Euribor já estão abaixo dos 3% em todos os prazos. Vão continuar a baixar?

O indexante do crédito à habitação deverá continuar a descer, a refletir as reduções das taxas de juro do BCE. A expectativa é que a autoridade monetária anuncie novos cortes até meados de 2025.

As três taxas que servem de indexante para o crédito à habitação já estão todas abaixo de 3%, depois de a Euribor a três meses ter baixado esta fasquia no final da semana passada. Esta correção ocorre depois de três anos marcados pelo agravamento das taxas de juro, com impacto nas prestações dos empréstimos da casa. E as descidas não devem ficar por aqui. A expectativa é que o BCE continue a descer juros, puxando para baixo as taxas do crédito.

A Euribor a três meses baixou, na última sexta-feira, para 2,998%, juntando-se assim à taxa a seis (2,748%) e a 12 meses (2,475%), que já negociavam abaixo de 3%.

Calculadas diariamente por um conjunto de bancos da Zona Euro com base nos empréstimos que fazem entre si, as Euribor refletem as perspetivas dos mercados para as taxas oficiais do BCE. Depois de um movimento de agravamento de taxas de juro nos últimos três anos, para travar a escalada da inflação, o banco central iniciou um ciclo de descidas de juros na reunião de junho.

Desde o anúncio do primeiro corte de juros, o banco central já desceu a taxa diretora por mais duas vezes, em setembro e outubro. E, de acordo com as estimativas dos economistas, as descidas estão longe de estar terminadas.

Com a inflação controlada — situou-se em 2% na Zona Euro em outubro — e a economia a mostrar sinais de dificuldade, o conselho de governadores do BCE tem dado sinais que neste momento está mais preocupado com o outlook económico do que com a evolução de preços, sobretudo depois dos resultados das eleições americanas, que vieram avultar as nuvens que pairam sobre a economia europeia.

Outubro foi o mês de uma importante reviravolta no BCE”, comenta Carsten Brzeski, responsável global de macro do ING, adiantando que em vez de preocupações relacionadas com a inflação interna “ainda elevada e rígida, parece que as preocupações com o crescimento se tornaram o fator predominante que impulsiona a política monetária“.

A questão para a reunião de Dezembro já não é se o BCE reduzirá novamente as taxas, mas se o corte será de 25 pontos base, ou 50 pontos base.

Carsten Brzeski

Economista do ING

O especialista considera que “com os resultados das eleições nos EUA, os riscos para as perspectivas de crescimento da zona euro mudaram claramente para o lado negativo, tanto a curto como a longo prazo, representando um desafio ainda mais complicado para o BCE.”

“Na verdade, o risco de um ambiente mais estagflacionário aumentou”, aponta Brzeski, antecipando que perante esse “cenário estagflacionário e a pressão adicional sobre o crescimento por parte das políticas dos EUA, a questão para a reunião de Dezembro já não é se o BCE reduzirá novamente as taxas, mas se o corte será de 25 pontos base, ou 50 pontos base.

Ao contrário dos EUA, onde o presidente Jerome Powell adiantou que não tem pressa para descer juros, na Europa, vários membros do BCE, como o vice-presidente Luis de Guindos, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, ou o francês François Villeroy de Galhau, têm defendido que a autoridade monetária deve ser mais ágil a descer os juros na região.

Felix Feather, economista da Abrdn, concorda que o BCE “poderá reduzir as taxas de forma mais agressiva se o bloco entrar em recessão”.

“Os comentários desta semana de responsáveis do BCE mostram maiores preocupações em torno do outlook de crescimento, aumento da confiança num retorno antecipado da inflação para 2% e ênfase de que o ritmo dos cortes nas taxas dependerá dos dados”, refere um comentário do Goldman Sachs, após a reunião de 17 de outubro, onde o banco central anunciou o seu terceiro corte de 25 pontos base, trazendo a taxa dos depósitos para 3,25%.

Perante estes comentários, o Goldman Sachs ajustou as suas estimativas para a reunião de dezembro, passando a prever a possibilidade de um corte de 50 pontos antes do fim do ano. O gigante de Wall Street, que antes antecipava descidas sucessivas de 25 pontos base até os juros baixarem para 2%, no próximo mês de junho, vê agora como mais provável “um ciclo de cortes prolongado, bem como de cortes mais rápidos e profundos“.

A economia europeia continua a revelar dificuldades em retomar uma trajetória de crescimento. Com o poder de compra dos consumidores a recuperar, as taxas de juros a descer e o investimento a acelerar impulsionado pela bazuca europeia, as últimas estimativas da Comissão Europeia apontam para um “crescimento modesto” em 2025. Mas, se no próximo ano, todas as economias vão crescer, Bruxelas estima que este ano cinco economias da zona euro vão terminar o ano no vermelho, incluindo a Alemanha, o “motor” da Europa.

As previsões de Inverno da Comissão Europeia, divulgadas esta sexta-feira, apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 de 0,9% na União Europeia e de 0,8% na zona euro. Mas a atividade económica deverá acelerar para 1,5%, nos 27 Estados, e para 1,3% na área da moeda única no próximo ano.

Com perspetivas de crescimento modestas e a inflação longe dos níveis que obrigaram o BCE a acelerar a subida dos juros para travar a escalada dos preços, a entidade deverá continuar a descer taxas. Um movimento que vai repercutir-se nas Euribor, continuando, assim, a aliviar os encargos das famílias com as prestações da casa.

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PME portuguesas exportam recorde de 130 milhões via Amazon

Líder da Amazon em Portugal faz balanço da operação e revela que mais de mil pequenas e médias empresas (PME) nacionais viram as exportações crescer acima de 25% em 2023, batendo um recorde.

A Amazon permite aos comerciantes acederem a um mercado global através da internet, cobrando-lhes comissõesEPA/Jakub Kaczmarczyk POLAND OUT

As exportações das pequenas e médias empresas portuguesas na Amazon superaram no ano passado, pela primeira vez, a fasquia dos 130 milhões de euros. O valor implica um crescimento superior a 25% nas vendas das PME portuguesas para outros países, através desta plataforma, em comparação com o ano de 2022, de acordo com dados da multinacional.

Os números de 2023 foram avançados ao ECO pela líder da Amazon em Portugal, Inês Ruvina, e a tendência manteve-se: “2024 tem sido um grande ano para as PME portuguesas que vendem na Amazon”, antevê a responsável, destacando que são já mais de mil. Os bens mais exportados “foram os produtos para casa, produtos de beleza, saúde e cuidado pessoal, cozinha e escritório”.

Concretamente, os 130 milhões de euros de exportações dizem respeito a vendas fora de Portugal, pelo que não inclui vendas para clientes portugueses, que a empresa recusou revelar. Em detalhe, estas PME “registaram mais de 100 milhões de euros em vendas de exportação na União Europeia e mais de 20 milhões de euros em vendas de exportação fora da União Europeia”, segundo a gestora.

França, Espanha, Alemanha, Itália e EUA são os países onde estão os principais clientes estrangeiros das PME nacionais na plataforma, adianta a Amazon.

As PME portuguesas podem vender através de 22 lojas no marketplace da Amazon, que chegam a mais de duas centenas de países ou territórios. Em 2023, foram vendidos por estas empresas “mais de 2,5 milhões de produtos no total, o que equivale a cinco produtos vendidos por minuto”, diz ao ECO, por email, a líder da Amazon em Portugal, um aumento de 10% no número de artigos vendidos. Entre estas empresas estão nomes como Almedina, Ambar, Boticário, Castelbel, Claus Porto, Delta, Sogrape e Renova.

O facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Operação gerida a partir de Madrid

Foi em janeiro de 2021 que a Amazon passou a servir o mercado português através de uma versão traduzida da loja em Espanha. Isto é, apesar de não existir um Amazon.pt, os clientes portugueses têm um serviço dedicado através do site espanhol, em Amazon.es. Poucos depois, a Amazon lançou em Portugal o seu serviço de subscrições Prime, com benefícios como entregas “gratuitas” e acesso à plataforma de streaming Prime Video.

Mais de três anos depois, a responsável faz um balanço positivo desta aposta no mercado nacional: “Estamos muito satisfeitos com a receção dos nossos clientes portugueses.” E porque é que a operação portuguesa ainda é gerida a partir de Espanha? A dimensão do mercado será um dos motivos, mas Inês Ruvina aponta também para a proximidade entre os dois países ibéricos.

“A Amazon já tem capacidade instalada em logística, transporte e armazenamento a nível europeu. O que temos observado em Portugal é que este setup [configuração] existente na Europa e o facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes. A verdade é que, em linha reta, a distância entre Lisboa-Madrid, Porto-Madrid ou Algarve-Madrid não é maior do que entre Madrid e outras cidades de Espanha”, explica a líder.

Isso não impossibilita a empresa norte-americana de ter uma atenção especial a Portugal, à semelhança do que faz noutros mercados de menor dimensão: “Aproveitando esta capacidade instalada, podemos oferecer aos consumidores portugueses uma experiência que está a ter um feedback muito positivo. Este modelo também está a ser utilizado noutros países, pelo que estamos a aprender com essa experiência. Desde 2020, temos uma equipa inteiramente dedicada a melhorar a experiência de compra dos nossos clientes em Portugal”, nota.

Inês Ruvina, Country Lead da Amazon em PortugalAmazon

Inês Ruvina não responde se a existência de um Amazon.pt permitiria acelerar as vendas das PME portuguesas na Amazon. Mas lembra que a plataforma fundada em 1994 por Jeff Bezos dá às empresas acesso a “milhões de clientes em todo o mundo”, sem terem de “investir separadamente na criação do seu próprio site” ou de incorrer noutros custos associados a montar uma operação de comércio eletrónico internacional.

“Por outras palavras, uma PME de Braga pode vender os seus produtos a um cliente alemão sem ter de investir na criação de uma rede logística e sem ter de formar uma equipa internacional de apoio ao cliente. Todas estas oportunidades oferecidas pela Amazon permitiram que mais de 95% das PME portuguesas, que vendem na Amazon, tenham exportado para clientes em todo o mundo”, continua Inês Ruvina. A Amazon contabiliza também a criação de 2.000 empregos por estas PME “para apoiar o seu negócio online“.

Em suma, “o objetivo da Amazon é construir uma relação forte com as PME portuguesas”, assegura a gestora. “Este apoio e relacionamento é extremamente importante para nós, dado que sabemos que os nossos clientes gostam de fazer compras localmente. Queremos que a Amazon seja um local onde os clientes possam fazer isso e onde possamos capacitar as empresas portuguesas para crescerem e contribuírem para a exportação dos seus produtos”, remata.

Desde o lançamento da Amazon.es em língua portuguesa [em janeiro de 2021], aumentámos significativamente a nossa seleção, com 250 milhões de produtos disponíveis para os nossos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Dois planos, várias taxas

Com um valor de mercado superior a 2,15 biliões de dólares em bolsa, o acesso a este mercado global também tem custos para as empresas. Em Portugal, a Amazon oferece dois planos aos comerciantes: no plano Individual cobra 99 cêntimos por artigo vendido, enquanto no plano Profissional cobra uma mensalidade de 39 euros por mês (mais IVA).

Os comerciantes também pagam taxas por cada produto vendido, dependendo da categoria de produto, variando entre 8% e 15% da venda. Podem ainda incorrer noutros custos, dependendo de se gerem os seus próprios pedidos ou se utilizam o serviço de logística da Amazon, e taxas por armazenamento de longo prazo nos centros logísticos da Amazon. A empresa também permite anunciar produtos na plataforma.

O sucesso da Amazon, que fez de Bezos um dos homens mais ricos do mundo, tem permitido igualmente à multinacional cavalgar a onda da inteligência artificial (IA) generativa. “Há muito que utilizamos a IA para apoiar os nossos parceiros de vendas. A Amazon está a desenvolver e a implementar ativamente um conjunto de ferramentas baseadas em IA concebidas para capacitar as PME”, diz a líder da Amazon em Portugal. “Há algumas semanas, lançámos a possibilidade de os vendedores da União Europeia e do Reino Unido beneficiarem da IA generativa ao listarem um novo produto para venda”, diz, o que permite, por exemplo, simplificar a criação de anúncios.

Ruvina acredita que esta aposta em tecnologia vai “ajudar a capacitar os vendedores para atingirem maior potencial”. Sobretudo nesta altura do ano, com a Black Friday à porta, já no dia 29 de novembro, e a peak season das encomendas a arrancar.

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Seguradores portugueses preparam-se para ir para o Espaço

A APS fez uma conferência anual do outro mundo. A nova era Espaço 2.0 foi detalhada por especialistas e a revelação é que a matéria segurável é infinita.

Compreender os novos riscos “despoletou uma viagem no espaço” sublinhou José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) na abertura da conferência anual desta organização que junta todas as companhias de seguros portuguesas, que se realizou em Lisboa na passada quinta-feira.

O Espaço foi debatido no Observatório de Marinha. José Galamba de Oliveira na abertura da Conferência.

O presidente da APS lembrou ser objetivo dos temas deste evento anual tratar o futuro dos seguros em todas as áreas. Para cumprir este propósito de levar os seguradores portugueses a pensar “fora da caixa”, a APS convidou protagonistas portugueses muito ativos na atividade para partilharem conhecimentos e experiência na conferência “O tempo do espaço”.

“A Space X mudou o paradigma do espaço”, foi uma das conclusões a que chegou Miguel Gonçalves, formador e comunicador de Ciência, conhecido pela sua presença habitual em programas de astronomia da RTP, que falou sobre” O Tempo dos Cosmos e o Desafio Tecnológico do Tempo Presente da Humanidade”.

Para Miguel Gonçalves, o Space X permitiu baixar os custos das operações no espaço de forma a permitir uma realidade de um Novo Espaço e a reordenação dos satélites. Lembrou que este se tornou num mercado potencial de 1 bilião de euros em negócios. Também referiu restrições ao afirmar que “Ir ao espaço não é ideal para a saúde”, ou premonições ao dizer que “a possibilidade de alguém morrer por queda de lixo espacial tem aumentado”.

Ricardo Conde, Presidente da Agência Espacial Portuguesa focou o tema “Portugal e o Espaço: oportunidades e riscos”, destacando que estamos num dos apenas 11 países que tem lei espacial.

A Agência Espacial Portuguesa ou Portugal Space tem sede na Ilha de Santa Maria e foi criada pelo governo português com colaboração do governo regional dos Açores para executar a Estratégia “Portugal Espaço 2030”, bem como para coordenar a participação portuguesa em várias organizações internacionais como a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês).

Ricardo Conde apontou estar-se numa nova era, ‘Space Race 2.0′ ou ‘New Space Age’, que exige cooperação internacional existindo o perigo de a nova corrida ao espaço se tornar uma vontade de extensão territorial e de extração de recursos. Conde disse “podemos ir a Marte dentro de 40 anos, mas antes precisamos de garantir o ponto de partida evitando a destruição da terra”.

No entanto, foi mais positivo ao afirmar que “hoje temos o uso de tecnologia de espaço que nos garante mais 10% de eficiência agrícola e a possibilidade de maior disponibilidade de água no futuro”.

Na sua opinião também há limitações considerando que o “Espaço só é habitável se houver modificação genética nos humanos” e lembrou o lixo espacial: flutuam no espaço 29 mil fragmentos superiores a 10cm de diâmetro, 900 mil de 1 a 10 cm e milhões de detritos com menos de 1 cm, todos com capacidades destrutivas.

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, esteve presente a convite da APS.

“A cadeia de valor espacial” foi tema desenvolvido por José Neves, Presidente da AED (aeronáutica, Espaço, Defesa) Cluster Portugal, uma organização que envolve mais de 80 empresas entre um total de 140 entidades portuguesas, que trabalham nos setores da Aeronáutica, do Espaço e da Defesa.

É um conjunto de empresas, Institutos e Academia que partilham sinergias significativas em vários domínios industriais, de pesquisa e de engenharia, sendo exemplo a Airbus que conta com dois centros e duas mil pessoas em Portugal.

José Neves destacou nos seguros a corretora MDS “que acompanha o setor espacial desde o início”, setor em que já obtém um volume de negócios de 2,1 mil milhões de euros, sendo 90% resultantes de exportações.

O presidente da AED salientou ainda que a base de recursos humanos portugueses é de qualidade, mas não são necessários apenas investigadores, “temos de ter pessoas qualificadas para trabalhar no chão da fábrica”, como exigem por exemplo a Airbus e a Embraer.

“Portugal está a querer responder às necessidades da Europa em lançadores, em satélites com a NEO, em operações com a Geosat e em aplicações com a Newspace Portugal” indicou André Dias, Head of Space Unit – Digital da CEiiA ao abordar a “Inovação e a nova economia do Espaço”

O CEiiA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) é uma associação privada sem fins lucrativos e um centro de engenharia e inovação português criador de soluções tecnológicas para os setores da mobilidade, aeronáutica, automóvel, naval e energia.

André Dias lembrou aos seguradores que existem setores ideais para construírem fábricas no espaço, como a indústria farmacêutica, de semicondutores e de alimentos e nutrientes. Lembrou que haverá 14 estações espaciais e que as seguradoras devem preparar-se para o turismo espacial.

Prometeu o novo satélite português Geosat 2 para breve dizendo ainda que existem aplicações imediatas de, através do Espaço, monitorar ativos, permitir respostas às alterações climáticas e os seguros paramétricos com dados colhidos a partir do espaço.

Ricardo Gonçalves, Diretor do Centro de Inteligência Artificial e Analytics da Fidelidade trouxe uma contribuição prática focando “um espaço mais seguro e sustentável – contribuição dos dados para a prevenção, preparação, resposta e recuperação na gestão do risco de catástrofes”.

Afirmou que a Fidelidade é um utilizador intensivo do Copernicus, conseguindo mapear catástrofes com a geolocalização dos seus clientes, detetar e alertar antecipadamente permitindo uma prevenção de danos maiores. Deu vários exemplos de utilização do seu software em zonas de incêndios de Ourém e São Marcos da Serra e de sismos como ilha do Corvo. Conclui que esta prevenção e monitorização permite “serem proativos juntos dos clientes, avisando-os antecipadamente do que se poderá passar”.

Duarte Oom, Scientific Project Officer, do Joint Research Centre da Comissão Europeia explicou “o projeto europeu Copernicus: como os satélites podem apoiar a gestão de emergências”.

Fez a descrição do Copernicus, a componente de observação da Terra do Programa Espacial da União Europeia, onde se trabalha na deteção de incêndios mas que também analisa cheias e secas. Lembrou que o serviço do Copernicus pode ser ativado por diversas entidades diretamente, permitindo em real time acompanhar detalhadamente uma catástrofe, ilustrando uma colaboração com a EIOPA no que respeita à uniformização e tratamento de dados.

“O futuro e os desafios da segurança e do transporte espaciais” foi tema tratado por Inês D’Ávila, gestora de programas de Transporte e Segurança Espacial da Agência Espacial Portuguesa alertando que existem asteroides perigosos e que esses corpos de pelo menos um metro passam, em média, de duas em duas semanas junto à terra.

No entanto, referiu fases avançadas de testes para defletir ameaças planetárias, como desviar asteroides em rota de colisão com a Terra

Referiu ainda que o transporte é tema até pelo início do turismo espacial e pela inevitável necessidade de seguros. Acentuou que em torno da terra acumulam-se objetos e que há necessidade de os começar a recolher.

Concluiu com números reveladores. Desde o início da era espacial “foram lançados 19.590 objetos para o espaço, dos quais 13.230 ainda estão em órbita e 10.200 ainda a funcionar o que leva a órbitas congestionadas. “Se eu quisesse ir à Lua não sei se conseguiria passar entre tanto tráfego”, disse.

No final, a listagem de riscos a segurar é volumosa, vai para além de seguros de viagem ao espaço, é infinita a matéria segurável no futuro.

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Biden autoriza pela primeira vez a Ucrânia a usar na Rússia mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O Presidente norte-americano autorizou a Ucrânia a usar de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Epara atacar território da Rússia, segundo fontes citadas pela agência noticiosa Associated Press.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou este domingo, e pela primeira vez, a Ucrânia a usar de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar território da Rússia, segundo fontes citadas pela agência noticiosa Associated Press (AP). Tal decisão constitui uma importante alteração à política dos Estados Unidos e ocorre no momento em que Biden está prestes a deixar a Casa Branca e o Presidente eleito, Donald Trump, prometeu reduzir o apoio norte-americano à Ucrânia e acabar com a guerra o mais rapidamente possível. A informação foi avançada também pelo The New York Times (acesso pago) e AFP, citando responsáveis norte-americanos que pediram anonimato.

Os mísseis de longo alcance serão provavelmente usados em resposta à decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de militares para a Rússia, para apoiar a continuação da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 pelo Presidente russo, Vladimir Putin, segundo as fontes da AP, que falaram a coberto do anonimato.

Putin afirmou a 25 de setembro, numa reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que as propostas para “clarificar” a doutrina sobre o uso de armas nucleares incluem considerar como agressor da Rússia qualquer potência nuclear que apoie um ataque de um país terceiro.

Foi proposto considerar a agressão à Rússia por um país não-nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear, como um ataque conjunto contra a Federação Russa“, declarou o chefe de Estado russo, numa clara referência à Ucrânia, que tinha pedido autorização aos Estados Unidos e a outros países ocidentais para usar mísseis fornecidos por estes em ataques ao território russo.

A ofensiva russa em larga escala contra a Ucrânia iniciou-se em fevereiro de 2022 e os países ocidentais têm apoiado militarmente Kiev na sua defesa. Durante a reunião do Conselho de Segurança da Rússia, Putin não especificou se a Rússia poderia responder a um ataque nos termos descritos.

A atual doutrina prevê que Moscovo use o seu arsenal nuclear “em resposta ao uso de armas nucleares e outros tipos de armas de destruição em massa contra si e/ou seus aliados, bem como em caso de agressão contra a Federação Russa com o uso de armas convencionais, quando a própria existência do Estado está em perigo”.

Citada pela AP, a versão revista do documento prevê mais pormenorizadamente as condições do uso de armas nucleares, como em caso de um forte ataque aéreo envolvendo aviões, mísseis de cruzeiro ou ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas).

A 12 de setembro, Putin tinha advertido de que uma autorização dos países ocidentais à Ucrânia para ataques com mísseis de longo alcance contra território russo significaria que “os países da NATO estão em guerra com a Rússia”.

Se esta decisão [de uso de mísseis de longo alcance ocidentais] for tomada, significará nada menos do que o envolvimento direto dos países da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, bloco de defesa ocidental) na guerra na Ucrânia“, avisou Putin. “Isso mudaria a própria natureza do conflito. Significaria que os países da NATO estão em guerra com a Rússia”, acrescentou Putin num vídeo publicado na plataforma digital Telegram.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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Zero apreensiva com excessiva lentidão negocial na COP29

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual da ONU sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre até 22 de novembro.

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual das Nações Unidas sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre no Azerbaijão até 22 de novembro, num balanço da primeira semana de trabalhos.

Em comunicado, a Zero disse que a primeira semana da COP29 em Baku, no Azerbaijão, foi “de alertas” mas “sem consequências negociais até agora” e disse mesmo que se mantêm dúvidas sobre se será possível um acordo quanto ao financiamento climático (que diz que deve ficar muito acima dos atuais 100 mil milhões de dólares por ano) e à redução de emissões.

Na primeira semana, o tema do financiamento fez escalar as tensões nos trabalhos, segundo a Zero, explicando que os países em desenvolvimento a rejeitaram unanimemente o projeto de texto sobre financiamento (muitos países desenvolvidos também o rejeitaram), enquanto países do designado Norte Global consideraram que grande parte do financiamento terá de vir quer do setor privado quer de outras fontes financeiras, como as designadas ‘taxas de solidariedade’ (sobre os ultra-ricos, sobre as criptomoedas e sobre os passageiros frequentes de avião, por exemplo).

A acompanhar os trabalhos em Baku, a Zero disse ainda que, face à previsão de os Estados Unidos da América saírem em breve do Acordo de Paris, há novos países a movimentarem-se para ocupar esse lugar preponderante, caso do Reino Unido, do Brasil mas também dos Emirados Árabes Unidos.

Para a Zero, é fundamental que a União Europeia venha a “ter um papel mais ativo e liderante apesar de posições internas mais restritivas em termos de política climática e do novo contexto geopolítico à escala mundial com a eleição do Presidente Donald Trump”.

Para a segunda semana de trabalhos, a Zero esperar um intensificar das tensões nas negociações a propósito do tema dinheiro, para financiar a luta contra as alterações climáticas.

Ainda assim, a associação liderada por Francisco Ferreira manifesta esperança de que “haja progressos que se traduzam não só num acordo de financiamento climático ambicioso, mas sobretudo em ações concretas e mensuráveis, quer na mitigação (redução de emissões), quer na adaptação climática”.

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Ataque russo mostra o fracasso da “diplomacia por telefone”

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O primeiro-ministro polaco afirmou que nenhum telefonema consegue parar a agressão russa na Ucrânia, dois dias após uma polémica conversa telefónica do chanceler alemão com Vladimir Putin.

O primeiro-ministro polaco afirmou que nenhum telefonema consegue parar a agressão russa na Ucrânia, dois dias após uma polémica conversa telefónica do chanceler alemão, Olaf Scholz, com o Presidente russo, Vladimir Putin. “Ninguém vai travar Putin com telefonemas“, escreveu Donald Tusk na rede social X. “O ataque [russo] na noite passada, um dos maiores desta guerra, provou que a diplomacia por telefone não pode substituir um verdadeiro apoio de todo o Ocidente à Ucrânia“, sublinhou.

A rede energética da Ucrânia, já muito frágil, teve de enfrentar hoje um dos mais significativos ataques russos dos últimos meses, uma ofensiva que causou nove mortos e cerca de 20 feridos em todo o país, segundo as autoridades.

Olaf Scholz, criticado pelo contacto telefónico com Putin, defendeu-se hoje reafirmando o apoio da Alemanha à Ucrânia e assegurando que não será tomada qualquer decisão sobre o desfecho da guerra sem Kiev.

Num primeiro comentário na sexta-feira, as declarações do chanceler alemão foram saudadas por Tusk que disse ter ficado “contente por ouvir que o chanceler (…) reiterou a posição polaca: nada [será feito] quanto à Ucrânia sem a Ucrânia“.

A conversa de Scholz com Putin suscitou a indignação de Kiev, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a criticar o chanceler alemão por abrir “a caixa de Pandora”.

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Turquia nega permissão ao Presidente de Israel para atravessar espaço aéreo

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, não viajará para a COP29, que se realiza na capital do Azerbaijão, Baku, porque a Turquia negou permissão para atravessar o seu espaço aéreo.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, não viajará para a COP29, que se realiza na capital do Azerbaijão, Baku, porque a Turquia negou permissão para atravessar o seu espaço aéreo, referem fontes diplomáticas. O portal de notícias azeri Calibre indicou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que este seria o motivo da ausência de Herzog na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP29), e não razões de segurança que a Presidência israelita alegou, no sábado.

O gabinete presidencial israelita alegou que a visita foi suspensa após uma avaliação da situação de segurança na cidade, segundo um comunicado divulgado pelo ‘Times of Israel’.

Precisamente no sábado, centenas de ativistas pró-palestinianos manifestaram-se em Baku para denunciar a ofensiva militar israelita em Gaza e no Líbano. Os manifestantes marcharam, gritando “Somos todos palestinianos”.

A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorre até ao dia 22, em Baku, no Azerbaijão.

A primeira semana da cimeira do clima de Baku centrou-se em financiamento mas sem avanços e foi ainda marcada por acusações entre a França e o anfitrião Azerbaijão, sem que nada de substancial fosse decidido sobre o clima.

As negociações da conferência anual das Nações Unidas sobre o clima deverão terminar no dia 22 com um acordo financeiro, centrado no apoio aos países mais pobres e que irá substituir o anterior compromisso de 100 mil milhões de dólares por ano 2020-2025.

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Generali regista perdas por catástrofes naturais acima das expectativas

Apesar do impacto das catástrofes, a compra da Liberty empurrou os resultados operacionais do segmento P&C para 2,210 milhões de euros, mais 2,5% em termos homólogos.

As perdas financeiras com catástrofes climáticas registadas nos primeiros nove meses do ano pelo Grupo Generali ultrapassam o seu orçamento previsto para o ano todo, anunciou a seguradora em comunicado relativo aos resultados financeiros.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

O mesmo já tinha acontecido no ano passado, e resultou no aumento dos custos do grupo com a cobertura de resseguro. Em resposta, a Generali vai adotar uma abordagem mais flexível e ajustável na definição dos preços das apólices de seguros do segmento P&C (propriedade e acidentes).

Apesar do elevado impacto das catástrofes climáticas, os resultados operacionais (volume de negócios menos os custos da empresa para assegurar o exercício da sua atividade) do segmento P&C subiram para 2,210 milhões de euros do ínicio do ano até 30 de setembro, mais 2,5% em termos homólogos, empurrados pela compra das operações da Liberty Seguros em Portugal, Espanha e na Irlanda.

Este resultado alinha-se com o objetivo do grupo de reforçar a sua liderança no mercado europeu de seguros para particulares, profissionais e pequenas e médias empresas (PMEs) nesse segmento.

Lucros sobem 5% nos primeiros nove meses do ano

Os lucros do grupo subiram para 3 mil milhões de euros de janeiro a setembro, uma subida de 5% em termos homólogos. Já o resultado líquido ajustado foi de 2,9 mil milhões, uma queda de 3,3% face aos primeiros nove meses do ano passado, mas se não se contabilizar um ganho de capital pontual positivo no ano passado registou uma subida de 3,4%.

Enquanto os prémios brutos emitidos subiram 18,1% em termos homólogos para 70,7 mil milhões de euros, impulsionados pelo segmento Vida, com crescimento de 23,3% e P&C, 9,8% (subida dos resultados brutos).

De acordo com os resultados financeiros divulgados, o grupo registou um crescimento de 7,9% do resultado operacional para 5,4 mil milhões de euros, empurrado pelos segmentos Vida e Gestão de Ativos e Património.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

Dado importante é a solvência ou solidez das seguradoras que final de 2023 se fixou nos 220%. O rácio de solvência, que resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas foi de 209% no terceiro trimestre deste ano, refletindo uma queda de 11% face à registada no final do ano passado, mas acima dos 100% necessários para garantir que a empresa tenha capacidade de pagar os seus compromissos a médio e longo prazo. Segundo a Generali, o capital gerado nesse período compensou o impacto da aquisição da Liberty Seguros, assim como das mudanças regulatórias, variações de mercado e fatores não económicos.

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5ª Conferência: Setor segurador evolui “se estiver inserido num Estado que promova” inovação

  • ECO Seguros
  • 17 Novembro 2024

João Silva Lopes, Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, apresentou os planos do Governo para a inovação digital do país e como tal beneficia o setor segurador.

João Silva Lopes, Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, encerrou a Conferência Anual ECOseguros, onde apresentou a estratégia do Governo para a evolução digital e a sua conexão com o setor segurador.

A sessão de encerramento da 5.ª Conferência Anual Ecoseguros foi realizado por João Silva Lopes, Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças. Na sua intervenção afirmou que o setor segurador só consegue dar “um passo à frente” na evolução e adaptação às necessidades dos consumidores, “se estiver inserido num estado que promova essa inovação, conhecimento e reconhecimento”.

A 5ª Conferência ECOseguros com o tema geral “Os seguros como parceiros do crescimento económico e da proteção social” teve lugar na passada semana em Lisboa, no Centro Cultural de Belém (CCB).

Empresas que viabilizaram a Conferência

A 5ª Conferência ECOseguros foi possível devido ao apoio recebido de importantes protagonistas do setor segurador, permitindo o acesso gratuito aos profissionais inscritos. As companhias de seguros apoiantes foram a Ageas Seguros, Allianz, Azuaga, BPI Vida e Pensões, Caravela, CA Seguros, Fidelidade, GamaLife, Generali Tranquilidade, Mgen, Mútua Saúde, Prévoir e Real Vida.

Entre as corretoras e mediadoras de seguros, apoiaram a 5ª Conferência a Innovarisk Seguros, MDS, NacionalGest e Universalis/Acrisure.

Entre as tecnológicas estiveram Cleva, lluni, MPM e RandTech Computing.

Entre protagonistas especiais na área dos seguros estiveram presentes a Broseta – Advogados, EY, Future HealthCare e NTT Data.

setor segurador só consegue dar “um passo à frente” na evolução e adaptação às necessidades dos consumidores, “se estiver inserido num estado que promova essa inovação, conhecimento e reconhecimento”.

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Seguradoras angolanas pagaram 82 milhões de euros em indemnizações por seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 17 Novembro 2024

Estes dados surgem no âmbito da caminhada alusiva ao Outubro Rosa e Novembro Azul que visa reforçar o compromisso das instituições com a consciencialização sobre o cancro da mama e próstata.

As seguradoras angolanas pagaram cerca de 79 mil milhões de kuanzas (82 milhões de euros) em indemnizações a segurados com seguros de saúde até ao terceiro trimestre do ano, segundo a ARSEG, entidade reguladora do setor.

A ARSEG juntou-se ao Banco Nacional de Angola e à Comissão do Mercado de Capitais e mobilizou milhares de pessoas em Luanda para uma caminhada de sensibilização para prevenir o cancro da mama e da próstata.

Estes dados surgem no âmbito da caminhada alusiva ao Outubro Rosa e Novembro Azul, realizada este sábado, organizada pela parceria entre a Agência Angola de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), em parceria com o Banco Nacional de Angola (BNA) e a Comissão do Mercado de Capitais (CMC).

O evento visa reforçar o compromisso das instituições com a consciencialização sobre o cancro da mama e próstata.

Nesse sentido, realizaou-se uma campanha de doações ao hospital oncológico.

Importa relembrar que a produção de seguros em Angola cresceu 21,4% em 2023, em relação ao período homólogo, atingindo prémios brutos de 379,7 mil milhões de kwanzas (369 milhões de euros).

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Espanhola FOSSA Systems abre centro em Portugal para desenvolver nanossatélites

A empresa espanhola FOSSA Systems, especializada na produção de nanossatélites, abriu esta semana um centro de investigação em Portugal, num investimento inicial de dois milhões de euros.

A empresa espanhola FOSSA Systems, especializada na produção de nanossatélites e outra tecnologia e serviços de recolha de dados em zonas remotas, abriu esta semana um centro de investigação em Portugal, num investimento inicial de dois milhões de euros.

A FOSSA Systems foi criada em 2020 e passou de contar com os dois sócios fundadores a ter hoje 32 colaboradores, tendo entretanto desenvolvido e colocado em órbita cerca de 20 satélites de teste, para recolha de dados, através de uma ligação direta a sensores colocados em infraestruturas ou unidades móveis na Terra.

Já este ano, conseguiu um financiamento de 6,3 milhões de euros de um consórcio de fundos de investimento em que está incluído o Indico Capital Partners. Este financiamento foi um dos motivos que levou a empresa a instalar-se agora em Portugal, com um centro de investigação e desenvolvimento (I+D), em Oeiras, no distrito de Lisboa, mas não o único, disse à Lusa Julián Fernández, que é um dos fundadores da FOSSA Systems.

Para além da proximidade a Espanha, Portugal oferece “disponibilidade de talento” de que a empresa precisa neste momento, disse Julián Fernández.

A empresa arrancou com o centro de I+D em Portugal com a contratação de seis engenheiros saídos do Instituto Superior Técnico (Lisboa) e da Universidade do Minho e espera nos próximos três anos aumentar o pessoal para 15 a 20 pessoas, disse o fundador da FOSSA Systems. “E estamos em processo de procura de mais financiamento também para o centro“, acrescentou.

A atividade do centro instalado em Oeiras será a mesma da realizada na sede em Madrid: desenvolvimento e produção de tecnologia no âmbito da designada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).

Neste caso, a IoT funciona à margem das redes de Internet de alta velocidade e tem como objetivo a recolha de dados numa ligação direta entre dispositivos colocados na Terra (sensores) e outros que estão em órbita (satélites), sem passar pelas operadoras de telecomunicações ou outras redes.

É especialmente relevante para recolha de informação e monitorização de infraestrutura ou transportes em zonas remotas e tem crescido a sua aplicação em áreas como a agricultura ou o transporte marítimo, por exemplo.

É também procurada e desenvolvida por entidades governamentais, por funcionar num circuito fechado, sem envolvimento de terceiros ou operadores externos, oferecendo assim garantias de segurança que a Internet de alta velocidade não dá.

A FOSSA Systems desenvolve uma “tecnologia de satélite própria” e completa e “miniaturizou satélites”, produzindo atualmente dispositivos destes com menos de 10 quilogramas, segundo Julián Fernández.

Trata-se de dispositivos que “democratizam o acesso ao espaço”, porque são “muito mais baratos” do que aqueles que produziam as grandes empresas no passado recente, explicou. Segundo Julián Fernández, há neste momento outras empresas a desenvolver e a produzir o mesmo tipo de tecnologia, incluindo a portuguesa Connected, mas a FOSSA Systems é pioneira no desenvolvimento de um “serviço completo”, que inclui a criação e fabricação dos satélites, sensores e outros dispositivos, mas também do próprio “serviço de conectividade”.

A empresa tem agora objetivos de prosseguir a internacionalização, mas a nível comercial, não com a abertura de centros de investigação em outros países para além de Portugal. “O nosso foco e objetivo é ter uma rede de 80 satélites em órbita baixa que possam comunicar via satélite todo o tipo de sensores colocados em ativos em zonas remotas”, disse Julian Fernández, que referiu áreas como a logística, a agricultura, a energia ou a defesa.

O objetivo é ter os 80 satélites a operar “nos próximos anos” e a empresa espera começar a prestar serviço comercial em 2025. Segundo Julián Fernández, entre os primeiros clientes da FOSSA Systems estão empresas como a Microsoft e entidades governamentais.

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Montenegro visita Brasil com G20 no centro da agenda

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

Luís Montenegro realiza entre segunda e quarta-feira a sua primeira visita ao Brasil primeiro, com a agenda centrada na cimeira de chefes de Estado e do Governo do G20, enquanto país convidado.

Luís Montenegro realiza entre segunda e quarta-feira a sua primeira visita ao Brasil enquanto primeiro-ministro, com a agenda centrada na participação na cimeira de chefes de Estado e do Governo do G20, enquanto país convidado do anfitrião.

Desde que tomou posse em abril, o chefe do Governo português já foi por duas vezes aos Estados Unidos, onde participou na cimeira da NATO e na Assembleia Geral das Nações Unidas, fez visitas oficiais a Cabo Verde e a Angola, acompanhou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações oficiais do 10 de junho na Suíça e fez curtas deslocações a Espanha (a primeira viagem do seu mandato), à Alemanha e a França para se encontrar com os líderes destes países, além de participar nos Conselhos Europeus formais e informais.

Marcelo Rebelo de Sousa foi, desde o início do seu primeiro mandato em 2016, oito vezes ao Brasil, a última das quais em janeiro de 2023 para assistir à posse de Lula da Silva como Presidente, e já anunciou que tenciona voltar a este país no próximo ano, previsivelmente em fevereiro.

Também o Presidente da República Federativa do Brasil, Lula da Silva, deslocou-se várias vezes a Portugal nos últimos anos, a última das quais em abril de 2023, numa visita de Estado que incluiu uma cimeira luso-brasileira.

Do programa de três dias de Luís Montenegro no Brasil, quase dia e meio será dedicado à cimeira de chefes de Estado e do G20, que decorre segunda e terça-feira no Rio de Janeiro. “Tem sido uma honra para Portugal participar neste importante fórum multilateral que é o G20, como país observador, a convite da Presidência brasileira“, referiu o primeiro-ministro português, numa entrevista à Folha de São Paulo, divulgada no sábado.

Nesta entrevista, Montenegro manifesta apoio às três prioridades definidas pelo Brasil para a cimeira – o combate à fome e à pobreza, a transição energética e a promoção do desenvolvimento sustentável, e a reforma da governação global –, “que convergem com as prioridades da participação portuguesa”. “Tal é evidente no apoio que demos, desde a primeira hora, à criação da Aliança contra a Fome e a Pobreza, da qual somos membros fundadores e para a qual decidimos contribuir financeiramente“, acrescenta, dizendo esperar que o G20 no Rio se consagre como “um momento crucial” na “construção de um mundo mais justo e sustentável”.

Acompanhado do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o primeiro-ministro participará na segunda-feira de manhã precisamente no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e intervirá na primeira sessão de trabalho da cimeira, dedicada à inclusão social. Durante a tarde, Luís Montenegro participará na segunda sessão de trabalho, centrada na reforma das instituições de governação global, um tema que esteve muito presente na recente participação do primeiro-ministro português na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Acompanhado do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o primeiro-ministro participará na segunda-feira de manhã precisamente no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e intervirá na primeira sessão de trabalho da cimeira, dedicada à inclusão social. Durante a tarde, Luís Montenegro participará na segunda sessão de trabalho, centrada na reforma das instituições de governação global, um tema que esteve muito presente na recente participação do primeiro-ministro português na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

No seu discurso perante as Nações Unidas, o primeiro-ministro defendeu então uma reforma institucional, com mudanças no Conselho de Segurança, “que o torne mais representativo, ágil e funcional”, com mudanças na sua composição e “a limitação e o maior escrutínio do direito de veto”.

Nessa ocasião, declarou apoio às pretensões do Brasil e da Índia de se tornarem membros permanentes e aproveitou para destacar a candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança, para o biénio 2027-2028.

A terceira e última sessão de trabalho da reunião de chefes de Estado e de Governo do G20, já na terça-feira, vai centrar-se no desenvolvimento sustentável e transição energética, antes da apresentação das conclusões da cimeira e da passagem da presidência brasileira do G20 à África do Sul.

As últimas horas do programa do primeiro-ministro no Rio de Janeiro serão passadas com a comunidade portuguesa e numa visita ao Real Gabinete Português de Leitura, ponto habitual dos programas de chefes de Governo e de Estado portugueses nesta cidade, e ao qual Montenegro entregará a obra completa do ensaísta Eduardo Lourenço, uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em São Paulo, na quarta-feira, o programa voltará a ser centrado na comunidade e na língua portuguesas, com um almoço com emigrantes na Casa de Portugal, e uma visita ao Museu da Língua Portuguesa, ao qual Montenegro entregará os três volumes da obra completa de Luís de Camões, uma edição preparada por Maria Vitalina Leal de Matos, no ano em que se assinalam os 500 anos do nascimento do poeta português.

A defesa do português como língua oficial das Nações Unidas foi outra ambição defendida pelo primeiro-ministro na recente Assembleia Geral desta organização, referindo-se tratar-se de um objetivo comum da CPLP e do Presidente do Brasil, Lula da Silva, com quem esteve num evento comum em Nova Iorque nessa ocasião.

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