Factorenergia celebra o seu 25º aniversário com aposta na inovação tecnológica e na internacionalização

  • Servimedia
  • 19 Julho 2024

A Factorenergia realizou um evento para comemorar os seus 25 anos de trajetória empresarial como comercializador pioneiro no setor energético espanhol.

A gala, que passou em revista os principais marcos da Factorenergia, contou com a presença de cerca de 1300 convidados no Palau de Congressos da Catalunha, entre os quais o Ministro da Indústria e Turismo do Governo, Jordi Hereu; autoridades e uma ampla representação da sociedade civil catalã, bem como o pessoal e colaboradores da empresa.

Fundada em 1999, a Factorenergia foi o primeiro comercializador independente a obter uma autorização administrativa na sequência da promulgação da lei de liberalização do mercado da eletricidade e, ao longo dos últimos 25 anos, contribuiu para a liberalização efetiva do mercado, abrindo um caminho que muitas outras empresas puderam mais tarde seguir.

“Fomos os primeiros a registar-nos quando o mercado da energia foi liberalizado em Espanha. Desafiámos o status quo, entrando no setor da eletricidade, e fizemos pressão para a liberalização do mercado, promovendo o direito do cliente de energia a decidir, em oposição à obrigação de aceitar que o assinante tinha no antigo oligopólio. Hoje somos um projeto empresarial sólido e continuamos a crescer de mãos dadas com o nosso ativo mais importante, a nossa gente, gente boa, preparada e empenhada”, afirma Emili Rousaud, fundadora e CEO da Factorenergia.

Nestes anos, a Factorenergia afirmou-se como “uma empresa sólida no setor da energia”, baseando a sua proposta num serviço completo, com preços muito competitivos e transparentes para os clientes, tanto empresas como famílias, como sublinha um comunicado.

A empresa baseou a sua estratégia de crescimento sustentado na internacionalização, na inovação contínua e na prestação de um serviço que coloca o cliente no centro. Abriu filiais no México (2017), em Portugal (2019), na Bulgária (2021) e no Chile (2022) e os seus objetivos a curto e médio prazo incluem continuar a analisar oportunidades de abertura em novos mercados, com enfoque na América Latina e na Europa de Leste.

A empresa também concentrou os seus esforços em estar na vanguarda da inovação para transformar o sector da energia. “A Factorenergia é uma força motriz da transição energética, oferecendo soluções inovadoras e transparentes que promovem o autoconsumo coletivo e a mobilidade sustentável”, afirma.

A Factorenergia alargou o seu leque de atividades e ofertas aos consumidores e clientes com uma aposta nas renováveis através de uma filial nativa digital que comercializa energia verde certificada pela CNMC, numa proposta de valor sustentável e transparente para o consumidor. Também promoveu projetos pioneiros com recurso a blockchain para promover o autoconsumo individual e coletivo de energia.

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Falha técnica derruba serviços a nível mundial. Transportes, banca e media afetados

Um problema informático está a gerar disrupção em vários serviços nos quatro cantos do planeta. ANA admite constrangimentos nos aeroportos nacionais.

Uma falha técnica mundial está a causar disrupção num conjunto alargado de serviços esta sexta-feira, incluindo bancos, companhias aéreas, aeroportos e transportes públicos, avança a imprensa internacional. Há registo de problemas nos quatro cantos do mundo, da Europa à Austrália, da Índia aos EUA, bem como em Portugal.

Vários meios de referência, incluindo o Financial Times e a CNBC, avançam que a origem destes problemas pode estar numa atualização falhada de um serviço por parte da CrowdStrike, uma empresa de cibersegurança norte-americana. Alguns computadores com o sistema operativo Microsoft Windows ficaram inoperacionais devido a esse erro.

O setor dos transportes é uma das principais vítimas. Segundo a Bloomberg, companhias aéreas desde Mumbai até Hong Kong estão a verificar manualmente os seus passageiros devido a problemas nos sistemas, enquanto na Europa vários aeroportos alertaram para possíveis atrasos nas viagens.

Em Portugal, fonte oficial da ANA, que gere os aeroportos nacionais, disse ao ECO e à Lusa que a falha não está a afetar “diretamente” o seu sistema informático. Porém, a empresa admite constrangimentos para os passageiros, já que algumas companhias aéreas e empresas de handling que operam no país estão a verificar disrupção. A Ryanair e a KLM estarão a realizar check-in manual.

Enquanto isso, em Espanha, a Aena, a principal empresa de gestão aeroportuária, confirmou que um “incidente” tecnológico está a obrigar as transportadoras a usarem “sistemas manuais”. O grupo disse estar a trabalhar para resolver a situação “o mais depressa possível”.

No Reino Unido, a transportadora ferroviária Thameslink alertou na rede social X para a possibilidade de ter de suprimir ligações à última hora, por estar incapaz de aceder a “diagramas dos maquinistas” em “certas localizações”.

Na Austrália, várias empresas de retalho confirmaram problemas técnicos nos seus sistemas, incluindo a Woolworths e a 7-Eleven, segundo o Financial Times. Há fotografias que mostram caixas de supermercados inoperacionais, com os ecrãs dos computadores a mostrarem um erro vulgarmente conhecido por blue screen.

No setor do retalho em Portugal, a Jerónimo Martins, que detém as cadeias de supermercados Pingo Doce, disse ao ECO que não está a ser afetada.

O Grupo LSE, que opera a bolsa de Londres, disse estar a ser afetado por um problema técnico a nível global que está a afetar alguns dos seus serviços, segundo a Bloomberg.

Na banca, o ECO confirmou que a falha afetou o Santander: “Alguns dos nossos serviços foram afetados por um problema informático mundial”, disse fonte oficial.

Já a SIBS, empresa responsável pela gestão da rede multibanco em Portugal, informou que “não verificou nos seus sistemas qualquer impacto causado pela falha informática”. Os serviços estão a “funcionar dentro da normalidade”, disse, num comunicado enviado ao ECO.

A cadeia de televisão britânica Sky News confirmou estar impedida de transmitir em direto esta sexta-feira de manhã e pediu desculpa aos telespetadores.

Contactada, fonte oficial da CP disse ao ECO que “até ao momento não registou qualquer constrangimento”.

Quanto às operadoras de telecomunicações, fonte oficial da Nos adiantou que os serviços de voz, rede e televisão não estão a ser afetados pela falha informática, enquanto a Vodafone Portugal indicou ao ECO que “não se verificam perturbações na sua rede, estando todos os parâmetros a funcionar normalmente”. Ainda assim, as equipas técnicas da Vodafone “estão atentas a quaisquer problemas indiretos que possam surgir”.

a Meo confirmou ao ECO que os serviços de comunicação dos seus clientes não foram afetados, mas verificaram-se “constrangimentos em alguns canais de atendimento, estando a ser tomadas todas as medidas para normalização destes canais”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h03)

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Metade dos utilizadores de smartphones em Espanha considera IA um fator de compra importante

  • Servimedia
  • 19 Julho 2024

A Inteligência Artificial (IA) está a entrar nas prioridades de compra dos utilizadores de smartphones em Espanha, de acordo com um estudo recente da empresa tecnológica OPPO.

Os dados do relatório revelam que 46,6% dos utilizadores espanhóis consideram que as funcionalidades de IA são muito importantes quando compram um dispositivo. De facto, a maioria dos inquiridos (86,4%) já tem em conta estas capacidades, com uma ligeira diferença em função do género: 52,7% são homens e 47,3% são mulheres. Além disso, a IA é particularmente relevante na compra de um telemóvel para 53,4% dos espanhóis com mais de 55 anos, bem como para 43,4% dos jovens entre os 18 e os 34 anos.

Para além dos dados deste estudo, a OPPO destaca outras pesquisas que confirmam a ascensão da IA no sector móvel. O relatório “GenAI Smartphone Shipments and Insights” da Counterpoint Research prevê que as vendas de smartphones GenAI atinjam mais de 100 milhões de unidades até 2024. De acordo com a OPPO, estas expectativas de vendas reflectem um investimento crescente das principais empresas de tecnologia em IA, coincidindo com a crescente procura destas funcionalidades por parte dos consumidores.

Consciente desta crescente procura, a OPPO anunciou recentemente o seu objetivo de levar a tecnologia de IA a 50 milhões de utilizadores até 2024 e integrá-la em todas as suas linhas de produtos, começando com a recém-lançada série OPPO Reno12. Este é um dos dispositivos com os quais a OPPO afirma estar a procurar democratizar o acesso a estas tecnologias, permitindo que mais pessoas beneficiem das suas vantagens.

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600 novos profissionais irão preencher a necessidade urgente de perfis qualificados no setor audiovisual

  • Servimedia
  • 19 Julho 2024

A escola audiovisual The Core concluiu a graduação 2023/2024 dos seus estudantes de pós-graduação e de formação profissional.

The Core, a instituição educativa de estudos superiores audiovisuais pertencente à Planeta Formación y Universidades, anunciou a incorporação no mercado de trabalho de cerca de 600 profissionais formados em áreas com uma elevada procura de perfis atualmente, tais como Animação e Videojogos, Cinema, Marketing, Tecnologia Audiovisual, STEM ou Comunicação e Media, coincidindo com as graduações dos seus estudantes de pós-graduação e FP para o ano académico de 2023/2024 no seu evento anual The Core Fest.
María Mercedes Agüero Pérez, decana do The Core, explicou que “o mercado audiovisual não só está em expansão, mas também em constante evolução, criando uma procura contínua de profissionais formados com competências específicas”. Agüero também salientou que “estamos orgulhosos de lançar um número tão relevante de perfis preparados para responder às necessidades do nosso sector”.

O mercado audiovisual tem vivido um forte boom nos últimos anos, impulsionado por factores como o crescimento das plataformas de streaming, o aumento da produção de conteúdos digitais e a crescente procura de conteúdos visuais e de entretenimento de alta qualidade, criando uma necessidade constante de profissionais qualificados em várias áreas do sector.

Um relatório recente da PwC sobre o sector do entretenimento e dos meios de comunicação social (E&M) salientou a necessidade crescente de formar mais profissionais qualificados em Espanha para satisfazer a procura da indústria audiovisual em rápida expansão. O mercado espanhol do entretenimento deverá atingir 35 011 milhões de euros em 2027, segundo o estudo, e exigirá um número significativo de novos talentos com formação em tecnologias emergentes e gestão dos media.

De acordo com a PwC, estes perfis estarão entre os mais bem pagos num futuro próximo, acima dos advogados ou dos médicos e em pé de igualdade com os engenheiros e programadores. Neste sentido, The Core lidera o ranking das melhores escolas audiovisuais de Espanha promovido pelo Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada.

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Hoje nas notícias: Inspetores do Fisco, desconto no IRC e automóveis

  • ECO
  • 19 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O número de inspeções realizadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem vindo a cair devido à escassez de recursos humanos. O Governo estima que o incentivo à valorização salarial que permite às empresas pagar menos IRC custou cerca de 30 milhões de euros em 2023. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Finanças deixam escapar milhões em impostos por falta de inspetores

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) realizou 17.854 inspeções no ano passado, um número que corresponde a cerca de metade das ações inspetivas feitas em 2016 e que é dos mais baixos de que há registo. No relatório sobre o combate à fraude e à evasão fiscal e aduaneira de 2023, a AT justifica a descida deste indicador pela realização de inspeções “de maior complexidade”, mas admite que houve “uma redução dos recursos humanos afetos ao controlo inspetivo”, o que “condicionou o número de ações de inspeção concluídas”. O Fisco tem perdido uma média de 277 trabalhadores por ano, sendo que as entradas no último ano não compensaram as saídas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Empresas poupam 30 milhões com incentivo no IRC à valorização salarial

O Ministério das Finanças estima que o benefício à valorização salarial, lançado pelo anterior Governo, teve um custo orçamental de cerca de 30 milhões de euros. Este incentivo permite às empresas pagar um IRC mais baixo se em 2023 tiverem aumentado os vencimentos dos trabalhadores em pelo menos 5,1% e, simultaneamente, reduzido as assimetrias entre os que ganham mais e os que ganham menos. O incentivo fiscal mantém-se em 2024, mas, desta vez, se as empresas aumentarem os salários dos trabalhadores em pelo menos 5%.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Carro mais popular é um Dacia. Tesla em segundo

A Peugeot, que desde 2021 era a marca detentora do automóvel preferido dos portugueses, foi destronada pelo Dacia Sandero na primeira metade deste ano. O segundo posto da popularidade automóvel em Portugal pertence ao Tesla Model 3, o carro mais barato da fabricante de veículos elétricos de Elon Musk. A opção pelo Sandero, uma viatura mais acessível, pode ser explicada pelo nível de vida no país, enquanto a venda do Model 3 deverá ter sido impulsionada, principalmente, pelas frotas empresariais.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Santa Casa vai alienar património, fundir serviços e criar novos jogos

O plano de reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) prevê a alienação de património, a racionalização de recursos — nomeadamente através da junção de alguns serviços –, o controlo nas nomeações que passam a ser feitas por recrutamento interno e a aposta em novos jogos sociais. O provedor Paulo de Sousa apresentou o plano na quinta-feira à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria Rosário Palma Ramalho, devendo ser aplicado ao longo dos próximos três anos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Turismo paga mais pela mão de obra este ano

O setor do turismo está a pagar mais este ano pelo trabalho sazonal na hotelaria e na restauração. Embora seja difícil de quantificar os aumentos salariais nos hotéis em relação a 2023, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) garante que são “acima da inflação”. “Há já quem ofereça à cabeça seis meses de trabalho, de maio a outubro, com salários na ordem dos 950 euros, para compensar o facto de ser um trabalho a prazo”, refere, por outro lado, a APHORT — Associação Portuguesa de Hotelaria e Restauração.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de julho

  • ECO
  • 19 Julho 2024

Ao longo desta sexta-feira, 19 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Reestruturação da Santa Casa prevê novos jogos sociais e venda de património

  • ECO
  • 19 Julho 2024

O plano da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que foi entregue ao Governo, pressupõe a criação de novos jogos sociais e a venda de terrenos rústicos atualmente sem utilização.

O Plano de Reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) prevê, entre outras medidas, a alienação de património, a junção de alguns serviços e a substituição das nomeações por um processo de recrutamento interno. Está também prevista a aposta em novos jogos sociais, responsáveis por cerca de 80% das receitas da instituição, revelou o Público esta sexta-feira.

Este plano a três anos visa racionalizar recursos, numa altura em que a SCML enfrenta grandes dificuldades financeiras. O património sinalizado para venda diz respeito a terrenos rústicos espalhados pelo país, que não estão a ser rentabilizados nem se prevê que venham a ter qualquer aplicação. Ademais, a seleção de pessoas para o exercício de cargos ou funções em regime de comissão de serviço passa a acontecer por meio de um procedimento interno em que os próprios trabalhadores se podem candidatar. Já a procura de novos jogos pretende responder à concorrência dos jogos online.

A proposta foi entregue na quinta-feira pelo provedor, Paulo Alexandre de Sousa, à ministra da tutela, Rosário Palma Ramalho, que o irá apreciar, depois de serem emitidos os pareceres dos órgãos estatutários da Santa Casa, conforme revelou o Governo num comunicado. “Com a apresentação deste plano, a Mesa da Santa Casa da Misericórdia cumpre escrupulosamente o prazo que tinha sido acordado com a tutela”, confirmou o Governo nessa ocasião.

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Cinco anos depois, Mimo Festival regressa a Amarante. São esperadas 80 mil pessoas

Cinco anos depois, o Mimo Festival regressa a Amarante. São esperados 80 mil festivaleiros que deverão gerar um significativo retorno económico. Capacidade hoteleira já está esgotada.

São esperadas mais de 80 mil pessoas e um significativo retorno económico no festival de música Mimo que regressa à cidade de Amarante, entre esta sexta-feira e domingo, cinco anos depois da última edição e de um desentendimento entre a organização e o município, que se resolveu em tribunal.

Com um orçamento de cerca de 600 mil euros, este certame “já esgotou a capacidade hoteleira da cidade e de localidades vizinhas, esperando-se um significativo impacto económico na região” ao nível da restauração, hotelaria e outras atividades económicas, avança Lu Araújo, fundadora do Mimo, ao ECO Local/Online.

Após estes anos de interregno, a fundadora do festival espera ter “uma enchente de gente” e atingir os mais de 80 mil festivaleiros da última edição de 2019.

Já esgotou a capacidade hoteleira da cidade e de localidades vizinhas, esperando-se um significativo impacto económico na região.

Lu Araújo

Fundadora do Festival Mimo

A organização interpôs uma ação em tribunal contra a Câmara Municipal de Amarante, para ser reembolsada do valor já investido na preparação do Mimo 2020, coincidindo com a pandemia da Covid-19. Entretanto, o imbróglio ficou resolvido e a autarquia comprometeu-se a realizar mais dois festivais. O primeiro acontece por estes dias com concertos, workshops, exposições e roteiros sustentáveis, entre muitas outras atividades com o rio Tâmega como pano de fundo.

O ECO/Local Online tentou falar com o município, mas não obteve qualquer resposta.

A primeira vez que Amarante acolheu o certame internacional foi em 2016, com um variado leque de propostas culturais que vão da música ao cinema. Este certame nasceu em Olinda, no Brasil. O Mimo tem 20 anos de história, com 60 edições e realizações em mais de 12 cidades.

Este evento ganhou reconhecimento “pelo alto padrão artístico, técnico e de infraestrutura, e pela ampla variedade de atrações que oferece gratuitamente ao público”, detalha a organização. No palco junto ao rio atuam este ano nomes como Dino D’Santiago e Femi Ku, Carminho ou Arnaldo Antunes e Vitor Araújo.

Já passaram pelas edições portuguesas do Mimo Festival artistas como Egberto Gismonti, Herbie Hancock, Mário Laginha e Pedro Burmester, Pat Metheny ou Rui Veloso.

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EY atrai colaboradores para o escritório com novas instalações

A consultora EY pratica regime híbrido, mas as novas instalações têm motivado trabalhadores a passarem mais tempo no escritório, conta Inês Vaz Pereira. À boleia, tem crescido o "networking", adianta.

A EY tem uma nova “casa” em Lisboa. Desde abril que a consultora está instalada em Alcântara e o balanço, entre os seus dois mil trabalhadores, tem sido “extremamente positivo”, avança ao ECO Inês Vaz Pereira, partner de people consulting.

O sucesso do novo escritório tem sido tal que, adianta a responsável, o trabalho presencial tem crescido, isto é, as novas instalações têm levado os profissionais a irem mais vezes à sede, incentivando, assim, o regresso ao escritório.

“Sentimos que as pessoas se sentem mais felizes. [O novo escritório] ajudou muito no interesse em trabalhar presencialmente. As pessoas sentem que aqui conseguem ter uma maior produtividade. O novo escritório trouxe vontade de as pessoas virem cá mais vezes“, salienta a partner, em conversa com o ECO.

O novo escritório da EY está localizado no Alcântara Lisbon Offices e tem cerca de 8.500 metros quadrados distribuídos por quatro pisos. Inês Vaz Pereira explica que, ao longo da construção destas instalações, foi feita uma “auscultação muito cuidadosa” aos trabalhadores, através de inquéritos, para perceber que espaços eram mais desejados, nomeadamente áreas para refeições, zonas para realizar diferentes tipos de trabalho, e áreas para fazer atividades “fora da esfera profissional” (como um ginásio e uma zona de oração).

“Quando fazemos com que as pessoas sejam parte do processo de mudança desde o início e não no fim do processo, as pessoas sentem que nada lhes está a ser imposto. Tudo foi tido em consideração relativamente ao seu próprio sucesso”, revela a responsável.

Assim, hoje o escritório da EY dispõe tanto de espaços que favorecem a colaboração e o trabalho em equipa, como áreas que permitem aos profissionais estarem concentrados no seu trabalho, além de salas mais viradas para a inovação.

Queremos que as pessoas sintam que estão em casa, que se sintam mais felizes no ambiente de trabalho, porque, sim, temos um grande compromisso e temos de dar bastante de nós, em termos profissionais, para garantir a qualidade a que a EY tem habituado o mercado. Mas tem de haver um contrabalanço, que é o ambiente saudável“, sublinha Inês Vaz Pereira.

Segundo esta partner, o novo escritório, além de ter fomentado o regresso ao escritório, tem também incentivado o networking entre trabalhadores. Inês Vaz Pereira garante que há agora um “maior espírito de colaboração” entre as diferentes equipas e competências, que é positivo não só para os próprios profissionais, como para a consultora.

Felicidade? “Não é uma ciência, é uma competência de liderança”

Em conversa com o ECO, Inês Vaz Pereira aproveita para desmistificar a ideia de que as big four (as quatro maiores consultoras do mundo — além da EY, a Deloitte, a PwC e a KPMG) exigem dos seus trabalhadores longas horas e grandes sacrifícios pessoais em prol da carreira.

“Tenho tanta pena que a ideia que existe das big four seja essa”, confessa. “Quando recebemos alunos, todos eles vêm cheios de medo que a vida tenha acabado. Ao fim de um mês, dois meses ou um ano, dizem que, afinal, não era nada disso. Acho que é uma questão de equilíbrio que compete a cada líder gerir. Não é um tema das big four, é um tema de liderança“, assinala a partner de people consulting.

Ainda assim, Inês Vaz Pereira reconhece que há clientes “mais exigentes” que obrigam a um “grau extra de investimento de tempo”. “Mas não deixam de ser picos”, assegura. “Compete aos líderes entenderem e respeitar esses picos. Assim como pedimos às equipas [o esforço extra], podemos compensá-las depois. É uma questão de sabermos liderar bem as nossas pessoas com equilíbrio e transparência”, atira a mesma responsável.

E acrescenta: “as big four são excelentes escolas, mas isso não precisa de ser à base de dor. Pelo contrário. Pode ser à base de diversão, e o empenho e a produtividade aparecem”.

Quer estejamos a falar dos grandes consultores ou da globalidade do mercado de trabalho, Inês Vaz Pereira entende que a ambição de qualquer gestor deve ser que as pessoas estejam felizes no seu local de trabalho e “que não estejam lá por qualquer outro motivo a não ser por identificação com o projeto, com o propósito que os leva a ir trabalhar todos os dias, tendo todas as condições necessárias para executarem as suas competências no exponencial máximo, e para crescerem e serem reconhecidas”.

“Quando estas variáveis existem de uma forma equilibrada, justa e transparente, acho que as pessoas acabam por ficar e por serem felizes“, afirma a partner. Inês Vaz Pereira faz questão ainda de notar que a felicidade, assunto sobre o qual se escreve tanto, diz, “não é nenhuma ciência, é uma competência de liderança”.

“Se cada um de nós, enquanto líderes, tiver felicidade em estar a trabalhar, é muito difícil que as equipas não sejam felizes. Se contagiamos pela negativa, também contagiamos pela positiva. Sabermos muito bem o nosso propósito, o nosso valor e a nossa missão enquanto líderes e transmiti-lo às nossas equipas acaba por transformar também a sua própria felicidade”, remata.

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Maior eficiência hospitalar permitia subir em 20% as consultas e urgências mantendo a despesa

Economistas do Banco de Portugal alertam para a persistente deterioração do nível de eficiência dos hospitais públicos, apesar do aumento de recursos que têm sido canalizados para o sistema.

Aumentar a eficiência dos hospitais públicos portugueses permitiria aumentar em 20% o número de consultas, urgências, cirurgias e altas de internamento, mesmo mantendo inalterada a despesa com pessoal, consumos intermédios e número de camas, segundo um estudo publicado, na quinta-feira, na revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal que teve por base a realidade de 22 hospitais públicos empresariais entre 2012 e 2022.

As autoras do estudo, cujas opiniões não vinculam o Banco de Portugal, concluem que a eficiência média dos hospitais públicos portugueses tem vindo a deteriorar-se há vários anos, sendo sobretudo notada a partir de 2017. “Os resultados por hospital apontam para uma elevada persistência daqueles que formam a fronteira de eficiência em cada anos e para uma diminuição generalizada das medidas de eficiência”, destacam.

De acordo com Cláudia Braz, Sónia Cabral e Leonor Cunha, o grau de ineficiência do sistema é de tal ordem que seria possível reduzir em 20% as despesas com pessoal, consumos intermédios e número de camas, e manter o mesmo de número de consultas, urgências, cirurgias e altas de internamento.

Utilizando a mesma lógica, que estima um valor médio de eficiência técnica de cerca de 0,8, consideram que seria também possível, em 2022, aumentar em 20% os resultados dos números de consultas, urgências e cirurgias, mantendo exatamente a mesma despesa.

As economistas destacam que os resultados do estudo apontam para “ineficiências consideráveis e para uma grande dispersão nos resultados de eficiência entre hospitais”.

Embora se tenha verificado em Portugal um aumento continuado da afetação de recursos financeiros das administrações públicas aos hospitais e aos serviços médicos, continua a ser incerta uma melhoria tangível da eficiência, e é visível algum descontentamento entre a população.

Cláudia Braz, Sónia Cabral e Leonor Cunha

Autoras do estudo Uma Análise da Eficiência Hospitalar em Portugal

O modelo de análise que sustenta o trabalho académico denominado de “Uma Análise da Eficiência Hospitalar em Portugal” não tem em conta fatores exógenos ou efeitos de qualidade, mas as economistas incluem um indicador para avaliar a qualidade dos serviços de saúde prestados por estes hospitais, que revela “uma estabilização geral da qualidade média durante o período analisado”.

As autoras referem ainda que “os hospitais com maior eficiência técnica tendem também a prestar serviços de saúde superiores” e que “embora se tenha verificado em Portugal um aumento continuado da afetação de recursos financeiros das administrações públicas aos hospitais e aos serviços médicos, continua a ser incerta uma melhoria tangível da eficiência e é visível algum descontentamento entre a população”.

Entre os fatores que consideram contribuir para esta situação identifica o processo de orçamentação do SNS, que defendem carecer de “um controlo centralizado e tem enfrentado persistentemente um subfinanciamento, apesar da introdução de contratos-programa em 2003”.

Gastar mais não se tem traduzido numa maior eficiência do sistema

Apesar dos baixos níveis de eficiência verificados entre 2012 e 2022, destacam-se dois hospitais que se mostraram capazes de contrariar a tendência negativa, apresentando melhorias dos seus padrões de eficiência. Segundo as economistas, o Centro Hospitalar Baixo Vouga EPE e o Hospital Espírito Santo Évora foram a exceção à regra, tendo o Centro Hospitalar Trás-os-Montes Alto Douro aumentado a eficiência técnica, utilizando um outro modelo.

Segundo o estudo, os hospitais identificados como eficientes, constituindo a fronteira, permanece “limitado e consistente ao longo do período, variando entre três e cinco hospitais, consoante os anos”, como, por exemplo, o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga EPE, Centro Hospitalar Universitário São João EPE e Hospital Santa Maria Maior EPE (Barcelos).

“A despesa hospitalar em Portugal tem registado uma tendência consistente de aumento ao longo das últimas duas décadas. Esta tendência pode ser atribuída, em grande medida, à crescente contribuição dos hospitais privados, cujas despesas são atualmente financiadas em metade pelo Estado”, referem as autoras.

As economistas recordam que, durante este período, “verificou-se uma mudança significativa na composição das atividades hospitalares e um aumento notável do número de serviços médicos prestados, exceto no período mais afetado pela pandemia”.

Existe insatisfação entre a população, frequentemente evidenciada pelas longas listas de espera para procedimentos médicos ou pela escassez de médicos a trabalhar para o setor público, bem como por falhas na orçamentação e no controlo centralizado. Neste contexto, a importância da realização de análises de eficiência torna-se ainda mais proeminente

Cláudia Braz, Sónia Cabral e Leonor Cunha

Autoras do estudo Uma Análise da Eficiência Hospitalar em Portugal

“Ainda assim, existe insatisfação entre a população, frequentemente evidenciada pelas longas listas de espera para procedimentos médicos ou pela escassez de médicos a trabalhar para o setor público, bem como por falhas na orçamentação e no controlo centralizado. Neste contexto, a importância da realização de análises de eficiência torna-se ainda mais proeminente”, defendem.

Para as economistas Cláudia Braz, Sónia Cabral e Leonor Cunha, é necessário “estabelecer um benchmark absoluto para a atividade hospitalar em Portugal e determinar as estratégias mais eficazes para o atingir”.

“É também importante reconhecer a evolução contínua da arquitetura do SNS, nomeadamente com a introdução das ULS [Unidade Local de Saúde], o que implica uma transformação gradual no cenário de cuidados de saúde prestados pelos hospitais“, argumentam.

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Descida seletiva do IRC do PS obriga a negociar com Bruxelas

Se o Governo ceder na sua proposta e reduzir o imposto apenas para determinadas empresas, como defendem os socialistas, terá de pedir autorização à UE para não violar a regra das ajudas de Estado.

O PS defende uma nova “estratégia” para a reforma do IRC em vez da redução transversal da taxa nominal, de 21% para 15%, como propõe o Governo. Isto significa aprofundar os benefícios fiscais em setores estratégicos e em empresas que reinvistam os lucros. Mas, para evitar uma violação da regra europeia para as ajudas de Estado, será necessário pedir uma autorização a Bruxelas, caso contrário “a taxa geral teria de baixar para todas as empresas”, revelou ao ECO o fiscalista Carlos Lobo.

Neste momento, já existem vários regimes que dão um desconto no imposto como o Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial (SIFIDE), o incentivo fiscal à valorização salarial ou o incentivo à capitalização. Por exemplo, “o Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI) já atingiu o limite do benefício”, indicou o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, especializado em Finanças Públicas.

Ou seja, para aprofundar este instrumento será necessário negociar com a Comissão Europeia, sob pena de Portugal estar a infringir as regras dos auxílios do Estado. Sem o aval de Bruxelas, será necessário reduzir a taxa geral (21%) para diminuir a diferença entre a tributação global e a que é aplicada sobre determinadas empresas que cumpram certos critérios.

“Há sempre limites que têm de ser respeitados e que têm como referência a taxa global. Se queremos descer mais o imposto sobre algumas empresas, então para que a diferença face ao imposto global não ultrapasse o teto definido, é preciso que taxa geral também baixe“, explicou Carlos Lobo.

A contraproposta para a descida do IRC apresentada pelo Governo ainda está a ser cozinhada no seio dos socialistas, mas o ECO apurou, junto de fontes ligadas ao processo, que os pressupostos assentam no que já estava plasmado no programa eleitoral e na política seguida pelos anteriores Governos de António Costa: não baixar transversalmente a taxa, mas oferecer incentivos fiscais, em sede de IRC, a empresas que invistam em investigação e desenvolvimento, que aumentem salários, designadamente, as que se encontrarem em setores estratégicos para a competitividade da economia. Será com este o pensamento que Pedro Nuno Santos parte para as negociações para o Orçamento do Estado de 2025 (OE2025) que arrancam esta sexta-feira.

Do lado do Governo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admite sentar-se à mesa para conversar, mas sem violar o espírito do programa do Governo, “o único em vigor”, afirmou durante o debate do estado da nação desta quarta-feira. O líder da bancada parlamentar, Hugo Soares, já indicou que há disponibilidade para discutir a “modelação” da descida do IRC, ainda que o partido insista na baixa transversal do imposto, argumentando que “98% das empresas que pagam IRC são micro empresas e essas pagam cerca de 48% do IRC”, salientou o vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata, Hugo Carneiro, no espaço de comentário da SIC Notícias. “Se às micro juntarmos as médias empresas, no conjunto pagam 63% do IRC”, acrescentou.

Mas, para o PS, as soluções apresentadas pelo Executivo da Aliança Democrática (AD) são “erradas”, porque assentam em “diagnósticos errados”, contra-argumentou o deputado do PS e antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. “A receita do IRC não decorre apenas da taxa geral de IRC, decorre da taxa geral do IRC que é de 21%, das derramas estadual e municipal e das tributações autónomas e a esmagadora maioria das PME e das micro, ainda mais, o que pagam de IRC não tem nada a ver com a taxa geral, tem a ver com as tributações autónomas, nomeadamente sobre as viaturas“, esclareceu o socialista.

“O que o Governo se propõe é perder 1.500 milhões de euros de forma permanente e esta receita decorre da taxa de IRC que é essencialmente paga pelas empresas que têm mais lucros”, continuou Mendonça Mendes. Sem querer “diabolizar as grandes empresas”, que são sobretudo “dos setores financeiro – banca e seguradoras – e da distribuição, dos supermercados”, o deputado denunciou que “tipicamente usam a margem de lucro não para fazer reinvestimento em setores produtivos e industriais, mas para fazer distribuição de dividendos aos seus acionistas”. Por isso, a proposta de descida transversal do IRC do Governo “é uma medida que, do ponto de vista económico, não tem a virtualidade que a AD quer vender”, concluiu.

Para o PS, o caminho passa por dar um maior alívio fiscal a empresas que reinvistam os lucros em inovação, tecnologia, que paguem melhores salários e em setores estratégicos de maior valor acrescentado e de forte cariz exportador, como se lê no programa com que o partido concorreu às legislativas de 10 de março. A este respeito, o antigo ministro das Finanças, João Leão, reconheceu, em declarações ao ECO, que a trajetória de Pedro Nuno Santos “está em linha com o anterior Governo de António Costa, designadamente com os Orçamentos do Estado para 2023 e 2024”.

“Em vez de reduzir o IRC de forma geral, o PS está focado em quem reinveste lucros, faz investimentos em áreas que são chave para a Comissão Europeia como o setor automóvel, designadamente os carros elétricos, os semicondutores, a inteligência artificial, saúde, biotecnologias, energia”, elencou.

No início do ano, ainda em pré-campanha eleitoral, Pedro Nuno Santos, defendeu um “desígnio nacional para a próxima década”, que passa por “selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década; concentrar a maior parte dos apoios nestas áreas, na investigação nestas áreas, nos centros de transferência de conhecimento destas áreas, no desenvolvimento de produtos e tecnologias destas áreas e nas empresas com projetos que se insiram nestas áreas estratégicas”.

O objetivo último é ter “uma economia mais sofisticada, diversificada e complexa para produzir com maior valor acrescentado, pagar melhores salários e gerar as receitas para financiar um Estado Social avançado”, sublinhou.

Porém, o economista António Nogueira Leite considera que “restringir a baixa do IRC a determinados setores ou a empresas que apenas reinvistam lucros é redutor”. “Trata-se de uma questão ideológica de como se remunera o capital, é uma limitação do direitos dos acionistas a dispor de capital”, argumentou, em declarações ao ECO.

Para o professor da Nova SBE, estamos diante de um “PS muito mais ideológico que tem dificuldade em conceptualizar a importância do capital num contexto internacional, de uma economia aberta, onde há países que praticam taxas de IRC mais baixas”.

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Fundo de reserva da Segurança Social recebe balão de oxigénio histórico de 3,6 mil milhões do Estado

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social valorizou menos que inflação nos primeiros 6 meses do ano, mas o seu património disparou 14% com a segunda maior transferência da sua história.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) continua a crescer. Só no primeiro semestre deste ano, segundo dados recolhidos pelo ECO junto da tutela, o FEFSS recebeu uma injeção de 3.587 milhões de euros de transferências de capital das contas do Estado, que permitiu elevar o seu património para 33,9 mil milhões de euros.

Tratou-se da segunda maior transferência de recursos para o FEFFS por parte do Estado nos seus 35 anos de existência, desde que em 1989 foi criado com um património inicial de 216 milhões de euros com o objetivo de agregar um montante suficiente para cobrir 24 meses de pensões – algo que nunca aconteceu até ao presente.

Contabilizando somente as injeções de capital desde 2022, o FEFSS já recebeu mais de 11 mil milhões de euros dotações (transferências de capital e receita de alienações de imóveis), um montante equivalente a um terço do seu atual património.

Mais de 70% do património do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social é constituído por transferências de capital do Estado feitas desde 1989, e menos de 30% foi gerado pela gestão do fundo.

No entanto, alargando o horizonte até à sua constituição, o Estado já injetou quase 24 mil milhões de euros no fundo de reserva da Segurança Social, que foi constituído para garantir a sustentabilidade do Sistema Previdencial da Segurança Social após este entrar em modo deficitário. Significa que, até junho, menos de 30% da carteira do FEFSS foi gerado pela equipa de gestão.

Em contrapartida, 70,4% do atual património do FEFSS foi garantido exclusivamente pelas transferências do Estado desde 1989, nomeadamente através do excedente do saldo orçamental da Segurança Social mas também de receitas geradas do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), da parcela do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) e do Adicional de Solidariedade sobre o setor bancário.

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Gestão condicionada não faz milagres

O FEFSS está integrado no Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS) como património autónomo afeto exclusivamente à capitalização pública de estabilização. A sua gestão é da responsabilidade de José Vidrago e de uma equipa de outros profissionais.

Porém, a liberdade de ação da equipa de gestão está fortemente limitada por uma série de diretrizes rigorosas estabelecidas por legislação que passam, por exemplo, pela limitação a 25% da exposição da carteira do fundo a ações e a uma exposição de pelo menos 50% do capital investido em títulos de dívida pública portuguesa ou outros títulos garantidos pelo Estado português.

Este condicionalismo foi responsável por o FEFSS ter apresentado uma taxa de rendibilidade líquida de transferências de apenas 1,5% no primeiro semestre deste ano, segundo dados recolhidos pelo ECO junto do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Trata-se de um desempenho abaixo da subida de 2,65% do Índice de Preços ao Consumidor (inflação) no mesmo período.

O desempenho de 1,5% alcançado pela equipa de José Vidrago nos primeiros seis meses do ano compara também com os 4,1% alcançados no primeiro semestre de 2023 e com os 3,7% atingidos entre janeiro e junho deste ano por uma carteira teórica com a mesma estrutura de ativos que o FEFSS apresentava no final de junho recorrendo somente a fundos cotados, como uma espécie de benchmark, segundo cálculos do ECO.

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A penalizar particularmente o desempenho do FEFSS nos primeiros seis meses do ano esteve a forte exposição da carteira a títulos de dívida portuguesa, que no final de junho agregava 46% dos ativos do fundo. Isso é visível pela rendibilidade de 6,36% contabilizada ao longo dos últimos 12 meses até 30 de junho, que aumenta para 8,85% quando se exclui as obrigações do Tesouro da equação.

Estes números ficam longe do desempenho passado do fundo de reserva da Segurança Social, que já se revelava pouco auspicioso. De acordo com cálculos do ECO com base nos relatórios e contas do FEFSS, a taxa de rendibilidade média anual do fundo nos últimos 25 anos até 2023 foi de 3,87%. E quando descontada a inflação, esses ganhos traduzem-se numa taxa de rendibilidade real média de apenas 1,64% por ano. Mesmo alargando o período de análise até à fundação do fundo, em 1989, a “almofada” da Segurança Social, como também é conhecido o FEFSS, apresenta um ganho real médio de 2,3% por ano até 2023.

Os números do FEFSS mostram um claro crescimento do seu património ao longo dos seus 35 anos de existência que se traduziu num valor recorde de 33,9 mil milhões de euros no final do primeiro semestre deste ano.

Porém, esse crescimento tem sido feito, em grande medida, à conta das injeções de capital do Estado, levantando assim questões sobre a eficácia da sua gestão e as restrições impostas à sua estratégia de investimento.

Esta não é uma questão nova. Tanto o Tribunal de Contas como o Conselho de Finanças Públicas (CFP) já chamaram a atenção para esta situação por várias ocasiões. A última das quais foi levantada por Nazaré da Costa Cabral e Noémia Goulart, presidente e vogal do conselho superior do CFP, respetivamente, num estudo publicado em março em que alertam que a governação do FEFSS apresenta uma forte dependência da entidade gestora relativamente ao poder político, que se reflete na gestão e nas opções de investimento do fundo.

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