Europa deve duplicar investimento em I&D para reforçar competitividade, recomenda McKinsey

Consultora estima que empresas europeias investem 700 mil milhões a menos do que as suas congéneres norte-americanas e alerta que "investimento insuficiente compromete a competitividade da Europa".

A McKinsey Global Institute fez as contas e concluiu que a União Europeia está a ficar para trás na aposta em Investigação e Desenvolvimento (I&D). Num estudo publicado esta segunda-feira, a consultora norte-americana estima que as grandes empresas europeias investem 700 mil milhões de euros (ou cerca de 3,000 euros per capita) menos do que as suas congéneres norte-americanas, e que isso está se a refletir na falta de competitividade europeia face aos Estados Unidos.

“O investimento norte-americano em propriedade intelectual e nas suas equipas é praticamente o dobro per capita face ao investimento europeu”, lê-se no documento a McKinsey, no qual é sublinhado que “um investimento insuficiente compromete a competitividade da Europa e, sem competitividade, o investimento não flui”.

De acordo com o estudo, “a Europa deve duplicar os investimentos que geram maior produtividade“, especialmente no âmbito de I&D, onde a inovação tecnológica desempenha um papel crítico, sobretudo numa altura em que se aposta numa transição energética e digital em toda a União Europeia.

Comparativamente aos Estados Unidos – que tem apostado fortemente na atração de investimentos, sobretudo energéticos, através de incentivos fiscais, como o Industrial Reduction Act (IRA) –, a McKinsey aponta que a falta de competitividade não se limita apenas no I&D.

Os ativos de capital de risco geridos na Europa equivalem a apenas um quarto do total norte-americano. Esta disparidade sublinha um problema estrutural” que deve ser abordado entre os 27 “com urgência”, dizem, dando nota que os ativos de capital de risco “representam entre 70% e 80% do crescimento da produtividade” e que a falta dele “coloca a Europa numa posição de desvantagem”.

Para corrigir o atual cenário, o bloco europeu terá, no entanto, de superar alguns desafios, nomeadamente, custos energéticos elevados, a escassez de talento e a regulação empresarial e do mercado laboral – sem esquecer que a “incerteza geoeconómica e macroeconómica também desempenha um papel crucial na reticência dos investidores”.

Assim, recomenda a McKinsey, o foco entre os 27 Estados-membros deve estar na “eliminação” destas barreiras para fomentar um ambiente pró-investimento.

A Europa necessita de um programa audaz e proativo que se concentre em atrair e reter talento, assim como na criação de um ambiente regulatório favorável e atrativo para os negócios.

McKinsey Global Institute

Mas na União Europeia o assunto está, também ele, no topo da agenda. A recém reeleita presidente da Comissão Europeia anunciou que o reforço da competitividade figura como parte das diretrizes do programa do próximo Executivo comunitário.

Entre os pontos do plano de ação, a chefe do Executivo anunciou que irá lançar um novo acordo industrial limpo nos primeiros 100 dias, com vista a canalizar investimento em infraestruturas e indústria no bloco, em especial para os setores mais energeticamente intensivos. Ademais, identificou como prioridade acelerar o lançamento de concursos e licenciamentos, agilizando, simultaneamente, a burocracia.

Ursula von der Leyen também prometeu continuar a desenvolver uma “União dos Mercados de Capitais”, a fim de atrair investimentos e melhores possibilidades de financiamento para as empresas, sobretudo em infraestruturas, tecnologia e equipamentos que podem impulsionar a produtividade e a eficiência em diversos setores.

“O investimento neste tipo de ativos tangíveis é fundamental para acompanhar o ritmo de outras economias avançadas, já que um investimento insuficiente compromete a capacidade da Europa para competir num mercado global cada vez mais exigente”, conclui a McKinsey.

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Governo ultima “pacto para construção”

  • Lusa
  • 22 Julho 2024

Objetivo do pacto será “atrair talento, conhecimento, mão de obra para a fileira da construção”, nomeadamente facilitando a vinda para Portugal de quadros das sucursais no estrangeiro essas empresas.

O Governo quer facilitar a vinda para Portugal de quadros das sucursais no estrangeiro das empresas de construção, no âmbito de um “grande pacto” que será anunciado “ainda esta semana”, disse esta segunda-feira o ministro das Infraestruturas e Habitação. Segundo Miguel Pinto Luz, esta é uma das “várias medidas” que o Governo vai propor no âmbito de um pacto para a construção, necessário para executar a construção e reabilitação de casas.

O governante falava no final da cerimónia de assinatura de acordos com as autarquias de 14 municípios de Lisboa e Vale do Tejo e quatro da região Norte, que decorreu na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa. Sem querer antecipar muito, o ministro adiantou que um dos objetivos do pacto será “atrair talento, conhecimento, mão de obra para a fileira da construção”, nomeadamente facilitando a vinda para Portugal de quadros das sucursais no estrangeiro das empresas de construção, possibilidade que está a ser trabalhada com as tutelas da justiça, da administração interna e das migrações.

O ministro reconhece que a dificuldade de resposta do setor da construção o “preocupa” e que “lançar toda esta obra pública” é uma “ambição grande”, que pode esbarrar na “capacidade de execução no terreno”. Por isso, realçou, o pacto tem de envolver não só as empresas de construção, mas também as de arquitetura e de engenharia.

Almada, Alcochete, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira assinaram hoje acordos e termos de responsabilidade e aceitação, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, ao abrigo do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR, fundos europeus), no âmbito do qual Portugal assumiu o compromisso de construir ou reabilitar 26 mil habitações até junho de 2026.

Na mesma cerimónia, foram assinados também acordos com as autarquias de Fafe e Guimarães, no distrito de Braga, Lamego (distrito de Viseu) e Matosinhos (distrito do Porto), aumentando para 1.450 o número de casas na região Norte, ao abrigo da mesma medida. Questionado sobre as razões que deixaram quatro municípios de Lisboa e Vale do Tejo fora dos acordos (Amadora, Barreiro, Moita e Palmela), o ministro respondeu que, “possivelmente ficaram com as candidaturas de fora dos tais 26 mil fogos”, limite que, “naturalmente”, obrigou a “rateio”.

Porém, assinalou, “o Governo está a trabalhar afincadamente para, nas próximas semanas, nos próximos meses, apresentar solução também” para os 29 mil fogos que se candidataram mas ficaram de fora. A assinatura dos termos de responsabilidade e aceitação pelos municípios, que faz parte da estratégia do Governo para a habitação, prevista no programa “Construir Portugal”, teve o seu início em junho, tendo sido já assinados acordos com cerca de uma centena de municípios de norte a sul do país.

Assinar termos de responsabilidade com os municípios “não é sacudir a água do capote”, rejeitou o ministro, lembrando que o Governo coassina esses acordos, que permitem às câmaras avançarem na construção ou reabilitação de edifícios para habitação destinada às famílias mais vulneráveis, ficando a aprovação das candidaturas pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para uma fase posterior.

“Vamos acompanhar de perto aquilo que irá acontecer”, vincou o ministro, tendo “noção clara daquilo que são as dificuldades em muitas autarquias”. Porém, assinalou, “não cumprir o PRR coloca em causa tranches de transferência da Europa para Portugal e Portugal não está em condições de dispensar recursos tão escassos como são os recursos financeiros hoje em dia”.

Os autarcas “têm hoje todas as ferramentas necessárias e suficientes” para cumprir o objetivo no prazo definido, frisou. “Nós não queremos pensar sequer que não vamos cumprir a meta de 30 de junho de 2026”, acrescentou.

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FNS2024: “Custo de captação vai deixar de existir, temos é que manter os clientes”

  • ECO Seguros
  • 22 Julho 2024

Solange Gregório, Head of Portugal Retail da Saúde Prime, subiu ao palco do FNS 2024 para falar sobre os desafios os seguros de saúde com o envelhecimento demográfico e aponta para soluções. Veja aqui

O envelhecimento demográfico irá aumentar os custos com os cuidados de saúde devido à inflação, à maior prevalência de doenças crónicas, ao aumento da utilização dos serviços de saúde e ao encarecimento dos tratamentos. Será este um problema para a sustentabilidade dos seguros de saúde?

Na sua intervenção no Fórum Nacional de Seguros 2024, evento organizado pelo Ecoseguros e pela Zest, Solange Gregório, Head of Portugal Retail da Saúde Prime, explora essa questão. O pontapé de partida parte da premissa que o setor passa a ter clientes durante mais tempo, “temos é que mudar a forma como temos as soluções colocadas. Portanto, se calhar, não é um problema, se calhar é aqui uma oportunidade grande de crescimento”.

Veja aqui a intervenção na integra:

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Lucros da Navigator crescem 16% para 159 milhões no primeiro semestre

Resultados beneficiaram do crescimento de vendas nos vários segmentos de negócio e redução dos custo. Empresa diz que foi "o segundo melhor semestre da sua história".

A Navigator registou um registou um resultado líquido de 159 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 16% face ao período homólogo, beneficiando do bom desempenho dos negócios de papel, tissue e packaging, e da redução nos custos.

“Nos primeiros seis meses do ano em curso, o EBITDA registou um crescimento de 18%, atingindo os 299 milhões de euros, situando a margem EBITDA em 28%, beneficiando da redução dos custos variáveis em todos os segmentos de pasta e papel e também dos custos fixos. A Empresa regista deste modo resultados históricos, com o 2º melhor primeiro semestre de sempre da sua história“, assinala em comunicado.

O volume de negócios cresceu 9% para os 1.066 milhões de euros. A Navigator reporta um aumento na quantidade vendida nos vários segmentos. As venda de papel de impressão e embalagem a aumentarem 26%, para 673 mil toneladas, com a quota nos produtos premium a situar-se em 59%. No tissue, o volume de vendas atingiu as 94 mil toneladas, um aumento homólogo de 54%, que contou já com a integração da britânica Accrol, adquirida por 153 milhões de euros. O segmento de packaging registou uma subida de 90%.

Os resultados entre janeiro e junho traduzem os bons números do segundo trimestre, com o EBITDA a crescer 35% para os 165 milhões de euros e a margem a situar-se nos 31,2%. O resultado líquido foi de 94,8 milhões de euros.

A dívida líquida cresceu 92 milhões para 665 milhões, refletindo a aquisição da Accrol, (pagamento de € 153 milhões pelo capital e consolidação de dívida adicional), o nível de investimento (capex) e a distribuição de 150 milhões em dividendos. No 1º semestre de 2024 o montante total de investimentos ascendeu a 93 milhões de euros.

Neste período “foram contratados novos financiamentos de longo prazo – a 5, 6 e 7 anos no montante de 300 milhões de euros. As condições financeiras estão indexadas a 3 indicadores presentes na Agenda de Sustentabilidade da empresa e, por sua vez, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, informa a Navigator no comunicado.

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FNS2024: Será essencial uma plataforma que dê ao cliente acesso “a toda a sua carteira de seguros”

  • ECO Seguros
  • 22 Julho 2024

Digitalização, integração de dados e evolução tecnológica foram temas debatidos no painel que reuniu distribuidores, seguradoras e parceiros. Veja aqui o painel do Fórum Nacional de Seguros 2024.

O setor segurador tem incorporado nas suas operações novas ferramentas fruto da evolução tecnológica. A “transformação” do “ecossistema tecnológico” nas seguradoras traduz-se na disponibilização de produtos mais digitais e tecnológicos que abrem portas a novos modelos de gestão da distribuição de seguros foi o pontapé de partida para o painel acerca da tecnologia como fator evolutivo da mediação de seguros do Fórum Nacional de Seguros 2024, evento organizado pela Zest e pelo ECOseguros.

Implementar novos modelos de gestão tecnológicos é essencial para as empresas de seguros que sem eles não conseguem continuar relevantes no mercado, foi uma das conclusões do painel onde “eficiência”, “digitalização” e redução da intervenção humana na distribuição estiveram sob análise.

Este debate foi moderado por Leandro Fernandes, CEO da Lluni e contou com a presença de Cláudio Gonçalves, Diretor Geral da NacionalGest, Manuel Brandão, COO Belt Seguros, Miguel Santos, Advogado of Counsel SPS Advogados, e Nuno Clemente, Diretor Geral Nacional da Fidelidade.

Veja aqui o painel na integra:

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Seguradora Hollard Moçambique acerta compra da Global Alliance Seguros

  • Lusa e ECO Seguros
  • 22 Julho 2024

O Grupo Hollard Internacional vai ainda adquirir 100% das ações do Grupo Absa de outras duas seguradoras em África - a Absa Life Botswana e Absa Life Zambia.

A seguradora Hollard Moçambique, que lidera em quota de mercado no país, comprou 100% do capital social da Global Alliance Seguros, do Grupo Absa, outra das principais seguradoras nacionais, conforme aviso publicado esta segunda-feira pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC).

No aviso, a ARC refere que recebeu uma notificação, com efeitos a 8 de julho, “de operação de concentração de empresas” e que aguarda, durante 15 dias, “quaisquer observações sobre a operação de concentração em causa”.

A operação “consiste na aquisição, pela Hollard Moçambique Companhia de Seguros, S.A. (Hollard Moçambique), de 100% do capital social da seguradora Global Alliance Seguros, S.A. (Global Alliance), formalizada através de um contrato de compra e venda celebrado a 28 de junho do ano corrente”, lê-se no aviso.

O regulador recorda que a Hollard Moçambique, que segundo os últimos dados oficiais disponíveis ascendeu à liderança do mercado segurador em 2023, com 16,5% de quota, atua nos seguros gerais, incluindo incêndio, automóvel, aviação, acidentes pessoais, responsabilidade patronal, acidentes de trabalho, garantias e modalidades diversas, assim como à atividade de seguro do ramo Vida e à gestão de fundos de pensões.

A Global Alliance, sociedade anónima de direito moçambicano, dedica-se à atividade seguradora nos ramos Vida e Não-Vida, designadamente, seguros de vida, de acidentes pessoais, de acidentes de trabalho, de acidentes pessoais e doenças, de incêndio e elementos da natureza, de automóvel, marítimos, aéreos, de transportes e de responsabilidade civil geral.

A seguradora estatal Empresa Moçambicana de Seguros (Emose) liderava o mercado nacional, mas em 2023, segundo dados do seu relatório e contas, perdeu quota de mercado (ficou com 14,4%) para a Hollard, que ascendeu à liderança, e para a portuguesa Fidelidade (14,8%).

O mercado segurador de Moçambique conta com 19 empresas autorizadas e era liderado há mais de 40 anos pela Emose, criada dois anos após a independência nacional através da nacionalização e fusão das seguradoras Lusitânia, Tranquilidade de Moçambique e a Nauticus.

Hollard vai adquirir mais duas seguradoras do Grupo Absa

O grupo da Hollard Moçambique, Hollard Internacional, vai adquirir 100% das ações do Grupo Absa em duas outras seguradoras, a Absa Life Botswana e Absa Life Zambia, avançou o jornal Atlas Magazine. A operação ainda está sujeita à aprovação das autoridades competentes.

Com estas aquisições, a seguradora Hallard Internacional expande a sua presença em África onde já opera através de seis subsidiárias na Namíbia, Moçambique, Zâmbia, Lesoto, Botswana e Gana.

O grupo também está no Quénia, no Uganda e na Tanzânia pela sua participação na Apollo Investments Limited.

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Media Capital quer comprar a Nowo

A Media Capital já tem um acordo de princípio com os acionistas da operadora de telecomunicações Nowo. Há poucas semanas, a Autoridade da Concorrência chumbou a compra da Nowo pela Vodafone.

Num surpreendente revés, a Media Capital, dona da TVI e da CNN Portugal, está a negociar a compra a Nowo, resgatando a operadora cuja venda à Vodafone foi chumbada pela Autoridade da Concorrência no passado dia 4 de julho.

A informação foi avançada pelo Jornal de Negócios e o ECO confirmou os contactos já mantidos pela Media Capital com os reguladores, estando neste momento a proceder à due diligence para anunciar o negócio, provavelmente em agosto.

Já depois da publicação desta notícia, a Media Capital informou, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que “está atenta às movimentações do mercado e disponível para analisar eventuais oportunidades de negócio que possam surgir”. “Não existe, contudo, nesta data, informação relativamente à concretização de um negócio que tenha caráter preciso e que deva, nos termos da legislação aplicável, ser divulgada ao mercado”, acrescentou a empresa.

É pouco comum um grupo de media adquirir uma empresa de telecomunicações. A surpresa é ainda maior se se tiver em conta que a Media Capital esteve há poucos anos envolvida na situação inversa: em 2017 a Altice Portugal, dona da operadora Meo, tentou comprar a dona da TVI, quando esta era controlada pelos espanhóis da Prisa.

No caso da Nowo, a empresa, detida pelos anteriores donos da espanhola MásMóvil (que entretanto se fundiu com a Orange), são públicas as dificuldades financeiras do grupo. Em fevereiro, o presidente do Conselho de Administração da Nowo, Miguel Venâncio, disse ao ECO que uma das opções que seria posta em cima da mesa se a venda à Vodafone falhasse era o encerramento da empresa.

O negócio falhou mesmo e, depois da decisão da Autoridade da Concorrência, os acionistas da operadora passaram ao chamado modelo fire sale, isto é, uma venda rápida e, sobretudo, a baixo preço. Tendo em conta que a Vodafone terá oferecido cerca de 150 milhões de euros pela Nowo, este negócio estará a ser negociado por um valor claramente inferior a esse.

A Nowo detém uma rede antiga de cabo e fibra ótica (híbrida) que chega a 900 mil casas e uma rede mais moderna de fibra com 150 mil casas passadas, embora só tenha 132 mil clientes fixos e uma quota de mercado a rondar os 2%.

A empresa também investiu mais de 70 milhões de euros para comprar licenças 5G, mas ainda não terá começado a investir na construção de uma rede própria. Porém, em janeiro, a Anacom deu à Nowo o prazo de um ano para lançar serviços de quinta geração.

Mercado em transformação com entrada da Digi

O interesse da Media Capital na Nowo surge num contexto em que as operadoras já estabelecidas se preparam para a entrada de uma nova concorrente no mercado, a Digi.

Esta empresa de origem romena comprou licenças 5G no leilão da Anacom concluído em 2021 — tal como a própria Nowo –, e está obrigada a lançar serviços até ao fim do ano. Mas a Digi não tem conseguido firmar acordos para distribuir os principais canais de televisão (RTP, SIC e TVI), tendo, aliás, entrado em rutura com a Media Capital e feito denúncias aos reguladores.

A empresa também ainda não assinou qualquer acordo de roaming nacional, conforme noticiou o ECO este mês.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h52)

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ASF e San Marino vão trocar informação confidencial

  • ECO Seguros
  • 22 Julho 2024

O Banco Central da República de San Marino e a ASF assinaram um acordo para troca de informação confidencial e cooperação.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e o Banco Central da República de San Marino (BCSM) assinaram, no início deste mês, um memorando de acordo para cooperação e troca de informação confidencial.

Cooperação entre supervisores de seguros: Catia Tomasetti, presidente do Banco Central de San Marino, e Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF.

Segundo a entidade de supervisão nacional “foi estabelecido um quadro formal para a cooperação e para a troca de informação confidencial entre a ASF e o BCSM no desempenho dos seus deveres e funções de regulação e supervisão da atividade seguradora, em conformidade com a legislação e regulamentação aplicáveis nas respetivas jurisdições”.

Ainda segundo a ASF, a Autoridade “pode estabelecer formas de cooperação e associação com outras entidades de direito público ou privado, nomeadamente com entidades congéneres, a nível da União Europeia ou internacional, quando isso se mostre necessário ou conveniente para a prossecução das suas atribuições”.

A celebração de acordos relativos à cooperação transfronteiriça e à troca de informações assume particular relevância, não só em situações de crise, mas também na atividade diária das autoridades de supervisão, especialmente tendo em conta as suas atribuições de promoção da estabilidade financeira”, conclui a ASF.

A República de San Marino é um Estado que confere vantagens fiscais a empresas e particulares, competindo ao BCSM, presidido desde 2018 pela jurista Catia Tomasetti, a supervisão de entidades seguradoras que em fevereiro deste ano eram 27 mediadoras e corretoras, 60 agentes individuais e 45 companhias de seguros a operar no território.

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Kamala Harris diz que Biden tem um legado “inigualável na história moderna”

Sem nunca referir os acontecimentos das últimas 24 horas, a atual vice-presidente dos Estados Unidos elogiou o mandato de Biden. Kamala Harris começa campanha eleitoral ainda hoje.

Na sua primeira declaração ao país depois de Joe Biden ter desistido da corrida à Casa Branca, apoiando, por seu turno, a candidatura da sua vice-presidente, às eleições de novembro, Kamala Harris agradeceu ao trabalho do atual presidente sublinhando que “as conquistas de Joe Biden são inigualáveis na história moderna“.

Sem nunca referir os acontecimentos das últimas 24 horas, a atual vice-presidente dos EUA elogiou o mandato de Biden, afirmando que “todos os dias o presidente luta pelos americanos” e que, por isso, está grata “pelo serviço que prestou” ao país. “Num só mandato, [Biden] já superou o legado da maioria dos presidentes que cumpriram dois mandatos”, continuou.

Num discurso de poucos minutos em frente à Casa Branca, em Washington, que serviu para celebrar as equipas campeãs da associação desportiva National Collegiate Athletic Association, da época de 2023-2024, Kamala Harris garantiu ainda que Joe Biden está a “recuperar” da Covid-19, assegurando que o presidente de 81 anos se “está a sentir bem”.

Apesar de não ter dado nota da desistência de Biden à corrida à Casa Branca, Kamala Harris anunciou na rede social Threads que vai dar início à campanha eleitoral ainda esta segunda-feira, não sendo expectável que Joe Biden esteja presente.

“É o primeiro dia completo da nossa campanha, por isso vou a Wilmington, Delaware, mais tarde para dizer “olá” à nossa equipa na sede. Faltam 105. Juntos, vamos ganhar isto”, referiu na publicação.

Após a desistência anunciada neste domingo, Joe Biden apoiou publicamente Harris para o suceder como candidato democrata à presidência em 2024. O congresso do partido para a nomeação do candidato democrata está marcado para agosto e Harris já tem estado a preparar terreno para garantir uma base sólida de apoio.

Segundo a imprensa internacional, depois do anúncio desde domingo de Joe Biden, a vice-presidente terá passado cerca de 10 horas ao telefone com líderes partidários, membros do Congresso, governadores, líderes sindicais e líderes de organizações de defesa de direitos e de direitos civis. Nesse período, Harris conseguiu angariar mais de 49,6 milhões de dólares para a sua campanha presidencial, avança a Reuters.

Notícia atualizada pela última vez às 17h09

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Tripulantes da easyJet reúnem-se em assembleia geral para analisar situação laboral

  • Lusa
  • 22 Julho 2024

A assembleia geral de emergência, que se realiza no próximo dia 31 de julho de 2024, às 10:00, tem como ponto único "análise da situação laboral na easyJet e medidas a tomar".

Os tripulantes da easyJet vão reunir-se em assembleia geral de emergência no dia 31 de julho para analisar a situação laboral na companhia aérea e decidir medidas a tomar em relação à “disrupção” que sentem na operação. De acordo com a convocatória enviada esta segunda-feira pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) aos associados, a assembleia geral de emergência, que se realiza no próximo dia 31 de julho de 2024, às 10:00, tem como ponto único “análise da situação laboral na easyJet e medidas a tomar”.

Na semana passada, o SNPVAC anunciou a intenção de marcar uma assembleia geral urgente por falta de resposta da empresa aos trabalhadores. Em comunicado enviado à imprensa, o SNPVAC disse que tinha reunido com a empresa e que esperava uma resposta da easyJet acerca das medidas apresentadas pelo sindicato “para contrabalançar a disrupção” que os tripulantes sentem na operação.

Segundo o sindicato, “a reunião apenas serviu para demonstrar que a empresa não tinha soluções para ultrapassar todas estas disrupções operacionais, falta de recursos humanos”, nem dar resposta às pretensões dos trabalhadores, tendo a empresa pedido até à próxima terça-feira, dia de reunião da administração, onde vai ser um discutido um plano para fazer face àquelas questões.

“Tendo todos os fatores em consideração, é tempo de voltar a reunir todos os associados em assembleia-geral e iremos pedir a sua marcação ao presidente da Mesa. Que fique muito claro que nenhuma forma de luta estará descartada, nomeadamente o nosso direito à greve”, avançou o sindicato.

Para a estrutura liderada por Ricardo Penarróias, “não é sensato ou sequer exequível esperar por um plano que apenas pretende ser um remendo, um plano a meio do verão que nada resolve”, e que o SNPVAC desconhece. O sindicato realçou ainda que, na semana passada, houve disponibilidade financeira da empresa “para atenuar determinadas disrupções” à classe dos pilotos e lembrou que “nenhum voo comercial de passageiros pode sair sem tripulação de cabine”.

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Casais com ambos desempregados aumentam 7,4% em junho

  • Lusa
  • 22 Julho 2024

Já face a maio, o número de casais no desemprego diminuiu 1,1%. Este é o segundo mês consecutivo de redução em cadeia.

O número de casais com ambos os elementos desempregados atingiu 4.775 em junho, mais 7,4% do que no período homólogo, mas menos 1,1% face a maio, de acordo com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Do total de desempregados casados ou em união de facto 9.550 (8%) têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego, totalizando 4.775 casais desempregados, em junho de 2024, o que representa +7,4%, quando comparado com o período homólogo do ano anterior”, adianta o IEFP, no relatório divulgado esta segunda-feira.

Já face a maio, o número de casais no desemprego diminuiu 1,1%. Este é o segundo mês consecutivo de redução em cadeia, sendo que maio foi o primeiro mês de 2024 em que o número de casais com ambos os elementos no desemprego foi inferior a 5.000.

Há já vários anos que os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego, quando tenham dependentes a cargo. O IEFP revelou também que o número de desempregados registados nos Serviços de Emprego do Continente no final de junho de 2024 foi de 293.795, número que representa uma subida em termos homólogos (de 10,9%) e uma redução em cadeia, face a maio, de 1,7%.

Desempregados com subida homóloga de 9,8% em junho mas queda de 1,7% face a maio

Já o número de desempregados inscritos nos centros de emprego diminuiu 1,7% em junho face ao mês anterior, mas aumentou 9,8% na comparação com o período homólogo, para 304.946 pessoas. “No fim do mês de junho de 2024, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 304.946 indivíduos desempregados, número que representa 67,2% de um total de 453.543 pedidos de emprego”, lê-se no relatório do IEFP.

Para a subida do desemprego face a junho de 2023, “contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+21.866), os que procuram um novo emprego (+24.821) e os adultos (+22.848)”, explica o IEFP. No que diz respeito aos grupos profissionais, verifica-se que os maiores acréscimos no desemprego foram entre “Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem” (+15,0%) e “Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices”(+14,4%) e “Pessoal administrativo”(+13,1%).

Quando se olha para os dados a nível regional, é possível perceber que o desemprego apenas não aumentou em termos homólogos nos Açores (-10,9%) e na Madeira (-15,3%). O valor mais acentuado de aumento do desemprego foi registado na região do Algarve (+17,5%).

Por outro lado, quando a comparação é feita com o mês anterior, “a tendência é de redução do desemprego com a maior variação a acontecer na região do Algarve (-8,1%)”. Já as ofertas de emprego por satisfazer atingiram 12.943 nos Serviços de Emprego de todo o país, no final de junho, o que corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro na análise anual (-3.568; -21,6%) e a um aumento face ao mês anterior (+714; +5,8%).

Beneficiários de prestações de desemprego sobem 9,5% em junho para 179.521

O número de beneficiários de prestações de desemprego em junho aumentou 9,5% em termos homólogos, mas caiu 2,4% face ao mês anterior, totalizando 179.521. Na comparação com junho de 2023, os dados apontam para mais 15.636 desempregados a receber uma das várias prestações de desemprego, mas em relação ao universo de beneficiários contabilizado em maio registou-se uma descida de 4.416.

Este perfil de subida homóloga e queda na comparação em cadeia foi observado nos subsídios de desemprego e social de desemprego inicial, enquanto no subsídio social de desemprego subsequente há a registar uma queda em ambas as situações. Assim, relativamente ao subsídio de desemprego, o número de beneficiários foi de 142.810, traduzindo uma redução de 2.840 (‐1,9%) face ao mês anterior e um aumento de 17.901 subsídios processados (14,3%) por comparação com o mesmo mês do ano passado.

Os mesmos dados indicam que o valor médio mensal do subsídio de desemprego em junho foi de 652,11 euros, correspondendo a uma variação homóloga de 5,2%. A subida pode estar influenciada por fatores como o aumento do valor máximo deste subsídio (na sequência da atualização do Indexante de Apoios Sociais, em janeiro) ou pelo facto de se tratar de desempregados que auferiam salários mais elevados.

Já no que diz respeito ao subsídio social de desemprego inicial, esta prestação foi processada a 6.954 beneficiários, segundo refere o mesmo documento, o que traduz uma redução de 12,0% face ao mês anterior e uma subida homóloga de 5,0%. Por seu lado, o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 21.124 pessoas, revelando quedas de 1,6% e 11,1% na evolução em cadeia e homóloga, respetivamente.

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Serviços Secretos dos EUA admitem maior falhanço em décadas no atentado contra Trump

  • Lusa
  • 22 Julho 2024

"No dia 13 de julho, falhámos", reconheceu Kimberly Cheatle, diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos.

A diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos admitiu esta segunda-feira que a tentativa de assassínio do ex-Presidente Donald Trump foi o “fracasso operacional mais significativo” da agência em décadas. “No dia 13 de julho, falhámos”, afirmou Kimberly Cheatle aos representantes durante uma audição no Congresso dos Estados Unidos sobre o atentado contra o ex-líder da Casa Branca e candidato republicano nas eleições presidenciais de 05 de novembro.

A responsável dos Serviços Secretos assumiu total responsabilidade pelos erros da agência relacionados com o ataque no comício de Trump na Pensilvânia e que deixou o candidato ferido numa orelha. Um participante no comício foi morto e dois outros ficaram feridos depois de Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, ter subido ao telhado de um edifício próximo e aberto fogo, antes de ser abatido no local.

Cheatle testemunha perante a Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes, enquanto aumentam os apelos para a sua demissão devido a falhas de segurança no comício onde o atentado ocorreu. Vários congressistas têm expressado indignação pela forma como o atirador conseguiu chegar tão perto do candidato presidencial republicano, quando deveria ser cuidadosamente vigiado, e querem o afastamento de Kimberly Cheatle.

No domingo, os jornais Washington Post e New York Times informaram que altos funcionários dos Serviços Secretos norte-americanos negaram repetidamente pedidos de mais recursos e pessoal para a segurança do ex-Presidente Donald Trump nos dois anos anteriores à sua tentativa de assassínio.

Os agentes encarregados de proteger o político republicano solicitaram magnetómetros, mais agentes para analisar os participantes dos grandes eventos em que Trump esteve presente, bem como atiradores adicionais e equipamento especializado, disseram quatro fontes ao Washington Post.

Os pedidos foram frequentemente rejeitados por altos funcionários dos Serviços Secretos, que indicaram várias razões, incluindo a falta de recursos. O New York Times afirmou por seu lado que duas fontes, que falaram sob anonimato, confirmaram que a campanha de Trump tinha pedido recursos adicionais durante a maior parte do tempo em que o político republicano esteve fora do cargo na Casa Branca.

Após a publicação desta informação, o porta-voz dos serviços secretos, Anthony Guglielmi, disse ao jornal que novas informações indicam que alguns pedidos podem ter sido negados e que a documentação estava a ser analisada. “Todos os dias trabalhamos num ambiente dinâmico de ameaças para garantir que os nossos protegidos estão seguros em vários eventos, viagens e outros ambientes difíceis”, referiu, acrescentando: “Executámos uma estratégia abrangente e por níveis para equilibrar pessoal, tecnologia e necessidades operacionais especializadas”.

O secretário da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, classificou o sucedido como um fracasso, mas manteve, até ao momento, a confiança na diretora da agência, tal como o Presidente norte-americano, Joe Biden. Antes do tiroteio, agentes locais viram Crooks a caminhar pelas margens do comício, olhando através das lentes de um telémetro em direção aos telhados atrás do palco onde o ex-Presidente se colocaria mais tarde, disseram as autoridades à agência Associated Press.

Mais tarde, testemunhas viram-no a subir a lateral de um edifício industrial a 135 metros do palco. Montou então a sua espingarda e deitou-se no telhado, com um detonador no bolso para rebentar dispositivos explosivos rudimentares escondidos no seu carro estacionado nas proximidades.

O ataque a Trump foi a tentativa mais grave de assassinar um Presidente ou candidato presidencial desde que Ronald Reagan foi atingido a tiro em 1981. Foi também a mais recente de uma série de falhas de segurança por parte da agência que suscitaram investigações e escrutínio público ao longo dos anos.

As autoridades têm procurado pistas sobre o que motivou Crooks, que estava registado como eleitor do Partido Republicano, mas até agora não encontraram nenhuma tendência ideológica que pudesse ajudar a explicar as suas ações. Os investigadores que revistaram o seu telefone encontraram fotografias de Trump, Biden e outros altos funcionários do Governo, e descobriram também que ele tinha consultado as datas da Convenção Nacional Democrata, bem como as aparições de Trump.

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