racial, branqueamento e abuso de confiança; na fase de instrução, os de abuso de poder, falsificação, corrupção e peculato; e na fase de julgamento os de extorsão/coação, abuso de poder, abuso de confiança, abuso de autoridade militar e peculato.

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Famílias portuguesas são das que mais ganharam poder de compra no último ano

O rendimento real das famílias nacionais aumentou 1,81% entre o terceiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023. Na Zona Euro só a Grécia registou um desempenho melhor.

O rendimento real das famílias portuguesas aumentou, em média, 1,81% entre o terceiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023. Trata-se de um ganho cinco vezes acima da média registada pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que já divulgaram os dados.

Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela OCDE, apenas as famílias húngaras, polacas e gregas registaram um aumento real dos seus rendimentos acima dos níveis de Portugal neste período. Na Zona Euro, só a Grécia teve um desempenho melhor que Portugal.

O ganho real dos rendimentos das famílias portuguesas (que tem em conta a inflação) entre o terceiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023 foi também acompanhado por um crescimento de 1,61% do PIB real per capita, que fez de Portugal o país com a maior taxa de crescimento do PIB real por habitante da União Europeia neste período.

No fundo da tabela da evolução do poder de compra das famílias no último ano está a Áustria, Irlanda e Suécia, que registaram perdas homólogas reais dos rendimentos de 9,56%, 4,65% e 4,51%, respetivamente.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Apesar deste ganho real homólogo dos rendimentos por parte das famílias nacionais, os dados da OCDE revelam que, no terceiro trimestre, a dinâmica esmoreceu, com as famílias portuguesas a registarem uma perda real de 0,28% dos seus rendimentos face aos números registados no trimestre anterior.

Este número foi também acompanhado por uma queda de 0,26% do PIB per capita em Portugal neste período, e compara com uma perda média de 0,2% dos rendimentos reais das famílias dos países da OCDE.

Entre os 21 dos 38 países da OCDE que já disponibilizaram dados, 11 contabilizaram ganhos reais dos salários das famílias no terceiro trimestre de 2023, com particular destaque para a Hungria que registou uma taxa de crescimento de 5,5% “devido ao forte crescimento das remunerações dos trabalhadores, dos rendimentos do trabalho independente e dos rendimentos de propriedade”, refere a OCDE em comunicado.

Em oposição estiveram os restantes dez países, onde se inclui Portugal. Neste grupo, o destaque recai para as famílias espanholas que, entre julho de setembro de 2023 contabilizaram uma perda real de 2,09% dos seus rendimentos face ao trimestre anterior, por conta do “de um aumento dos impostos sobre o rendimento e o património”, revela a OCDE.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir a tabela.

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RandTech Computing: levar o mercado segurador para o futuro

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  • 8 Fevereiro 2024

As soluções tecnológicas para seguradoras são o foco da RandTech Computing. Jorge Oliveira, COO da insurtech do Norte, fala da empresa e do que ela traz de novo ao mercado segurador Português.

Num cenário de constante transformação, as seguradoras enfrentam o desafio constante de se adaptar às exigências do mercado e às crescentes expectativas dos segurados. Neste contexto, a integração de soluções tecnológicas emerge como um catalisador fundamental para a transformação e aprimoramento do setor segurador.

Ao abraçar inovações tecnológicas, as seguradoras não apenas otimizam os seus processos internos, mas também redefinem a experiência do cliente, o que acaba por gerar maior eficiência, personalização e agilidade. A opinião foi partilhada por Jorge Oliveira, COO da RandTech, que, em entrevista ao ECO Seguros, apresentou as soluções tecnológicas disponibilizadas pela insurtech, bem como as vantagens associadas às mesmas.

Acompanhe, aqui, toda a conversa:

A RandTech Computing é uma insurtech especializada em criar soluções tecnológicas para o mercado segurador, tanto ao nível das seguradoras como para o mercado da distribuição – mediação e corretagem, nomeadamente através dos ERPs (Enterprise Resource Planners).

Das soluções tecnológicas desenvolvidas pela RandTech Computing, destaca-se o Anywhere, um ERP que permite a gestão de áreas cruciais para o negócio segurador, desde a contabilidade até aos contratos de apólice, sinistros e pensões, cosseguro e resseguro. Trata-se de uma solução simples, robusta, modular, e extremamente versátil, já que permite ao cliente adquirir a plataforma como um todo ou apenas alguns dos seus módulos e, inclusive, integrar qualquer um desses módulos como complemento a alguma solução que já possua.

Além do Anywhere+, mais recentemente, a insurtech desenvolveu o Anybroker, um ERP especificamente focado na realidade do setor da distribuição de seguros, isto é, mediação e corretagem de seguros. Esta solução permite gerar múltiplas simulações, gerir várias propostas em simultâneo e consultar recibos e enviar as participações de sinistros.

O Anybroker destaca-se ainda pela facilitação da gestão do fluxo de trabalho, uma vez que permite agendar eventos calendarizados, criar notas relevantes sobre cada processo para posterior consulta, seguir o andamento de cada workflow através do sistema de notificações, e acompanhar o desempenho, seja por equipa, seja por utilizador, através de métricas relevantes.

Além dos ERPs Anywhere+ e Anybroker, a RandTech Computing também desenvolve outras soluções de software mais específicas – as ferramentas digitais. Um bom exemplo disso é o Anysigner, uma ferramenta digital que permite a digitalização, assinatura e transferência de documentos para o sistema de gestão habitual, através de uma aplicação móvel. Pode fazer download da app Anysigner na Google Play Store.

Conheça melhor a RandTech Computing aqui.

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“Não creio que haja risco de a IA vir a substituir o humano”

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  • 8 Fevereiro 2024

Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, é o terceiro convidado do podcast EY AI Talks, organizado pela EY em parceria com o ECO.

A Comissão Europeia defende que a forma como se aborda a Inteligência Artificial vai definir o mundo em que se viverá no futuro. Por isso, para ajudar a construir uma Europa resiliente para a década digital que, aliás, prevê os serviços públicos chave 100% online, as pessoas e as empresas devem poder usufruir dos benefícios da IA, ao mesmo tempo que se sentem seguras e protegidas. A estratégia europeia visa, assim, tornar a UE num centro de classe mundial para a IA, garantir que a mesma é centrada no ser humano e é fiável.

Aliás, em 2021, a Comissão Europeia apresentou o seu pacote de Inteligência Artificial, que incluía a comunicação sobre a promoção de uma abordagem europeia à IA e uma revisão do plano coordenado sobre a IA com os estados-membros da UE sobre a proposta do quadro regulamentar sobre a IA e avaliação de impacto.

Num mundo tendencialmente multipolar, em que os dados e as tecnologias disruptivas, como o uso da IA, se tornam fator de competitividade das nações, o que pode a Europa fazer e, em particular, Portugal, para garantir uma posição relevante na investigação, desenvolvimento e adoção de IA por parte do Estado, das empresas e dos cidadãos? Esta e outras questões foram respondidas por Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, no terceiro episódio do podcast EY AI Talks, um podcast da EY, em parceria com o ECO, que irá abordar o impacto da Inteligência Artificial nas organizações, nas pessoas e sociedade em geral. Esta conversa teve como anfitrião Bruno Curto Marques, responsável de governo e infraestruturas de consultoria da EY.

Fazer política é ter convicções não só no domínio da tecnologia, como no domínio social e no domínio económico. E, em todos esses domínios, ter uma convicção de que a política que fazemos é centrada nas pessoas. É por isso que Portugal se sente tão confortável com esta abordagem à IA, como a outras tecnologias disruptivas, sob um ponto de vista de estar centrado nos valores universais humanos”, começou por dizer o secretário de Estado.

Neste sentido, Mário Campolargo deu, ainda, exemplos de como esta convicção acontece na prática: “Quando nós exercemos a nossa atividade política com a garantia de que os serviços digitais chegam a todos sem deixar ninguém para trás, estamos a aplicar esta lógica da centralidade humana. Quando nós, nos serviços digitais da Administração Púbica, não nos centramos na estrutura organizativa do Estado, mas sim na pessoa, estamos a ter esta centralidade. E, precisamente, quando aprovamos o ato da IA e quando aprovamos outros atos a nível europeu, como o Regulamento Geral da Proteção de Dados, estamos sempre a centrar as decisões no importante, que é a centralidade no humano”.

O papel da Europa na aplicação da IA

Portugal e todos os países que são membros da UE construíram o ato da Inteligência Artificial. Às vezes parece que as decisões que tomamos a nível europeu são quase independentes da vontade dos estados, mas não. Somos precisamos nós que cocriamos esses atos e essa perspetiva europeia, que nos distingue claramente de outros blocos geopolíticos. A Europa encontra este papel super importante, que é tentar conciliar duas coisas que são absolutamente fundamentais e vitais, não só para a Europa, mas para o mundo, que é desenvolver a tecnologia, mas desenvolvê-la com propósito e garantir que as aplicações dessa tecnologia não contradizem os propósitos mais profundos da própria sociedade“, explicou o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa.

Mário Campolargo destacou, também, a necessidade de transparência no que diz respeito ao uso de dados para a Inteligência Artificial, mas deixou clara a utilidade desta ferramenta para facilitar processos: “É numa abordagem de transparência, de responsabilização e da possibilidade de supervisão humana sempre que haja riscos, que se fundem os princípios do ato da IA. Nós não vamos questionar o desenvolvimento tecnológico. Vamos, aliás, no meu ponto de vista, garantir que, sendo a utilização da IA para um propósito positivo para a sociedade, a desenvolvemos nas economias de mercado mais avançadas, muito polarizadas sobre o fornecimento de serviços. Aqui a IA vai ter um papel importante porque vai trazer um conjunto de eficácia muito grande“.

Ainda assim, a IA pode ainda ter um papel preponderante noutras economias, ao ajudar a tornar os trabalhadores mais produtivos. De acordo com o secretário de Estado, “o FMI estimou, há pouco tempo, que talvez 60% de todos os empregos vão ser afetados pela IA“. No entanto, Mário Campolargo considera que este impacto será positivo e explica porquê: “Eu diria que vão ser positivamente afetados pela IA porque nos vão tornar mais produtivos. Há um conjunto alargadíssimo de tarefas repetitivas que criam insatisfação no trabalhador, que criam uma monotonia e que podem ser, com muita vantagem, substituídas pela IA, deixando as pessoas para tarefas mais criativas e de outro tipo“.

“Como em outras gerações de tecnologia, desde a automação da revolução industrial, até à própria internet, todo o ecossistema de empregabilidade vai variando e as pessoas vão-se adaptando. Eu não creio que haja risco de a IA vir a substituir o humano. Agora estou é profundamente convencido de que as pessoas que não utilizarem, no seu dia-a-dia, a IA como um suporte para serem mais eficazes no seu trabalho, perderão a eficácia. E as economias que não se souberem adaptar, que não souberem requalificar os seus trabalhadores e que não derem formação de base, vão ter um desafio maior do que aqueles que se abrem a esta inovação que, trazendo desafios, vai trazer um conjunto de oportunidades muito grande”, continuou.

A implementação da IA no Estado

O desafio de trazer desenvolvimento científico para o dia-a-dia das empresas pode ser grande e é por isso que, de acordo com Mário Campolargo, existem “algumas medidas do passado que continuam a ser válidas e também é exatamente por isso que, no PRR, decidimos ter um conjunto de iniciativas que nos permitem fazer essa inovação na prática“.

As PME, muitas delas startups, desenvolvem inovação disruptiva, utilizando tecnologias como blockchain, a analítica de dados, a IA, a quântica, os biomateriais, e, muitas deles, encontram o seu fundamento nas universidades em que esses alunos trabalharam ou em que esses grupos de estudo e de investigação floresceram. Mas como é que podem ligar-se às grandes empresas para testarem, para dar um sinal importante de que aquela inovação tecnológica tem, de facto, aplicabilidade no mundo industrial? Foi por isso que nós lançamos as test beds, que permitem que grandes ecossistemas, muitas vezes propiciados por grandes empresas, acolham ecossistemas de inovação para testarem soluções inovadoras”, explicou.

Contudo, o secretário de Estado também referiu que “é importante voltar às ideias de base da União Europeia, que passam por continuar a apostar na investigação e na inovação, uma investigação que não seja só baseada nas universidades tradicionais, mas que faça com que as empresas possam participar ativamente em projetos de colaboração“. E, neste campo, Mário Campolargo considera que “o Estado tem o papel importante de acolher a inovação dentro do próprio Estado“.

Quando nós, há pouco tempo, lançamos o Avatar, um assistente virtual de interação com o cidadão, para clarificar, utilizando uma linguagem natural, todas as dúvidas que o cidadão pudesse ter sobre a utilização da Chave Móvel Digital, estávamos a propiciar a utilização e a validação em experiências de campo, com determinado impacto, de uma tecnologia nova. Quando, dentro do Ministério da Justiça, conseguimos trazer uma indicação aos funcionários que estão a avaliar documentação de estrangeiros, quiçá percentual, da validação, da certificação e da autenticação de um documento que lhe é apresentado por alguém que veio de fora, estamos a aumentar a produtividade, a fazer algo que o funcionário só poderia fazer com uma experiência muito grande”, exemplificou.

Com tudo isto, o secretário de Estado considera que estão a conseguir “acelerar os processos”, a trazer “inovação científica para um domínio prático” e, nesse sentido, deu ainda o exemplo das agendas mobilizadoras: “Dentro das agendas mobilizadoras, é interessante verificar há muitas que tocam na Inteligência Artificial. Mas há duas em particular – a Accelerate AI e o Center for Responsible AI – que são completamente dedicadas à IA”

“Uma agenda mobilizadora com o título Center for Responsible AI vai fechar o ciclo porque vai mostrar o empenho, não só de Portugal e não só do governo, mas da atividade e do ecossistema académico e empresarial em desenvolver Inteligência Artificial sobre uma perspetiva responsável“, concluiu.

Acompanhe, aqui, toda a conversa:

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O próximo episódio, que terá como convidado António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança (CNCS), será lançado já na próxima semana, dia 15 de Fevereiro.

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