“IA tem potencial transformador incrível”, mas só 3% dos trabalhadores nacionais estão “prontos para o futuro”

Country manager da Adecco Portugal diz ao ECO que há mais razões para o otimismo do que para a preocupação em realção ao impacto da IA no trabalho. E apela ao investimento na requalificação.

Apesar do entusiasmo recente em torno da inteligência artificial, cerca de nove em cada dez trabalhadores portugueses estão receosos quanto ao seu futuro no mercado de trabalho, mostra um novo estudo da empresa de recursos humanos Adecco.

Em declarações ao ECO, a country manager para Portugal, Alexandra Andrade, assegura que há mais motivos para estar otimista do que preocupado, mas apela ao investimento urgente na requalificação do capital humano. Até porque a fatia de trabalhadores considerados “preparados para o futuro” ainda é muito magra.

Alexandra Andrade é country manager da Adecco Portugal.

“Acredito firmemente que existem mais razões para otimismo do que preocupação. Vejo esta transformação como uma oportunidade ímpar de crescimento e inovação“, sublinha a responsável, em declarações ao ECO na sequência da divulgação do estudo “Global Workforce of the Future“, que teve por base um inquérito realizado junto de 35 mil trabalhadores em 27 economias, incluindo Portugal.

Na visão de Alexandra Andrade, “a inteligência artificial possui um potencial transformador incrível“, abrindo a porta a um aumento da eficiência e a que os trabalhadores, livres de tarefas repetitivas, possam dedicar-se a funções mais estratégicas e criativas.

Porém, a country manager da Adecco Portugal atira que “é fundamental reconhecer que o impacto da inteligência artificial depende da forma como gerirmos a sua implementação“, sendo que, neste momento, existe uma “preocupação significativa” entre os trabalhadores, realça.

O nosso estudo revela que, apesar do entusiasmo em torno da IA, existe uma preocupação significativa: 93% dos colaboradores em Portugal expressam incertezas sobre a segurança no emprego.

Alexandra Andrade

Country manager da Adecco Portugal

De acordo com o referido estudo, 93% dos trabalhadores em Portugal expressam incertezas quanto a segurança no emprego, valor que está alinhado com a média global.

No entanto, enquanto noutros países a formação dos trabalhadores para estas novas ferramentas tecnológicas já está mais avançada, em Portugal o cenário é diferente. Na China, na Suíça e na Bélgica, 41% dos trabalhadores já receberam formação sobre a aplicação da inteligência artificial no trabalho, mas por cá apenas 14% trabalhadores estão nessa situação, valor que também está abaixo da média global (25%).

A explicar esse desfasamento está, nomeadamente, a dimensão das empresas portuguesas, que “muitas vezes não têm os recursos necessários para investir em formação tecnológica”, mas também a mentalidade empresarial, que “em alguns casos ainda não valoriza adequadamente o desenvolvimento contínuo, identifica Alexandra Andrade.

Formação em inteligência artificial

Média global de trabalhadores que já fizeram formação nesta área: 25%
Média portuguesa de trabalhadores que já fizeram formação nesta área: 14%

“Além disso, persiste uma ideia de que a inteligência artificial é algo distante ou reservado às grandes corporações, quando, na verdade, é uma ferramenta poderosa acessível a empresas de todos os tamanhos”, acrescenta a gestora.

Além do fosso na formação entre Portugal e os demais países, há a notar que apenas 3% dos trabalhadores que exercem funções por cá são considerados “preparados para o futuro”, segundo o inquérito da Adecco. Ou seja, são adaptáveis e têm as competências tecnológicas necessárias para “prosperar num mercado cada vez mais automatizado”. Globalmente, a média de trabalhadores prontos para o futuro é de 11%.

Estar preparado para o futuro significa ser adaptável, possuir competências tecnológicas e ter uma disposição constante para aprender.

Alexandra Andrade

Country manager da Adecco Portugal

“Estes dados sublinham a necessidade urgente de um investimento adequado em requalificação e na criação de um ambiente seguro para os trabalhadores. Se não fizermos isso, poderemos gerar mais ansiedade do que inovação“, argumenta Alexandra Andrade.

A gestora salienta que também cabe aos próprios trabalhadores serem proativos no seu desenvolvimento pessoal e profissional. “Esta atitude não só contribui para o seu crescimento individual, mas também para a evolução das organizações”, frisa a responsável da Adecco Portugal.

Alexandra Andrade considera ainda que os trabalhadores que estão prontos para o futuro não só aceitam a mudança, como a antecipam e procuram formas de utilizar as novas ferramentas para ser “tornarem mais eficientes e inovadores”.

IA permite poupar uma hora de trabalho por dia

A inteligência artificial não é um tema apenas de futuro. Pelo contrário, já está a ter impacto no trabalho, sendo que o estudo recente da Adecco indica que os empregados já estão a poupar, em média, uma hora por dia, à boleia desta tecnologia.

Os trabalhadores nos setores da energia, utilities e tecnologia limpa foram os que pouparam mais tempo, 75 minutos por dia, enquanto os do setor aeroespacial e de defesa foram os que apresentaram as menores poupanças, com 52 minutos por dia”, refere o relatório.

E acrescenta: “os trabalhadores na área da tecnologia pouparam, em média, 66 minutos diários, os dos serviços financeiros 57 minutos, e os da indústria transformadora 62 minutos por dia”.

Mas não basta olhar para o tempo poupado. Há que também ver o modo de como estão a ser utilizadas as horas que, entretanto, ficaram livres, com 28% dos trabalhadores inquiridos a afirmarem que as usam para trabalho mais criativo, 26% a dizerem que a inteligência artificial permite-lhes dedicar mais tempo ao pensamento estratégico e 27% a referirem que esta tecnologia ajudou a melhor o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

“No entanto, há indícios de que o tempo poupado graças à inteligência artificial nem sempre é usado de forma produtiva, com 23% dos utilizadores a afirmarem que continuam a lidar com o mesmo volume de trabalho”, alerta o mesmo estudo.

As empresas devem proporcionar formação contínua, assegurando que os colaboradores compreendem como utilizar as ferramentas de IA para gerar valor, em vez de simplesmente redistribuírem o tempo para tarefas operacionais.

Alexandra Andrade

Country manager da Adecco Portugal

Questionada sobre este ponto, a country manager da Adecco Portugal defende que a chave reside “numa gestão eficaz”. “As empresas devem estabelecer diretrizes claras e proporcionar formação contínua, assegurando que os colaboradores compreendem como utilizar as ferramentas para gerar valor, em vez de simplesmente redistribuírem o tempo para tarefas operacionais. Criar uma cultura que valorize atividades de maior impacto é essencial”, observa Alexandra Andrade.

Por outro lado, perante as referidas poupanças de trabalho, a responsável admite que a inteligência artificial pode levar a uma redução da carga horária, embora alerte que a transição para uma semana de trabalho reduzida não depende apenas da adoção de tecnologia, mas também de uma mudança cultural e estrutural nas empresas.

Um dos argumentos que é usado frequentemente contra a redução da semana de trabalho são os baixos níveis de produtividade de que padece a economia nacional. E também nesse ponto a inteligência artificial pode ajudar, assegura a country manger.

Contudo, é preciso (mais uma vez) que a adoção tecnológica seja acompanhada de estratégias de desenvolvimento de competências, assevera a mesma. “Caso contrário, o impacto na produtividade poderá ser limitado. Nunca podemos esquecer que as pessoas estão no centro de tudo“, remata Alexandra Andrade.

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TAP baixa juro em emissão de dívida e fica perto da Air France – KLM

Companhia aérea portuguesa passou teste dos investidores antes da privatização e conseguiu baixar custos de financiamento. Lufthansa é, dos três pretendentes, a que consegue juro mais baixo.

A TAP foi a semana passada ao mercado para emitir 400 milhões de euros em obrigações colocadas junto de investidores institucionais. O juro fixado é menor do que o da emissão anterior e ficou perto do que a Air France – KLM aceitou pagar este ano. Dos três pretendentes, a Lufthansa é a que tem custos de financiamento mais baixos.

Foi uma espécie de teste ao apetite dos investidores antes do processo de privatização, e a companhia aérea superou-o. Conseguiu vender 400 milhões de euros em títulos de dívida sénior, a reembolsar daqui a cinco anos, com uma taxa de cupão de 5,125%, inferior aos 5,625% que aceitou pagar em novembro de 2019 para emitir 375 milhões de euros, também com um prazo de cinco anos. O encaixe da nova emissão permitirá saldar a anterior.

Na altura, as taxas de mercado eram muito mais baixas: a referência, a taxa de juro de depósitos do BCE, era então de -0,5% e agora está em 3,25%. O que justifica então o juro mais reduzido? O risco financeiro da TAP, que é bem menor.

A TAP tem vindo a baixar o endividamento e a melhorar os resultados, o que se traduz numa desalavancagem das contas. Se há cinco anos, a dívida líquida era equivalente a 5,2 vezes o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), no final de junho deste ano era 2,1 vezes.

Uma evolução que tem sido reconhecida pelas agências de rating, que desde março de 2022 têm vindo a melhorar a classificação da TAP. É o caso da Moody’s, que na última avaliação, feita em julho, elevou o rating para Ba3 e destacou o “perfil de liquidez muito mais forte, com a TAP a ter cerca de 1,1 mil milhões de euros no balanço, contra 426 milhões em 2019″.

Perto da Air France – KLM, mas ainda longe de IAG e Air France

O juro anual que a TAP ficará a pagar nos próximos cinco anos (5,125%) não ficou longe do que a Air France – KLM aceitou pagar em maio, quando emitiu 650 milhões, também a reembolsar em 2029, com uma taxa de 4,625%. Uma diferença de apenas 50 pontos base que reflete também o facto de a companhia franco-neerlandesa ter um rating da S&P Global dois níveis acima do da portuguesa.

Ao contrário da TAP, cujas obrigações só no dia 7 deverão chegar às mãos dos investidores, os títulos da Air France – KLM são transacionados no mercado. Aí, os investidores estavam a exigir uma taxa de 4,34%, já mais distante do cupão fixado para a emissão da transportadora aérea portuguesa, segundo dados da Refinitiv.

A Air France – KLM é um dos dois pretendentes à privatização, que o Governo pretende relançar até ao final do ano. Os outros dois, IAG e Lufthansa, têm custos de financiamento mais baixos.

A emissão do grupo dono da IAG e British Airways, com maturidade em março de 2029 (um prazo menor que a da TAP) tinha, na negociava sexta-feira a uma yield de 3,655%. Já a companhia alemã apresentava uma taxa de 3,359% para uma emissão com reembolso em julho de 2029. Ambas têm um rating de BBB-, já dentro das classificações de menor risco.

O futuro comprador da TAP irá ter influência nos custos de financiamento da companhia portuguesa.

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5 coisas que vão marcar o dia

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros é ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito do OE2025. O dia será ainda marcado com o arranque da nova operadora, Digi, em Portugal.

No dia em que os ministros começam a ser ouvidos na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito do OE2025, a Corticeira Amorim apresenta os resultados do 3.º trimestre de 2024 e são igualmente conhecidos os resultados da oferta das obrigações do Sporting. Durante a tarde destaque para o lançamento da operação da Digi no país.

É a vez de Rangel explicar OE2025 na AR

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, será ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, pelas 15h30 desta segunda-feira, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que já foi aprovado na generalidade, com a abstenção do PS. O debate da especialidade está marcado para o período compreendido entre 22 e 29 de novembro, data prevista para a votação final global do documento.

Digi inicia operação em Portugal

A nova operadora vai arrancar com a operação em Portugal, cerca de três anos depois de ter adquirido licenças 5G no país. Durante o evento, que decorrerá esta tarde num hotel da capital, a Digi promete revelar os “próximos passos em Portugal, com uma apresentação exclusiva” da oferta.

Corticeira Amorim apresenta resultados do 3.º trimestre

A Corticeira Amorim apresenta esta segunda-feira os resultados do 3.º trimestre de 2024 depois de ter fechado o primeiro semestre com uma quebra das vendas de 7% e um resultado líquido de 36,5 milhões de euros. Ainda assim, o grupo liderado por António Rios de Amorim conseguiu assegurar as receitas acima de 500 milhões de euros. Também é esperado que o banco Montepio divulgue os resultados dos primeiros nove meses do ano.

Finanças reúnem-se com sindicatos da Administração Pública

O Ministério das Finanças marcou uma reunião, para esta manhã, com os sindicatos que representam os funcionários públicos, para negociar a atualização da base remuneratória da administração pública. Frente Sindical da Administração Pública (Fesap) e Frente Sindical são recebidos nas Finanças esta segunda-feira.

Apresentação dos resultados da oferta das obrigações do Sporting

O dia fica ainda marcado pela apresentação dos resultados da oferta das obrigações do Sporting cujo período de subscrição terminou a 31 de outubro. Dias antes a SAD leonina anunciou o aumento da emissão obrigacionista de 30 milhões para 40 milhões de euros, em nota divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Cofares implementou um plano de contingência para apoiar as farmácias e as pessoas afetadas pela DANA

  • Servimedia
  • 4 Novembro 2024

O stock de produtos essenciais e críticos foi reforçado e os armazéns de Valência e Castellón estão operacionais, embora com restrições de acesso.

A Cofares está a implementar um plano de contingência para ajudar as farmácias e as pessoas afetadas pela DANA (depressão isolada de níveis elevados), em particular na Comunidade Valenciana, com uma rubrica extraordinária de 12 milhões de euros, um reforço do stock de produtos essenciais e mais pessoal.

De acordo com este domingo, foi aprovada uma rubrica extraordinária de 12 milhões de euros para ajudar financeiramente as farmácias que sofreram danos materiais em consequência da DANA, incluindo o adiamento gratuito de todos os pagamentos devidos em novembro, cujo processamento será adiado para janeiro, sem qualquer custo para as farmácias.

Do mesmo modo, foram aprovados adiantamentos de tesouraria gratuitos durante seis meses e estão a ser estudadas outras iniciativas de apoio relacionadas com a gestão das farmácias, tais como facilitar o contacto dos associados com fornecedores que os ajudem a reconstruir as suas farmácias, a renovar equipamentos, etc.

Os armazéns de Cofares em Valência e Castellón estão operacionais, embora, devido às consequências extremas da tempestade, as entregas tenham sido condicionadas nestes dias pelas condições climatéricas, restrições de tráfego e acessos na zona. Neste sentido, foi dada prioridade às atividades essenciais de entrega de encomendas às farmácias, equilibrando as atividades não críticas aos centros da rede do grupo. Também estamos a colaborar com a Unidade Militar de Emergência (UME), a Guardia Civil, a Polícia e a Proteção Civil para aceder à Zona 0 da catástrofe: Chiva, Picanya e Requena. E a Guardia Civil escoltou reboques carregados de medicamentos e produtos sanitários até aos armazéns de Cofares para reabastecer o seu stock. Isto permitiu a realização de praticamente todos os percursos, com exceção de quatro, por se tratar de zonas intransitáveis, onde se está a trabalhar para identificar os pontos de acesso escoltados pela Guardia Civil e para estabelecer pontos de entrega.

O plano de contingência inclui também o reforço do stock de produtos essenciais e críticos, como alimentos para bebés, máscaras, luvas e outros produtos de primeira necessidade. De facto, durante o fim de semana, foi tratado o dobro do volume habitual de encomendas para um fim de semana normal. Além disso, o serviço de entrega nas farmácias foi reforçado com a adição de sete a dez veículos adicionais à frota da Aldaia, para cobrir a perda de veículos e reforçar o serviço. Este número será aumentado nos próximos dias com a incorporação de mais veículos de outros centros de trabalho de Cofares.

Outras medidas que foram levadas a cabo foram o reforço do pessoal com a incorporação de 15 novos empregados, o que significa um aumento de mais de 10% do pessoal, e o reforço dos turnos habituais com pessoal voluntário. Cofares também enviou três carregamentos de alimentos e água para o armazém de Aldaia para garantir o abastecimento dos trabalhadores e das suas famílias, muitos dos quais vivem na zona 0.

Ativou um sistema de comunicações por satélite, bem como uma contingência de rede 5G para resolver a indisponibilidade da rede de comunicações na zona 0 e, assim, manter as operações ativas.

Também está a colaborar com a plataforma de Puerto de Sagunto da AZA Logistics, que altruisticamente cedeu as suas instalações e pessoal nos primeiros momentos do surto da DANA para que Cofares pudesse receber e distribuir medicamentos.

Por seu lado, como é habitual em situações de crise, a Fundação Cofares também se mobilizou e está já a gerir a doação de produtos de higiene básica e de primeiros socorros a entregar nas zonas afetadas, com a colaboração da Farline (marca própria da Cofares), está a coordenar internamente várias necessidades de produtos para colaborar com a UEM e vai ainda centralizar as doações de produtos recebidos dos laboratórios farmacêuticos. A Fundação prevê ainda lançar, num futuro próximo, uma campanha de angariação de fundos na sua conta corrente (via Bizum ou através de pontos Fidelitas entre os seus membros) para as necessidades dos afetados pela tempestade.

O Presidente da Cofares, Eduardo Pastor, transmitiu a sua “dor e tristeza” às pessoas que sofreram perdas e danos, especialmente aos farmacêuticos. “Estamos a trabalhar 24 horas por dia para lhes dar todo o apoio e ajuda possível, incluindo a manutenção das nossas operações e medidas financeiras extraordinárias para apoiar as farmácias mais afetadas”, afirmou.

Agradeceu também às autoridades e às forças de segurança “por todo o apoio que nos deram desde o início, que foi essencial”, bem como à equipa de Cofares, que se deslocou aos seus centros e está a trabalhar “incansavelmente, apesar de ter sofrido, em muitos casos, com a devastação da tempestade”.

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Quatro seguradoras na corrida à compra da Esure

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2024

A seguradora que vende 91% através de sites comparadores de preços foi colocada à venda pela gestora de fundos de investimento Bain. Ageas, Allianz, Aviva e os finlandeses da Sampo estão interessados.

A insurtech britânica Esure foi colocada no mercado pela sua atual proprietária, a gestora de fundos Bain Capital, que a adquiriu em 2018 por 1,21 mil milhões de libras. Segundo a Bloomberg, os conselheiros financeiros estão a lançar o valor de 1,5 mil milhões de libras e estão a procurar seguradoras com interesse em reforçar presença no Reino Unido.

Segundo a Bloomberg a Ageas estará na primeira linha após ter rompido a negociação com a Direct Line, uma concorrente da Esure. Também a Allianz e a Aviva são apontadas pela Bloomberg que revela que o Hastings Group, pertencente à gigante finlandesa Sampo, teria manifestado interesse em estudar a compra logo que se esta hipótese foi conhecida.

O Esuregroup faturou 2 mil milhões de libras em 2023, com prejuízo líquido de 60 milhões, mas está a crescer negócio 17% durante este ano. Com 102% de rácio combinado no ano passado e 92% em 2022, o grupo vende 91% dos seguros através de sites comparadores de preços e 8% através do canal direto.

Tem produtos automóvel e habitação e usa as marcas Esure, e First Alternative, como alternativas quanto ao perfil de risco dos clientes, e Sheilas’ Wheels claramente dirigido a mulheres automobilistas. O ramo automóvel significa 75% do seu negócio sendo o restante habitação.

Segundo dados recolhidos por ECOseguros, o mercado de seguro automóvel no Reino Unido vale 19 mil milhões de libras por ano, tendo como líder o AdmiralGroup (marcas Admiral, Bell e Diamond) com 13% de quota e 4,9 milhões de veículos segurados. Com cerca de 12% de quota estará a Direct Line, que também usa Churchill e Privilege como marcas e a Aviva que usa igualmente a Quotemehappy.com como canal comercial.

Nenhuma das partes quis confirmar as informações e não há data prevista para evolução do negócio.

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Afinal, ministra recua e fecha a porta a greve nas polícias

  • Lusa
  • 3 Novembro 2024

O MAI esclareceu que a discussão do direito à greve na polícia não fará parte das negociações previstas para janeiro com as associações sindicais, após as declarações da ministra Margarida Blasco.

O Ministério da Administração Interna esclareceu hoje que a discussão do direito à greve na polícia não fará parte das negociações previstas para janeiro com as associações sindicais, após as declarações da ministra Margarida Blasco.

No encerramento do congresso da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) Margarida Blasco afirmou: “Vamos começar no dia 6 de janeiro um conjunto de revisões e é um ponto que pode estar e estará, com certeza, em cima da mesa. Neste momento não vou dizer se sim ou se não, porque vai ter de ser submetido a um estudo“, quando questionada pelos jornalistas sobre se estava disposta a conceder o direito à greve aos polícias.

Contudo, horas depois, um esclarecimento do Ministério da Administração Interna enviado às redações refere que “a posição do Governo é clara: nesse diálogo pode ser discutida a representação laboral e os direitos sindicais. Mas não o direito à greve”.

No final do congresso, que decorreu em Lisboa, a questão do reconhecimento do direito à greve na polícia foi abordada pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, que destacou que esse ponto é há muito tempo reivindicado pelos sindicatos e manifestou mesmo a sua satisfação pela abertura demonstrada pela ministra.

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Oito Estados da OPEP+ mantêm cortes na produção de petróleo

  • Lusa
  • 3 Novembro 2024

Um conjunto de Estados que integram o grupo OPEP+ vão prolongar os cortes na produção de petróleo até ao final de dezembro, para trvar a queda dos preços.

Vários membros da aliança petrolífera OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, anunciaram este domingo o prolongamento dos cortes na produção de petróleo até ao final de dezembro, pretendo contrariar a recente queda dos preços nos mercados.

Em comunicado publicado no seu portal, a aliança declarou que Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã “concordaram em prolongar por um mês os seus cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia em mais um mês, até ao final de dezembro de 2024”.

A decisão destina-se a sustentar o preço do americano WTI e do Brent, referência para a Europa, perto dos 70 dólares, perante uma incerteza da procura e um aumento da oferta.

O anúncio surge um mês depois de uma reunião do comité ministerial conjunto de supervisão da OPEP+, que reúne os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros aliados, como a Rússia, ter decidido aumentar gradualmente a oferta a partir do início de dezembro, depois dos cortes da produção nos últimos dois anos.

Entre uma das medidas acordadas nessa reunião figurava o aumento de 180.000 barris diários no mês de dezembro, a cargo de oito dos 22 países da aliança.

A próxima reunião dos ministros da OPEP+ está marcada para o início de dezembro, em Viena, onde está sediada a OPEP, mas este anúncio vai empurrar o aumento da produção para o próximo ano.

Assim, a retoma da produção entrará em vigor três meses depois do inicialmente previsto, uma vez que na última reunião ministerial, em junho, OPEP e aliados previam o aumento da saída de barris já em outubro.

A agência France-Presse (AFP) assinala que os preços do petróleo têm sido prejudicados, desde há vários meses, pelas incertezas económicas – destacando-se a China, o segundo maior mercado e o principal motor do aumento da procura mundial – e nos Estados Unidos da América, de onde se aguardam os resultados das eleições de 05 de novembro.

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Alexandra Nunes nomeada diretora da Área de Especialidades da Aon Portugal

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2024

Há mais de 30 anos no setor segurador, Alexandra Nunes começou sua carreira em 1991, passando por diversas seguradoras nacionais e internacionais antes de ingressar na Aon.

A Aon Portugal anunciou a nomeação de Alexandra Nunes como Diretora da Área de Especialidades, cargo que acumula com a Direção de Sinistros, função que já desempenha desde 2021.

Alexandra Nunes, que integrou a Aon em 2016, “tem liderado a gestão de sinistros da totalidade da carteira de clientes da corretora e em especial pelo acompanhamento próximo dos sinistros mais complexos.”

Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, destaca a importância dessa nomeação: “Esta é uma das áreas de grande relevância na Aon, considerando que agrega o expertise das diversas Specialties à função relevante de Gestão de Sinistros (consultoria e gestão de sinistros).” Também elogia o conhecimento técnico e jurídico de Alexandra, enfatizando que esta combinação “terá um impacto muito positivo junto dos nossos clientes e do mercado.”

Há mais de 30 anos no setor segurador, Alexandra Nunes começou sua carreira em 1991, passando por diversas seguradoras nacionais e internacionais antes de ingressar na Aon. Formada em Direito, com uma pós-graduação em Gestão de Empresas pela AESE Business School, traz uma sólida bagagem técnica para a nova função.

Sobre o novo desafio, Alexandra comenta: “Estou muito entusiasmada com este novo desafio e com este novo ciclo na Aon, reforçando o meu contributo para continuarmos a oferecer as melhores soluções aos nossos clientes.”

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5ª Conferência: O que devem esperar empresas de seguros em 2025

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2024

Carla Sá Pereira, partner de seguros da consultora EY, abriu a 5ª conferência ECOseguros abordando as perspetivas económicas do país e quais as estratégias das empresas nacionais e europeias.

Carla Sá Pereira, Partner, Insurance, Consulting Financial Service EY, preparou a audiência para o que deve esperar o ecossistema dos seguros em 2025.Hugo Amaral/ECO

A emergência da Inteligência Artificial, como ponto de absolutamente relevante no atual meio envolvente dos seguros, foi um dos pontos extra destacados por Carla Sá Pereira Partner, Insurance, Consulting Financial Service EY na intervenção inicial da 5ª Conferência ECOseguros A EY, é uma consultora de topo no setor segurador, parceira do ECOseguros desde o nosso início em 2019, e Carla Sá Pereira voltou a exercer uma capacidade de síntese exemplar para ilustrar os principais indicadores, ameaças, oportunidades e incertezas que vão condicionar o setor no próximo ano, em toda a cadeia de valor, em Portugal e no mundo

Veja, ou reveja, a intervenção da Carla Sá Pereira:

A 5ª Conferência ECOseguros com o tema geral “Os seguros como parceiros do crescimento económico e da proteção social” teve lugar na passada semana em Lisboa, no Centro Cultural de Belém.

Empresas que apoiam a Conferência

A 5ª Conferência ECOseguros foi possível devido ao apoio recebido de importantes protagonistas do setor segurador, permitindo o acesso gratuito aos profissionais inscritos. As companhias de seguros apoiantes foram a Ageas Seguros, Allianz, Azuaga, BPI Vida e Pensões, Caravela, CA Seguros, Fidelidade, GamaLife, Generali Tranquilidade, Mgen, Mútua Saúde, Prévoir e Real Vida.

Entre as corretoras e mediadoras de seguros, apoiaram a 5ª Conferência a Innovarisk Seguros, MDS, NacionalGest e Universalis/Acrisure.

Entre as tecnológicas estiveram Cleva, lluni, MPM e RandTech Computing.

Entre protagonistas especiais na área dos seguros estiveram presentes a Broseta – Advogados, EY, Future HealthCare e NTT Data.

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Bolo-rei vai sair mais caro este Natal. Matérias-primas inflacionam preço dos doces

Com o preço do cacau, manteiga e açúcar a disparar, os doces de Natal vão ficar mais caros. Pasteleiros asseguram que ajuste "não é suficiente" para cobrir o preço que pagam pelas matérias-primas.

O aumento dos preços do cacau, da manteiga e do açúcar está a ter um impacto significativo nos preços da pastelaria em Portugal. Com o Natal quase à porta, os pasteleiros vão ter que ajustar os preços, o que vai acabar por pesar na carteira dos consumidores.

Estes aumentos nos preços das matérias-primas estão a pressionar os produtores a repassar os custos adicionais para os consumidores. Como resultado, os preços dos doces de Natal aumentaram quase 20%. Por exemplo, o preço do bolo-rei aumentou cerca de um euro em comparação com o ano passado”, diz ao ECO a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP).

A Confeitaria Petúlia, localizada na zona da Boavista (Porto), famosa pelo bolo-rei, não aumentou o preço o ano passado fixado em 20 euros por quilo. No entanto, este Natal o produto pode ficar ligeiramente mais caro, embora não esteja definido o preço final. “Estamos a conversar para fazer algum reajuste no preço final para o consumidor (principalmente no Bolo-rei), nada que vá refletir o aumento que temos sentido“, afirma Filipe Moreira, pasteleiro da Confeitaria fundada em 1972 por Ilídio e Maria Amélia Pinto.

Passado mais de meio século, a Confeitaria Petúlia, que tem à frente do negócio Jorge e Eurico Pinto, dois dos quatro filhos dos fundadores, emprega 25 pessoas e fatura 1,1 milhões de euros.

Estamos a conversar para fazer algum reajuste no preço final para o consumidor, nada que vá refletir o aumento que temos sentido.

Filipe Moreira

Pasteleiro da Confeitaria Petúlia

Filipe Moreira detalha que as sultanas (do género de uvas passas usadas no bolo-rei), que normalmente vêm da Turquia, estão a um preço “absurdo”.O ano passado comprávamos sultanas a dois euros o quilo e a agora estamos a compra-las a cinco euros”, contabiliza. Durante dezembro, a Confeitaria Petúlia, vende mais de dez mil unidades de bolo-rei, embora também comercialize o produto o ano todo, já que é o produto estrela.

Fundada em 1995, por Milu Borralho e Pedro Ferrão, o bolo-rei da Padaria e Pastelaria Flor de Aveiro, localizada em Aveiro, tem vindo a ganhar vários prémios desde 2013. O ano passado, foi distinguido como o “Melhor dos Melhores” no Concurso Nacional organizado pelo Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA). O medalhado bolo-rei aveirense custa 25 euros por quilo e “para já mantém o mesmo preço”, diz Corina Cotafe, filha de Milu Borralho. A responsável admite que “vão ajustar alguns valores, mas não consegue adiantar se o ajuste vai aplicar-se ao bolo-rei”, receita original da Milu, com fabrico artesanal.

Nas palavras da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, o “cacau enfrenta uma das piores crises nos últimos 40 anos” e é caso para dizer que o aumento do preço está a amargar o negócio. A associação que representa o setor contabiliza ao ECO que o preço do cacau subiu “136% entre julho de 2022 e fevereiro de 2024, impulsionados por problemas climáticos e doenças nas plantações”. Este aumento tem um impacto direto no custo de produção de chocolates e outros doces que utilizam cacau”.

O pasteleiro da confeitaria Petúlia assegura que “têm sentido esse aumento” no cacau e tudo o que sejam derivados. Filipe Moreira realça que “o preço da manteiga de cacau triplicou nos últimos seis meses”. “É a matéria-prima mais nobre do chocolate e acaba por influenciar o preço final”, destaca.

O cacau enfrenta uma das piores crises nos últimos 40 anos, com os preços a subir 136% entre julho de 2022 e fevereiro de 2024, devido a problemas climáticos e doenças nas plantações.

Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares

Fundada há 60 anos, por Afonso Cavaleiro, a Pastelaria O Afonso, com duas lojas (uma Coimbra e outra em Tentúgal), está a sentir o peso do aumento do preço das matérias-primas. “Nos últimos tempos, o preço da manteiga, ovos, açúcar e farinha subiu muito”, comenta Margarida Cavaleiro, filha do fundador que está à frente do negócio juntamente com a irmã Olga. Apesar de ainda não terem definido se vão aumentar o preço da doçaria, a responsável garante que os pequenos ajustes, que possam vir a ser feitos, “não são suficientes” para colmatar o preço que pagam pelas matérias-primas.

A manteiga na Europa foi negociada nos mercados mundiais a um recorde de 8.706 dólares por tonelada a 29 de setembro, um aumento de 78% em relação ao ano anterior, segundo os últimos dados oficiais da Comissão Europeia.

Em Portugal, dados da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação mostram que a “manteiga subiu aproximadamente 30% no último ano, impulsionado pela crescente procura e pela redução na oferta de leite em algumas regiões, afetando especialmente produtos de pastelaria que utilizem grandes quantidades de manteiga”.

No entanto, nem tudo são más notícias com a Confeitaria Petúlia a notar um decréscimo no preço do açúcar, ao contrário da manteiga e do cacau. O pasteleiro da confeitaria portuense diz que “o passado, um quilo de açúcar custava cerca de 1,20 euros o quilo e que neste momento está a pouco mais que 70 cêntimos”. Filipe Moreira nota que esta tendência é transversal à farinha, que viu os preços aumentar devido à Guerra na Ucrânia, que encareceu brutalmente o preço dos cereais, mas já está a estabilizar.

A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP) tem uma opinião diferente e refere que o “preço do açúcar tem aumentado cerca de 20% nos últimos meses devido a problemas climáticos que afetaram a produção em grandes países exportadores”, acrescentando que “este aumento reflete-se diretamente no custo de produção de doces”.

A somar ao aumento do cacau, manteiga e açúcar, Corina Cotafe, da Flor de Aveiro, recorda ainda que o “preço da fruta também aumentou”.

Bolo-rei da Padaria e Pastelaria Flor de Aveiro, bolo-reiPadaria e Pastelaria Flor de Aveiro

Face ao aumento dos custos das matérias-primas essenciais como o açúcar, a manteiga e o cacau, a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação adverte que ue “os consumidores podem esperar pagar mais pelos doces de Natal”.

O pasteleiro da Confeitaria Petúlia corrobora a ideia e considera que “a inflação no preço das matérias-primas acaba por “ter algum impacto” na carteira dos consumidores, embora considere que nesta altura natalícia as famílias “dão-se ao luxo” de ter produtos com mais qualidade na mesa de Natal.

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Construção do Terminal Intermodal de Leiria arranca na segunda-feira

  • Lusa
  • 3 Novembro 2024

A construção do Terminal Intermodal de Leiria (TIL), que substituirá a atual estação rodoviária, arranca na segunda-feira junto ao Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa.

A construção do Terminal Intermodal de Leiria (TIL), que custará mais de dois milhões de euros e substituirá a atual estação rodoviária, arranca na segunda-feira junto ao Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, anunciou a autarquia.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Leiria referiu que “a empreitada tem um investimento estimado em 2.256.356,15 euros e deverá ser executada num prazo previsto de 270 dias (cerca de nove meses)”. “Além do transporte coletivo de passageiros das redes interurbanas e expressos, a nova infraestrutura receberá uma praça de táxis, uma estação da Biclis e ligação ao serviço Mobilis e ao Percurso Polis, permitindo a intermodalidade de meios de transporte, numa zona de fácil acesso a diversos serviços e equipamentos”, explicou.

A nova infraestrutura terá capacidade para 15 autocarros, um edifício para serviços administrativos e sala de espera para passageiros, uma praça coberta, uma zona de descanso exterior e uma bilheteira, o que totaliza 2.918 metros quadrados de área de construção.

Segundo a autarquia, “no centro da área de intervenção estará o edifício, que, com dois pisos, terá uma sala de espera com vista para todos os cais e com uma capacidade para 100 pessoas, um lounge para 20 utilizadores e uma área de encomendas”.

No primeiro andar, os serviços administrativos terão “uma sala de reuniões, quatro gabinetes, uma copa, instalações sanitárias, espaços de apoio e uma receção ao público para atendimento de apoio ao cliente”, acrescentou.

Numa “referência conceptual à silhueta da copa dos pinheiros, às células humanas (enquanto elemento de conexão) e aos diagramas dos transportes públicos”, toda a zona de circulação pedonal estará coberta por três estruturas de alturas diferentes, o que permitirá reduzir “o impacto de ocupação do solo”.

No que respeita à sustentabilidade, a autarquia destacou “a instalação de painéis fotovoltaicos numa das coberturas, com o objetivo de produzir energia suficiente para alimentar a iluminação exterior e interior, assim como a ventilação e a rede elétrica”, de forma a reduzir a pegada ecológica do TIL.

A Câmara de Leiria acrescentou que “o projeto prevê ainda a recolha das águas pluviais para reservatórios, podendo depois ser utilizada para manutenção dos espaços verdes, limpeza ou nas instalações sanitárias”.

A autarquia recordou que a decisão de construir este equipamento foi tomada “na sequência do processo de venda das atuais instalações do terminal rodoviário na Avenida Heróis de Angola”, o que a obrigou “a avançar com uma nova solução para garantir a continuidade da prestação” do serviço. “Pretende-se criar uma central que, ao contrário do que acontece atualmente, ofereça boas condições de estadia de passageiros e de circulação de autocarros”, frisou.

O modelo em que será desenvolvido o TIL “não irá condicionar a realização de eventos como a Feira de Leiria e a atividade no Estádio Municipal, devendo ser complementada com pontos de ancoragem no centro da cidade e junto às escolas”, garantiu.

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Reis de Espanha e Sanchéz suspendem visita depois dos protestos das populações

  • Lusa
  • 3 Novembro 2024

A visita dos reis e do presidente do Governo de Espanha à localidade de Chiva, uma das mais afetadas, foi suspensa depois dos protestos em Paiporta. Estão confirmados 217 mortos.

A visita dos reis e do presidente do Governo de Espanha, bem como do presidente da comunidade Valenciana à localidade de Chiva, uma das mais afetadas pelo mau tempo na última semana, foi suspensa depois dos confrontos em Paiporta. A decisão foi tomada depois das 15h00 locais (14h00 em Lisboa) e após os reis Felipe VI e Letizia terem abandonado a localidade de Paiporta pouco antes, no seguimento dos protestos com que foram recebidas as autoridades, noticia a agência espanhola Efe.

A comitiva onde seguiam foi recebida com apupos e insultos pela população de Paiporta, tendo o monarca sido também atingido com lama. Imagens de televisão mostraram muitas pessoas indignadas a receberem a comitiva com insultos e confrontaram-nos, enquanto o rei e a rainha tentaram mediar com os jovens que os abordaram.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, abandonou a comitiva presidida pelos reis na sua visita à localidade quando foi ativado o protocolo de segurança.

Felipe e Letizia, acompanhados por Pedro Sánchez, pelo presidente da Generalitat, Carlos Mazón, e pela delegada do governo na Comunidade Valenciana, Pilar Bernabé, estiveram pouco antes no posto de comando avançado instalado em Paiporta, uma das localidades mais atingidas pela intempérie, que já fez 217 mortos.

O cortejo foi interrompido e o monarca e Carlos Mazón foram separados dos restantes. Enquanto caminhavam, dezenas de pessoas gritaram insultos e atiraram-lhes objetos e lama. Ouviram-se gritos de “assassinos“, “saiam daqui“, “socorro“, “Mazón demite-te” ou “Pedro Sánchez demite-te“.

Apesar de terem sido atingidos por lama, tanto Felipe VI como Letizia permaneceram na zona durante mais de uma hora, ouvindo queixas dos afetados e consolando quem os abordou. Os habitantes esperavam que o rei e a rainha continuassem a sua visita a Chiva, mas a decisão conjunta das instituições foi de a suspender.

Paiporta, uma cidade de cerca de 25.000 habitantes nos arredores de Valência, foi uma das mais afetadas por uma “depressão isolada em níveis altos“, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.

Estava previsto que a comitiva se deslocaria de seguida a Chiva, outra cidade perto de Valência que foi duramente atingida pela tragédia.

A visita aconteceu numa altura em que a Agência Meteorológica Espanhola (Aemet) emitiu um novo alerta laranja para chuvas fortes na região de Valência, onde poderão cair até 100 litros de água por metro quadrado. Foi igualmente emitido um alerta vermelho – sinónimo de perigo extremo – para a província de Almeria, na Andaluzia (sul), devido ao risco de inundações.

O leste de Espanha, em especial a região de Valência, foi atingido na terça-feira pela intempérie que causou, provavelmente, as maiores inundações da Europa neste século, disse no sábado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que reconheceu haver uma “situação trágica” na região de Valência e anunciou o envio de mais 5.000 militares para o terreno e de mais 5.000 elementos das forças de segurança.

Com este reforço, há já mais de 7.000 militares nas zonas afetadas pelas cheias e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil, no maior dispositivo de forças do Estado jamais mobilizado em Espanha em tempos de paz.

O primeiro-ministro disse que as prioridades neste momento, no terreno, continuam a ser salvar vidas, recuperar e identificar cadáveres e restabelecer os serviços básicos. Os trabalhos das equipas de resgate estão a concentrar-se agora em garagens e parques de estacionamento que ficaram alagados e onde permanecem submersos milhares de carros. Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes.

 

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