Declínio do negócio do papel, subida dos juros e crash na Alemanha. O cocktail explosivo que levou a Inapa à rotura

A distribuidora de papel, que passou de lucros a prejuízos no último ano, viu o seu negócio ser abalado pela crise do papel, pela subida dos juros da dívida, aumento de custos e quebra da procura.

A compra do negócio na Alemanha, em 2019, prometia aumentar as vendas da Inapa em 50% e tornar a distribuidora de papel nacional líder de mercado na Alemanha, em França e Portugal. Cinco anos depois, aquela que era uma das maiores promessas do grupo acabou por revelar-se o cavalo de Tróia da empresa, que emprega mais de 1.400 pessoas e fechou o último ano com uma faturação inferior a 1.000 milhões de euros e prejuízos de oito milhões.

Sem dinheiro para pagar salários e fornecedores na operação alemã, a Inapa tentou recorrer ao maior acionista – a Parpública – para uma injeção de emergência, mas o pedido não foi acolhido. A nega da empresa pública foi a machadada final para uma empresa que já vinha a debater-se com o colapso do negócio do papel, uma dívida grande de mais para a sua dimensão – que se tornou mais pesada com a subida dos juros –, custos mais elevados fruto da inflação e ainda um travão na procura.

A Inapa irá apresentar “nos próximos dias” o seu pedido de insolvência. Este desfecho surge depois da distribuidora de papel, criada em 1965, não ter conseguido junto da Parpública, que controla cerca de 45% do capital social, a aprovação para uma injeção de 12 milhões de euros, da qual nove milhões seriam financiados pelo Estado. Sem este financiamento, a empresa informou o mercado, este domingo, dia 21 de julho, que a Inapa Deutschland seria apresentada à insolvência no dia 22 de julho, tendo adiantado ainda que, face ao impacto da insolvência da operação germânica, “deliberou também apresentar a Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa, o que será formalizado nos próximos dias”.

Após a divulgação dessas notícias, e por sua iniciativa, o Governo convocou a Parpública, responsável pela gestão da posição acionista do Estado na INAPA, para uma reunião, onde lhe foi transmitido que a INAPA havia solicitado uma injeção de 12 milhões de euros no imediato, para fazer face a necessidades de tesouraria da sua participada na Alemanha, quando estaria já em análise um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa.

Ministério das Finanças

Em resposta oficial à situação da Inapa, o Ministério das Finanças adiantou que apenas tomou conhecimento da situação da participada da Parpública no passado dia 11 de julho, quando a Inapa adiou o reembolso do pagamento de uma linha das obrigações convertíveis emitidas em 2018 para financiar a aquisição na Alemanha, uma notícia que surpreendeu o Governo, tal como o ECO já tinha noticiado.

“Após a divulgação dessas notícias, e por sua iniciativa, o Governo convocou a Parpública, responsável pela gestão da posição acionista do Estado na Inapa, para uma reunião, onde lhe foi transmitido que a Inapa havia solicitado uma injeção de 12 milhões de euros no imediato, para fazer face a necessidades de tesouraria da sua participada na Alemanha, quando estaria já em análise um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa“, explicaram as Finanças.

Perante uma proposta que “não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado” e “considerando os pareceres negativos a este financiamento, que a Inapa não apresentou qualquer estratégia de recuperação, que a Parpública é detentora de 45% da Inapa mas não é acionista maioritária, que a Inapa é uma empresa privada, não tendo uma atividade considerada como estratégica para a economia portuguesa; o Ministério das Finanças confirmou o parecer da Parpública de não avançar com as operações de financiamento solicitadas pela Inapa“, explicou o ministério das Finanças, que vai acompanhar o processo de insolvência.

A aquisição da Papyrus Deutschland prometia reforçar a posição da Inapa no mercado, “aumentando o volume de faturação do grupo em mais de 50%, tornando-o assim no principal distribuidor de papel da Europa Ocidental. “O grupo passará a ter uma posição de liderança na Alemanha, França e Portugal“, adiantou a empresa em comunicado, aquando da confirmação da luz verde para o negócio por parte das autoridades alemãs.

O então CEO, Diogo Rezende, reforçava, à data, “uma operação de enormíssimo impacto porque a Papyrus Deutschland tem um nível de faturação de 550 milhões”. “A Inapa – que em 2018 faturou 860 milhões – não só crescerá para 1.300 a 1.400 milhões, como será o “player” número 1 nos dois maiores mercados europeus, o que nos permitirá escala de operação”, referiu então o gestor.

O elevado endividamento e a incapacidade de criar sinergias e responder aos desafios atuais e futuros do mercado do papel, como a crescente digitalização, que precipitaram a empresa numa espiral negativa, que culminou com o atual pedido de insolvência.

Nuno Mello

Analista da XTB

Nuno Mello, da XTB, nota que a Inapa Deutschland foi apresentada como “uma empresa supostamente mais preparada e com uma gama de produtos unificada e uma logística mais forte, que tornava a Inapa no maior distribuidor de papel da Europa Ocidental, não só em dimensão, mas também em proposta de valor”.

No entanto, “nem sempre estas operações se revelam benéficas para a saúde de uma empresa e foi o elevado endividamento e a incapacidade de criar sinergias e responder aos desafios atuais e futuros do mercado do papel, como a crescente digitalização, que precipitaram a empresa numa espiral negativa, que culminou com o atual pedido de insolvência”, explica.

Declínio do papel: crónica de uma morte anunciada?

Mas os problemas da Inapa são bem anteriores à compra da unidade alemã. Num negócio que está em declínio há vários anos, devido à digitalização, que tem acelerado uma redução do consumo de papel, a distribuidora de papel – entretanto apostou também na área das embalagens e da comunicação visual – tem vindo a lutar para manter resultados positivos, o que não aconteceu em 2023.

A companhia, até esta segunda-feira liderada por Frederico Lupi, que tinha sido cooptado para CEO da holding em junho de 2023, após a saída de Diogo Rezende, e que apresentou a renúncia ao mandato após a notícia de falência, fechou o último ano com um prejuízo de oito milhões de euros em 2023, que compara com os lucros de 17,8 milhões no ano anterior. A margem bruta ascendeu a 18,1% das vendas, 1,9 pontos percentuais abaixo do registo passado.

A Inapa fechou o último ano com prejuízos de oito milhões de euros e receitas inferiores a 1.000 milhões de euros, enquanto a dívida líquida manteve-se acima de 200 milhões de euros.

Numa mensagem na apresentação destes resultados, o presidente destacava que, “a nível setorial, registou-se uma quebra substancial na procura de papel, associada a um processo de destocking ao longo de toda a cadeia de valor, mas também a uma redução efetiva da procura”, acrescentando que, “em termos de performance, as receitas em 2023 foram 969 milhões de euros, o que representa uma redução de 243 milhões de euros face a 2022″.

Os números partilhados pela empresa na apresentação de resultados confirmam a evolução muito negativa no negócio do papel. Segundo refere a empresa, “na Europa Ocidental, em 2023, a redução no consumo de papel para artes gráficas, escrita e impressão foi, segundo a EuroGraph (European Association of Graphic Producers) de 25,4% (no primeiro semestre a redução foi de 29,9%). Essa redução afetou a procura de papéis revestidos (coated woodfree) e não revestidos (uncoated woodfree).” Em termos globais, o decréscimo do consumo de papel na Europa Ocidental comparativamente com o período pré-pandemia foi de cerca de 40%.

Em termos de mercados, a Inapa refere que, nos seus principais mercados de atuação – Alemanha, França, Espanha, Portugal e Bélgica – se registou uma redução conjunta de volumes de 26%. E, tal como no ano anterior, todos estes países registaram quebras da procura. Alemanha registou uma redução de 25,6%, França de 25%, Espanha de 29% e Portugal de 28,4%.

Nos últimos 25 anos a Inapa perdeu quase 95% do seu valor em bolsa, dos 250 milhões de euros de valor de mercado em 2000 para os atuais 15 milhões de euros, vítima sobretudo da gradual perda de importância do negócio do papel no mundo atual. (…) nos últimos 15 anos, os prejuízos têm acompanhado a empresa na maior parte dos exercícios.

Pedro Oliveira

Trader do Banco Carregosa

“Apesar do atual pedido de insolvência da Inapa ser justificado por dificuldades de tesouraria de curto prazo, nomeadamente da sua subsidiária alemã Inapa Deutschland, GmbH, no montante de 12 milhões de euros, os problemas da distribuidora portuguesa de papel de impressão, embalagens e comunicação visual, já existem há vários anos”, referencia Pedro Oliveira.

Segundo o trader do Banco Carregosa, “nos últimos 25 anos a Inapa perdeu quase 95% do seu valor em bolsa, dos 250 milhões de euros de valor de mercado em 2000 para os atuais 15 milhões de euros, vítima sobretudo da gradual perda de importância do negócio do papel no mundo atual”.

O mesmo especialista lembra que nos últimos 15 anos, os prejuízos têm acompanhado a empresa na maior parte dos exercícios. Em 2023, as receitas da Inapa caíram 20,1% e a empresa passou de lucros a prejuízos de 7,99 milhões de euros, “resultados penalizados sobretudo pelo aumento dos custos financeiros de financiamento, impulsionados pelo agravamento das condições de crédito”, salienta

O elevado endividamento face à sua dimensão é um dos problemas estruturais da empresa ao longo dos últimos anos e que levou a que vários credores da empresa, como o BCP ou o Novobanco, acabassem por tornar-se acionistas de referência. A CGD, que vendeu em 2019 a totalidade da sua participação de 33% ao Estado por 15,8 milhões de euros, era até à entrada da Parpública o maior acionista.

Mas também o BCP chegou a deter uma participação de 30% – o banco vendeu quase 9% das ações ao longo do ano passado, mas ainda mantinha uma participação (que passou a ser não qualificada) de cerca de 4,7% [que entretanto colocou à venda]; e o Novobanco detém 6,55%. Já a Nova Expressão detém 10,85% do capital, segundo a informação relativa ao final de 2023.

No final do ano passado, a dívida líquida situava-se em 207 milhões de euros, representando uma redução 14 milhões de euros face ao período homólogo de 2022, quando estava nos 221 milhões de euros. Apesar desta descida, os custos com juros dispararam, a refletir o aumento de 450 pontos base das taxas e juro, nos últimos dois anos. Os custos financeiros passaram de 16 para 20 milhões de euros, no final de 2023.

Reestruturação e mudança de sede

Além da subida dos juros, da quebra constante da procura, dos problemas na Alemanha, a empresa enfrentou ainda um aumento de custos, devido à inflação. Depois do disparo em 2022, influenciado sobretudo pelos custos da energia na sequência do início da guerra na Ucrânia, os preços do papel não desceram no mercado europeu, com os produtores locais a optarem por reduzir capacidade e readaptar a oferta à procura. E no início deste ano, os fornecedores avançaram mesmo com novos aumentos de 5% a 7%, nomeadamente no produto de escritório, com o mesmo argumento da subida dos custos da pasta de papel.

Face a esta conjuntura difícil, a empresa decidiu acelerar, no início do ano, o seu processo de reestruturação das operações logísticas na Alemanha, França e Portugal, que inclui o encerramento de vários armazéns e a redução do número de trabalhadores. Em Portugal, o número de instalações foi reduzido para metade. Além de ter saído do escritório que ocupava no centro de Lisboa e mudado a sede da holding para Sintra, onde trabalham agora 150 pessoas, a distribuidora de papel acaba de encerrar um armazém que tinha no Porto, na zona de Campanhã, concentrando em Santa Cruz do Bispo (Matosinhos) as funções logísticas e administrativas no Norte do país.

Já no mercado alemão, que representa 60% das vendas, a empresa vai concluir ainda este ano todo o projeto de reinstalação logística, que estava calendarizado apenas para 2025. O número de localizações baixa de 14 para 11.

Depois de, no início do ano, ter mudado a sua sede do edifício Heron Castilho, no centro de Lisboa, para Sintra, a distribuidora de papel decidiu antecipar e acelerar o seu processo de reestruturação com fecho de armazéns logísticos e despedimentos.

Perante esta situação financeira, Pedro Oliveira considera que “uma injeção [do Estado] teria permitido comprar mais algum tempo, mas seria muito provavelmente adiar o atual desfecho, tendo em conta a tendência de deterioração do negócio de distribuição de papel, sobretudo na Europa Ocidental, geografia de atuação da Inapa”. Também Nuno Mello defende que “uma injeção por parte da Parpública iria apenas adiar o problema. É que já havia em curso um segundo plano de auxílio além dos 12 milhões de euros iniciais, no valor de 15 milhões de euros.

Administradores sem ações

Cotada em bolsa desde a década de 1980, a Inapa conta com 37,71% do capital disperso em bolsa. As ações da empresa, que foram suspensas na segunda-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), valem atualmente 0,0294 euros, com a distribuidora de papel avaliada em pouco mais de 15,47 milhões de euros – apenas pouco mais de três milhões de euros do que a empresa precisava para fazer face a pagamentos na Alemanha.

Ao contrário do que habitualmente acontece com empresas cotadas, em que vários membros da administração têm participações no capital, na Inapa nenhum membro dos órgãos de administração e de fiscalização detinha títulos da companhia, o que poderá demonstrar que os gestores já não tinham confiança na evolução positiva do negócio que geriam.

Os investidores da empresa, que incluem o Estado, terão agora de aguardar o processo de insolvência, à luz do qual os acionistas ordinários são os últimos a receberem. Em primeiro lugar está o próprio Estado e os trabalhadores, seguindo-se os detentores de dívida sénior, subordinada, as ações preferenciais e, em último, as ações ordinárias. Uma vez iniciado o processo de insolvência, o próximo passo será a liquidação do património da empresa e a repartição do produto obtido pelos credores, processo este que poderá demorar, por lei, até três anos.

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Sqill levanta dois milhões para acelerar redes sociais das empresas e reforçar nos EUA

Hoje com cinco colaboradores, a startup quer passar a 12, procurando perfis "essencialmente para equipa de tecnologia e de growth". Foco é acelerar expansão nos EUA.

A Sqill, startup portuguesa que simplifica o fluxo de trabalho criativo das equipas de redes sociais das empresas, fechou uma ronda seed de dois milhões de euros. Acelerar a internacionalização para os Estados Unidos, mercado onde abriu escritório em Austin (Texas), e expandir a equipa estão nos planos desta injeção de capital.

”Este investimento é uma validação do trabalho desta equipa e da incrível oportunidade que temos à nossa frente. Estamos muito contentes por dar este passo e, acima de tudo, por ficarmos melhor equipados para dar resposta aos problemas dos nossos clientes. Estamos entusiasmados para trabalhar com a GED Ventures pela sua dimensão e rede internacional, por partilharmos a mesma ambição de conquista do mercado dos Estados Unidos, pelo apetite por inovação e pelo seu histórico de investimentos na intersecção da tecnologia com o marketing”, diz Afonso Coimbra, cofundador e CEO da Sqill, citado em comunicado.

Objetivos da ronda

“Este investimento permite-nos crescer a equipa de tecnologia — com foco na área de inteligência artificial — e entrar com alguma força no mercado dos Estados Unidos onde acabámos de criar o nosso novo escritório, mais precisamente em Austin, Texas”, refere ainda o responsável.

A empresa quer ainda “expandir a sua equipa, cujo recrutamento já está em curso para várias posições, quer em Portugal, quer para os Estados Unidos”, refere.

Hoje com cinco colaboradores, a empresa quer passar a 12, procurando perfis “essencialmente para equipa de tecnologia e de growth, adianta fonte oficial. A sua maioria é para integrar a equipa em Portugal, com duas pessoas a integrar a equipa nos Estados Unidos, liderado por Rui Ascenso, o COO.

Com este investimento da GED Ventures, eleva-se para mais de 2,3 milhões de euros o montante já levantado pela startup, incubada na Startup Lisboa e no Instituto Pedro Nunes. Antes desta ronda, já tinham angariado mais de 300 mil euros da Innventures (pela Innowave), a Demium e mais de dez business angels (Tiago Gonçalves e Miguel Patrício da Innventures (Innowave), Pedro Silva Nunes do Audax Group, Armando Ribeiro Ferreira da EY, Domingos Cruz da CCA Law Firm, João Correia Pereira da Judas, José Diogo Quintela da A Padaria Portuguesa, Jordi Pujol da Objective, Valentina Hristova da Salesforce, Andrew Riley da Nomi Health, João Cruz da Linguae e John Bagagem da Empower, entre outros).

A Sqill tem como objetivo chegar às “mais de 30 milhões de equipas de redes sociais que existem atualmente no mundo”. FC Porto, Worten e L’Oréal são alguns das “dezenas de clientes em Portugal, Espanha, Brasil e EUA” com quem a startup trabalha. Nos próximos meses, pretende fechar “novas parcerias com organizações desportivas, como Federações, Ligas e Clubes, aumentar a sua presença nos setores do retalho e corporate“.

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Defesa da mulher de Sánchez tentar evitar audição do primeiro-ministro espanhol

  • Lusa
  • 23 Julho 2024

A defesa da mulher do primeiro-ministro espanhol apresentou um recurso para tentar evitar a audição do marido por um juiz, no caso das suspeitas de tráfico de influências e corrupção de que é alvo.

A defesa da mulher do primeiro-ministro espanhol apresentou esta terça-feira um recurso para tentar evitar a audição por um juiz do marido, Pedro Sánchez, no caso em que é investigada por suspeitas de tráfico de influências e corrupção.

Pedro Sánchez foi convocado na segunda-feira para ser ouvido na qualidade de testemunha no próximo no dia 30 de julho de manhã no Palácio da Moncloa, a sede da presidência do Governo de Espanha, local até onde se deslocará o juiz que tem a instrução do caso.

A defesa de Begoña Gómez, a mulher de Pedro Sánchez, contestou esta terça-feira esta decisão do juiz num recurso em que considera que não existe “o mais mínimo indício” que justifique a audição do primeiro-ministro, atribuindo-a apenas ao livre arbítrio do magistrado.

O juiz que tem a instrução deste caso aceitou na segunda-feira o pedido para Sánchez ser ouvido apresentado pelas designadas “acusações populares”, que se constituíram na sequência da abertura da investigação judicial e que são encabeçadas pelo partido de extrema-direita Vox.

Na sexta-feira passada, Begoña Gómez invocou o seu direito ao silêncio e não foi ouvida pelo juiz que tutela o caso.

Begoña Gómez optou por não responder ao juiz “não por ter algo a esconder ou por não querer dar explicações”, mas porque assim a aconselhou a sua defesa, que considerou não estarem asseguradas “as garantias” previstas num Estado de direito, disse aos jornalistas o seu advogado, Antonio Camacho, na sexta-feira.

O advogado considerou que o juiz de instrução do caso não delimitou o objeto da investigação e realçou que dois relatórios da equipa de investigação policial enviados ao juiz concluíram que não existem indícios de irregularidades.

“Este procedimento carece de qualquer objeto neste momento” e “um juiz de instrução não pode investigar qualquer coisa, deve delimitar o objeto de investigação”, disse Antonio Camacho.

A investigação que envolve Begoña Gómez tem como base queixas de associações ligadas à extrema-direita e centra-se, em particular, na sua relação profissional com um empresário cujas empresas negociaram ajudas públicas ou participaram em concursos públicos num período em que Pedro Sánchez já era primeiro-ministro.

Begoña Gómez, com uma formação em Marketing e gestão, especializou-se, na sua vida profissional, na angariação de fundos para fundações e organizações não-governamentais.

Em linha com as conclusões da investigação policial, o Ministério Público considerou não haver fundamentos no caso e pediu o arquivamento.

O juiz de instrução, no entanto, considerou haver indícios suficientes para continuar com a investigação e tem chamado diversas pessoas para prestar declarações.

Sánchez e o Partido Socialista espanhol (PSOE) têm reiterado não haver nada que fundamente esta investigação judicial e que está em causa uma perseguição política e pessoal ao chefe do Governo e à sua família, sendo inevitável o arquivamento do caso.

Juntamente com a lei de amnistia para os independentistas catalães, este caso é há várias semanas o principal alvo de ataque ao primeiro-ministro e foi também o motivo que levou Sánchez a ponderar demitir-se no final de abril, dizendo-se vítima, com a família, de uma “máquina de lodo” que difunde mentiras e desinformação na Internet que são depois levadas para o debate político pela direita e pela extrema-direita e judicializadas com queixas de associações extremistas.

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Os media e a IA: quem celebrou acordos e quem avançou com processos?

As opiniões dividem-se quanto ao uso de IA no jornalismo. Quais os meios jornalísticos que optam pela celebração de acordos com empresas de IA e quais estão a avançar com processos legais?

A inteligência artificial (IA) e a sua aplicação já não é uma possibilidade mas sim uma certeza nos mais variados setores. O campo do jornalismo e a sua principal ferramenta de trabalho – a informação – são sensíveis ao uso desta tecnologia na produção noticiosa e as opiniões dividem-se.

Na verdade, têm sido paulatinamente levantadas questões e dúvidas sobre a inteligência artificial e as suas possibilidades, implicações e consequências para o jornalismo.

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF), por exemplo, em conjunto com 16 parceiros, divulgou em novembro a Carta de Paris sobre inteligência artificial e jornalismo, de forma a definir princípios e padrões éticos para jornalistas, redações e meios de comunicação na sua relação com a inteligência artificial.

A carta define dez “princípios fundamentais” para salvaguardar a integridade da informação e preservar o papel social do jornalismo, entre os quais que “a ética deve governar as escolhas tecnológicas nos meios de comunicação” ou que “a mão humana deve continuar a ser central nas decisões editoriais”.

A maioria das pessoas parece não subscrever um amplo ou total uso da inteligência artificial no jornalismo. Na verdade, apenas 5% usam ferramentas de inteligência artificial (IA) para ter acesso às últimas notícias. No entanto, 24% utilizam estas ferramentas para ter acesso a informação e 28% já as utilizou para criar algum tipo de conteúdo, seja texto, áudio, código, imagem ou vídeo.

As conclusões são de um estudo do Reuters Institute for the Study of Journalism, que evidencia também que a maioria das pessoas espera que as notícias produzidas maioritariamente através de IA sejam menos confiáveis e transparentes.

A verdade é que os órgãos de comunicação social e as organizações e entidades jornalísticas têm-se dividido entre a celebração de acordos com empresas de inteligência artificial e o avançar de processos em tribunal, embora a maioria enverede por acordos e pela exploração dos benefícios que a IA tem para oferecer ao mundo das notícias.

Naquele que talvez tenha sido o caso mais mediático, o The New York Times avançou no final do ano passado com um processo contra a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT, por violação de direitos de autor.

Esta foi a primeira ação legal iniciada por um dos grandes meios de comunicação social norte-americanos contra as donas de plataformas de inteligência artificial. O jornal norte-americano argumentou que “milhões” dos seus conteúdos e artigos publicados foram e estavam a ser usados sem a sua permissão para “alimentar” as plataformas de inteligência artificial destas empresas tecnológicas, de forma a torná-las mais completas, fiáveis e inteligentes.

Já em fevereiro deste ano, três meios digitais norte-americanos (The Intercept, Raw Story e Alter Net) encetaram ações judiciais contra a OpenAI, opondo-se ao uso dos seus artigos para o treino do ChatGPT. Entre estes, o The Intercept também avançou com um processo contra a Microsoft.

Em maio deste ano, um grupo de jornais dos EUA também processou a OpenAI e a Microsoft, alegando que as empresas de tecnologia têm estado a “roubar milhões” de artigos noticiosos sujeitos a direitos de autor. Entre os títulos que apresentaram a queixa num tribunal federal, em Nova Iorque, estavam o The New York Daily News, o Chicago Tribune e o Denver Post.

No final de junho, a primeira organização de jornalismo de investigação sem fins lucrativos que foi criada nos EUA, o Center for Investigative Reporting, avançou com um processo contra a OpenAI e a Microsoft, justificando a ação com o facto de estas empresas terem usado o seu conteúdo “sem permissão ou sem oferecer compensações”, acusando-as de “práticas de exploração”.

Ainda antes de todos estes, em janeiro de 2023, a Getty Images iniciou um processo judicial contra a Stability AI, no Reino Unido, alegando que esta “copiou e processou ilegalmente” milhões das suas imagens protegidas por direitos de autor. Em dezembro do mesmo ano, o Tribunal Superior de Londres decidiu que o caso podia ir a julgamento depois de a Stability AI não ter conseguido “justificar” os aspetos da reclamação relacionados com os direitos de autor.

Mas, por outro lado, são muitos os órgãos de comunicação social que optam por celebrar acordos com as empresas e plataformas de inteligência artificial.

O jornal francês Le Monde e o grupo espanhol Prisa Media, por exemplo, firmaram uma parceria com a criadora e proprietária do ChatGPT em março, com o objetivo de “permitir que os utilizadores do ChatGPT se conectem com notícias de novas formas que são interativas e esclarecedoras”.

Esta parceria visou permitir ao ChatGPT incluir conteúdos noticiosos nos idiomas francês e espanhol, para que os utilizadores desta ferramenta de IA conseguissem interagir com conteúdos destes meios através de “resumos selecionados” que contam com a atribuição da fonte e com links para os artigos originais, permitindo o acesso a informações adicionais ou a artigos relacionados nos respetivos sites de notícias.

Segundo referia na altura, citado em comunicado, o chief operating officer (COO) da OpenAI, Brad Lightcap, a OpenAI está empenhada “em apoiar o jornalismo através da aplicação de novas tecnologias de IA e do aumento de oportunidades para os criadores de conteúdo“.

Depois destes, também o Financial Times (FT) avançou para uma parceria com a OpenAI, com o objetivo de permitir que a OpenAI possa treinar as suas plataformas de inteligência artificial através do acesso a conteúdos arquivados do jornal.

Segundo os termos do contrato, o jornal britânico disponibiliza material à OpenAI de forma a ajudar ao desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial generativa que possa criar textos, imagens e códigos indistinguíveis das criações humanas. O acordo visa permitir que o ChatGPT responda a questões com resumos provenientes de artigos do FT, com links a encaminharem para a fonte original, no site do jornal.

Já no início de junho deste ano, a Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA) e a OpenAI também anunciaram que se encontravam a colaborar num programa para “acelerar” a exploração e integração de inteligência artificial (IA) nas redações de mais de uma centena de jornais a nível global. O objetivo passa por ajudar as redações a adotar e implementar IA no seu trabalho, de forma a aumentar a eficiência e a criação de “conteúdo de qualidade”.

No total são 128 as redações da Europa, Ásia-Pacífico, sul da Ásia e América Latina que vão beneficiar deste programa onde a OpenAI vai proporcionar financiamento e assistência técnica.

Também em junho deste ano, a Time assinou um acordo “plurianual” e “parceria estratégia” com a OpenAI, dando acesso à criadora do ChatGPT ao seu arquivo centenário e aos seus relatórios para que esta possa fornecer respostas atualizadas aos seus utilizadores, recorrendo a citações e links para o site. Por outro lado, a Time terá acesso à tecnologia da OpenAI para construir os seus próprios produtos. A revista vai também dar feedback à empresa tecnológica sobre o acesso a jornalismo através das suas ferramentas.

A Vox Media também celebrou uma “parceria estratégica de conteúdo e produto” com a OpenAI o que inclui a abertura do conteúdo dos seus meios (Vox, The Verge, Eater, New York Magazine, The Cut, Vulture e SB Nation) para uso por parte do ChatGPT e o uso da tecnologia da OpenAI para desenvolver produtos internos e dirigidos ao público.

Em maio, a Dotdash Meredith (que publica mais de 40 títulos, incluindo People, Instyle e Investopedia) e o The Atlantic também celebraram acordos com a OpenAI, em termos semelhantes.

No mesmo mês, o grupo News Corp também estabeleceu uma parceria que abrange vários dos seus meios do Reino Unido (The Times, The Sunday Times, The Sun), Estados Unidos da América (The Wall Street Journal, Barron’s, MarketWatch, Investor’s Business Daily, New York Post) e Austrália (The Australian, The Daily Telegraph, The Courier Mail, The Advertiser, Herald Sun), num acordo de 250 milhões de dólares, segundo o The Wall Street Journal.

Já a Informa anunciou também um acordo de parceria e acesso a dados não exclusivo com a Microsoft, através de uma taxa inicial de mais de 10 milhões de dólares, seguida de mais três pagamentos anuais recorrentes, segundo a Press Gazette. O acordo abrange melhorias na produtividade, desenvolvimento de um sistema de citações e acesso a dados.

A OpenAI e a Associated Press também assinaram um acordo em julho do ano passado, que permite à empresa de IA licenciar o arquivo da agência de notícias desde 1985 para fins de treinamento dos seus modelos de linguagem. As empresas também avançaram que estavam a analisar “possíveis usos da IA generativa em produtos e serviços de notícias” sem adiantar detalhes.

No mesmo mês, a OpenAI deu cinco milhões de dólares ao American Journalism Project para apoiar o trabalho desta entidade e prometeu conferir cinco milhões de dólares em créditos da OpenAI para ajudar as organizações deste projeto a testar tecnologias emergentes de IA.

O grupo alemão Axel Springer, depois de já ter celebrado uma parceria com a OpenAI, fez também um acordo com a Microsoft relativo à IA mas também a publicidade e conteúdos. No que diz respeito à IA, a Microsoft vai ajudar o grupo de media a desenvolver um chat alimentado a inteligência artificial para informar os utilizadores dos meios do grupo.

Há cerca de um ano, a Shutterstock também expandiu sua parceria com a OpenAI através de um acordo de seis anos que permitiu acesso a uma grande quantidade de dados, incluindo imagens, vídeos, músicas e metadados associados. Já a Shutterstock obtém, desta forma, “acesso prioritário” às novas tecnologias da OpenAI e pode oferecer os recursos de texto para imagem do DALL-E diretamente na sua plataforma.

Qual é o panorama em Portugal?

Segundo a opinião da esmagadora maioria dos inquiridos na segunda edição da “Sonda +M / Central de Informação”, barómetro de media composto por 49 jornalistas em cargos de edição/direção de mais de 30 órgãos de comunicação social portugueses de âmbito nacional, a regulamentação para limitar o uso de IA no jornalismo é necessária e urgente.

De acordo com 68% dos jornalistas inquiridos, a utilização descontrolada de IA pode colocar em risco os códigos deontológicos e, para 27% dos inquiridos, o seu desenvolvimento tem sido muito rápido e descontrolado. Os restantes 5% consideram que a regulamentação para limitar o uso de IA no jornalismo é necessária mas para informar, não limitar.

O cidadão português comum também parece não estar muito agradado com a interferência de inteligência artificial na produção noticiosa, uma vez que a informação é o tipo de formato onde uso de IA mais é rejeitado pelos portugueses.

Segundo um estudo da Gfk sobre a relação dos portugueses com a inteligência artificial (IA), em particular na produção audiovisual, sendo que os programas de informação são mesmo o tipo de conteúdos audiovisuais que apresentam menos aceitação por parte dos portugueses no que toca à utilização de IA para a sua criação, sendo que 26% dizem “não concordar nada” com a sua utilização. No entanto, sublinhe-se, 14% dizem que “concordam muito”.

Naquela que foi a primeira vez que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) se pronunciou sobre conteúdo gerado por IA num programa televisivo de informação, este órgão exigiu em abril a publicação de uma carta de princípios para o uso de inteligência artificial por parte da CNN Portugal, depois de o canal ter usado esta tecnologia numa rubrica a propósito dos debates eleitorais no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 2024.

O objetivo, segundo o regulador, passava por “garantir a integridade, quer dos conteúdos decorrentes dessa tecnologia, quer das prerrogativas inerentes à atividade jornalística, e tornar transparentes perante os espetadores o tipo de tarefas que são executadas por estes sistemas – editoriais e/ou não editoriais”.

O caso mais expressivo da utilização de IA no jornalismo em Portugal talvez tenha ocorrido em abril do ano passado, quando o jornal i lançou uma edição feita, na íntegra, através do ChatGPT. Segundo explicou na altura o diretor do jornal, Mário Ramires, ao +M, o jornalismo online em vários sítios já é feito através de computadores e algoritmos, que recebem as notícias colocadas na internet e divulgam as que consideram válidas, pelo que a inovação passou por “não ter a intervenção de jornalistas”.

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Advogados recusam suspeitas de promiscuidade levantadas por sindicato da migração

  • Lusa
  • 23 Julho 2024

Em causa a inclusão de juristas externos na estrutura de missão para gerir processos pendentes de imigrantes.

A Bastonária da Ordem dos Advogados considerou “lamentáveis” as suspeitas de corrupção e promiscuidade levantadas pelo Sindicato dos Técnicos de Migração (STM) sobre a inclusão de juristas externos na estrutura de missão para gerir processos pendentes de imigrantes, recordando que qualquer contratação será sujeita a concursos públicos.

“São lamentáveis estas afirmações e não correspondem minimamente à realidade”, afirmou à Lusa Fernanda de Almeida Pinheiro, referindo que o acordo com os advogados e solicitadores, celebrado este ano com a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), ainda não está concretizado, porque “faltam os concursos públicos” para a contratação dos juristas para a estrutura de missão.

O protocolo “visa naturalmente a contratação pública de advogados e solicitadores para ajudar aquela instituição na instrução dos processos” e será sempre a AIMA “quem detém, a todo o tempo, a supervisão e a palavra final nessa mesma instrução”.

Por isso, Fernanda de Almeida Pinheiro disse não compreender as suspeitas levantadas pelo STM, porque “para haver corrupção ativa, tem que haver corrupção passiva” e isso só seria possível se os técnicos de imigração colaborassem nesse crime.

Por isso, no seu entender, “este tipo de afirmações não têm nenhum respaldo com a realidade”, afirmou, recordando que a “advocacia é uma profissão regulada há 100 anos neste país”, com “profissionais altamente qualificados que prestam todos os dias milhares de atos públicos ao serviço da justiça”.

Nesse sentido, “não se admite que uma responsável por um sindicato venha fazer estas afirmações públicas generalizadas, absolutamente desprovidas de qualquer sentido”, acrescentou a bastonária.

Os acordos celebrados constituem “uma ajuda para que o trabalho seja executado o mais rapidamente possível, uma vez que os técnicos [da AIMA], pelos vistos, não têm capacidade para o fazer”.

“O processo é absolutamente transparente e claro e é uma pena que estejamos ainda a discutir” em vez de “ter já executado o acordo desde março até agora”, porque, desse modo, “já muita gente tinha os seus processos instruídos em vez de estarmos aí com estes disparates públicos”, acrescentou.

Sobre eventuais conflitos de interesses, a bastonária salientou que quem for contratado terá essa situação salvaguardada, mas lembrou que muitos técnicos da AIMA são pagos através de associações de imigrantes.

“Estranhamente, isso não causa nenhuma perplexidade sobre conflitos de interesses”, sublinhou Fernanda de Almeida Ribeiro.

No domingo, a dirigente sindical Manuela Niza considerou que a entrada de advogados e solicitadores nas equipas da estrutura de missão “pode abrir portas a uma vasta situação de corrupção”, porque “há pessoas que têm interesses diretos e indiretos junto das comunidades” imigrantes.

“Fica no ar a suspeição de haver aqui uma promiscuidade muito grande”, disse.

Os advogados que representam clientes que podem ter os seus processos “parados há muito tempo” e vão poder colaborar, ao abrigo dos acordos feitos, no processo de fiscalização dos procedimentos da AIMA.

Para o STM, a solução deveria passar por abrir a estrutura de missão “a pessoas que estão habituadas dentro da função pública a funcionar com a análise e instrução de processos e não precisam de ser advogados”.

A grande maioria dos funcionários da AIMA “não é advogado e não tem formação em direito”, salientou Manuela Niza.

A maior parte dos 400 mil casos pendentes esteve parada porque eram processos referentes à manifestação de interesse, entretanto revogada, e “passavam por um crivo muitíssimo grande ao nível policial”.

O fim da manifestação de interesse, um recurso que permitia a legalização de um turista em Portugal desde que tivesse 12 meses de descontos, não elimina o direito das pessoas que já tinham recorrido a este processo.

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Kamala Harris “orgulhosa” por ter o apoio necessário à nomeação dos democratas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 23 Julho 2024

Em pouco mais de 24 horas, a vice-presidente dos EUA alcançou o apoio de um número suficiente de delegados para garantir a nomeação do Partido Democrata às eleições presidenciais de 5 de novembro.

Kamala Harris precisa do apoio de 1.976 delegados, de cerca de 4 mil, para ganhar a nomeação presidencial democrata na convenção nacional do partido no próximo mês. Mas, pouco mais de 24 horas depois de Joe Biden ter desistido de concorrer à Casa Branca, a atual vice-presidente dos EUA já tem o apoio de 2.668 delegados, segundo uma contagem da Associated Press.

“Esta noite, estou orgulhosa por ter conseguido o apoio necessário para me tornar a candidata do nosso partido”, escreveu Kamala Harris na rede social X.

Os delegados são pessoas selecionadas para representar a sua zona eleitoral na Convenção Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), onde serão nomeados os candidatos do partido à Presidência e à vice-presidência dos Estados Unidos.

Estes apoios não são vinculativos, mas, se se mantiverem até ao momento da votação dos delegados na eleição nominal virtual, prevista decorrer entre 1 e 7 de agosto, Kamala Harris conquista formalmente a nomeação do partido.

Desde domingo, congressistas e senadores democratas, todos os governadores democratas — incluindo da Califórnia, do Michigan e da Pensilvânia, que eram apontados como possíveis concorrentes de Kamala Harris à nomeação do Partido Democrata –, a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e Bill e Hillary Clinton responderam positivamente ao apelo à união de Joe Biden e declararam apoio à californiana. Por enquanto, Barack Obama mantém-se em silêncio.

Às promessas de apoio soma-se o forte aumento de fundos e donativos angariados para a campanha de Kamala Harris. Só nas primeiras 24 horas após confirmar a sua candidatura à nomeação presidencial democrata, recolheu um recorde de 81 milhões de dólares em contribuições, mais do que Joe Biden conseguiu nos primeiros dois meses da sua própria campanha.

De acordo com a campanha de Harris, mais de 888 mil pessoas fizeram donativos no dia seguinte ao anúncio de Biden, 60% das quais nunca tinham doado dinheiro neste ciclo eleitoral.

No seu primeiro discurso de campanha, onde era a sede da campanha de Joe Biden em Wilmington, Delaware, Kamala Harris disse que tinha pedido a Jen O’Malley Dillon, presidente da campanha do atual Presidente, para se encarregar da sua candidatura presidencial, e que Julie Chavez Rodriguez, diretora de campanha de Biden, também iria manter-se.

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BCP, Novobanco e CGD são os bancos mais expostos ao crédito de cerca de 200 milhões à Inapa

  • ECO
  • 23 Julho 2024

No final do ano passado, a dívida da Inapa ascendia os 200 milhões de euros. BCP, a CGD e o Novobanco são os maiores credores.

O BCP, a CGD e o Novobanco são os maiores credores da dívida bancária da Inapa. O relatório e contas de 2023 da papeleira revela que os empréstimos bancários somavam 115,3 milhões de euros no fim do ano passado, a que acrescem obrigações convertíveis e passivos de locação financeira, elevando o total para 237,6 milhões de euros, avança o Jornal Económico.

Segundo fontes da banca, a generalidade dos bancos já tinham provisões constituídas para estes créditos, pois há muito que antecipavam o risco. O Novobanco, que também é acionista, terá concedido entre 20 milhões e 30 milhões de euros à distribuidora de papel, avança o mesmo jornal.

O pedido de insolvência que a Inapa vai apresentar em breve deixa vários lesados. Tendo em conta a capitalização bolsista da empresa, a Parpública, maior acionista, com 44,89%, perde cerca de sete milhões de euros; a Nova Expressão, com 10,85%, perde 1,5 milhões de euros; e o Novobanco, com 6,55%, perde 1,01 milhões de euros.

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A “Saúde através do desporto” de Quirónsalud, presente na 37ª edição da America’s Cup

  • Servimedia
  • 23 Julho 2024

Com a sua presença na competição de vela America's Cup, a Quirónsalud indicou que está a reforçar “o seu compromisso com a saúde do desporto”.

A 37ª edição da America’s Cup realizar-se-á de 22 de agosto a 21 de outubro em Barcelona e contará com um alinhamento de alto nível, com seis equipas a competir pela Taça dos 100 Guinéus. Durante o evento, o Centro Médico Teknon, pertencente ao grupo Quirónsalud, será o Serviço Médico Oficial e o hospital de referência para oferecer os melhores cuidados, tanto aos atletas como ao público, bem como a qualquer membro da organização.

A equipa da Nova Zelândia, atual campeã da competição, é a principal favorita. As cinco equipas que lutam para arrebatar o troféu aos neozelandeses são a Allinghi Red Bull, a American Magic, a Luna Rossa Prada, a Orient Express e a Inneos Britania.

Os adversários competirão em regatas preliminares de 22 a 28 de agosto e, a partir de 29 de agosto, os cinco adversários – britânicos, suíços, italianos, americanos e franceses – lutarão para se tornarem a equipa que enfrentará os neozelandeses em outubro.

Mais concretamente, a equipa do Serviço Médico Oficial será composta por 20 profissionais altamente qualificados, que irão atender a qualquer incidente que possa surgir no local. E, em caso de necessidade de outros tipos de tratamentos ou de tratamentos mais específicos, serão encaminhados para o Centro Médico Teknon, um centro que celebra este ano o seu 30.º aniversário, equipado com a tecnologia mais avançada e com uma equipa multidisciplinar que abrange todas as especialidades médicas e cirúrgicas.

SAÚDE E DESPORTO

Com a sua presença na competição de vela America’s Cup, a Quirónsalud indicou que está a reforçar “o seu compromisso com a saúde do desporto”. Atualmente, o grupo colabora em muitos eventos e modalidades desportivas, porque o desporto é um campo que, “além de estar relacionado com a saúde, tanto na prevenção de doenças como na qualidade de vida em geral, reflete uma série de valores com os quais Quirónsalud se identifica na sua forma de trabalhar: disciplina, espírito de aperfeiçoamento e melhoria contínua”.

Neste sentido, é atualmente o Serviço Médico do Campeonato do Mundo de MotoGP, Fornecedor Médico Oficial da Associação de Clubes de Basquetebol (acb) em todas as suas competições, Fornecedor Médico Oficial da equipa espanhola de andebol masculino e feminino, responsável pelos Serviços Médicos da Real Federação Espanhola de Ténis (RFET), Serviço Médico Oficial de Prevenção da Real Federação Espanhola de Vela, através da Quirónprevención, e Serviço Médico Oficial da Academia Rafa Nadal, além de colaborar com vários clubes de futebol, basquetebol, andebol e râguebi do nosso país.

Nos últimos anos, também cuidou da saúde de importantes eventos desportivos, como as três últimas edições da Taça Davis de ténis realizada em Espanha, o Mutua Madrid Open, o Open Banc Sabadell – Troféu Conde de Godó, o torneio de padel Hexagon Cup, a Meia Maratona de Barcelona, a Nationale-Nederlanden San Silvestre Vallecana, a Behobia/San Sebastián e o último Eurobasket feminino realizado em Espanha em 2021, entre outros.

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Emilio Sánchez Vicario lança “Game Changers”, um podcast com entrevistas a desportistas de topo

  • Servimedia
  • 23 Julho 2024

O tenista vai conversar com desportistas de renome mundial para conhecer as suas carreiras em primeira mão, rever os seus triunfos e também falar dos seus desafios.

O ex-tenista Emilio Sánchez Vicario lançou na terça-feira o podcast “Game Changers”, onde entrevista lendas do mundo do desporto para oferecer uma perspetiva mais pessoal sobre figuras icónicas, revendo os seus sucessos, mas também descobrindo o seu lado mais pessoal.
Coincidindo esta semana com o início do grande evento olímpico em Paris, o primeiro episódio é uma conversa com a tenista Arantxa Sánchez Vicario, uma laureada desportiva que ganhou quatro medalhas olímpicas durante a sua carreira: duas medalhas de prata em duplas (Barcelona 1992 e Atlanta 1996, ambas com Conchita Martínez) e duas medalhas de bronze em individuais (Barcelona 1992 e Atlanta 1996).

“Quero inspirar os jovens contando as histórias de vida de pessoas diferentes”, disse Emilio Sánchez Vicario, que também lidera este projeto no ano em que se comemora o 25º aniversário da Academia Emilio Sánchez, um centro que se tornou uma referência internacional por ter conseguido combinar com sucesso a educação e a formação académica com o desporto de elite.

Na conversa com a sua irmã Arantxa, esta sublinha que “quebrou barreiras, abriu portas e foi uma pioneira no desporto feminino espanhol”. No podcast, Arantxa fala sobre a sua experiência pessoal de competir ao mais alto nível até se tornar a número um do mundo, tanto em singulares como em pares, ganhando um total de 14 títulos do Grand Slam.

“Pensei em continuar a lutar. Com a determinação, a força mental, o físico que tinha, a confiança. Queria lutar em cada ponto, dar o melhor de mim e dizer: se me vais ganhar, ganhas, não vou perder o jogo”, explica a tenista. Arantxa também se refere aos valores que o desporto lhe transmitiu, à sua retirada do mundo do ténis e destacou a importância da saúde mental no desporto de elite e na vida em geral. “Sempre existiu. Naquela altura era mais tabu e agora é mais normal; sou uma pessoa que era mentalmente muito forte, mas também tive de trabalhar nisso e na altura tive uma pessoa que me ajudou e não é uma coisa má, antes pelo contrário”, recorda.

CONVERSAS PESSOAIS

O podcast ‘Game Changers’ está disponível no Spotify, YouTube e Instagram e, aproximadamente todos os meses, o tenista vai conversar com desportistas de renome mundial para conhecer as suas carreiras em primeira mão, rever os seus triunfos e também falar dos seus desafios.

Paralelamente, Emilio Sánchez Vicario continua a apostar na academia que fundou há 25 anos em Barcelona, que se destaca por oferecer um modelo educativo integral que permite aos jovens talentos desenvolverem-se tanto a nível académico como desportivo. Presente em três continentes e com filiais em Barcelona (Espanha), Naples, Flórida (Estados Unidos) e Dubai (Emirados Árabes Unidos), a academia formou mais de 10.000 alunos de mais de 100 nacionalidades, muitos dos quais seguiram carreiras de sucesso no ténis profissional e em universidades de prestígio.

Olhando para o futuro, a Academia Emilio Sánchez planeia continuar a inovar no seu modelo educativo e desportivo e, entre os seus objetivos, está a incorporação da inteligência artificial para melhorar os processos de aprendizagem dos alunos, promovendo novas oportunidades, a criatividade e o pensamento crítico, afirmou a academia em comunicado.

Outro pilar fundamental do legado do tenista é a Fundação Emilio Sánchez Vicario, criada em 2010, que se dedica a promover a integração social e o desenvolvimento pessoal através do desporto e da educação.

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ISDIN alarga o seu projeto de ajuda às pessoas com albinismo ao Panamá, onde é a zona de maior prevalência no mundo

  • Servimedia
  • 23 Julho 2024

Em colaboração com a Fundação SOS Albinos, o Panamá enviou seis dermatologistas voluntários de diferentes nacionalidades para ajudar as pessoas com albinismo.

O laboratório ISDIN alargou o seu projeto de ajuda às pessoas com albinismo, iniciado em Moçambique em 2022, a uma comunidade do Panamá com a maior prevalência do mundo. Na comunidade de Guna Yala, no arquipélago de San Blas, uma em cada 100 a 200 pessoas tem albinismo, enquanto na Europa a incidência é de uma em 37.000 pessoas.
Para além da elevada incidência, há ainda o problema da falta de acesso aos serviços de saúde, que estão centralizados na Cidade do Panamá, informou o ISDIN na terça-feira. A expedição enviou seis dermatologistas voluntários de diferentes nacionalidades (Panamá, Espanha, Colômbia, Peru, Chile e Argentina) para a Ilha Nargana para combater o cancro da pele nas pessoas com albinismo, 98% das quais morrem antes dos 40 anos.

“O albinismo no Panamá é um problema de saúde pública, especialmente entre os povos indígenas Guna Yala porque, sendo populações remotas e vivendo num arquipélago, há consanguinidade entre as tribos e é por isso que têm uma incidência tão elevada”, explicou o Dr. Jaime Piquero, dermatologista chefe da expedição.

Durante dois dias, a equipa médica tratou 65 pessoas de 16 comunidades do arquipélago de San Blas que se deslocaram à ilha de Narganá, onde foi instalado o centro de trabalho da expedição. Aí, os dermatologistas efetuaram exames de pele, praticaram sessões de crioterapia sobre a queratose actínica e sensibilizaram as pessoas para a importância da fotoproteção, além de lhes darem cremes solares e medidas de proteção como chapéus e t-shirts.

“É uma experiência muito gratificante partilhar uma expedição com um grupo de jovens dermatologistas com vontade de trabalhar, rapidamente formámos uma equipa e conseguimos ver um volume significativo de pacientes”, afirmou Reinaldo Arosemena, dermatologista líder da expedição e presidente da Fundação SOS Albinos Panamá.

EXPEDIÇÕES

Também realizaram 16 cirurgias para remover cancros da pele e lesões pré-cancerosas que, sem este tratamento, teriam posto em perigo a vida destas pessoas com albinismo. Como explica a Dra. Sofía Juárez, dermatologista argentina bolseira do ISDIN, “é muito gratificante, estou muito feliz por ter podido ajudar pessoas que precisam realmente de ajuda e que não têm assistência médica, a não ser que alguém venha cá ajudá-las”. As pessoas com albinismo que vivem nas comunidades das ilhas não têm acesso a cuidados de saúde porque é demasiado caro deslocarem-se à Cidade do Panamá.

É por isso que projetos como a expedição do ISDIN em colaboração com a SOS Albinos Panamá são de grande ajuda para tratar lesões pré-cancerosas e cancerosas e mudar a vida destas pessoas, mas também a dos próprios dermatologistas. “O que me fez mais feliz foi estar em contacto com eles, tratando-os na sala de consultas e realizando todo o processo, desde ensinar-lhes a utilizar o fotoprotetor até à realização de cirurgias. Mas o mais maravilhoso foi sentir-me parte de uma equipa que luta contra o cancro da pele”, disse o Dr. Shady Helen Gutiérrez, um dermatologista peruano com uma bolsa ISDIN.

O seu parceiro de expedição, o dermatologista colombiano William Lopez, também acredita que esta experiência será um antes e um depois para ele. “Muitas vezes com as tarefas do dia a dia perdemos o contacto com a realidade, e isto é um banho de realidade, saber que há doentes que precisam muito de nós e poder fazer a nossa parte para mudar a realidade destas pessoas encheu-me a alma como profissional e como pessoa”.

Desde o início do projeto de assistência às pessoas com albinismo em Moçambique, em outubro de 2022, o ISDIN enviou 35 dermatologistas de 10 nacionalidades que trataram mais de 1500 pacientes e realizaram mais de 427 cirurgias. Estes números têm um impacto muito elevado no país africano, que conta apenas com 20 dermatologistas para tratar uma população de mais de 32 milhões de habitantes.

O projeto da ISDIN também inclui a doação anual de mais de 80.000 protetores solares, o que permite que mais de 3.500 pessoas com albinismo tenham acesso a este tipo de produto que, de outra forma, seria inacessível devido ao seu elevado preço.

LUTA CONTRA O CANCRO

O objetivo geral do projeto da ISDIN é ajudar as pessoas com elevado risco de cancro da pele e, especificamente, as pessoas com albinismo em países desfavorecidos.

O projeto vai além das expedições e das doações anuais de fotoproteção e visa estabelecer programas de formação para médicos locais, a fim de garantir a sustentabilidade e a continuidade dos cuidados especializados, na esperança de que, no futuro, estas intervenções externas deixem de ser necessárias. Esta iniciativa faz parte da estratégia ESG da empresa para alcançar um futuro sem cancro da pele em todo o mundo.

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Hoje nas notícias: Dívida, Inapa e repatriamento de lucros

  • ECO
  • 23 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal tem mantido taxas de juro da dívida mais baixas do que países como França, Itália e Espanha, apesar do défice registado no primeiro trimestre deste ano e dos discursos pessimistas do Governo. O BCP, a CGD e o Novobanco são os maiores credores da dívida bancária de mais de 200 milhões de euros da Inapa. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Portugal afasta-se dos focos de tensão nos mercados da dívida

Ao longo dos últimos meses, Portugal tem apresentado um desempenho das suas taxas de juro da dívida melhor do que o de outros países do sul da Europa, o que, apesar do défice registado no arranque deste ano, lhe tem permitido manter-se a salvo da tensão que se vive atualmente no mercado obrigacionista de países como a França. Há bastante tempo que Portugal apresenta taxas de juro mais baixas que a Itália e a Espanha, mas o diferencial favorável face a estes dois países acentuou-se nos últimos meses, aproximando-se já dos 0,7 pontos percentuais no que diz respeito ao primeiro e chegando aos 0,174 pontos face ao país vizinho.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

BCP, Novobanco e CGD com maior parte do crédito de cerca de 200 milhões à Inapa

O BCP, a CGD e o Novobanco são os maiores credores da dívida bancária da Inapa. O relatório e contas de 2023 da papeleira revela que os empréstimos bancários somavam 115,3 milhões de euros no fim do ano passado, a que acrescem obrigações convertíveis e passivos de locação financeira, elevando o total para 237,6 milhões de euros. Segundo fontes da banca, a generalidade dos bancos já tinham provisões constituídas para estes créditos, pois há muito que antecipavam o risco.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Repatriamento de lucros na agenda de Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai aproveitar a visita a Angola entre 23 e 25 de julho para abordar uma queixa recorrente dos empresários portugueses instalados naquele país: a dificuldade no repatriamento de lucros. Além da enorme teia burocrática à volta do tema, os empresários deparam-se também com o problema da escassez de divisas estrangeiras, o que constitui um obstáculo à captação de mais investimento direto estrangeiro (IDE) por parte de Angola.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Fraude na importação de 1.782 carros lesou Estado em 4,4 milhões

O Ministério Público do Porto acusou 44 arguidos (24 pessoas singulares e 20 sociedades) de terem montado um esquema, entre 2019 e 2023, para reduzir o pagamento do IVA devido pela revenda de 1.782 carros que compraram, em segunda mão, noutros países da União Europeia. Durante esses quatro anos, a rede criminosa terá lesado o Estado em mais de 4,4 milhões de euros em IVA e 200 mil euros em IRS, ao usar várias empresas de fachada e falsificar declarações de compra e venda para obter benefícios fiscais indevidos.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Moedas defende que lucros da JMJ sejam partilhados com os lisboetas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa apela para que parte dos 31,4 milhões de euros de lucros da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) seja entregue aos habitantes da cidade. “Entregámos a melhor Jornada de sempre. Tenho a certeza de que a Fundação JMJ saberá também reconhecer esta entrega”, disse Carlos Moedas, num evento na segunda-feira que assinalou o primeiro ano desde a chegada dos símbolos da JMJ à capital portuguesa. Entre as sugestões já feitas pelo município à Fundação JMJ está a criação de residências para estudantes.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre).

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Google desiste de eliminar cookies do browser Chrome

Multinacional anunciou que já não irá eliminar os cookies de terceiros do browser Chrome. Ao invés disso, permitirá que sejam os utilizadores a ligá-los ou desligá-los consoante a sua própria vontade.

A Google recuou definitivamente na decisão de eliminar os cookies de terceiros do browser Chrome, uma intenção anunciada em 2020 que vinha a ser criticada pelos anunciantes, mas também pelos reguladores. Ao invés disso, a empresa pretende dar aos utilizadores a possibilidade de ligarem ou desligarem os cookies de terceiros.

Os cookies são pequenos ficheiros de texto que permitem seguir o comportamento dos utilizadores na internet. O objetivo é mostrar-lhes anúncios alinhados com os seus interesses enquanto consumidores a partir da informação sobre as páginas que visitam. Em 2020, a Google comprometeu-se a eliminar estes cookies em dois anos, mas viu-se obrigada a reajustar o calendário várias vezes. Agora, decidiu abandonar a ideia de vez, confirmou num comunicado.

“Estamos a propor uma abordagem atualizada que eleva a escolha do utilizador. Em vez de descontinuar os cookies de terceiros, iremos introduzir uma nova experiência no Chrome que permite às pessoas tomarem uma decisão informada que se aplica ao longo da navegação na web, e poderão ajustar a sua escolha a qualquer momento”, explica Anthony Chavez, responsável executivo do projeto Privacy Sandbox da Google, cujo objetivo é criar tecnologias que protejam a privacidade das pessoas na internet.

Apesar de não existirem muitos mais detalhes sobre a intenção da Google, a decisão aproxima-se do que faz atualmente a concorrente Apple. A fabricante do iPhone bloqueia automaticamente os cookies de terceiros no browser Safari, mas permite que os utilizadores, querendo, possam ligá-los por sua própria iniciativa.

Só que o Chrome é, de longe, o browser com a maior quota de mercado a nível mundial e muitas empresas de publicidade temiam que o fim dos cookies de terceiros significasse a destruição do seu modelo de negócios. Algumas acusavam também a Google de querer aumentar a sua vantagem na recolha de dados e de forçar os anunciantes a pagarem mais, explica o Financial Times.

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