Grupo Nors acaba com 17 marcas e reorganiza negócio em cinco áreas

Antiga Auto Sueco substitui as 17 marcas das empresas que detém em sete países. Operações são reorganizadas em cinco segmentos: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

Com negócios que vão dos equipamentos de construção aos veículos pesados (camiões ou autocarros), passando pelas máquinas agrícolas e industriais até ao comércio de automóveis, o grupo Nors decidiu substituir as 17 marcas de todas as empresas que tem espalhadas por sete países em três continentes.

Adotada em 2013 na “dimensão institucional”, a marca Nors assume agora uma vertente comercial e substituirá as marcas Auto Sueco Portugal, Galius, Civiparts, AS Parts, Onedrive, Nors Centro Oeste, Agrofito, Agronew, Auto Maquinaria, Auto Sueco São Paulo, Kinlai, Auto Sueco Angola, Auto Sueco Botswana, Auto Sueco Moçambique, Auto Sueco Namíbia, GreatWest, StrongCo.

Por outro lado, a histórica multinacional sediada no Porto, que no ano passado faturou 1.500 milhões de euros em termos consolidados e viu os lucros baixaram quase 5%, para 110 milhões de euros, ficará agora organizada em cinco segmentos de negócio: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

“A marca Nors personifica o que temos sido há mais de 90 anos e a nossa ainda maior ambição de ser reconhecidos pelo serviço e equipas de qualidade excecional, potenciando o crescimento futuro em todas as geografias em que estamos presentes. Esta marca será mais forte, mais próxima e sustentável, preparada para o futuro e para as transformações globais que a Nors já está a acompanhar”, explica em comunicado o CEO, Tomás Jervell.

Tomás Jervell, CEO do grupo Nors, em entrevista ao ECO - 22SET23
Tomás Jervell, CEO do grupo NorsRicardo Castelo/ECO

Esta nova estratégia e arquitetura de marca foram apresentadas num evento organizado no Porto e transmitido para os cerca de 3.000 colaboradores do grupo fundado há 91 anos e detido pelas famílias Jervell (maioritária) e Jensen. Vai ser agora implementada nas diferentes geografias em que opera. Em 2023, as vendas foram distribuídas por Portugal (21,2%), Brasil (20,2%), EUA (15,3%), Canadá (12,4%), Turquia (9%), Europa Central (8,4%), Espanha (4,9%), Angola (4,2%), México (2,4%) e Botswana, Moçambique e Namíbia (2%).

Em comunicado, o grupo informa que a arquitetura da marca e o desenvolvimento da identidade ficou a cargo da agência Born Portugal, enquanto a estratégia de lançamento e de comunicação da marca, assim como a sua implementação, foi feita em parceria com a Havas, “sendo alvo de campanha online e offline ao longo das próximas semanas”.

Equipamentos de construção valem 64% do negócio

Fundada em 1933 pelo avô de Tomás Jervell, que em 2009 trocou o cargo de administrador financeiro pela liderança máxima do grupo, em substituição do pai, a antiga AutoSueco está atualmente presente em 17 países: Portugal, Espanha, Áustria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria, Croácia, Brasil, Turquia, Angola, Moçambique, Botswana, Namíbia, México, EUA e Canadá.

Em termos de categorias, o negócio que mais pesa no total (63,7%) é o dos equipamentos de construção, que inclui desde retroescavadoras e pás carregadoras a camiões articulados para as minas, em que começou a operar em 1970 em Portugal. Opera diretamente neste segmento no Canadá, Brasil e Angola; e está presente indiretamente noutros 14 países da Europa e da América através da participada Ascendum, uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos para construção e infraestruturas da Volvo.

Segue-se o negócio dos camiões, que estava englobado na Nors Mobility (33,6%), a Nors Aftermarket (2,2%) e a Nors Ventures (0,5%), dedicada a explorar novos negócios em áreas não core. Detém uma participação de 66% na corretora Amplitude Seguros e a totalidade de uma operação industrial ligada aos contentores do lixo enterrados (Sotkon).

Em julho, um incêndio de grandes dimensões deflagrou no complexo da Auto Sueco na zona industrial do Porto, que foi classificado pelo grupo como o “pior incidente” em mais de 90 anos de história e que destruiu parte das instalações das empresas Auto Sueco Portugal, Aftermarket Portugal e Amplitude Seguros.

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Penafiel concessiona a privados estação de transportes que abrirá em 2025

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A Câmara de Penafiel concessionou a uma empresa privada de autocarros a gestão da nova central de transportes situada junto à estação ferroviária de Novelas, que deverá abrir em 2025.

A Câmara de Penafiel concessionou a uma empresa privada de autocarros a gestão da nova central de transportes situada junto à estação ferroviária de Novelas, que deverá abrir em 2025, informou esta segunda-feira aquele município do distrito do Porto. Segundo a autarquia, a concessão alarga-se à gestão da estação de mobilidade localizada no centro da cidade, junto ao Jardim do Calvário.

Destaca a autarquia, em comunicado, que a entrada em funcionamento do novo equipamento “vai melhorar a eficiência da oferta de transportes públicos de passageiros e a intermodalidade no concelho, tornando-se no principal polo de transportes públicos da região”. Aquela estação, já concluída, vai garantir uma ligação rápida ao centro da cidade a partir de um novo acesso, também já concluído mas que ainda não abriu porque falta executar uma rotunda junto ao acesso à Autoestrada 4 (A4).

A autarquia já conta com o visto do Tribunal de Contas para iniciar a construção da rotunda, o que deverá ocorrer nas próximas semanas, foi também revelado esta segunda-feira. Complementarmente, na mesma empreitada, orçada em um milhão de euros, será executada nas imediações uma segunda rotunda, no acesso à zona industrial n.º 2.

Acresce que para a zona onde se encontram a estação ferroviária e a estação de transportes está prevista a construção do novo centro de saúde da cidade, perspetivando uma nova área de expansão da cidade. A autarquia espera que a abertura do novo acesso, a partir da estação, e a entrada em funcionamento das duas rotundas melhore o acesso à cidade, atualmente muito congestionado, a partir da variante à Estrada Nacional 106 (Penafiel-Lousada) e da A4.

“Hoje é um dia histórico. Tudo isto resulta de uma estratégica que delineamos nos últimos anos com o objetivo de criar melhores condições de mobilidade para os nossos concidadãos”, considerou o presidente da câmara, Antonino Sousa.

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Morreu Washington Olivetto, nome maior da publicidade brasileira

Washington Olivetto venceu mais de 50 prémios no Cannes Lions. Ícone da publicidade brasileira, alguns dos seus trabalhos marcaram tanto a sociedade brasileira como a indústria da publicidade.

Washington Olivetto morreu este domingo, aos 73 anos, vítima de complicações pulmonares. Referência e ícone da publicidade brasileira, foi responsável por campanhas icónicas que marcaram a população e sociedade brasileiras. “Bombril”, “Primeiro Sutiã”, ou “Cachorrinho Cofap” são algumas das suas criações mais reconhecidas.

Começou a trabalhar na área da publicidade com apenas 18 anos, em 1969, enquanto estagiário. Três meses depois produziu a sua primeira campanha para a empresa Deca, que conquistou um Leão de Bronze no Cannes Lions, o mais importante festival de criatividade do mundo.

Ao longo da sua carreira, acabou por vencer mais de 50 Leões no Cannes Lions. Entrou no Hall da Fama do FIAP (Festival Ibero-Americano de Publicidade) em 2009 e foi homenageado com o Clio Lifetime Achievement Award em 2014. Um ano depois foi escolhido como o primeiro não anglo-saxónico a entrar para o Creative Hall of Fame do The One Club.

Fundou a agência W/Brasil com outros dois sócios em 1986, uma das agências mais premiadas do mundo (com quase mil prémios) e que contou com filiais em Portugal (W/Portugal), Espanha (Alta Definición & Washington Olivetto) e nos Estados Unidos (W/USA). Em 2010, a W/Brasil fundiu-se com a agência norte-americana McCann Erickson, passando a W/McCann e ficando Washington Olivetto como presidente do conselho de administração da empresa. Olivetto foi também vice-presidente do Corinthians, clube de futebol brasileiro.

Um dos seus trabalhos mais icónicos, onde transformou o cão da raça dachshund num símbolo dos amortecedores Cofap numa campanha lançada em 1989, teve tanto impacto que ainda hoje muitas pessoas no Brasil se referem aos cães da raça dachshund como “cachorro Cofap”. A campanha da Bombril, protagonizada pelo ator Carlos Moreno e que ficou 26 anos no ar, ou “O Primeiro Sutiã“, para a Valisère, foram outros dos seus trabalhos que marcaram tanto a sociedade brasileira como a indústria da publicidade.

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Duas obras de Paula Rego em destaque em Downing Street

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

As duas obras de Paula Rego fazem parte de uma série de estudos para o mural de 10 metros de largura "O Jardim de Crivelli", encomendado para uma parede do restaurante da ala moderna da instituição.

Duas obras da pintora portuguesa Paula Rego foram recentemente penduradas numa das salas da residência oficial do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em Downing Street, Londres, usada para receber líderes internacionais. As duas telas estiveram em pano de fundo nas fotografias dos encontros de Starmer com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na quinta-feira, em Londres.

Propriedade da Coleção de Arte do Governo britânico, as telas “Study for Crivelli’s Garden” e “Study for Crivelli’s Garden (The Visitation)” foram produzidas entre 1990 e 1991, durante uma residência artística de Paula Rego no museu National Gallery. Ambas fazem parte de uma série de estudos para o mural de 10 metros de largura “O Jardim de Crivelli”, encomendado para uma parede do restaurante da ala moderna da instituição.

O mural foi inspirado pelo retábulo “La Madonna della Rondine”, elaborado no século XV por Carlo Crivelli. Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, as duas obras substituíram retratos da rainha Isabel I (1533-1603) e do explorador Sir Walter Raleigh (1552-1618). “A mudança de obras de arte foi planeada há muito tempo, desde antes das eleições, e foi programada para assinalar os 125 anos da Coleção de Arte do Governo”, indicou um porta-voz do primeiro-ministro.

A Coleção de Arte do Governo britânico tem mais de 15 mil obras de arte desde o século XVI até à atualidade, sendo usada para “promover a arte, história e cultura britânica por todo o mundo”. Três outras gravuras de Paula Rego fazem parte da coleção: “Young Predators” encontra-se na residência e escritório da Ministra das Finanças, Rachel Reeves; “Crow [Corvus Corone]”, nas instalações da Autoridade Tributária HMRC; e “The Guardian”, no Consulado-Geral do Reino Unido em Chicago, nos Estados Unidos.

Recentemente, Keir Starmer foi criticado por remover retratos dos antigos primeiros-ministros William Ewart Gladstone (1809-1898) e Margaret Thatcher (1925-2013) do seu escritório. “Uso o escritório para ler em silêncio durante a maior parte das tardes (…). Não tem nada a ver com Margaret Thatcher. Não gosto de imagens e fotografias de pessoas a olhar para mim. Sempre senti isso na minha vida”, explicou, em declarações à BBC.

Nascida em Lisboa, Paula Rego (1935-2022) começou a desenhar ainda em criança e, com 17 anos, a conselho do pai, foi estudar para a Slade School of Fine Arts, em Londres, cidade onde viria a fixar residência e a conhecer o futuro marido, o artista inglês Victor Willing. Em 2010, a artista, que também tinha nacionalidade britânica, foi ordenada Dama Oficial da Ordem do Império Britânico pela Rainha Isabel II.

Paula Rego distinguiu-se pela singularidade da obra, inspirada na literatura e nas experiências pessoais, e marcada, ao longo das décadas, pela defesa dos direitos das mulheres, nomeadamente na série dedicada ao aborto e em outras sobre opressão e repressão feminina.

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Fim da publicidade na RTP ameaça profissionais do audiovisual, diz Associação de Imagem Portuguesa

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A AIP entende que o fim da publicidade na RTP pode trazer "implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa" e possíveis cortes de pessoal incluindo em produtoras independentes.

A Associação de Imagem Portuguesa (AIP) defendeu que o fim da publicidade na RTP pode afetar gravemente o serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento dos profissionais do audiovisual.

A eliminação da publicidade na RTP pode afetar gravemente a sua função como serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento de muitos profissionais ligados ao audiovisual“, apontou, em comunicado, a AIP.

O fim da publicidade na RTP, que será um processo gradual, é uma das 30 medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social que foi apresentado, na semana passada, pelo ministro da tutela, Pedro Duarte, e uma das quatro relativas à empresa. A medida vai ter um impacto na redução de receita anual nos próximos três anos de aproximadamente 6,6 milhões de euros.

Para a associação, o fim da publicidade na estação pública pode trazer “implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa“, bem como para a sustentabilidade do setor.

No que diz respeito ao impacto no serviço público, a AIP destacou que esta decisão vai ter como consequência uma redução dos recursos financeiros, o que, consequentemente, vai diminuir a capacidade de a emissora financiar a produção de conteúdos diversificados, podendo levar a cortes na oferta de programas.

“A RTP é uma emissora pública que serve toda a população, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica. A redução de recursos pode afetar a capacidade de oferecer cobertura nacional e de manter serviços essenciais, como a RTP Açores e a RTP Madeira, que são cruciais para as regiões autónomas“, referiu.

Por outro lado, a associação disse que o investimento em produções nacionais também será reduzido e que vão existir menos oportunidades para novos talentos, como realizadores e argumentistas.

A direção da AIP alertou ainda para possíveis cortes de pessoal, que podem abranger os trabalhadores diretos, freelancers e profissionais que trabalham em produções associadas à emissora, e para o “efeito dominó” da redução da capacidade de financiamento de produções, que leva à perda de postos de trabalho em produtoras independentes, onde se incluem técnicos de cinema, atores, diretores de fotografia, entre outros.

“A RTP é também uma plataforma de formação para profissionais do setor audiovisual. A redução de investimento pode limitar oportunidades de formação e desenvolvimento contínuo, afetando a qualificação e a evolução de mão-de-obra no setor”, acrescentou.

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Dona da Visão quer pagar dívidas de 17 milhões ao Estado em 12 anos

Trust in News já submeteu o plano de recuperação no tribunal. Não prevê perdão na dívida de 32 milhões, mas quer tempo para pagar aos credores. Perspetiva saída de quadros e lucros a partir de 2025.

A Trust in News, proprietária dos títulos Visão ou Exame, entre outros, já submeteu o plano de recuperação no tribunal de Sintra. A proposta não prevê qualquer perdão na dívida que ascende a mais de 32 milhões de euros, mas pede-se mais de uma década para pagar ao seu maior credor, o Estado.

Em concreto, a empresa de media liderada por Luís Delgado – que em 2018 comprou o negócio das revistas ao grupo Impresa por mais de dez milhões — deve 8,98 milhões de euros à Segurança Social e 8,13 milhões à Autoridade Tributária, dívidas que quer pagar em 150 prestações mensais, ou seja, ao longo dos próximos 12 anos e meio, de acordo com o plano que o ECO consultou no portal Citius e que será votado pelos credores daqui a perto de um mês.

Em relação ao Novobanco e BCP, cujas dívidas ascendem a 4,3 milhões de euros, e outros credores, onde se inclui a própria Impresa (cerca de 4,1 milhões), a Trust in News pretende um prazo de pagamento de 15 anos (180 prestações mensais).

Para os trabalhadores, prevê pagar os salários e subsídios em atraso de quase meio milhão de euros em 12 meses.

Mais de dez milhões de euros em património com potencial para alienar

A Trust in News indica que tem registado no seu balanço património avaliado em 10,7 milhões de euros e que pode ser alienado para ajudar a abater as dívidas que acumulou nos últimos anos.

Estes ativos correspondem essencialmente às marcas das revistas e publicações de que é proprietária, incluindo a Visão, Exame, Exame Informática, TV Mais e Jornal de Letras, entre outros, títulos que faziam parte do grupo Impresa (dona da SIC e Expresso) até 2018.

Das marcas e títulos listados (mais de meia centena), “algumas encontram-se oneradas a favor da Autoridade Tributária e Aduaneira, Segurança Social e Novo Banco, ficando já definido neste presente plano que as mesmas poderão ser objeto de venda, ficando os interesses dos credores garantidos satisfeitos com o produto da mesma”, de acordo com a proposta.

Para a Trust in News, a venda das marcas visa ainda outro aspeto do seu plano: “a redução da sua estrutura de pessoal”.

Conta atualmente com 155 trabalhadores (eram 183 há um ano), mas “continuará a ser reestruturado nos próximos semestres”, prevendo-se uma redução de cerca de um milhão de euros com gastos com pessoal.

“O montante relativo a compensações por cessão de contratos de trabalho será financiado através de capitais a injetar na sociedade pela estrutura societária da Trust in News”, revela o documento. A empresa é detida a 100% por Luís Delgado.

Prejuízos de 1,4 milhões este ano, lucros a partir de 2025

A Trust in News avança para o PER perante a impossibilidade de “liquidar a curto prazo as suas responsabilidades” e porque é a melhor alternativa para os credores reverem os seus créditos.

“É benéfica não só para a empresa, mas também para todos os seus credores, na medida em que permitirá que todos os créditos sejam satisfeitos, contrariamente ao que aconteceria numa situação de liquidação”, justifica.

Este ano deverá terminar com prejuízos de 1,4 milhões de euros, mas prevê lucros a partir do próximo ano: 800 mil euros em 2025 e mais de um milhão em 2026, mantendo resultados positivos na década seguinte.

Para tal espera um crescimento das vendas de 2% em 2024 e em 2025, e um crescimento anual de 1% entre 2025 e 2036.

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À conta do caso BES, Tribunal cria salas de imprensa e regras para jornalistas cumprirem nos casos mediáticos

A sala escolhida para o caso BES vai receber, na primeira sessão de julgamento, na terça-feira, 67 advogados e assistentes, 16 arguidos (incluindo Ricardo Salgado) e ainda, no mínimo, 32 jornalistas.

A sala do julgamento do caso BES vai receber, na terça-feira, 67 advogados e assistentes, 16 arguidos (incluindo Ricardo Salgado) e ainda, no mínimo, 32 jornalistas. Para isso, o Campus de Justiça terá duas novas salas de impressa “preparadas para o início do julgamento do processo BES” e futuros julgamentos mediáticos.

Mais, para este julgamento e os futuros julgamentos mediáticos, o tribunal judicial da comarca de Lisboa criou o que chamou de “Regulamento de Acesso e Utilização das salas de imprensa do Campus de Justiça”, de nove páginas, em que definem regras para a presença de jornalistas que”deverá ser assegurada em espaços próprios com condições de segurança e conforto para os membros da comunicação social no exercício das suas funções profissionais, sem escamotear a necessidade de manter a necessária separação de tais espaços em relação aos destinados aos serviços”.

Assim, criou-se nos edifícios A e B do Campus de Justiça salas reservadas à comunicação social, “com espaços que integram áreas de trabalho, áreas de espera e áreas para acolher os equipamentos de maior dimensão, garantindo que os utilizadores têm as condições necessárias à sua atividade”, diz o mesmo regulamento.

Justiça. Campus de Justiça. Advocatus GenérioHugo Amaral/ECO

“Com a criação destas salas, o Conselho procurou ainda dar resposta aos problemas que foram comunicados pelos jornalistas em processos mediáticos anteriores”, refere o CSM em comunicado, em setembro. Estas salas foram equipadas com “os recursos técnicos indispensáveis, tal como foram sugeridos ao CSM pelos jornalistas que têm marcado presença nos encontros informais promovidos regularmente pelo Conselho”.

Para este julgamento que agora começa, também a sala de julgamento está a ser equipada com “toda a tecnologia considerada necessária” para este que é considerado o maior processo da justiça portuguesa. Para o planeamento destas necessidades, o coletivo contou com o apoio da estrutura ALTEC – Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade.

O julgamento será transmitido em direto para duas salas de imprensa nos edifícios A e B do Campus de Justiça e estão a ser avaliados outros espaços para permitir o acompanhamento à distância por mais assistentes e público em geral.

Para o julgamento, presidido pela juíza Helena Susano, foi afeto, em exclusivo, um escrivão auxiliar, que será secundado, quando tal se revele necessário, por uma escrivã auxiliar e pelos demais oficiais de justiça em exercício de funções na unidade de processos em causa. Os sistemas de som, registo de prova e comunicações à distância têm vindo a ser testados, tendo sido disponibilizados equipamentos informáticos e tecnológicos, incluindo computadores e ecrãs para visualização de documentos. O sistema de videoconferência está em fase de finalização.

campus de justiça

 

Algumas regras de uso das salas de imprensa

  • O direito de acesso inclui o direito de circulação pelo edifício, desde a entrada até à sala de imprensa e da sala de imprensa até à saída;
  • Não é permitido o acesso nem a circulação dos jornalistas e demais membros da comunicação social nas áreas do edifício vedadas ao público;
  • Os serviços de segurança têm direito de acesso às salas de imprensa pelo tempo estritamente necessário para assegurar a segurança dos utilizadores da sala e/ou de terceiros, bem como dos seus pertences, e, ainda, por razões ponderosas de ordem ou de segurança públicas;
  • A sala de imprensa do edifício A tem a lotação de 12 (doze) lugares, utilizados, preferencialmente, por 8 (oito) jornalistas de órgão de comunicação credenciado e por 4 (quatro) repórteres de imagem, fotojornalistas, técnicos de imagem e de som de órgão de comunicação credenciado;
  • A sala de imprensa do edifício B tem a lotação de 20 (vinte) lugares, utilizados, preferencialmente, por 14 (catorze) jornalistas de órgão de comunicação credenciado e por 6 (seis) repórteres de imagem, fotojornalistas, técnicos de imagem e de som de órgão de comunicação credenciado;
  • O acesso às salas de imprensa do Campus de Justiça é limitado ao número de lugares existente e é feito por ordem de chegada, mediante a exibição da credencial atribuída ao órgão de comunicação social bem como do título profissional ou de
    documento equivalente.

Começa o mega julgamento, dez anos depois da queda do BES

O julgamento do processo principal do BES inicia-se na terça-feira e ninguém arrisca prever quando termina, pois envolve 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes. Este megaprocesso, que já vai nos 215 volumes após uma acusação com mais de quatro mil páginas, começa a ser julgado mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014.

O caso tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

O ex-banqueiro, que estava inicialmente acusado de um total de 65 crimes, vai agora ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade. O levantamento dos crimes em risco de prescrição recentemente realizado pelo MP indica ainda que Ricardo Salgado pode ver cair, em finais de novembro próximo, mais um crime de falsificação e outros dois crimes no final de dezembro.

Em janeiro de 2025 prescrevem mais três crimes de falsificação de documento, no final de fevereiro cai um de infidelidade e até 28 de março tombam outros três de infidelidade.

Volvida mais de uma década sobre a derrocada do BES/GES e o início da investigação, há mais crimes em risco de prescrever até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente dos arguidos Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno Escudeiro.

Apontado como um dos maiores processos judiciais da história da justiça portuguesa, este caso, investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, juntou no processo principal 242 inquéritos, (que foram sendo apensados) e reuniu queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

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Stellantis de Mangualde diz que “não está previsto” encerramento da fábrica

“Não está previsto nenhum encerramento” da fábrica portuguesa da Stellantis, afirma fonte oficial, após as palavras de Carlos Tavares. O foco está nos elétricos, em produção desde o início do mês.

Fábrica da Stellantis em Portugal, anterior PSA Mangualde, está há mais de 60 anos nesta localidadeStellantis

A Stellantis Mangualde não tem o encerramento no horizonte, assegurou ao ECO/Local Online fonte oficial da fábrica do grupo que juntou as marcas dos grupo Fiat/Chrysler e Peugeot/Citroën.

“Não está previsto nenhum encerramento, pois a fábrica Stellantis de Mangualde produz viaturas comerciais ligeiras que são neste momento líderes de mercado europeu e também especificamente líderes no mercado português”, afirmou fonte da fábrica do distrito de Viseu.

A garantia surge no mesmo dia em que, como o ECO noticiou, o presidente da Stellantis, Carlos Tavares, disse, numa entrevista ao jornal francês Les Echos, citada pela AFP, que “nada deve ser excluído” perante a ofensiva dos construtores de automóveis chineses na frente elétrica. “Se os chineses conquistarem 10% da quota de mercado na Europa no final da sua ofensiva, isso significa que produzirão 1,5 milhões de automóveis. Isto representa sete fábricas de montagem. Os fabricantes europeus terão então de fechá-las ou transferi-las para os chineses”.

Em Mangualde, não se coloca a hipótese de encerramento. À liderança do mercado europeu referida ao ECO/Local Online pela Stellantis Mangualde, soma-se o facto de que “esta unidade de produção é uma das fábricas mais competitivas do grupo Stellantis e realizou recentemente importantes transformações para receber os veículos elétricos, que está a produzir em série desde o início deste mês”.

Esta unidade de produção é uma das fábricas mais competitivas do grupo Stellantis e realizou recentemente importantes transformações para receber os veículos elétricos, que está a produzir em série desde o início deste mês.

Fonte oficial

Stellantis Mangualde

A histórica fábrica sexagenária, que já montou carros como o Citroën 2 CV e mais tarde chegou a ser um satélite da fábrica de Vigo da PSA – Peugeot/Citroën, foi destacada em julho pelo presidente da companhia como “muito flexível”. Durante o evento de lançamento das versões 100% elétricas dos furgões da Citroën, Fiat, Opel e Peugeot ali produzidas, Carlos Tavares enalteceu a “fábrica que está muito flexível para ser capaz de absorver as variações de encomendas que são o resultado das políticas europeias em matéria de subsídios à compra de veículos elétricos”.

Para este ano é esperado novo recorde de produção nestes mais de 60 anos de operação, com um crescimento na ordem dos 5% face ao recorde do ano passado, para 87 mil veículos. Este número torna a Stellantis Mangualde a segunda fábrica mais importante em Portugal, apenas superada pela Autoeuropa.

Referindo-se aos 30 milhões de euros investidos para produção de veículos elétricos, o presidente da Stellantis — que já se sabe ter a saída do cargo agendada para 2026 – justificou a decisão de entregar à fábrica beirã a produção dos furgões elétricos com o “grande potencial em qualidade, uma boa competitividade de custos, que neste momento até é melhor do que a de Vigo. Portanto, não há razão para não dar à fábrica de Mangualde o fabrico dos veículos que representam o futuro”.

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Da função pública à habitação. Conheça o plano de reformas que o Governo promete a Bruxelas até 2028

Entre os compromissos assumidos junto de Bruxelas está uma reforma fiscal no campo do IRC e do IRS, o reforço das Forças Armadas, mas sobretudo o desafio de melhorar a eficiência do Estado.

O Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo para 2025-2028 que o Governo enviou para Bruxelas na sexta-feira assenta em excedentes orçamentais ao longo da legislatura e num crescimento económico abaixo de 2% a partir de 2027.

Na sua orientação estão também vários planos de reformas que o Governo pretende promover ao longo dos próximos quatro anos, com particular foco na redução da carga fiscal sobre empresas e famílias.

Uma das medidas mais significativas referidas neste plano é a redução gradual do IRC, com uma diminuição de 2 pontos percentuais por ano a partir de 2025. O objetivo é aliviar a carga fiscal sobre as empresas, promovendo o investimento e a criação de emprego. O primeiro passo será, caso o Orçamento de Estado para 2025 seja aprovado, baixar já no próximo ano a taxa geral de IRC em um ponto percentual, dos atuais 21% para 20%.

“A redução da taxa do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas permitirá aliviar a carga fiscal sobre as empresas e, por sua vez, contribuir para a criação de emprego e melhores condições salariais”, antecipa o Governo, notando ainda que “esta medida irá impulsionar o crescimento interno das empresas e tornar o mercado nacional mais atrativo para os investidores estrangeiros.”

Paralelamente, pretende simplificar e tornar mais atrativo o regime fiscal associado a operações de reestruturação e fusão de empresas. Segundo o documento, esta medida visa “tornar mais atrativas do ponto de vista fiscal as operações de fusão de empresas por aquisição de participações sociais e promover a redução dos encargos associados a estas operações para estimular a realização de operações de concentração e promover o ganho de escala das empresas nacionais.”

No que diz respeito às famílias, o plano destaca a adoção do IRS Jovem com o intuito de “aumentar o rendimento líquido dos jovens, incentivando os jovens cidadãos qualificados a permanecer em Portugal”. Segundo o Governo, esta medida procura combater a emigração de jovens qualificados, um problema que tem afetado o país nos últimos anos.

Inovação e competitividade

O plano orçamental estrutural de médio prazo entregue em Bruxelas prevê a criação de uma linha de coinvestimento para startups e capital de risco, visando “atenuar os problemas do crescimento económico e das exportações e promover o desenvolvimento da indústria de capital de risco em escala e profundidade, colmatando as falhas do mercado”. Esta medida será financiada através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030.

Está também prevista a elaboração de uma estratégia “Digital Nacional”, que visa posicionar Portugal como uma referência internacional em inovação, competitividade e sustentabilidade no contexto digital.

Como revela o plano orçamental, esta estratégia “visa posicionar o país como uma referência internacional em matéria de inovação, competitividade e sustentabilidade no contexto digital, assegurando que todas as partes interessadas, desde o setor público ao setor privado e à sociedade civil, são envolvidas na sua conceção e implementação”.

Administração pública e justiça

Sob o desafio de melhorar a eficiência do Estado, o Governo comprometeu-se com Bruxelas a implementar o Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) e a orçamentação por programas.

Estas medidas visam “facilitar a harmonização e a modernização da contabilidade pública” e contribuir para “uma gestão orçamental mais eficaz e orientada para os resultados”.

Isso passará, por exemplo, pela obrigatoriedade de as empresas relevantes reportarem as obrigações de serviço público e as compensações recebidas do Estado, incluindo informação de natureza não financeira, como dados ambientais, sociais e de governação.

“A reforma do Estado, promovida através da reorganização, modernização e digitalização, é essencial para criar uma administração pública mais ágil e próxima dos cidadãos, promovendo uma maior transparência e confiança nas instituições”, destaca o Governo no plano.

Na área da justiça, destacam-se as propostas de medidas urgentes para a jurisdição administrativa e fiscal, bem como a reforma dos regimes de insolvência e recuperação empresarial, ambas medidas que serão apoiadas financeiramente pelo PPR.

Neste último caso, o Governo destaca que será promovida uma reforma dos regimes de insolvência e de recuperação de empresas, “com o objetivo de acelerar o processamento e a decisão judicial neste domínio e anular ou atenuar os obstáculos à recuperação de créditos, melhorando assim as condições da atividade económica e o ambiente empresarial e de negócios.”

Transição energética e sustentabilidade

O “plano reformista” do Governo dá também ênfase à transição energética e à sustentabilidade ambiental, apontando para a prevista a operacionalização da Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energia Renovável (EMER 2030).

Este pacote faz parte de “um conjunto mais vasto de reformas, alinhadas com a iniciativa REPowerEU e integradas no PRR, que apoiarão a execução de projetos de energias renováveis de uma forma mais transparente, ágil e simplificada”, salienta o Governo no documento.

O Executivo de Luís Montenegro comprometeu-se também lançar procedimentos de concurso para leilões de produção de energia eólica offshore, com o objetivo de “instalar 2 gigawatts até 2030 para reforçar a estabilidade do sistema elétrico e atrair a cadeia de valor das tecnologias offshore”.

Está ainda prevista a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), que “estabelece uma quota de 51% de energias renováveis no consumo final bruto de energia em 2030” e “define a redução das emissões de gases com efeito de estufa para 55% em relação aos níveis de 2005 até 2030.”

No plano da sustentabilidade, o plano do Governo para os próximos quatro anos aponta para a necessidade de se desenvolverem instrumentos financeiros que incentivem mais investimentos e melhorem a utilização dos fundos existentes nos setores da agricultura, da silvicultura e das pescas.

Para esse efeito, comprometeu-se com a disponibilização de “linhas de crédito com juros bonificados/taxas de juro de 0%” para estes setores, além de serem “introduzidos períodos de amortização mais alargados e a dispensa de garantias”, lê-se no documento.

Mobilidade, infraestruturas e habitação

O plano prevê a execução do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030), que inclui “a renovação da frota de material circulante, o aumento da capacidade nas áreas metropolitanas, a eletrificação e a reabilitação de troços ferroviários.”

Está também previsto o início da construção de infraestruturas de transporte, incluindo a linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa. O primeiro troço desta linha (Porto-Oiã) já foi alvo de concurso e de respetiva adjudicação.

Na área da habitação, o Governo propõe-se a implementar as medidas que fazem parte do programa “Construir Portugal”.

O plano orçamental entregue à Comissão Europeia refere “a importância de fornecer apoio público e estímulos transitórios para resolver o problema mais premente da falta de habitação e da falta de acessibilidades”, mas sem avançar com mais nenhuma medida nova face ao que já se conhece.

Educação, cultura e defesa

Na educação, está prevista uma revisão abrangente do regime de carreira e avaliação dos professores do ensino básico e secundário, com o intuito de “tornar a profissão mais atrativa e aumentar a retenção de recursos humanos”.

O plano prevê também a implementação do Plano A+A “Aprender Mais Agora“, que foi recentemente apresentado, e que tem como intuito “recuperar a aprendizagem e promover o sucesso escolar dos alunos.”

Na área da cultura, o Governo propõe-se a rever os modelos de gestão e a legislação para “assegurar o funcionamento das instituições e dos diferentes órgãos do património”. O objetivo é modernizar e adaptar a legislação e os modelos de gestão do património cultural, estabelecendo uma rede territorial para a gestão do património.

No quadro da defesa e da segurança, o plano aponta ainda para o reforço do investimento nas Forças Armadas, que será garantido, por exemplo, através “do investimento em capacidades de ciberdefesa, reequipamento, materiais e modernização de instalações militares.”

Neste contexto, o Governo compromete-se a promover uma “reavaliação dos procedimentos de contratação pública específica nas áreas da Defesa, incrementando a construção de capacidades através de investimentos estruturantes traduzidos na Lei de Programação Militar.”

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Montenegro garante que “não está a fazer birra fiscal ou orçamental” no IRS Jovem e IRC

Primeiro-ministro refere que propostas do IRS Jovem e IRC "marcam uma diferença" face ao PS, mas admite que "terá de fazer uma aproximação aos outros partidos para conseguir executar o plano".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu esta segunda-feira que o Governo “não [está] a fazer uma birra fiscal ou orçamental” nas propostas do IRS Jovem e do IRC, inscritas no Orçamento do Estado para 2025 apresentado na semana passada e que estiveram nas últimas semanas no centro das negociações com o Partido Socialista.

“Quando falamos que queremos ter um país onde se pague menos impostos sobre o rendimento do trabalho, e em particular sobre o rendimento do trabalho dos jovens, quando falamos que é preciso ter um país onde se tribute menos o rendimento das empresas para que elas possam pagar melhor salários e ter mais meios para alavancar investimentos e para recorrer a outras fontes de financiamento porque não têm capitais próprios, quando falamos disso não estamos a fazer nenhuma birra fiscal ou orçamental. Estamos mesmo a marcar uma diferença”, disse Montenegro.

Ainda assim, durante uma intervenção na inauguração de uma unidade de transformação de pescado em Peniche, o primeiro-ministro destacou que “sabe que não tem uma maioria absoluta no Parlamento” e que, por causa disso, o Executivo terá de fazer uma “aproximação aos outros partidos para conseguir executar este plano”.

Na mesma ocasião, Luís Montenegro salientou que “para haver atividade económica é preciso que se dê uma boa retribuição pelo esforço de trabalho de cada um e que se retribua a capacidade empreendedora das empresas”. E deixou um apelo às empresas para não deixarem escapar o talento: “Portugal não pode contemplar a perda de capital humano para o estrangeiro”.

Polémica com Chega “não interessa a ninguém a não ser” a Ventura

Já esta manhã, falando na inauguração do Pavilhão Multiusos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche, o primeiro-ministro defendeu que “as questões menores” que têm sido levantadas nos últimos dias por outros dirigentes políticos só vão prejudicar e descredibilizar quem as tem suscitado.

Sem mencionar nomes, Luís Montenegro aproveitou este discurso para deixar um recado implícito e dirigido, pelo menos, ao presidente do Chega, André Ventura. “Tantos tentam distrair a opinião pública e publicada com questões menores, que não interessam a ninguém a não ser aos próprios e, mesmo assim, o tempo dirá que é no seu próprio prejuízo e na sua própria descredibilização”, criticou.

Nestes dias, acrescentou, em que “enquanto uns se distraem com aquilo que é completamento lateral e menor, o Governo mantém-se firme e empenhado em resolver os problemas das pessoas”. “É o que vai fazer nos próximos dias, nas próximas semanas e, como o senhor presidente da Câmara antecipou, nos próximos anos”, disse.

Na passada quinta-feira, em entrevista à TVI, o líder do Chega, André Ventura, alegou ter tido várias reuniões com o primeiro-ministro que não foram divulgadas à comunicação social com vista a um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2025, que incluía a possibilidade de o partido vir integrar o Governo, num “contexto político diferente”.

Nesse dia, o primeiro-ministro assegurou, através da rede social X, que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir. “Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira. É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, disse, sem voltar ao tema sempre que foi questionado em público. Nos últimos dias, a acusação voltaria a ser repetida por André Ventura.

No sábado, num comício em Vila Nova de Famalicão (Braga), o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que a direita em Portugal “não é de confiança”, classificando como “uma vergonha” que os líderes do PSD e do Chega se acusem mutuamente de mentir. “Não sabemos quem mente, não vamos dirimir essa disputa. Mas para dizer ‘André, nós não confiámos em vocês e, portanto, não vamos negociar convosco’, bastava uma reunião”, disse Pedro Nuno Santos.

Para o líder socialista, esta é uma questão que precisa de ser clarificada, para os portugueses ficarem com a certeza de que “a palavra do primeiro-ministro é para levar a sério”.

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Ministra da Saúde disponível para diálogo mas alerta que há linhas intransponíveis

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A ministra da Saúde assegurou que o Governo está disponível para "ouvir, para construir e para negociar" tudo o que "for para beneficiar os cidadãos".

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reiterou esta segunda-feira que manterá o diálogo com os sindicatos do setor, mas alertou que há “linhas vermelhas que são intransponíveis” para se poder chegar a um consenso.

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) anunciou no sábado que irá “endurecer a luta” contra as políticas do Governo para a saúde e que irá reunir-se com os sindicatos das restantes classes profissionais do setor para definir um plano com esse objetivo.

Questionada sobre esta posição da Fnam à margem de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa, a ministra disse respeitar “todas as formas de luta”.

“Estamos numa democracia mas não comentamos aquilo que é matéria dos sindicatos e das suas formas de luta. O que nos interessa (…) é que manteremos o diálogo sempre com os profissionais de saúde que queiram dialogar com o Governo e que queiram manter-se sentados na mesa de negociações, não colocando linhas vermelhas que são intransponíveis, porque a negociação é isso mesmo, é não colocarmos uns aos outros obstáculos tais que não consigamos chegar a um consenso”, salientou a governante.

Ana Paula Martins assegurou que o Governo está disponível para “ouvir, para construir e para negociar” tudo o que “for para beneficiar os cidadãos”, frisando que esse é o seu foco.

“Cada um assume as suas responsabilidades. O Governo e o Ministério da Saúde assumem a responsabilidade de negociar para ter um acordo”, sublinhou.

Neste momento, a negociação é com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), “o único sindicato” que “quis continuar sentado à mesa com este Governo para encontrar nos próximos dois meses, até ao final do ano, no máximo, melhores condições, concretamente para os médicos no Serviço Nacional de Saúde, quem tanto precisamos”.

A ministra recordou o acordo alcançado com a plataforma que inclui cinco sindicatos – Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Sindicato Independente Profissionais Enfermagem e Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal – que prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, que começará a ser pago em novembro deste ano.

“Faremos também com certeza que os farmacêuticos e que os outros técnicos, porque a saúde é uma equipa multidisciplinar e nós precisamos todos”, declarou.

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Pagamento a agricultores afetados pelos incêndios já começou e pode atingir 8 mil pessoas

  • ECO
  • 14 Outubro 2024

Ministro adjunto e da Coesão Territorial diz que, agora que o processo iniciou, o pagamento de prejuízos até 6.000 euros vai fazer-se todos os dias. Os beneficiários são entre 5 mil e 8 mil, disse.

Os agricultores vítimas dos graves incêndios de meados de setembro no Centro e Norte do país já começaram a receber as indemnizações compensatórias pagas pelo Governo.

Manuel Castro Almeida, ministro adjunto e da Coesão Territorial, em declarações aos jornalistas nesta segunda-feira, afirmou que o processo está a decorrer e “a partir de agora, todos os dias haverá pagamentos”.

O processo é relativamente simples: “Alguém da câmara municipal e da CCDR vai ao local, confirma os prejuízos que o agricultor diz que teve, mesmo sem documentos, e havendo uma confirmação, com testemunhos da parte de vizinhos, ou do presidente da junta, e com confirmação do presidente da câmara, é pago o apoio”.

O número de agricultores nesta situação de perdas até 6.000 euros, não comprováveis com documentos, é estimado em 5 mil a 8 mil pessoas, afirmou Castro Almeida. Sem documentos de suporte “nós só pagamos até 6.000 euros. Se tiverem documentos comprovativos de despesas maiores, podemos pagar mais que isso”, disse o governante.

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