Francesa Helexia compra empresa de mobilidade elétrica Bluecharge após ganhar “casa” no Porto

Multinacional fecha aquisição no setor da mobilidade elétrica em Portugal, onde prevê investir 30 milhões em ano e meio. Expansão a norte inclui área para consumos em tempo real e isolamento térmico.

A multinacional francesa Helexia comprou a Bluecharge, “pioneira da mobilidade elétrica em Portugal”. Com esta compra, reforça o seu portefólio de serviços na rede Mobi.e, tornando-se comercializadora de energia para a mobilidade elétrica (CEME).

Presente em Portugal desde 2016, onde calcula já ter investido mais de 30 milhões de euros, o grupo especializado em soluções de transição energética prevê “acelerar significativamente” este ritmo a partir de 2025 “com a expectativa de um aumento para 60 milhões de euros nos próximos 12 a 15 meses”.

“Ao longo destes oito anos, o crescimento tem sido consistente, somando clientes e projetos. Abrimos novas unidades de negócio, como a mobilidade elétrica em 2020, em 2022 adquirimos a Ewen para reforçar a oferta de eficiência energética. Isto são sinais muito positivos de que o acionista acredita na nossa capacidade de crescer em Portugal”, aponta ao ECO o country director, Luís Pinho, frisando que estas compras visam “complementar as capacidades” no país e “oferecer um portefólio ainda mais robusto de soluções” aos clientes.

Muito em breve iremos anunciar um passo estratégico com a aquisição de uma nova empresa na cadeia de valor da mobilidade elétrica. (…) São sinais muito positivos que o acionista acredita na nossa capacidade de crescer em Portugal.

Luís Pinho

Country director da Helexia Portugal e Ewen

Contando já com uma capacidade instalada superior a 54 MWp e contratada que “permitirá duplicar” este valor, o porta-voz nacional da empresa integrada desde 2019 no grupo Voltalia, que três anos antes tinha comprado a Martifer Solar por nove milhões de euros, sublinha que está “a contratar para acompanhar o crescimento do negócio”.

Identifica uma “necessidade crescente nas áreas de engenharia, onde [procura] profissionais que possam dar resposta aos vários projetos em pipeline, que, até ao momento, já produziram 110,66 GWh e geraram poupanças superiores a três milhões de euros.

É que, embora tenha um mercado interno de “dimensões mais modestas” quando comparado com outros países europeus, Portugal “é, ainda assim, muito interessante e dinâmico”, diz Luís Pinho.

“Com um foco crescente na eficiência energética e na utilização de fontes renováveis, vemos que as empresas em Portugal estão a aumentar a resiliência e a capacidade de competir em mercados globais. Todos estes fatores contribuem para que Portugal seja, crescentemente, uma aposta de grande relevância para a Helexia Global”, liderada pelo cofundador Benjamin Simonis.

Benjamin Simonis, CEO e cofundador da Helexia Global; e Luis Pinho, country director da Helexia Portugal

Além da sede em França, a multinacional tem presença direta em Espanha, Itália, Bélgica, Roménia, Hungria, África do Sul e Brasil. Em Portugal, ao escritório de Lisboa acaba de juntar as novas instalações no Porto.

Com uma área de 531 metros quadrados arrendada naquele que é conhecido como o edifício Tranquilidade, no topo da Rua Júlio Dinis e junto à entrada para os Jardins do Palácio de Cristal, o novo espaço no Porto, onde terá como vizinha a tecnológica suíça Zühlke, conta com áreas de trabalho flexíveis, salas de reunião e um auditório com capacidade para mais de 50 pessoas. Integra ainda um centro de supervisão para monitorizar em tempo real os dados de consumo energético em indústrias e grandes edifícios comerciais.

Já numa loja no piso térreo, com 192 metros quadrados, instalou o e+jackets Studio, que apresenta como uma unidade especializada no desenvolvimento de isolamentos térmicos para aplicações industriais, com o objetivo de reduzir as perdas energéticas e facilitar a manutenção.

Sem revelar valores sobre o investimento realizado com esta expansão para o norte do país, Luís Pinho fala numa “decisão estratégica que reflete uma das principais prioridades de negócio, baseada na proximidade com os clientes”.

O novo escritório da Helexia e da Ewen – esta última já estava presente no Porto, com um espaço junto à rotunda AEP, na fronteira com Matosinhos – foi projetado para acomodar 60 pessoas.

De forma permanente vai acolher uma equipa de 25 colaboradores, que irão liderar as operações e desenvolver projetos diretamente a partir da cidade Invicta. No entanto, salienta o country director, foi “pensado para funcionar também como uma base estratégica para a circulação de membros da equipa que se deslocam regularmente de Lisboa, garantindo uma integração perfeita entre os dois núcleos”.

A Helexia Portugal conta atualmente com 45 colaboradores e tem outras 25 pessoas na Ewen, a consultora em que comprou há dois anos uma participação maioritária (60%) para reforçar na eficiência energética. Ao invés de uma “divisão rígida” entre as equipas, Luís Pinho prefere que “interajam” para explorarem sinergias, mas cada empresa mantém a autonomia, mesmo dentro desta nova estrutura conjunta.

(Notícia atualizada às 10h45 com identificação da empresa adquirida)

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Empresas ainda à espera dos efeitos do plano das migrações

Governo tem em fase de implementação mais de 80% das medidas do plano para as migrações, mas setores-chave ainda carecem de mão de obra e estão atentos à discussão no resto da Europa.

Os agentes da construção civil, hotelaria, turismo e agricultura não sentem ainda qualquer impacto das medidas do Governo para as migrações, mas consideram “prematuro” fazer uma avaliação definitiva. Ao ECO realçam que os trabalhadores estrangeiros continuam a ser “essenciais para a manutenção e crescimento” das suas atividades, e esperam que a União Europeia não restrinja mais as entradas.

“O Governo fez algum equilíbrio ao não adotar um plano radical que paralisasse a economia. Mas as medidas que o Governo promoveu estão, em geral, quase sem expressão”, aponta João Vieira Lopes ao ECO. “Houve um reforço nos serviços da AIMA, e tem sido possível regularizar mais do que três mil pessoas por dia, mas a situação está praticamente igual. Não há grandes diferenças”, afirmou o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) ao ECO.

Em causa está o plano do Governo para as migrações, apresentado em junho pelo Governo. Quatro meses volvidos e, de acordo com o ministro da Presidência António Leitão Amaro, já foram executadas 83% das 41 medidas previstas na estratégia. Isto é, já foram legisladas a maioria das medidas previstas no documento estando agora em fase de implementação.“Ter 83% [do plano adiantado] em quatro meses é uma obra relevante“, sublinhou o governante, na altura.

Uma das medidas já em fase de implementação prende-se com a captação e retenção de imigrantes, e paralelamente a atração de fluxos migratórios de capital humano qualificado, em articulação com as entidades empregadoras e respetivos representantes. O plano prevê a promoção de Portugal enquanto destino de trabalho, em articulação e cooperação com as autoridades consulares noutros países.

A medida que mereceu maior destaque pelo governante é o objetivo de regularização dos cerca de 400 mil processos na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) que estavam pendentes há vários meses, desde a extinção do SEF, no ano passado. De acordo com António Leitão Amaro, graças aos centros de atendimento da Estrutura de Missão da AIMA foi possível triplicar a capacidade de atendimento do Estado, passando de mil atendimentos para três mil. Porém, os impactos reais desta regularização de processos no mercado de trabalho — nem todos os candidatos estão em condições de receber uma autorização de residência — ainda são escassos.

Neste momento, consideramos prematuro avaliar o impacto das recentes medidas do Executivo no âmbito do plano de imigração sobre a atividade das empresas de construção e do imobiliário”, avalia o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) ao ECO. Ainda assim, Manuel Reis Campos afirma “com certeza” que “a escassez de mão-de-obra qualificada era e continua a ser um dos principais constrangimentos à atividade das empresas do setor”.

Quem também não sente os impactos, para já, é o setor do turismo. Ao ECO, Francisco Calheiros recorda que o plano do Governo foi apresentado já em plena época alta, altura em que “as empresas de turismo já tinham as suas equipas de trabalho maioritariamente asseguradas para o verão”. Assim, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) espera que nos próximos meses, “já seja possível apurar com rigor o impacto das medidas aprovadas”, apelando para que o processo de execução do plano seja “célere e efetivo”.

Em sentido contrário, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) diz mesmo que a revogação das manifestações de interesse – um recurso jurídico que permitia a regularização de quem estivesse em Portugal com visto de turista –, uma das medidas do plano para as migrações do Governo, criou “constrangimentos para as empresas” no que toca à contratação de profissionais.

“O que foi particularmente grave em plena época alta, altura em que as empresas sentem uma necessidade de contratar”, alertou a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto ao ECO.

O primeiro-ministro não partilha da mesma visão. Com a revogação das manifestações de interesse, os pedidos de entrada no país diminuíram em cerca de 80%, mas aos olhos de Luís Montenegro isto significa que quem vem para Portugal, chega “com um objetivo de trabalho definido, muitas vezes respondendo às necessidades do mercado e da nossa economia. É isso que se pretende”.

De acordo com os dados do Barómetro da Restauração e Similares, o setor da restauração e hotelaria precisa de integrar cerca de 40 mil pessoas no setor para suprir as necessidades. Algumas delas começarão a fazer-se sentir na próxima época de maior movimento, em dezembro. Mas olhando para o panorama geral, as necessidades deverão ser muito superiores.

Citando os dados do Gabinete de Estudos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) recorda que Portugal necessita de 138 mil novos imigrantes para conseguir crescer. “É, pois, necessário, de forma equilibrada assegurar que estas necessidades são acomodadas, ao mesmo tempo que se garante integração destes trabalhadores”, sublinha Luís Mira, secretário-geral da organização.

Para o responsável, é evidente que a agricultura está dependente da mão-de-obra imigrante e que, se nos dias de hoje já sente “muita dificuldade em conseguir atrair” trabalhadores, o setor certamente continuará a sentir essas dificuldades no futuro se as medidas previstas não começarem a produzir efeitos.

O setor da agricultura e pescas emprega 60 mil trabalhadores por conta de outrem, dos quais 40% são estrangeiros. Há, de facto, uma falta crónica de trabalhadores no setor agrícola, que se mantém inalterada aos dias de hoje”, explica o secretário-geral da CAP, defendendo um reforço da capacidade de resposta dos postos consultares.

Setores atentos ao debate na Europa sobre as migrações

Pela Europa fora o debate em torno das políticas migratórias e de asilo vai subindo de tom. Mais recentemente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu aos Estados-membros que considerassem a criação dos chamados “centros de retorno” fora do território da União Europeia (UE) para transferir os requerentes de asilo cujos pedidos tenham sido rejeitados, à semelhança do acordo em vigor entre Itália e a Albânia.

O tema foi debatido com os chefes dos 27, no último Conselho Europeu, numa altura em que se implementam as regras do Pacto para as Migrações e Asilo, aprovado em abril. E por cá, embora Luís Montenegro não tenha, para já, assumido uma posição, certo é que os setores chave estão atentos ao desenrolar do debate. A posição do Governo é adotar uma política migratória de “portas abertas, mas não escancaradas”.

Naturalmente, que estamos atentos às políticas europeias que venham a ser adotas nesta matéria“, diz Francisco Calheiros, alertando que um apertar das medidas seria contraproducente considerando as necessidades do setor do turismo.

Na mesma linha está o setor da construção civil que deixa um alerta: “uma eventual restrição na entrada de imigrantes teria, sem dúvida, um impacto nas empresas do setor da construção e do imobiliário“, perante uma “elevada” escassez de mão de obra. Para a CPCI e AICCOPON, a falta de trabalhadores é um dos maiores entraves” ao desenvolvimento da atividade destas empresas, sobretudo daquelas que têm projetos em cursos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Igualmente atenta está a AHRESP. Ana Jacinto considera o tema “sensível” e apela, por isso, à “moderação” dos países no debate sobre as políticas migratórias. “A nossa grande preocupação é acolher, integrar condignamente e empregar todos os cidadãos estrangeiros que procuram o nosso país para ter um vida mais digna e com maior qualidade”, argumenta a secretária-geral.

A posição também é partilhada pela CAP que sublinha que um apertar das políticas migratórias “terá sempre de ser, obrigatoriamente, acompanhado de medidas robustas que permitam uma maior integração dos imigrantes”.

Aos olhos de João Vieira Lopes, face ao plano para as migrações adotado não se espera que o Governo avance com um apertar das medidas, sobretudo em relação aos requerentes de asilo que, segundo o presidente da CTP, “ainda não têm grande peso” na sociedade portuguesa. No ano passado, Portugal recebeu cerca de 2.600 novos pedidos de asilo essencialmente da Gâmbia, Afeganistão e Colômbia.

“É evidente que se houvesse uma movimentação massiva no sentido de as pessoas serem expulsas, certamente afetaria a economia. Mas, neste momento, não temos nenhum indício de que o Governo o irá fazer”, prevê Vieira Lopes.

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Municípios estão menos endividados e ganham cada vez mais com imobiliário

Anuário dos Municípios Portugueses, apresentado nesta terça-feira, mostra que as receitas estão em alta e a independência financeira em queda. Imposto da transação de imóveis já rende mais que IMI.

Os municípios portugueses estão menos endividados e com maior capacidade para investimento. De 2014 para 2022, a dívida total recuou 2,65 mil milhões de euros, o equivalente a 39,3%. Já a receita total cobrada cresceu mais de 900 milhões de euros, para 11,77 mil milhões de euros. Os dados constam do 20.º Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, desenvolvido pelo Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) sobre os dados de 308 municípios, 142 empresas municipais (de um total de 159 existentes no país) e 23 dos 25 serviços municipalizados.

Após os longos meses de análise, a coordenadora do estudo, Maria José Fernandes, responsável do CICF, considera que “os municípios continuam a ter uma situação financeira muito sustentável, do ponto de vista orçamental, financeiro e capacidade global”, fruto do “ajustamento sentido ao longo dos anos, mais acentuado ao longo dos últimos”, explica ao ECO/Local Online.

Sinal desta melhoria, o nível de endividamento, de 2014 até 2022, apanhou menos 50 municípios em superação do limite, mantendo-se apenas 15 câmaras nesta situação. O estudo destaca Sintra como a autarquia com menor rácio de passivo, com 77,9 euros por habitante, enquanto Fornos de Algodres se encontra nos 6.041 euros por habitante, estabelecendo-se a média dos 308 municípios nos 627 euros.

Do lado das receitas, mostra o estudo, entre 2013 e 2023 a receita total dos municípios cresceu 3,96 mil milhões de euros, enquanto a receita efetiva disparou 62,8%, para 4,4 mil milhões de euros. Parte destas receitas ascendentes justifica-se pelas transferências do Estado. Por grupos de autarquias, repartidas entre pequenas, médias e grandes, vê-se que o peso da dotação estatal aumentou em todos. Isto deve-se em boa parte, conforme explica Maria José Fernandes, às verbas referentes à descentralização de competências.

Do lado do passivo financeiro, as maiores câmaras estabilizaram nos 2,7% verificados em 2022, mais de um ponto percentual (pp) abaixo de 2021, mantendo a linha descendente iniciada em 2019, e só interrompida no primeiro ano da pandemia, quando o passivo financeiro das autarquias foi de 1,6%.

Pelo contrário, a independência financeira, que considera o peso das receitas próprias na totalidade da verba encaixada pela câmara municipal, apresenta-se em queda.

Neste capítulo, as maiores autarquias atingiram o valor mais baixo do horizonte temporal 2013-2023, aquele que foi considerado pelos especialistas. Os 59,7% de independência financeira estão mesmo abaixo dos 60,9% que se verificavam no terceiro ano do período de assistência da troika. Com mais dinheiro a chegar para compensar a descentralização de competências, os municípios caem neste indicador.

nos municípios de média dimensão, “as transferências do Estado contribuíram ligeiramente mais que as receitas próprias para a receita total, com o peso médio, respetivamente, de 51,3% e 47%, tendo o peso das transferências do Estado subido 2,1pp e o peso das receitas próprias baixado 0,5 pp”, explica o relatório do estudo.

Na análise foram considerados os 308 municípios, desde o menos populoso, Corvo, com 435 habitantes, até Lisboa, com 567.131 pessoas. Os técnicos tiveram em conta a hierarquia dos concelhos, considerando os 187 que têm até 20 mil habitantes (categoria de pequenos), 95 municípios entre 20 mil e 100 mil habitantes (médios) e as 26 acima dos 100 mil cidadãos.

Esta divisão tem especial relevância na análise da independência financeira, variável em que os pequenos municípios se mostraram, em 2023, particularmente frágeis. Nestes, as transferências recebidas através do Fundo de Equilíbrio Financeiro valeram, em média, 71% das receitas totais, uma subida de 0,6 pontos percentuais (pp). Nos concelhos de média dimensão, as verbas próprias estão ao nível das transferências nacionais, mas notou-se um aumento de 2,1 pp dos dinheiros enviados a partir do Terreiro do Paço, para 51,3% do total. Nos grandes municípios, os pratos da balança deslocam-se no sentido oposto, com os dinheiros obtidos dentro das fronteiras do concelho a significarem 59,7% do bolo global do cofre municipal. Ainda assim, no ano anterior essa parcela era de 61,7%.

A observação do Corvo mostra a importância do Estado central para a estabilidade de territórios menos dinâmicos. Aquele pequeno concelho açoriano é onde as receitas próprias menos pesam, apenas 4,1%, sendo quase 96% garantidos pelo cheque do Terreiro do Paço. Pelo contrário, Óbidos é, entre os pequenos municípios, o que menos depende de Lisboa, detendo 79,9% de independência financeira. Nos de média dimensão, Arcos de Valdevez assegura por modo próprio apenas 23,2% do total de receitas, enquanto Albufeira dispara para 84,4%. Nos grandes concelhos, aqueles onde a média de autonomia financeira é superior, Barcelos apresenta 37,4% neste indicador, enquanto Lisboa se estabelece nos 84,3%.

A importância dos municípios no investimento público também tem neste estudo números que valem análise. Numa ótica de participação nas receitas do Estado central, os municípios portugueses ficam aquém da quase totalidade dos 24 países europeus considerados pelos técnicos. Pior que a situação portuguesa, onde apenas 15,2% das receitas públicas nacionais chegam às câmaras municipais, encontram-se somente as estruturas do Estado de nível regional ou municipal da Hungria (15%), Luxemburgo (11,5%), Irlanda (10,6%) e Grécia (8%). Estes valores são inferiores a 50% da média e encontram-se bem distantes dos Estados menos centralistas, dos quais se destacam a Dinamarca (65%), a Suíça (62,1%), a Espanha (59,9%), a Bélgica (53,7%), a Suécia (52%) e a Alemanha (51,9%).

Apesar desta fatia reduzida nas receitas públicas do país, as autarquias respondem por metade do investimento público nacional, acima da média de 45,9% dos países considerados nesta análise. Como referem os responsáveis pelo estudo, esta discrepância “sugere, claramente, uma maior intervenção dos municípios portugueses nas atividades de investimento público”.

“Os municípios fazem muito investimento”, destaca Maria José Fernandes, considerando que “têm muito responsabilidade, pelo que querem maior participação nas receitas do Estado”. A coordenadora do estudo deixa uma nota para o peso do Estado na contabilidade das autarquias, por via das receitas provenientes do Plano de Recuperação e Resilência (PRR). “O problema é que estes investimentos vão deixar muitas despesas de manutenção. Daqui a dois anos vai-se notar bastante”, alerta.

Ao ECO/Local Online, Maria José Fernandes destaca ainda a importância que o dinamismo do imobiliário tem na saúde financeira das autarquias. O IMT já supera o IMI, valendo 43% do total de receitas cobradas, enquanto o imposto anual significa 38%. A derrama, imposto que recai sobre empresas, teve um peso de 11%, enquanto o IUC significou 8% do total de receitas cobradas pelos municípios.

 

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📈 Quem ganha e perde com a vitória de Trump em oito gráficos

Desde a vitória de Donald Trump na última semana, criptos, Tesla, banca, petrolíferas e dólar estão a valorizar de forma expressiva. Mas há perdedores: renováveis, farmacêuticas e treasuries.

A vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca está a provocar uma forte corrida às criptomoedas, às ações da Tesla, banca e petrolíferas e ainda ao dólar americano. Mas há setores que não viram com bons olhos o triunfo categórico dos republicanos nas eleições dos EUA, nomeadamente as renováveis e farmacêuticas. Também as obrigações americanas estão sob pressão. Eis os vencedores e perdedores da última semana.

Trump põe bitcoin a bater recordes

A expectativa de um ambiente regulatório mais favorável – com o provável controlo da Câmara dos Representantes e a já alcançada maioria no Senado — está a impulsionar o mercado das criptomoedas, com a mais popular de todas a bater recordes consecutivamente. A bitcoin está perto dos 85 mil dólares, transacionando no valor mais elevado de sempre. Outras cripto como o Ethereum valorizam com o otimismo dos investidores e a Dogecoin disparou 50% em sete dias.

“É o ativo que melhor espelha o entusiasmo em torno da vitória de Trump, servindo como proxy ao nível de apetite por risco existente no momento atual”, refere Steven Santos, diretor de trading do banco Big.

“Durante a campanha eleitoral, Donald Trump apoiou o movimento cripto. (…) Este aumento pode ser explicado pelo otimismo em relação a ativos descentralizados, com expectativas de políticas mais favoráveis às criptomoedas, inclusive reservas em bitcoin como reserva monetária”, explica Vítor Madeira, da XTB.

Bitcoin supera marca dos 80 mil dólares

Fonte: Refinitiv

"A bitcoin o ativo que melhor espelha o entusiasmo em torno da vitória de Trump, servindo como proxy ao nível de apetite por risco existente no momento atual.”

Steven Santos

Dretor de trading do banco Big

Tesla ultrapassa 1 bilião

Elon Musk foi um dos principais apoiantes de Trump na campanha eleitoral e a Tesla, fabricante de carros elétricos que lidera, está a disparar na bolsa: as ações valorizam 30% desde a semana passada, catapultando a companhia para um valor de mercado acima de um bilião de dólares.

Elon MuskLusa

A valorização em bolsa da Tesla “engordou” o património de Elon Musk em 32 mil milhões de dólares em apenas uma semana.

Ações da Tesla aceleram

Fonte: Refinitiv

Banca à espera de menos regulação

Para setores como o financeiro, o regresso de Trump à Casa Branca significará uma agenda regulatória mais leve. Este alívio está a dar força à banca de Wall Street: o Goldman Sachs (gráfico) e o Morgan Stanley acumularam valorizações superiores a 10% desde a eleição do antigo Presidente americano, enquanto o Wells Fargo e o Bank of America somaram mais de 8% na última semana.

“Existe a possibilidade de um ambiente de maior desregulação, que pode ser favorável ao setor”, de acordo com Steven Santos, que dá ainda outros dois fatores para o bom desempenho da banca: “os resultados do terceiro trimestre acima das expectativas; e, com a vitória de Trump, o mercado desconta um ambiente de taxas de juro mais elevadas no futuro, o que tende a ser favorável para a banca devido à manutenção das suas margens financeiras”.

Goldman avança 10% desde as eleições

Fonte: Refinitiv

Trump puxa por petrolíferas e gás

De igual forma, também o setor petrolífero está a valorizar à espera de políticas mais amigas da próxima Administração Trump. Petrolíferas como a Exxon (gráfico) e Marathon Oil subiram cerca de 5% na passada semana. “As políticas defendidas por Donald Trump durante a campanha eleitoral favorecem os combustíveis fósseis e a produção de petróleo nos EUA, com possível redução das regulações ambientais”, sublinha Vítor Madeira.

“O facto de os republicanos quererem terminar com as restrições de exportação de Gás Natural Liquefeito (LNG) para a Europa, reduzindo assim a disponibilidade de LNG nos EUA e colocando pressão ascendente no preço do mesmo, beneficia players integrados de Petróleo&Gás Natural”, destaca Gonçalo Quaresma, trader do Big.

Exxon em alta

Fonte: Refinitiv

Dólar ganha força

Trump também está a dar força ao dólar em relação aos pares, incluindo o euro. “Este movimento reflete expectativas de crescimento económico nos EUA, com investidores a apostar no dólar”, frisa o analista da XTB. “Uma política de protecionismo enunciada por Donald Trump está também na origem do movimento aliada à expectativa do mercado monetário em que a Fed vai permanecer com as taxas de juro altas por mais tempo do que inicialmente se pensava”, acrescenta.

Steven Santos refere ainda que um quadro geopolítico e económico instável os investidores privilegiarão a acumulação de dólares americanos, uma vez que é a moeda central do sistema financeiro atual.

Dólar em máximos de abril contra o euro

Fonte: Refinitiv

Trump tira energia às renováveis

O CEO da EDP Renováveis (gráfico) considerou “exagerada” a reação dos mercados à eleição de Trump. “Vamos esperar para ver, mas não atiraria a toalha ao chão, penso que os mercados reagiram claramente de forma exagerada em baixa”, disse Miguel Stilwell de Andrade na semana passada, em que a empresa portuguesa perdeu 15% na bolsa (recuperou um pouco esta segunda-feira).

EDP apresenta rebranding da marca - 02JUN22

Todo o setor das renováveis foi arrastado: a Iberdrola cedeu mais de 4%, a Orsted perdeu mais de 7% e a Brookfield Renewable tombou 10%. Por sua vez, a dinamarquesa Vestas, que fabrica turbinas eólicas, derrapou mais de 20%.

“As políticas pró-petróleo de Donald Trump indicam possíveis cortes no apoio às energias verdes, reduzindo as expectativas de crescimento para o setor”, resume Vítor Madeira.

“Uma das propostas centrais era a eliminação dos apoios do Inflation Reduction Act que, entre outras coisas, subsidiava e concedia benefícios fiscais a projetos de investimento verdes. Desde modo, as empresas que aumentaram a sua exposição aos EUA, como foi o caso da EDP Renováveis nos últimos anos, enfrentam agora um quadro mais incerto”, concede Steven Santos.

EDP Renováveis penalizada com Trump

Fonte: Refinitiv

"As políticas pró-petróleo de Donald Trump indicam possíveis cortes no apoio às energias verdes, reduzindo as expectativas de crescimento para o setor.”

Vítor Madeira

Analista da XTB

Farmacêuticas sob pressão

Na indústria farmacêutica, companhias como Moderna (gráfico) e AstraZeneca registaram desvalorizações expressivas na semana passada “devido à possibilidade de reformas nos preços dos medicamentos”, segundo Vítor Madeira. As mudanças “geram incerteza sobre os lucros das farmacêuticas e sobre o seu potencial de crescimento no futuro”, refere o analista.

Gonçalo Quaresma lembra ainda os resultados e perspetivas abaixo do esperado e ainda, no caso da Pfizer, um processo judicial imposto por um paciente com anemia falciforme, mas, por outro lado, serão um dos setores que mais beneficiarão com o corte de impostos.

Ações da Moderna em queda

Fonte: Refinitiv

Tarifas provocam fuga nas treasuries

As promessas de cortes de impostos (com impacto na dívida pública) e de taxas sobre as importações (que poderá desencadear uma guerra comercial e um ressurgimento das pressões inflacionistas) provocaram um sell-off no mercado obrigacionista americano. A yield das obrigações a dez anos escalou para máximos de cinco meses após o triunfo eleitoral de Trump.

Taxa a 10 anos salta após eleições

Fonte: Refinitiv

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Exportações da TAP somam 3,9 mil milhões de euros e valem 1,5% do PIB

O valor das vendas da TAP ao exterior somou perto de 4 mil milhões de euros no ano passado, o equivalente a 7,5% das exportações de serviços. Companhia adquiriu bens e serviços a 1.290 empresas.

Qual a importância da TAP para a economia portuguesa? Foi a pergunta que os deputados do Bloco de Esquerda, partido que é contra a privatização, dirigiram ao ministério das Infraestruturas e Habitação. Os números mostram que tem um peso elevado nas exportações de serviços e relações comerciais de mais de 1,4 mil milhões de euros com mais de mil fornecedores sediados em Portugal.

A resposta enviada pelo gabinete de Miguel Pinto Luz revela que dos 4.215 milhões de receitas operacionais da TAP em 2023, 3.923 milhões corresponderam a exportações de bens e serviços, o equivalente a 1,5% do PIB.

Os números sinalizam também o peso relevante da transportadora aérea nas exportações nacionais: 3,1% dos 126.870 milhões em vendas ao exterior contabilizados pelo Banco de Portugal em 2023. Se forem só consideradas as exportações de serviços, a fatia da TAP sobe para 7,5%.

A resposta do Ministério das Infraestruturas indica ainda que o Grupo TAP adquiriu 1.398 milhões de euros em bens e serviços a 1.290 empresas em 2023, ligeiramente acima das 1.222 contabilizadas no ano precedente. Este ano, com dados contabilizados até 15 de setembro, o número cai para 1.120 entidades. O montante vai em 993 milhões.

Há ainda informação detalhada sobre os impostos pagos pela TAP. No ano passado não saldou qualquer montante em IRC. Já o IRS entregue ao estado disparou 52% entre 2022 e 2023, de 81,73 milhões para 124,39 milhões de euros, com o levantamento de cortes nos salários e o aumento do número de trabalhadores, que subiu de 6.988 em 2022, para 7.558 em 2023 e 7.617 em junho deste ano.

O mesmo aconteceu com as contribuições para a Segurança Social, que deram um salto de 37% para os 134,7 milhões de euros. Tudo somado, a TAP entregou ao Estado 264,7 milhões de euros em impostos e contribuições no ano passado.

Números que o Bloco de Esquerda quererá usar como argumento contra a venda do capital da transportadora aérea de bandeira a privados. A líder, Mariana Mortágua, afirmou no final de outubro que travar a privatização é a “única forma de proteger o interesse estratégico” do país.

Lembrou ainda o veto do Presidente da República ao decreto-lei de privatização aprovado pelo anterior Governo em Conselho de Ministros. “De facto, não há nenhuma garantia de que seja possível manter o interesse estratégico com a privatização da TAP, não há nenhuma garantia sobre o perímetro da privatização, os ativos que são vendidos ou que não são vendidos, e não há nenhuma garantia sobre a transparência do processo de privatização”, disse.

O ministro das Infraestruturas afirmou a semana passada que o Governo que o Governo dará início ao processo de venda do capital em 2025. Miguel Pinto Luz garantiu que, “a marca TAP vai manter-se”, tal como “as ligações estratégicas”, nomeadamente à diáspora. Disse também que o aeroporto de Lisboa continuará a ser “o centro operacional da TAP” e a sede terá de manter-se na capital.

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IAPMEI corrige erros das universidades nas avaliações de candidaturas ao PT2030

IAPMEI está a corrigir os erros detetados na avaliação de candidaturas a apoio de 400 milhões para inovação produtiva. Já estão em estudo a introdução de melhorias na avaliação de candidaturas.

O IAPMEI está a “analisar e corrigir” avaliações de candidaturas ao Portugal 2030 feitas por universidades, depois de terem sido “identificadas desconformidades”.

Em causa estão os concursos abertos em 2023 para atribuição de apoios para inovação produtiva, que tem uma dotação global de 400 milhões de euros. As decisões que alguns beneficiários receberam, submetidas há mais de um ano, e que foram avaliadas por universidades, apresentavam erros. Ao que o ECO apurou foram aplicados critérios inexistentes ou que não eram aplicáveis à tipologia de projetos em questão; exclusão de candidaturas por mérito quando a soma dos pontos não foi feita corretamente, cortes de despesa sem fundamento, decisões sobre múltiplos aspetos sem texto de fundamentação/justificação e utilização de argumentos na fundamentação que são desadequados ao concurso.

O IAPMEI confirmou ao ECO que “foram identificadas desconformidades nas avaliações” e que “estão a ser analisadas e corrigidas” pela instituição agora liderada por José Pulido Valente.

Foram identificadas desconformidades nas avaliações deste universo de candidaturas, que estão a ser analisadas e corrigidas pelo IAPMEI.

Fonte oficial do IAPMEI

O IAPMEI recebeu 1.330 candidaturas nos dois avisos abertos em 2023 para apoiar a inovação produtiva, quer em territórios de baixa densidade, quer nos restantes. Para “iniciar uma colaboração com as universidades que permitisse responder melhor a picos de necessidades de análise, foram estabelecidos contratos com instituições de ensino superior e enviado um conjunto limitado de candidaturas para a sua análise (336 candidaturas, o equivalente a 25% do total)”, explicou ao ECO fonte oficial do IAPMEI.

“Como expectável em qualquer projeto-piloto, foram identificadas desconformidades nas avaliações deste universo de candidaturas”, acrescentou a mesma fonte, revelando que já está em estudo a introdução de melhorias.

“O IAPMEI está confiante de que, introduzindo melhorias que estão já em estudo, será possível manter uma colaboração vantajosa com a academia”, frisou fonte oficial.

O ministro Adjunto e da Coesão já tinha reconhecido no Parlamento que “as universidades não estão a contribuir na análise de candidaturas como era desejável”. Manuel Castro Almeida reconhece que “toda a ajuda é boa” mas, por exemplo, a ajuda das universidades no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ainda não conseguiu ajudar a debelar o número de candidaturas em atraso, nomeadamente ao nível do Fundo Ambiental.

Em termos globais, a análise das candidaturasPRR leva, em média, 53 dias, prazo muito aquém do objetivo estabelecido pelo Executivo, revelou Castro Almeida. Já ao nível do PT2030 a demora é ainda maior: 56 dias. “O objetivo é usar 30 dias úteis para pedidos de pagamento e 60 dias para análise de candidaturas. É o que está inscrito na lei, mas são reiteradamente violados os prazos de análises e pedidos de pagamento”, disse Castro Almeida, na primeira audição da comissão de acompanhamento do Portugal 2030 e do PRR, no início de outubro.

Castro Almeida, quando anunciou que o Estado ia recorrer a universidades e politécnicos para ajudar a analisar candidaturas — uma solução à qual já se recorreu no passado –, explicou que, para garantir o sucesso, ia ser definido um “preço confortável e generoso” por esse trabalho. Além disso, a escolha das instituições de ensino superior foi feita com base na qualidade dos recursos humanos alocados, e não no preço mais baixo.

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MP abre mais dois inquéritos a mortes após falhas do INEM

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

Com estes dois inquéritos são já seis as investigações em aberto no MP relacionadas com falhas no socorro por parte do INEM, depois de arquivado um sétimo inquérito.

O Ministério Público (MP) abriu inquéritos a factos ocorridos em Bragança e Tondela respeitantes a mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM, anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR). “Foi possível apurar a instauração de outros dois inquéritos, mais um respeitante a factos ocorridos na comarca de Bragança e outro relacionado com factos de Tondela, os quais se encontram em investigação”, adiantou a PGR em resposta à Lusa.

Um homem de 84 anos morreu a 8 de novembro depois de ter ficado uma semana nos Cuidados Intensivos do Hospital de Bragança, em coma, após se engasgar num almoço com familiares no Mogadouro, em 2 de novembro. Segundo os jornais, a chamada para o 112 durou 50 minutos, sem resposta.

A 2 de novembro uma mulher de 94 anos em paragem cardíaca morreu na freguesia de Molelos, Tondela (Viseu), após um familiar ligar para a linha 112 às 09:34 e a chamada ser transferida para o CODU cerca de 45 minutos depois. Ainda foi transportada para o centro hospitalar de Lamego, onde foi declarado o óbito.

Com estes dois inquéritos são já seis as investigações em aberto no MP relacionadas com falhas no socorro por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de arquivado um sétimo inquérito, relacionado com uma morte em Ansião. Já corriam investigações no MP a casos em Bragança, Cacela Velha, Vendas Novas e Almada.

Segundo a informação da PGR enviada à Lusa, “relativamente a factos ocorridos em Matosinhos, dada a dimensão da comarca do Porto, sem outros elementos, designadamente identificativos, não é possível proceder a pesquisas que permitam localizar eventuais inquéritos”.

No domingo, o Jornal de Notícias avançou que um homem de Perafita, em Matosinhos (Porto), morreu depois de meia hora a tentar ligar ao 112, na semana passada, no dia mais crítico na prestação de socorro devido à paralisação da Função Pública e à greve, entretanto suspensa, dos técnicos de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias. “Aguarda-se ainda informação relativa a Pombal e Ponte de Sor”, adiantou ainda a PGR.

Os Bombeiros Voluntários de Pombal foram chamados para duas ocorrências que não terão tido resposta do INEM e em que acabaram por morrer dois homens, de 53 e 90 anos. As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais. A greve foi suspensa na passada quinta-feira, dia em que Ana Paula Martins convocou o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.

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Câmara de Coimbra dá parecer favorável condicionado ao projeto da nova maternidade

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

Autarquia apresenta condicionantes ou sugestões de alteração do projeto, como a dimensão da área afeta a serviços (cargas e descargas) e uma redução do número de estacionamentos.

A Câmara de Coimbra aprovou esta segunda-feira, com a abstenção da CDU, um parecer não vinculativo favorável ao projeto da nova maternidade da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, mas apontou condicionantes.

No parecer não vinculativo, levado a reunião do executivo, a Câmara de Coimbra apresenta várias condicionantes ou sugestões de alteração do projeto, nomeadamente a dimensão da área afeta a serviços (cargas e descargas) e uma redução do número de estacionamentos propostos para o piso 0 e um aumento do número de lugares em cave, para “libertar mais espaço publico disponível no exterior para funções de área verde, permanência e de estar e lazer e, assim a melhorar a vivência do local”.

Na discussão do parecer, a vereadora com o pelouro do urbanismo da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, esclareceu que o parecer não é vinculativo face ao “novo Simplex urbanístico”, em que projetos públicos já não carecem de parecer prévio. A vereadora referiu ainda que os acessos à futura maternidade estão a ser estudados pelo município, em coordenação com a Universidade de Coimbra e com a ULS.

No documento a que a agência Lusa teve acesso, é referido que o novo edifício se integra na “malha ortogonal existente” nos Hospitais da Universidade de Coimbra, sendo propostos dois edifícios retangulares, separados por pátios que se interligam. O projeto prevê um total de 262 lugares de estacionamento para automóveis, 25 para motociclos e 20 para bicicletas.

O topo do edifício mais baixo será ajardinado, com o município a sugerir que haja um projeto de exteriores, de modo que essa cobertura possa também ser dotada de percurso e zona de estar ou lazer para funcionários e utentes. Em setembro, o presidente da ULS de Coimbra afirmou à agência Lusa que o concurso para a construção da nova maternidade deverá ser lançado em fevereiro de 2025, prevendo um investimento superior a 55 milhões de euros.

A nova maternidade, que será construída no perímetro dos Hospitais da Universidade de Coimbra, é há muito reclamada na região, tendo sofrido vários atrasos ao longo do tempo (em 2021, chegou a ser apontada a sua inauguração para 2024, e, em 2023, esperava-se que o concurso pudesse ser lançado no primeiro trimestre de 2024).

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Venâncio Mondlane convoca mais três dias de manifestações em Moçambique

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

"Vamos nos manifestar nas fronteiras, nos portos e nas capitais provinciais (...) Vamos paralisar todas as atividades para que percebam que o povo está cansado", disse o candidato presidencial.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou esta segunda-feira a um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, durante três dias, a partir de quarta-feira, em todas as capitais provinciais, contestando o processo eleitoral.

“Vamos nos manifestar nas fronteiras, nos portos e nas capitais provinciais. Todas as 11 capitais provinciais (…) Vamos paralisar todas as atividades para que percebam que o povo está cansado”, apelou Venâncio Mondlane, numa transmissão em direto na sua conta oficial na rede social Facebook, sobre a “quarta etapa” de contestação ao processo das eleições gerais de 9 de outubro, a qual, afirmou, terá “várias fases” – a anunciar posteriormente –, e que, disse, é também contra os “raptos e sequestros” e “contra o assassinato do povo”.

“Durante três dias vamos nos manifestar. Depois faremos uma pausa”, afirmou, na mesma intervenção, que disse ser feita desde o “exílio”, pedindo a concentração da população de todos os distritos, até sexta-feira, em cada capital provincial, incluindo Maputo. Um protesto que pediu para ser alargado aos portos e às fronteiras do país, e aos corredores de transporte que ligam estas infraestruturas, apelando à adesão dos camionistas: “Não obrigamos ninguém a aderir à manifestação. Passamos os valores da manifestação e quem quiser adere”.

Sobre o impacto da manifestação nacional de 7 de novembro em Maputo, que levou a capital moçambicana a um dia de caos, afirmou que nunca foi intenção realizar um golpe de Estado. “Se quiséssemos fazer um golpe de Estado, teríamos feito”, disse, garantindo: “Nós não vamos desistir, nós não vamos recuar. Já mataram muita gente”.

Mondlane garantiu que o “objetivo não é tomar o poder à força”, e sim “pressionar as instituições” para “que se reponha a justiça eleitoral” e se abra “uma nova página para Moçambique”, sendo preciso para isso “todo o tipo de sacrifício”, mas apelando a que não haja vandalizações.

Pelo menos cinco pessoas morreram, 38 foram baleadas e 164 detidas em Moçambique em 7 de novembro, último dia da terceira etapa das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, divulgou a ONG moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.

Moçambique, e sobretudo Maputo, a capital, viveram paralisações de atividades e manifestações convocadas desde 21 de outubro por Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, que dão vitória a Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).

As manifestações, maioritariamente violentas, deixaram um rastro de destruição em Maputo, com registo de mortos, feridos, detidos, infraestruturas destruídas e estabelecimentos comerciais saqueados, sobretudo em 7 de novembro. Segundo dados apresentados hoje por aquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, três das mortes ocorreram na cidade de Maputo, uma na província de Inhambane, no sul do país, e outra na província de Tete, no centro de Moçambique.

A plataforma Decide contabilizou igualmente 38 baleados, sendo a cidade de Maputo com maior número de casos (32), seguida da província de Inhambane com três baleados, província de Maputo com um, em igual número com as províncias da Zambézia, no centro do país e de Tete.

Aquela ONG indica ainda que das 164 pessoas detidas, em confrontos entre manifestantes e a polícia, 61 casos foram registados na capital do país, 51 na Zambézia, 25 em Nampula, no norte do país, oito em Inhambane, seis na província de Maputo, quatro em Sofala, centro de Moçambique, um em Gaza, no sul, e igual número em Tete.

Acrescenta que, fora do país, em resultado de manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais em Moçambique a 09 de outubro, pelo menos sete pessoas foram detidas em Angola.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país em 21, 24 e 25 de outubro, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo, a 07 de novembro, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia.

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Caso EDP: Arguido morre sem saber se era acusado

  • ADVOCATUS
  • 11 Novembro 2024

O antigo diretor geral da EDP, Jorge Ribeirinho Machado, morreu este fim de semana sem saber se foi ou não acusado no caso EDP. Tinha sido constituído arguido em 2017.

O antigo diretor geral da EDP, Jorge Ribeirinho Machado, morreu este fim de semana sem saber se foi ou não acusado no caso EDP, avança a Now. Isto, porque no despacho de acusação o seu nome não consta nem na lista dos acusados nem dos arquivados.

Jorge Ribeirinho Machado tinha sido constituído arguido em 2017, mas nunca chegou a ser ouvido pelo Ministério Público (MP). No despacho de acusação, que foi conhecido no final de outubro, o MP não clarificou a posição processual do arguido.

Na semana passada, os advogados de Jorge Ribeirinho Machado tinham enviado um requerimento ao juiz de instrução a pedir a anulação do despacho dos procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, alegando que o estatuto processual do arguido ficou numa espécie de “purgatório” penal.

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Web Summit: Milhares na abertura da cimeira que vai além da tecnologia

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

O regresso de Paddy Cosgrave causou “bastante burburinho”, mas poucos gostam de recordar a polémica entre o fundador da Web Summit e Israel no ano passado.

Milhares de pessoas, de diferentes geografias, começaram esta segunda-feira a chegar à Web Summit, em Lisboa, ansiosos por ouvir falar de tecnologia, mas também de migração, numa ‘cimeira’ onde as polémicas relacionadas com o fundador já não são tema. A meio da tarde, ao contrário do que se verificou em anos anteriores, a entrada para o recinto exterior do evento e o acesso ao palco principal da Meo Arena, onde decorreu a cerimónia de abertura e alguns dos principais debates, decorria sem grandes tempos de espera.

Ainda assim, milhares de pessoas, de vários ‘cantos’ do mundo, circulavam pelo recinto, antes da abertura formal do evento, aguardando a intervenção dos seus oradores favoritos.

Funmi Adedayo veio à Web Summit pela primeira vez, mas já tinha estado em Portugal a terminar o seu mestrado. Natural da Nigéria, Adedayo vê nesta ‘cimeira’ tecnológica uma oportunidade de ampliar a sua rede de contactos. “Quero ouvir o máximo de oradores que conseguir […]. Quero ouvir, sobretudo, as intervenções dos fundadores de empresas e temas ligados a África”, referiu, em declarações à Lusa, acrescentando que a inteligência artificial é uma área sobre a qual também tem interesse.

Já sobre o regresso do fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, como presidente executivo da ‘cimeira’, admite não saber muito sobre o assunto. Opinião semelhante tem Marina Zemshove, que veio da Ucrânia para o evento, mas também para a aproveitar para passear na cidade de Lisboa, que define como incrível e relaxante.

“É a minha primeira vez na Web Summit. Estava ansiosa por este evento, espero que seja interessante. É a minha segunda vez em Portugal e era mesmo um objetivo vir à Web Summit”, afirmou, mostrando-se expectante face às intervenções dos responsáveis da Microsoft e da Visa.

Abdul Rehman, por sua vez, acredita que a Web Summit é uma boa oportunidade para os estudantes contactarem, por exemplo, com startups (empresas com rápido potencial de crescimento económico). Depois de uma experiência enquanto voluntário, Rehman regressa à ‘cimeira’ para ouvir falar sobre tecnologia, mas não só.

“Estou muito interessado em ouvir o que o primeiro-ministro de Portugal [Luís Montenegro] tem para dizer. Como imigrante, quero saber como estão as coisas em Portugal”, disse. Relativamente ao regresso de Paddy à cimeira, Abdul Rehman assegurou serem boas notícias, tendo em conta que este é “um bom CEO” (presidente executivo), desejando-lhe sucesso.

Entre os participantes neste evento também é possível encontrar portugueses, como o estudante Vítor Gonçalves, de 19 anos, que também regressa à Web Summit após uma experiência como voluntário, que utilizou para conhecer novas pessoas e a própria indústria. “Penso que a Web Summit está preparada para qualquer tipo de audiência, quer sejam investidores, CEO de startups, pessoas que estão a estudar ou gestores. Mesmo que não saibam exatamente o que é a Web Summit, penso que é uma boa ideia explorar e perceber o que está a acontecer”, sublinhou.

Vítor Gonçalves está interessado em ouvir falar sobre tecnologia e inteligência artificial, temas que diz estarem ligados à sua licenciatura em Gestão de Informação. Assim, através dos debates que vão ocorrer, pode estar mais perto das empresas e dos seus responsáveis. Esta “é uma excelente oportunidade para quem está na academia”, insistiu, acrescentando que ouviu “bastante burburinho” sobre Cosgrave, apesar de referir não saber muito sobre o assunto.

Paddy Cosgrave anunciou, em abril, o regresso à liderança da Web Summit quase seis meses depois de se ter demitido na sequência de várias empresas cancelarem a participação no evento após as afirmações que fez sobre Israel. Em 21 de outubro de 2023, Paddy Cosgrave demitiu-se do cargo depois de várias empresas cancelarem a participação no evento, em Lisboa, na sequência de afirmações que fez sobre Israel e, nove dias depois, foi anunciado que a antiga diretora da Wikimedia Foundation Katherine Maher seria a nova presidente executiva.

As portas da Web Summit abriram às 17:00, seguindo-se a sessão de abertura com o presidente executivo e fundador da cimeira tecnológica, Paddy Cosgrave, o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas. Ainda hoje vão ser discutidos, no palco principal da Meo Arena, temas como a inteligência artificial e a cultura – comércio.

Nesta edição da Web Summit são esperados mais de 70.000 participantes. Entre os oradores confirmados estão a presidente executiva da Bumble, Lidiane Jones, o presidente da Alibaba.com, Kuo Zhang, o ministro português da Economia, Pedro Reis, o presidente executivo da Vinted, Thomas Plantenga, a atriz Júlia Palha, a senior manager da Pfizer, Sinem Laçin, e a apresentadora Cristina Ferreira.

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5ª Conferência ECOseguros: Lluni anuncia parceria com a SIBS para pagamentos automáticos

  • ECO Seguros
  • 11 Novembro 2024

Leandro Fernandes, CEO da lluni, na sua intervenção na 5ª conferência ECOseguros explanou as várias etapas da inovação dos mediadores de seguros.

Leandro Fernandes, CEO da lluni, apresentou à audiência a evolução da inovação tecnológica da mediação e novidades trazidas pela empresa.Hugo Amaral

Na sua intervenção na 5ª Conferência Anual Ecoseguros “A integração de Sistemas como Enabler da Mediação de Seguros” o CEO da lluni, Leandro Fernandes, apresenta a solução do ecossistema integrado da Lluni e anuncia uma parceria com a SIBS para a criação de um processo automático para cobrança de pagamento ao cliente.

Segundo o CEO, inovar na integração de dados facilita o trabalho da mediadora e a oferta da empresa de software garante que os dados estão em diferentes tecnologias, em várias plataformas, com “comunicação de dados standardizada”. Quanto à parceria com a SIBS, esclarece que fornece ao cliente uma opção de experiência de pagamento digital (pagamentos por cartão de credito, mbway e referencias multibanco própria) torna o tratamento desses dados pelo mediador mais eficaz, desde a pesquisa da cobrança ao envio para a seguradora

Veja, ou reveja o painel:

A 5ª Conferência ECOseguros com o tema geral “Os seguros como parceiros do crescimento económico e da proteção social” teve lugar a 30 de outubro em Lisboa, no Centro Cultural de Belém (CCB).

Empresas que viabilizaram a Conferência

A 5ª Conferência ECOseguros foi possível devido ao apoio recebido de importantes protagonistas do setor segurador, permitindo o acesso gratuito aos profissionais inscritos. As companhias de seguros apoiantes foram a Ageas Seguros, Allianz, Azuaga, BPI Vida e Pensões, Caravela, CA Seguros, Fidelidade, GamaLife, Generali Tranquilidade, Mgen, Mútua Saúde, Prévoir e Real Vida.

Entre as corretoras e mediadoras de seguros, apoiaram a 5.ª Conferência a Innovarisk Seguros, MDS, NacionalGest e Universalis/Acrisure.

Entre as tecnológicas estiveram Cleva, lluni, MPM e RandTech Computing.

Entre protagonistas especiais na área dos seguros estiveram presentes a Broseta – Advogados, EY, Future HealthCare e NTT Data.

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