Levar medicamentos por drone a zonas remotas? Spin-off da FEUP garante 686 mil euros

Investidor do Dubai apostou na solução do investigador nepalês de centro de investigação da FEUP. Spin-off foi criado em janeiro.

A Storming Universe, um spin-off da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), garantiu um investimento de 750 mil dólares (cerca de 686 mil euros) para desenvolver drones de baixo custo com capacidade de fazer entrega de medicamentos em zonas remotas de difícil acesso.

“Estes drones não só entregarão bens essenciais como medicamentos e sangue, mas também transportarão produtos locais das montanhas. Isto significa que não estamos apenas a salvar vidas, mas também a impulsionar o crescimento económico de áreas remotas, oferecendo uma oportunidade real de desenvolvimento global. O drone que estamos a desenvolver pode transportar até 500 kg com um alcance de 2.500 km“, diz Anuj Regmi, CEO da Storming Universe, citado em comunicado.

“Para dar um exemplo, poderíamos ligar Madrid aos Açores em apenas cinco horas. Atualmente, o transporte expresso de mercadorias depende de aviões com uma determinada capacidade para ser rentável, mas identificámos que os aviões de carga mais pequenos são o futuro da ligação entre cidades. Acreditamos que vamos atingir este objetivo até ao final de 2027”, diz ainda o investigador nepalês, em Portugal desde 2019, e atualmente ligado ao SYSTEC, um dos centros de investigação da FEUP.

A empresa, em parceria com a FEUP, a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Katmandu, já realizou em agosto um piloto com um teste de entrega por drone no distrito de Sindhuli, província de Bagmati, no Nepal. “Este teste de campo, destinado a provar a fiabilidade da tecnologia para além do laboratório, centrou-se na avaliação da eletrónica, do controlo e da conceção mecânica”, explica a FEUP em comunicado.

A Turkish Airlines patrocinou o transporte do drone para o Nepal, tendo o teste aberto possibilidades de investimento, com a empresa a garantir 750 mil dólares, cerca de 686 mil euros. “Desde a criação da empresa, no final de janeiro de 2024, foram necessários apenas nove meses para garantir um investimento de 750 mil dólares”, destaca Pedro Coelho, coordenador da Unidade INOV da FEUP, citado em comunicado.

“O investimento foi feito, na totalidade, por uma empresa do Dubai, cujo investidor pediu para ser mantido em segredo nesta fase do desenvolvimento da tecnologia”, refere fonte oficial quando questionada pelo ECO.

Num futuro próximo, a Storming Universe planeia entregar medicamentos em áreas remotas do Nepal a altitudes superiores a 5.000 metros. “Relativamente à entrada no mercado, em 2027 será lançado no mercado o modelo de 500 kg, mas até ao final de 2025, serão lançados outros modelos intermédios”, refere fonte oficial.

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Governo esclarece que não vai descongelar as rendas antigas

  • Lusa
  • 11 Outubro 2024

O Governo esclareceu que não vai descongelar as rendas antigas, dos contratos anteriores a 1990, e que não pretende alterar o regime em vigor.

O Governo esclareceu esta sexta-feira, em declarações à Lusa, que não vai descongelar as rendas antigas, dos contratos anteriores a 1990, e que não pretende alterar o regime em vigor.

Em declarações escritas à Lusa, a secretária de Estado da Habitação diz que o que está previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), entregue na quinta-feira na Assembleia da República, “é garantir um tratamento justo tanto para inquilinos como para senhorios”.

Segundo Patrícia Gonçalves Costa, essa garantia faz-se “assegurando a eficácia do mecanismo de compensação aos senhorios”.

O Governo acrescenta ainda que pretende “garantir um tratamento justo para ambas as partes — inquilinos e senhorios -, criando condições para que os imóveis se mantenham em bom estado e proporcionem melhor qualidade de vida aos inquilinos”.

No relatório do OE2025, o Governo assume a intenção de fazer propostas de “ajustamento” à legislação relativa ao arrendamento, nomeadamente para “corrigir as distorções criadas nos últimos anos”.

Em concreto, compromete-se a tomar “as medidas necessárias para a conclusão dos processos de transição dos contratos de arrendamento habitacional anteriores a 1990, de modo a repor a justiça”.

Os contratos de arrendamento em causa estão congelados há mais de uma década, tendo o anterior governo socialista decidido suspender a sua transição para o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), a lei que regula o setor do arrendamento e que entrou em vigor em 2012.

Atualmente, essa transição está suspensa desde que os arrendatários cumpram um de três requisitos: terem 65 ou mais anos; terem comprovada incapacidade igual ou superior a 60%; ou terem um rendimento anual bruto corrigido inferior a cinco vezes a retribuição mínima nacional (820 euros), o que em 2024 corresponde a um total de 57.400 euros.

Vários órgãos de informação e as associações de proprietários leram no relatório da proposta do OE2025 a intenção de se descongelar das rendas antigas, o que obrigou o Governo a clarificar que isso não acontecerá.

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Comissão Europeia investiga Temu por venda de produtos ilegais

Foi a segunda vez nos últimos meses que a Comissão Europeia pede informação à plataforma chinesa, para combater a presença de comerciantes que vendem produtos ilegais na sua plataforma.

A Comissão Europeia enviou esta sexta-feira um pedido formal de informações à plataforma de comércio eletrónico Temu, ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais, sobre as medidas tomadas para combater a presença de comerciantes que vendem produtos ilegais na sua plataforma de marketplace.

O pedido da Comissão Europeia exige que a plataforma chinesa detida por Pinduoduo forneça até 21 de outubro dados detalhados e documentos internos sobre:

  • Medidas de mitigação contra a presença e reaparecimento de vendedores de produtos ilegais,
  • Ações para reduzir riscos relacionados com proteção do consumidor, saúde pública e bem-estar dos utilizadores,
  • Detalhes sobre os sistemas de recomendação de produtos utilizados na plataforma,
  • Medidas para proteger os dados pessoais dos utilizadores.

“Com base na avaliação das informações fornecidas, a Comissão decidirá os próximos passos”, refere a entidade liderada por Ursula von der Leyen, sublinhando que isso poderá traduzir-se “na abertura formal de um processo ao abrigo do artigo 66 da Lei dos Serviços Digitais”, que estabelece um mecanismo de cooperação e investigação entre a Comissão Europeia e as autoridades nacionais para lidar com possíveis infrações por parte de grandes plataformas online e motores de busca.

A Temu foi designada como uma Very Large Online Platform (VLOP) a 31 de maio deste ano, ficando sujeita a regras mais rigorosas da Lei dos Serviços Digitais desde o início deste mês. “Embora a Temu tivesse de cumprir as regras gerais da Lei dos Serviços Digitais desde fevereiro de 2024, também tinha de cumprir as regras mais rigorosas aplicáveis aos VLOP e de preparar um relatório de avaliação de risco a partir de 3 de outubro de 2024”, esclarece a Comissão Europeia em comunicado.

Este é o segundo pedido de informações enviado à Temu pela Comissão Europeia nos últimos meses, demonstrando um escrutínio crescente sobre as práticas da empresa.

Em caso de não cumprimento ou fornecimento de informações incorretas ou incompletas, a Temu poderá enfrentar multas ou sanções periódicas, segundo as disposições da Lei dos Serviços Digitais.

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Fábricas da têxtil-lar Be Stitch em leilão por 1,7 milhões em Guimarães

Fabricante de têxteis-lar Be Stitch, detida por Rui Machado, chegou a empregar 250 trabalhadores e era uma das estrelas do setor. Duas unidades de produção em Guimarães leiloadas a 25 de outubro.

Fundada em 2003 como uma pequena confeção destinada ao têxtil-lar, com menos de dez funcionários, a Be Stitch era presença habitual nas feiras internacionais do setor, chegou a integrar a lista das empresas com melhor ritmo de crescimento no final da década passada e ainda há dois anos, quando comprou a Bordalima, outra têxtil de Guimarães, empregava cerca de 250 trabalhadores.

Depois de no verão de 2023 ter avançado com o despedimento coletivo de 60 trabalhadores, a fabricante e comercializadora de têxteis-lar, que era liderada por Rui Machado, dono do Pevidém Sport Clube, entrou em processo de insolvência. Duas unidades de produção de tinturaria e acabamentos, e de tecelagem e confeção, assim como vários veículos ligeiros e pesados vão agora a leilão com uma avaliação global dos ativos de 1,737 milhões de euros.

Organizado pela Leilosoc, o leilão presencial da insolvente Be Stitch está agendado para 25 de outubro, às 14h30, no Hotel de Guimarães.

O primeiro lote é composto por uma unidade de produção afeta à área de tinturaria e acabamentos, localizada na freguesia de Lordelo, avaliada em 746.365 euros. Está atualmente em laboração e possui um contrato de arrendamento com prazo de cinco anos, iniciado em junho de 2016 e com renovações automáticas por períodos de um ano, pelo valor mensal de 4 mil euros.

“O lote 1 é vendido sob a forma de lote único e inclui máquinas e equipamentos de apoio à indústria têxtil, outros equipamentos industriais, equipamentos de escritório, carregadores de veículos elétricos e mais de 2.230 painéis solares – que correspondem a 21% das necessidades energéticas da Be Stitch”, informa a leiloeira.

Já a segunda fábrica, em Gondar, contempla o segmento de tecelagem e confeção/ logística e possui uma avaliação de 940.020 euros. Está também em laboração, sendo que o contrato de arrendamento tem um prazo de três anos, iniciado em fevereiro de 2017, renovável por períodos sucessivos de um ano, pelo valor mensal de 6.776 euros.

Vendido sob a forma de lote único, inclui mais de 30 teares retos, máquinas e equipamentos de apoio à indústria têxtil, stock de matérias-primas e outros equipamentos industriais, equipamentos de escritório e carregadores de veículos elétricos.

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Administrador financeiro ‘sobrevive’ às mudanças na cúpula do Banco de Fomento, com novo chairman e CEO

Tentativa de garantir continuidade nos órgãos de administração pode ir mais longe e manter em funções também a equipa de auditoria interna. Mudanças no topo da instituição recebidas com surpresa.

A cúpula do Banco Português de Fomento vai mudar, mas pelo menos um administrador do atual conselho de administração vai manter-se em funções para assegurar continuidade. A escolha recaiu sobre Bruno Filipe Rodrigues, que é o atual administrador financeiro, apurou o ECO.

Carlos Leiria Pinto deverá ser o novo chairman, substituindo Celeste Hagatong que saiu no verão por motivos de saúde, e Gonçalo Regalado o novo presidente executivo, para o lugar de Ana Carvalho.

Não existe uma imposição escrita por parte do Banco de Portugal, mas as boas práticas recomendam que, em caso de mudança total do conselho de administração, um administrador transite do board anterior. O objetivo é evitar disrupções na gestão corrente do banco. A tentativa de garantir continuidade nos órgãos de administração pode ir mais longe e manter em funções a equipa de auditoria interna. E, assim, o atual CFO do banco promocional português vai continuar no cargo.

O ECO sabe que as mudanças no conselho de administração do Banco de Fomento foram recebidas com surpresa na instituição.

Carlos Leiria Pinto é diretor-geral no Brasil do IFC, o braço privado do Banco Mundial, e a maior instituição de desenvolvimento do mundo, mas também membro executivo do conselho de administração do Montepio e presidente do Montepio Valor. Tem experiência em investment banking, private equity, project finance e parcerias público privadas no Brasil e em Portugal, onde passou por bancos como o Santander, BNP Paribas e Commerzbank.

Ao que o ECO apurou, o ministro da Economia deu carta-branca a Gonçalo Regalado, diretor de marketing para empresas, corporate e PME do BCP, para escolher o board que ainda está a ser formado.

Os elementos da nova administração vão ter de passar pelo processo de fit and proper no qual o Banco de Portugal avalia os candidatos. Só depois da luz verde do regulador é possível assumirem funções, algo que pode durar três a quatro meses. Além disso, é necessário realizar-se uma assembleia-geral anual na qual as contas têm de ser aprovadas.

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Retenção na fonte e pagamento por conta dos trabalhadores independentes desce em 2025

Em regra, profissionais liberais aplicam taxa de retenção na fonte de 25% aos rendimentos. No próximo ano deverá passar para 23%, se o Orçamento for aprovado. Pagamento por conta também emagrece.

Se a proposta de Orçamento do Estado para 2025 receber “luz verde” no Parlamento, os trabalhadores independentes vão beneficiar de um alívio na retenção na fonte e nos pagamentos por conta. Cai por terra, contudo, o plano de aplicar taxas progressivas a estes rendimentos, que tinha sido sinalizado no Orçamento do Estado para este ano.

No que diz respeito à retenção na fonte de IRS, os profissionais liberais (nomeadamente, economistas, jornalistas, arquitetos, cantores ou advogados) são hoje sujeitos, regra geral, a uma taxa de 25%. A proposta de Orçamento do Estado entregue esta quinta-feira no Parlamento prevê, contudo, uma redução dois pontos percentuais, apontando para uma taxa de 23% no próximo ano.

Já no que diz respeito aos pagamentos por conta, convém explicar que hoje estes profissionais estão obrigados a fazer três transferências para o Fisco, até ao dia 20 de julho, setembro e dezembro.

O valor a pagar nessa sede é, neste momento, o correspondente a 76,5% do resultado de uma fórmula que combina a coleta do penúltimo ano com as retenções efetuadas no último e o rendimento líquido. Mas o Governo quer mudar para 65%, o que significará pagamentos por conta mais suaves.

“A Associação Nacional dos Profissionais Liberais, sem prejuízo de uma análise com maior detalhe, congratula-se com o desagravamento das taxas de retenção na fonte e dos pagamentos por conta dos profissionais liberais”, já fez saber a ANPL, numa nota enviada ao ECO.

Em contraste com estes alívios, o Governo não inclui na proposta de Orçamento do Estado qualquer menção à introdução de taxas progressivas nestes rendimentos, o que chegou a ser defendido pelo Governo anterior, mas nunca saiu do papel.

Aliás, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024, o PS acabou por fazer aprovar uma alteração que ditava que o Governo, ao longo deste ano, procederia às “necessárias alterações informáticas para a aplicação de taxas de retenção na fonte progressivas aos trabalhadores independentes”.

Já aquando da eleição do atual Executivo, o porta-voz da Associação Nacional dos Profissionais Liberais, Orlando Silva, salientou, em declarações ao ECO, que essa era uma questão que quereriam abordar com o novo Governo.

“O PS e Governo anterior reconheceram a necessidade de introduzir um novo modelo de retenção na fonte de IRS, que pudesse substituir a atual taxa fixa de 25% por um conjunto de taxas progressivas. Este tema não ficou resolvido. Na prática, nada aconteceu. Queremos abordar desde já esta questão com o Governo atual”, disse.

Notícia atualizada às 13h06 com declarações da ANPL

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Nobel da Paz para organização japonesa de vítimas das bombas atómicas

  • Lusa
  • 11 Outubro 2024

Fundada em 10 de agosto de 1956, a organização Nihon Hidankyo defende “a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares”.

O Prémio Nobel da Paz 2024 foi atribuído esta sexta-feira à organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes das bombas atómicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, anunciou o Comité Nobel norueguês.

A organização “recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas”, afirmou o presidente do Comité Nobel norueguês, Jorgen Watne Frydnes.

Fundada em 10 de agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende “a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares”, segundo a página da organização na Internet.

 

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Drahi oferece até 15% da Altice France aos credores em troca de um corte na dívida

O dono da Altice apresentou uma "proposta informal" aos credores com dívida garantida, trocando uma participação na empresa por um perdão de dívida, sem perder o controlo sobre a mesma.

A Altice France propôs aos credores com dívida garantida uma participação entre 10 e 15% na empresa, pedindo em troca um perdão de dívida equivalente. A “proposta informal”, noticiada na quinta-feira pela Bloomberg, também prevê a extensão das maturidades e redução dos juros da dívida existente.

A subsidiária francesa da Altice vê-se a braços com uma dívida de 24,4 mil milhões de euros e um rácio dívida/EBITDA de 6,7x, que pretende baixar para menos de 4x. Nos termos agora apresentados aos credores, Patrick Drahi, o dono do grupo, continuaria aos comandos sem ter de injetar dinheiro fresco.

Segundo a agência financeira, esta proposta visa lançar as bases para o eventual início de negociações confidenciais com os credores, caso estes aceitem.

Estes, por sua vez, já tinham apresentado uma proposta que previa que Drahi, potencialmente, perdesse o controlo da companhia. Contactados pela Bloomberg, nem a Altice nem o grupo de credores quiseram fazer comentários.

Foi em março que a Altice France surpreendeu os investidores ao sugerir que os obrigacionistas também terão de participar no esforço de redução do endividamento da empresa. Desde então, os principais bancos centrais já inverteram o ciclo de subida de juros e o sentimento é agora mais positivo, explica a agência noticiosa.

A Altice France é um dos três ramos do grupo Altice e detém a operadora SFR no mercado francês. A Altice International, outra das subsidiárias, detém a Altice Portugal, que controla a Meo, mas opera de forma independente da operação francesa. A Altice está ainda presente no mercado norte-americano através da Altice USA.

Nos últimos meses, a venda da Altice Portugal esteve em cima da mesa, mas as negociações com a operadora estatal saudita STC caíram por terra. A 29 de agosto, a administração da Altice International afastou a possibilidade de uma venda “envolvendo o perímetro total da Altice Portugal”, sem descartar, no entanto, a possibilidade de novas vendas de ativos isolados.

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Tempestade Kirk expõe lacunas nos seguros agrícolas e reforça a importância dos multirriscos

A tempestade provocou prejuízos principalmente no Norte e Centro do país. Seguradoras respondem a participações e agricultores querem revisão do Sistema de Seguros Agrícolas.

Os prejuízos provocados pela passagem da tempestade Kirk em Portugal levantam questões relativamente à proteção adequada contra fenómenos climáticos extremos.

À medida que as seguradoras respondem a participações de sinistros, especialistas destacam a importância de seguros multirriscos para mitigar prejuízos materiais em propriedades residenciais e comerciais. Embora o setor esteja a mobilizar peritos e equipas para avaliação dos danos, as lacunas de cobertura, especialmente em seguros agrícolas, são agora temas centrais no debate sobre a capacidade de resposta face a desastres naturais.

Seguradoras respondem a participações

Já foram apresentadas queixas às seguradoras em consequência da tempestade Kirk, mas contactadas pelo ECOseguros adiantam ser ainda precoce avançar com o valor dos estragos.

  • O Grupo Ageas Portugal já “recebeu um volume significativo de participações relacionadas com os danos causados pela tempestade Kirk”. Adiantou ainda que conta com equipas de peritos no terreno, relevando a intenção de “dar resposta a todos os pedidos com a maior brevidade possível”.
  • A Generali Tranquilidade tinha registado 55 ocorrências até à 1h00 desta quinta-feira. Também tem equipas de peritos no terreno “a dar apoio às populações”.
  • Também a Allianz registou participações “logo na manhã” de quarta-feira. “Foram de imediato desencadeados os protocolos de NATCAT [catástrofes naturais] estabelecidos com os peritos, que iniciaram logo as deslocações aos locais de risco sinistrados”, esclareceu. A seguradora adiantou ainda que oferece cobertura para estes fenómenos nas apólices multirriscos, empresas e automóvel (danos próprios).

As seguradoras deixaram ainda algumas dicas para o cliente acelerar o processo de resolução do sinistro: entrar em contacto com a seguradora com brevidade, reunir fotografias e/ou vídeos dos danos e realizar orçamentos e estimativas para recuperação.

Seguro multirriscos adequado pode resguardar famílias e empresas de prejuízos

As coberturas de tempestades, “que garante danos como os provocados pelo furacão kirk” constam nos seguros multirriscos habitação e multirriscos comerciais, industriais ou de serviços, explica o coordenador regional da DS Seguros. Sérgio Nolasco indicou ao ECOseguros que o primeiro pode cobrir os prejuízos na habitação do cliente e o segundo “os danos em bens de atividades profissionais”.

O especialista alerta que este produto pode cobrir totalmente o valor das perdas ou ter uma franquia (em que parte do prejuízo fica a cargo do tomador de seguro).

“Este tipo de seguro é feito frequentemente pela maior parte das famílias ou empresas, quando existe uma obrigação por parte de entidade credora, ou pelo facto de se tratar de uma propriedade em regime de propriedade horizontal, pela própria lei, mas também pode ser contratada facultativamente e sem qualquer dificuldade, nas situações em que tal não se verifique”, explica Nolasco.

Segundo o especialista, a cobertura deste fenómeno está “incluída de forma geral nas apólices multirriscos de qualquer seguradora”.

Não obstante, essencial ter atenção ao plano de seguro para perceber o que está coberto e em que condições.

De acordo a DECO PROteste, esta cobertura “paga os danos provocados por ventos fortes, desde que a velocidade seja superior a 90 ou 100 quilómetros por hora (consoante a apólice) e provoquem estragos em edifícios sólidos num raio de cinco quilómetros”.

Estão excluídos danos em dispositivos de proteção como as persianas, marquises, vedações e portões “exceto se o edifício ficar destruído”, assim como “estragos provocados pelo mar ou pela entrada de chuva nos telhados, portas, janelas e terraços, salvo se estas estruturas ficarem danificadas pela tempestade. Ou seja, se deixar uma janela aberta e a chuva entrar e provocar danos, o seguro pode não pagar“.

Importa notar que o ministro da Agricultura prometeu apoio, com regras específicas, aos agricultores. À Renascença, José Manuel Fernandes afirmou que para receber apoio, “cerca de 30% do tomar tem de ser afetado [pelo mau tempo]”. “Se o prejuízo for até 10 mil euros, pagamos a 100%; se for de 10 mil euros a 50 mil euros, o cofinanciamento é de 85%, e acima dos 50 mil euros é de 50% o nosso apoio”, acrescenta.

O governante relembrou o papel dos seguros que “deverão ser acionados” mas sem que haja “uma sobreposição de apoios”.

Estas declarações surgem em resposta aos prejuízos na exploração das produções (nomeadamente de maçã e castanha) registados por agricultores, principalmente os que têm as explorações no Norte, particularmente nas zonas de Lamego, Armamar e Carrazeda de Ansiães, provocados pela passagem da tempestade Kirk, assinalou a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP).

Agricultores querem revisão de sistema de seguros agrícolas

A confederação reiterou a necessidade de revisão do Sistema de Seguros Agrícolas (SSA) “o mais rapidamente possível” para “contemplar e garantir cobertura do capital produtivo em situações como aquelas verificadas agora na região do Douro”.

Segundo a CAP, a “violência do vento e da chuva” provocou estragos que “comprometem a produção da colheita (nalguns casos acima dos 40%), impondo prejuízos imediatos e avultada perda de rendimentos aos produtores” e “coloca em causa a capacidade produtiva futura e a viabilidade da sua atividade, atendendo aos extensos danos verificados em infraestruturas e sistemas produtivos”.

Qual é a lacuna de proteção sobre as tempestades em Portugal?

Segundo o quadro do regulador europeu de seguros e fundos de pensões, EIOPA, que monitoriza os sinistros de eventos climáticos, existe ‘elevada’ variedade de oferta deste tipo de cobertura e ‘média’ aceitação de cobertura de seguro, sendo que a penetração deste seguro ronda os 50% e 75%, quer para objetos seguros comerciais quer residenciais em 2023.

No entanto, o regulador europeu nota que “o montante dos limites e das franquias para o segmento comercial é mais volátil porque é menos normalizado e está relacionado, normalmente, com montantes segurados muito elevados.”

Fundo Climático é a solução?

Para a DECO PROteste, reduzir a exposição dos cidadãos a eventos climáticos extremos passa pela criação de um fundo de catástrofes (tempestades, inundações, incêndios florestais, tornados, sismos, entre outros).

Propõe um sistema de proteção de riscos catastróficos baseado num modelo de parceria público-privada – envolvendo seguradoras, Estado e a constituição de um fundo financeiro autónomo – e “assente na mutualização do risco” em que os tomadores, as seguradoras, o fundo e o Estado participam e contribuem para o sistema em diferentes níveis.

Defende também que esta cobertura deve ser acessível a todos os consumidores “em particular dos mais vulneráveis, seja em função do risco, seja em função da sua situação económica, através da fixação de limites legais, quer em termos de encargos com a própria cobertura, quer em termos de franquias”.

A criação de um fundo sísmico tem sido defendido pelas entidades empresariais do setor segurador, como a Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) e Associação Portuguesa de Seguradores (APS), e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) promete entregar o anteprojeto desse fundo ao governo até ao final deste ano.

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Apple continua a ser a marca mais valiosa do mundo, mas valor cai pela primeira vez em mais de duas décadas

Microsoft, Amazon, Google e Samsung mantêm as suas posições, a completar o top cinco de marcas mais valiosas, encabeçado pela Apple.

A Apple continua a ser a marca mais valiosa do mundo, ao ser avaliada em 488,9 mil milhões de dólares, mas o seu valor de marca caiu pela primeira vez em mais de duas décadas, num decréscimo na ordem dos 3%.

O restante top cinco continua a ser ocupado pelas mesmas marcas: Microsoft, Amazon, Google e Samsung, segundo o ranking das marcas mais valiosas da Interbrand. Todas estas marcas, por seu lado, cresceram em termos de valor, a maioria na ordem dos dois dígitos.

De acordo com a consultora, a Microsoft aumentou o seu valor em 11% (para 352,5 mil milhões de dólares). Já a Amazon vale 298,1 mil milhões (+8%), a Google 291,1 mil milhões (+12%) e a Samsung 100,8 mil milhões (+10%).

Toyota (72,8 mil milhões), Coca-Cola (61,2 mil milhões), Mercedes-Benz (58,9 mil milhões), McDonald’s (53 mil milhões) e BMW (52 mil milhões) completam as primeiras dez posições do ranking, que identifica as 100 marcas mais valiosas do mundo.

A Interbrand sublinha o facto de que, desde 2000 (ano em que publicou o ranking pela primeira vez), o valor acumulado das 100 marcas mais valiosas do mundo ter crescido 3,4 vezes, passando de 988 milhões (2000) para 3,4 biliões de dólares (2024).

Destaque ainda para o facto de 14 das 100 maiores marcas de 2024 serem do setor automóvel, contribuindo mais para o ranking do que qualquer outro setor. Três marcas automóveis – Toyota (6º), Mercedes-Benz (8º) e BMW (10º) – aparecem mesmo nas primeiras 10 posições. No setor automóvel, a Tesla foi a insígnia que apresentou um dos maiores declínios deste ano em valor de marca, na ordem dos 9%.

Entre as estreias no ranking encontram-se a Nvidia (36º), Pandora (91º), Range Rover (96º) e Jordan (99º), que entram pela primeira vez. Já a Uber (78º) e LG (97º), depois de terem saído, regressam novamente para a lista.

A Interbrand alerta ainda que “muitas das marcas mais valiosas do mundo estão a perder um potencial significativo de ganhos ao investir demais em ganhos de curto prazo“. “A nossa análise mostra que esses ganhos, quando vinculados predominantemente a táticas de curto prazo, podem minar o potencial de receita de médio a longo prazo de uma empresa”, acrescenta a consultora.

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Donos do Bournemouth negoceiam compra do Moreirense, após falhar acordo com Casa Pia

  • ECO
  • 11 Outubro 2024

O grupo de investidores Black Knight Football Club tem estado a avaliar a opção de comprar um clube português. Depois de falharem as negociações com o Casa Pia, virou as atenções para o Moreirense.

Bill Foley, proprietário do Bournemouth, está em negociações para comprar o Moreirense. A possibilidade de avançar para a compra do clube de futebol de Moreira de Cónegos, no concelho de Guimarães, surge depois de as negociações para a compra do lisboeta Casa Pia não terem chegado a bom porto.

Ainda não foi concretizada nenhuma oferta formal, mas têm sido mantidas conversas visando a celebração de um acordo, segunda avança o The New York Times.

O Moreirense venceu a Taça da Liga portuguesa em 2017 e tem militado a primeira divisão nacional na maior parte das últimas duas décadas. Atualmente encontra-se na oitava posição do campeonato português, após ter somado 11 pontos em oito jogos.

Bill Foley é o sócio-gerente do Black Knight Football Club, grupo de investidores que comprou o Bournemouth em dezembro de 2022. Um mês depois, o grupo adquiriu uma participação de 30% do clube francês Lorient. Mais tarde comprou também uma participação minoritária no Hibernian, equipa da primeira divisão escocesa, e é dono de 100% do Auckland (Nova Zelândia).

Agora, o grupo tem estado a avaliar a opção de comprar um clube português.

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Marco de Canaveses reúne 60 empresas na Bienal da Pedra

  • ECO
  • 11 Outubro 2024

A Bienal da Pedra abre portas nesta sexta-feira em Marco de Canaveses. Extração e transformação de granito envolve dezenas de empresas, cuja faturação soma mais de 90 milhões, indica a organização.

O concelho de Marco de Canaveses vai assinalar a importância do granito para a economia do município, promovendo mais uma edição do Bienal da Pedra que começa esta sexta-feira e vai até domingo. O município salienta que conta com a maior concentração empresarial de extração e transformação de granito nacional, com 56 empresas e mais de 1100 trabalhadores na área.

O setor de extração e transformação de granito na região movimenta 90 milhões de euros por ano, dos quais 57% são provenientes das exportações. O maior mercado é o europeu, mas também a Ásia e o continente americano. O granito proveniente de Marco de Canaveses está presente em obras internacionais, como por exemplo o Olimpic Way, próximo do estádio de Wembley, em Londres.

A Bienal da Pedra pretende celebrar este setor e juntar empresários de mais de 60 empresas do granito ou do setor de extração e transformação.

Esta feira de negócios decorre no Parque de Lazer de Alpendorada, a partir desta sexta-feira. O evento inclui atividades culturais, como espetáculos de danças, animação infantil, artesanato, prova de vinhos e concertos.

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