Investimento americano em Portugal bateu recorde em 2023

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  • 4 Julho 2024

Foram mais de 10,3 mil milhões de euros investidos em território luso, um recorde face aos últimos cinco anos. Um valor que demonstra o reforço das relações económicas entre os dois países.

Celebrar a amizade e abraçar a liberdade foi o tema da 9ª edição da Gala e entrega dos AmCham Tributes, que anualmente têm o objetivo de reconhecer e premiar as empresas, instituições e personalidades que mais se distinguiram pela sua contribuição na aproximação e entendimento entre Portugal e os EUA, com impacto no reforço das relações económicas e comerciais entre os dois países.

Este ano, os grandes vencedores foram quatro empresas – Endiprev, Five9, Johnson & Johnson e Unbabel -, que se destacaram pelo seu trabalho em diferentes setores, e pela sua capacidade de inovação e de investimento dos dois lados do Atlântico, dinamizando e estreitando as relações entre Portugal e Estados Unidos.

No setor das energias renováveis, a Endiprev – empresa portuguesa especializada na prestação de serviços para turbinas eólicas onshore e offshore – criou a sua primeira filial no Texas, em 2016, tendo sido selecionada pela GE Renewable Energy, subsidiária da americana General Electric, para prestar serviços de engenharia para o comissionamento do parque eólico localizado a cerca de 30 km da costa de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts. Com uma capacidade instalada capaz de abastecer 400.000 habitações, este é o primeiro projeto de energia eólica offshore de grande escala nos Estados Unidos, tendo esta empresa portuguesa sido o primeiro fornecedor de serviços de engenharia para o projeto. Este projeto surge na sequência do anterior contrato de comissionamento e manutenção do projeto-piloto do parque eólico de Block Island, também nos EUA.

Especializada em software para centros de contacto na nuvem baseado em inteligência artificial, a Five9 é uma empresa californiana que estabeleceu o seu novo centro europeu de Investigação e Desenvolvimento no Porto em 2023. O escritório português será a sede de engenharia da empresa neste lado do Atlântico.

Outro vencedor desta noite de prémios foi a Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal, empresa de origem americana a operar no setor da saúde que, em 2023, conseguiu trazer para Portugal o Global Medical Safety Hub. Desde 2018, Portugal voltou a ser um país core para a J&J em termos de I&D, aumentando o número de ensaios e recursos humanos dedicados à investigação, com um investimento de cerca de 5M€ em 2023 em ensaios clínicos em Portugal.

Por fim, mas não menos importante, os AmCham Tributes distinguiram este ano a empresa portuguesa Unbabel que assumiu desde a sua fundação um compromisso com a inovação, tendo como meta tornar-se a plataforma de tradução global líder, promovendo a compreensão entre culturas, empresas e clientes, permitindo que todos compreendam e sejam compreendidos em qualquer língua, e pioneira no desenvolvimento de operações linguísticas alimentadas por IA. Para concretizar esta visão, criou um conjunto de projetos e iniciativas de colaboração com entidades nos EUA, fortalecendo as relações económicas e científicas luso-americanas. Esta plataforma portuguesa de tradução, baseada em IA e refinada por humanos, garantiu o seu lugar, pela segunda vez, na lista das 5000 das empresas com maior crescimento na Califórnia.

Relações de prosperidade

A cerimónia de entrega dos AmCham Tributes decorreu no Pestana Palace Hotel, foi organizada pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, e presidida pelo Ministro da Presidência, António Leitão Amaro e pela Embaixadora dos EUA em Portugal, Randi Levine. Durante o discurso de boas-vindas, o anfitrião e presidente da AmCham, António Martins da Costa, defendeu a importância do reforço das relações entre Portugal e os EUA especialmente num contexto geoestratégico instável. “Quanto maiores e melhores as relações entre estas duas sociedades, mais oportunidades surgirão para os negócios dos dois países”. O presidente da AmCham recordou os mais de 10 mil milhões de euros em exportações portuguesas para o continente norte-americano, e os cerca de quatro mil milhões de euros importados, a que se junta igualmente o valor recorde de investimento estrangeiro em Portugal que, em 2023, superou os 10,3 mil milhões de euros.

“Somos o investidor número um em Portugal”, revelou Randi Levine, durante o seu discurso de boas vindas. A embaixadora dos EUA em Portugal destacou também o facto de os norte-americanos serem a primeira nacionalidade em número de visitantes aos Açores, congratulando-se igualmente com a abertura do primeiro hotel de uma cadeia americana nos Açores, que aconteceu esta semana. “Temos várias parcerias a criar emprego dos dois lados”, salientou.

Além das quatro empresas vencedoras, foram ainda atribuídos dois prémios Personalidade que distinguiram Isabel Capeloa Gil, reitora da Católica Lisbon, e Garrett McNamara, o surfista que colocou as ondas gigantes da Nazaré nas primeiras páginas dos media mundiais. Em declarações no palco, McNamara lembrou o impacto do surf na economia portuguesa que ronda atualmente os 400 milhões de euros anuais. “Um valor muito diferente do que existia em 2010 quando aqui cheguei”. Já Isabel Capeloa Gil quis apenas deixar algumas palavras que, na sua perspetiva, ilustram o que Portugal precisa de fazer para crescer: “Temos que fazer o trabalho, falar menos e sorrir mais”. Recorde-se que este prémio distingue personalidades que ao longo da sua carreira tenham contribuído significativamente para a aproximação entre os dois países, sendo proposto e decidido pela direção da AmCham Portugal.

Os AmCham Tributes destacaram igualmente um dos parceiros da Câmara de Comércio Americana, uma distinção que foi entregue à FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, e que foi recebido pela presidente, Rita Faden.

A fechar, António Leitão Amaro destacou uma vez mais a importância do estreitar desta relação transatlântica da qual, diz, “todos devemos ser protetores, construtores e promotores”. No entanto, o Ministro da Presidência acredita que esta construção deverá ser liderada pelas empresas e pela sociedade, “e não pelos governos”.

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O júri dos I Prémios Albia de Sustentabilidade é composto por directores da DIRSE, Panasef, Forética, AEC e Grupo Santalucía

  • Servimedia
  • 4 Julho 2024

Estes são os primeiros prémios destinados a reconhecer iniciativas sustentáveis com potencial para o setor funerário, nas áreas ambiental, social e de boa governação.

O Grupo Albia anunciou a constituição do júri dos seus I Prémios Albia de Sustentabilidade, que incluirá executivos e gestores de sustentabilidade das organizações DIRSE, Panasef, Forética, AEC e Grupo Santalucía.

Carlos Gallego, Diretor de Sustentabilidade, Comunicação e Marketing do Grupo Albia, afirmou estar orgulhoso “por poder contar com a colaboração de organizações de renome nacional no âmbito empresarial e da sustentabilidade, como a DIRSE, Panasef, Forética, AEC e Grupo Santalucía, nos nossos primeiros Prémios de Sustentabilidade. Estou muito grato pelo seu envolvimento neste projeto tão importante para nós.

O comité contará com a presença de Fernando Pablo Moreno, diretor-geral de Supervisão e Gestão de Riscos do Grupo Santalucía e presidente do Comité de Sustentabilidade da empresa; Alejandro Quinzán, secretário-geral da Associação Nacional de Serviços Funerários (Pánace); Susana Posada, vice-presidente do Comité de Sustentabilidade do Grupo Santalucía, e Alejandro Quinzán, secretário-geral da Associação Nacional de Serviços Funerários (Pánace); Susana Posada, vice-presidente da Associação Espanhola de Directores de Sustentabilidade (DIRSE) e CEO e fundadora da Aubrens Europe; Avelino Brito, diretor-geral da Associação Espanhola para a Qualidade (AEC); Pablo García, Senior Manager ESG da Forética, e Carlos Gallego, diretor de sustentabilidade, comunicação e marketing do Grupo Albia.

O 1º Prémio Albia de Sustentabilidade está aberto a todo o tipo de organizações e indivíduos que trabalhem ativamente para um futuro mais sustentável e humano. Toda a informação de interesse para a apresentação de candidaturas está disponível para consulta em https://premiosalbiasostenibilidad.com/

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ISDIN reconhecida pela excelência e transparência fiscal

  • Servimedia
  • 4 Julho 2024

O laboratório ISDIN recebeu a certificação da AENOR para o seu Sistema de Gestão da Conformidade Fiscal em reconhecimento do compromisso com os padrões de excelência e transparência fiscal.

Esta certificação da AENOR é o resultado de um processo de auditoria exaustivo que avaliou a robustez e a implementação do sistema de gestão e controlo fiscal do ISDIN. Além disso, avaliza o seu modelo de desempenho fiscal que, de acordo com os requisitos estabelecidos na Norma UNE 19602, cumpre as normas internacionais de cumprimento fiscal e integra as recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Com o ISDIN, já são 20 as empresas às quais a AENOR concedeu esta certificação. “Esta certificação concedida pela AENOR é o reconhecimento do empenhamento da ISDIN no cumprimento das obrigações fiscais e na promoção de uma cultura empresarial transparente e ética”, declarou Pol Bremon, Diretor Financeiro da ISDIN.

Por seu lado, Jordi Martín, Diretor da AENOR na Catalunha, indicou que “a ISDIN foi reconhecida por cumprir os mais elevados padrões de excelência e de transparência fiscal”, enquanto Jorge Duca, Tax Manager da ISDIN, acrescentou que “esta certificação avaliza o modelo ISDIN, uma ferramenta fundamental para a melhoria contínua no domínio da fiscalidade”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 4 de julho

  • ECO
  • 4 Julho 2024

Ao longo desta quinta-feira, 4 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Governo tem 28% dos programas e estratégias previstos nas GOP por elaborar

Grandes Opções do Plano listam programas ou estratégias adotadas, por rever ou a elaborar. Maioria estão adotadas, mas ainda há dezenas por avançar.

O Governo tem por rever ou elaborar 28% dos programas e estratégias previstos nas Grandes Opções do Plano 2024-2028. No documento, remetido ao parlamento, o Executivo lista cerca de 160 programas ou estratégias em áreas tão distintas como habitação, ambiente ou combate à pobreza, estando a maioria adotados, mas ainda há dezenas por avançar.

Ao longo do documento, o Executivo liderado por Luís Montenegro coloca a etiqueta “por elaborar” em 37 programas ou estratégicas. Entre estes contam-se o plano estratégico nacional para a natalidade e longevidade, plano de ação nacional de atração de jovens portugueses que abandonaram o país ou o plano estratégico plurianual de segurança e saúde no trabalho.

Destacam-se ainda entre os documentos a elaborar o programa Erasmus+Interior, o programa de plano estratégico para os biorresíduos, o plano de apoio à internacionalização das empresas, o programa de ação de apoio à concentração e fusão de empresas exportadoras ou o plano de ação para os media.

Destacam-se ainda entre os documentos a elaborar Programa ERASMUS+ INTERIOR, o programa de Plano Estratégico para os Biorresíduos, o Plano de Apoio à Internacionalização das Empresas, o Programa de Ação de Apoio à Concentração e Fusão de Empresas Exportadoras ou o Plano de Ação para os Media.

Por rever estão oito programas e planos, entre os quais a estratégia nacional de segurança do ciberespaço 2019-2023, o plano nacional energia e clima, o plano nacional da água, o conceito estratégico de defesa nacional ou o programa “Marca Portugal”.

Por outro lado, entre os programas adotados incluem-se o Programa Internacionalizar 2030, o Plano Nacional de Saúde (PNS), a Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva 2030, o Plano Nacional de Gestão de Resíduos 2030, a Estratégia Nacional para o Hidrogénio ou o Programa Nacional de Habitação (2022-2026).

A proposta de Lei das Grandes Opções para 2024-2028 foi aprovada em Conselho de Ministros, a 25 de julho, cumprindo o prazo de entrega de 90 dias após a tomada de posse do Governo.

Além de enviada ao Parlamento, a proposta deve ser remetida para parecer do Conselho Económico e Social. O documento replica a maioria das medidas previstas no programa de Governo e prevê, entre 2024 e 2028, quase 58 mil milhões de euros em medidas de políticas.

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Salário mínimo, qualificações e fundo de compensação. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre o reconhecimento de qualificações das pessoas que migram, sobre o salário mínimo, sobre os aumentos na Função Pública e ainda sobre o fundo de compensação do trabalho.

Ouça o episódio abaixo ou aqui.

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Uma nova auditoria do Tribunal de Contas Europeu veio mostrar que o reconhecimento de qualificações “ainda é uma corrida de obstáculos“. Já quanto aos rendimentos, destaque para o estudo que mostra que quase 30% dos portugueses que ganham o salário mínimo têm dificuldade em pagar as contas, e para o “não” do Governo aos aumentos intercalares na Função Pública.

Já quanto ao Fundo de Compensação do Trabalho, desde fevereiro já foram resgatados mais de oito milhões de euros, segundo adiantou ao ECO o Ministério do Trabalho.

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Parvalorem devolve 100 milhões ao Estado mas ainda deve 5,3 mil milhões

Uma das mais custosas intervenções públicas na banca, a nacionalização do BPN em 2008 ainda "deve" 5,3 mil milhões aos cofres do Estado, apesar dos 1,7 mil milhões já recuperados pela Parvalorem.

A Parvalorem devolveu no ano passado 95,9 milhões de euros dos empréstimos contraídos junto do Estado no âmbito da nacionalização do antigo BPN, em 2008, mas ainda devia aos cofres públicos cerca de 5,92 mil milhões de euros.

Segundo o Relatório e Contas de 2023, este reembolso permitiu ao veículo que ficou a gerir os ativos tóxicos do BPN baixar o seu passivo para 5,3 mil milhões de euros no ano passado, sendo que corresponde essencialmente aos empréstimos formalizados com a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que totalizam agora os 5,92 mil milhões (incluindo juros).

Já o ativo líquido caiu 122,8 milhões de euros para 455,7 milhões. O que ajudou a aumentar o “buraco” da sociedade. Os capitais próprios negativos agravaram-se em cerca de 30 milhões de euros no ano passado para 4,86 mil milhões, refletindo ainda o prejuízo de 98,2 milhões e o aumento das reservas em 68,1 milhões em consequência do recalculo do custo amortizado dos financiamentos da DGTF.

A Parvalorem foi criada em 2010 juntamente com outros dois veículos – a Parups e a Parparticipadas – para administrar o património problemático do BPN, nacionalizado em novembro de 2008, numa das intervenções na banca mais custosa para os contribuintes.

No ano passado, recuperou ativos num total de 57,8 milhões de euros em numerário, aumentando para 1,24 mil milhões o montante global que já recuperou desde o início da sua atividade. Este montante corresponde a quase um terço da carteira de crédito cedido ao valor nominal.

A este valor acresce 492,5 milhões recuperados pela Parups. “Em conjunto as duas sociedades transformaram ativos em liquidez no valor de 1,7 mil milhões”, adianta a Parvalorem no relatório.

Por conta deste trabalho de recuperação de ativos, a Parvalorem tem vindo a reduzir a sua atividade e, simultaneamente, a simplificar a sua estrutura.

absorveu a Parups em 2022 e agora prepara-se para tomar conta do negócio da Parparticipadas no próximo ano, como avançou o ECO em primeira mão, depois do fecho do Banco Efisa no final do ano passado.

Atualmente com 82 trabalhadores, também os quadros têm vindo a ser reduzidos, até porque a Parvalorem tem o seu destino traçado fruto da missão para a qual foi desenhada. Só ainda não se sabe quando a sociedade vai ser encerrada.

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Desde 2015 foram licenciadas 55 empresas de comércio e indústria de bens e tecnologias militares

Ministro da Defesa Nacional anunciou, em maio, auditoria a todos os licenciamentos de atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares desde 2015. Este ano foram licenciadas seis.

Portugal licenciou 55 empresas para exercer atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares desde 2015, tendo concedido desde o início do ano o licenciamento a seis.

A informação foi remetida ao parlamento pelo Ministério da Defesa, no âmbito de um pedido do Partido Socialista (PS), que assinala que, devido à relevância estratégica do setor, “estas atividades são exercidas em estrita subordinação à salvaguarda dos interesses da defesa, da economia e segurança nacional, assim como em respeito pelos compromissos internacionais do Estado português”.

Os dados surgem após o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, ter anunciado em maio uma auditoria a todos os licenciamentos de atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares concedidos no Ministério desde 2015, após ter detetado eventuais irregularidades neste processo.

Os dados do Ministério da Defesa indicam que, desde 2000, o total de licenciamentos atribuídos ascendeu a 185, tendo o ano com o maior número sido o de 2000 (14), seguindo-se 2014 (12), 2013 (11) e 2010 (10). Já no período mais recente, desde o início da guerra na Ucrânia, foram licenciadas 20 empresas: seis em 2022, oito em 2023 e seis este ano.

Todas as empresas que tenham as seguintes atividades, relacionadas com bens e tecnologias militares, têm de ser licenciadas: comercialização (compra ou venda), importação, exportação, reexportação, intermediação, investigação, planeamento, ensaios, fabrico, montagem, reparação, transformação, manutenção e desmilitarização.

O ministério agora tutelado por Nuno Melo explicou que iria avançar com uma auditoria devido a eventuais falhas no “duplo controlo” dos licenciamentos de empresas na área da defesa, uma responsabilidade da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN) e do Gabinete Nacional de Segurança (GNS), detetadas numa “averiguação preliminar”.

O Ministério da Defesa avançou, na altura, que numa “amostragem restrita de processos considerados”, foi apurado o eventual licenciamento “de uma empresa cujo sócio foi condenado em pena de prisão”.

De acordo com a lei que regula as condições de acesso e exercício das atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares, a licença é concedida desde que se verifiquem, cumulativamente, a adequação e suficiência dos meios humanos da empresa, a adequação e suficiência dos meios técnicos e recursos financeiros da empresa, a qualificação técnica e idoneidade do requerente ou dos respetivos sócios e membros dos órgãos sociais, a transparência da estrutura do grupo que permita o adequado controlo da atividade do requerente, quando este faça parte de um grupo empresarial e a credenciação de segurança.

Licença é concedida desde que se verifiquem, cumulativamente, a adequação e suficiência dos meios humanos da empresa, a adequação e suficiência dos meios técnicos e recursos financeiros da empresa, a qualificação técnica e idoneidade do requerente ou dos respetivos sócios e membros dos órgãos sociais, a transparência da estrutura do grupo que permita o adequado controlo da atividade do requerente, quando este faça parte de um grupo empresarial, e a credenciação de segurança.

A legislação prevê que considera-se não possuir idoneidade quem “tenha sido condenado, no país ou no estrangeiro, por crimes de falência dolosa, falência por negligência, falsificação, furto, roubo, burla, extorsão, abuso de confiança, infidelidade, usura, corrupção, emissão de cheques sem provisão, apropriação ilegítima de bens do setor público ou cooperativo, falsas declarações, branqueamento de capitais ou infrações à legislação especificamente aplicável às sociedades comerciais, ou ainda por crimes praticados no exercício de atividades de comércio ou de indústria de bens e tecnologias militares”.

Fica ainda excluído quem “tenha comprovadamente tido envolvimento no tráfico ilícito de armas ou de outros bens e tecnologias militares ou de dupla utilização ou, ainda, na violação de embargos de fornecimento de bens e tecnologias militares decretados pela Organização das Nações Unidas, pela União Europeia, pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa ou pelo Estado português”.

O ministro da Defesa anunciou uma inspeção à empresa Softbox Madeira para avaliar a “conformidade ou desconformidade” do processo de licenciamento para atividade de comércio e indústria de bens e tecnologias militares, depois de o Correio da Manhã ter noticiado, em 05 de maio, que o ex-secretário de Estado da Defesa Carlos Pires atribuiu a esta empresa o licenciamento para o exercício das atividades de comércio e indústria dos bens e tecnologias militares.

Segundo aquele órgão de comunicação social, a empresa, instalada na Zona Franca da Madeira, dedicava-se, antes de mudar a atividade, à compra e venda de imóveis.

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Fibroglobal vence litígio com Scutvias para baixar preço do aluguer de condutas

Empresa de fibra ótica controlada pela Altice pediu intervenção da Anacom, que decidiu forçar a concessionária de autoestradas a rever as condições cobradas pelo uso de condutas na Beira Interior.

Um litígio entre a Fibroglobal e a Scutvias acabou por exigir a intervenção da Anacom, que decidiu a favor da primeira, obrigando a concessionária a rever os preços cobrados à empresa de fibra ótica pelo uso das condutas das autoestradas.

O caso remonta a outubro do ano passado, quando a Fibroglobal submeteu ao regulador das comunicações um “pedido de resolução administrativa de litígio contra a Scutvias”.

Segundo a decisão final publicada no portal da Anacom, a Fibroglobal queixava-se do valor do aluguer que lhe estava a ser cobrado pelo uso do chamado “canal técnico rodoviário”, uma infraestrutura passiva que permite alojar cabos, nomeadamente os de fibra ótica.

Para a empresa detida pela FastFiber, que é controlada pela Altice, os valores cobrados pela Scutvias, detida pela Globalvias, estavam a afastar-se “cada vez mais das melhores práticas no mercado”, principalmente após a atualização de preços que ocorreu devido à inflação. Aliás, argumentou a Fibroglobal, a tendência do mercado é a inversa, de descida de preços, exemplificando com o corte de 35% dos preços da Oferta de Referência de Acesso a Condutas, uma oferta regulada.

No final, a Anacom decidiu obrigar a Scutvias a “reformular as condições específicas aplicáveis à Fibroglobal” para que “o preço faturado corresponda à efetiva ocupação efetuada” e “não exceda os custos estimados para esta ocupação, garantindo que as condições remuneratórias praticadas são orientadas para os custos”. Porém, não cedeu à pretensão da Fibroglobal para que a revisão de preços tivesse efeito retroativo a janeiro de 2023.

Numa pronúncia ao abrigo do direito de audiência prévia, a Scutvias, responsável pelo canal técnico rodoviário da Beira Interior, discordou dos argumentos da adversária e da análise do regulador, defendendo, com explicações técnicas, que a oferta que pratica é “adequada à ocupação” e revelando que uma conduta usada pela Fibroglobal já apresenta uma margem de segurança inferior à pedida pela Anacom.

Perante estas informações, o ECO solicitou comentários à Fibroglobal e à Scutvias. Já depois da publicação desta notícia, a Fibroglobal, através da FastFiber, respondeu que “o processo em causa está a correr os trâmites previstos”, mas lembrou que o “acesso às infraestruturas aptas, no termos e condições previstos no Decreto-Lei nº 123/2009, é um direito dos operadores e prestadores de comunicações eletrónicas e um fator crítico para o desenvolvimento de redes de fibra ótica”.

“Neste contexto, consideramos esta decisão da Anacom muito positiva, contribuindo de forma decisiva para que os operadores de comunicações eletrónicas possam prosseguir com o desenvolvimento da sua rede, continuando assim a posicionar Portugal na liderança do desenvolvimento das redes de fibra ótica não só numa perspetiva de expansão da cobertura, mas também em termos de resiliência das redes”, concluiu fonte oficial da empresa de fibra ótica.

O ECO continua a aguardar resposta da Scutvias.

(Notícia atualizada a 5 de julho, às 9h58, com resposta da Fibroglobal)

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“Overstock” penalizou exportações no setor das duas rodas em 2023. Alemanha ultrapassa França como principal destino

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Julho 2024

Só o segmento das bicicletas elétricas, cujas vendas subiram 5%, escapou à ligeira quebra nas exportações nacionais. Portugal vendeu quase 240 milhões de euros ao mercado alemão.

Apesar das previsões de crescimento até pelo menos ao final da década, o setor das duas rodas registou um ligeiro recuo, de cerca de 2%, nas vendas ao exterior em 2023. No entanto, os dados facultados ao ECO pela Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas (Abimota) revelam um incremento do valor das exportações de bicicletas elétricas e de componentes como forquetas e guiadores, num ano em que a Alemanha destronou a França e se tornou o principal cliente da indústria portuguesa.

No ano passado, Portugal exportou bicicletas e componentes no valor de cerca de 760 milhões de euros, menos 1,58% do que em 2022 e ainda distante da barreira dos 800 milhões de euros. Esta retração, segundo o secretário-geral da Abimota, verificou-se também lá fora, na sequência de “um overstock de componentes de bicicletas”.

As cadeias de abastecimento eram longas, vinham muitas coisas da Ásia e, perante a falta de componentes, as empresas compravam tudo o que aparecia. Só que compraram algumas partes [de bicicletas] que as deixaram com stocks avultados“, explicou Gil Nadais, em declarações ao ECO, apontando que, agora, está a ser feita a “normalização” dos stocks de componentes.

Os números do representante dos produtores de bicicletas do país apontam para uma quebra de quase 10% na exportação de componentes para o estrangeiro, totalizando os 146,2 milhões de euros. Entre as 13 componentes made in Portugal, os raios (-76,2%), os porta-bagagens (-65,4%) e os aros (-44,68%) tiveram as reduções mais acentuadas nas vendas.

As vendas de outras componentes, como pedais, cubos (exceto de travões) e pinhões de rodas, e selins, também diminuíram de forma significativa — respetivamente, 35,47%, 31,23% e 25,79%. Ao mesmo tempo, foram exportados menos 23,29% de travões (incluindo os cubos de travões) e menos 16,1% mudanças de velocidades (desviadores) face a 2022.

Não obstante, Gil Nadais aponta que o investimento da indústria nacional das duas rodas é, atualmente, no sentido de “substituir as importações de componentes” e “evitar cadeias de abastecimento longas”, mantendo não só a sua capacidade de montagem de bicicletas, como também aumentando o volume e o número de componentes fabricados para o setor.

Exemplos desse investimento são componentes como os guiadores e as forquetas, cujas vendas ao exterior dispararam 146,34% e 60,11%, para 525.184 euros e 4,5 milhões de euros, respetivamente — ainda que os acessórios para bicicletas sejam a componente com maior peso (9,19%, quase 70 milhões de euros) no total das exportações portuguesas. “O consumidor europeu [que é o principal cliente do mercado nacional] também quer cada vez mais produtos com uma pegada ecológica reduzida”, assinala o secretário-geral da Abimota ao ECO.

As componentes representam, no entanto, quase 20% do total das exportações do setor das duas rodas em Portugal. Mais de 80% dos 760.004.697 euros vendidos pela indústria nacional em 2023 correspondem a bicicletas, dos quais 335,1 milhões provenientes das exportações de modelos convencionais e 278,6 milhões dos modelos elétricos.

Embora a bicicleta elétrica ainda não tenha ultrapassado a convencional, o cenário, segundo Gil Nadais, tem sido de maior “apetência” dos mercados pela primeira em detrimento da segunda, o que foi já notório nas exportações do ano passado: a compra do modelo elétrico subiu quase 5%, enquanto a compra da bicicleta convencional teve uma quebra ligeira de cerca de 3%.

A diminuição do “bolo” total das exportações em 2023 não desanima a indústria das duas rodas. “Os dados apontam para que o setor da mobilidade suave, sobretudo as bicicletas elétricas, vá crescer pelo menos até 2030, devido à descarbonização e aos hábitos de vida saudáveis que o uso de bicicleta ajuda a promover”, sustenta a Abimota.

Alemanha é destino de quase um terço das exportações

Tal como em 2022, as bicicletas convencionais, as bicicletas elétricas e as componentes fabricadas em Portugal no ano passado tiveram como destino, sobretudo, o continente europeu. França, Alemanha e Espanha mantêm-se como os três principais clientes e, no seu conjunto, equivalem a mais de dois terços (67,84%) do valor total das exportações portuguesas.

Os dados da Abimota indicam, porém, que o mercado alemão superou o francês. Em 2023, a indústria nacional de duas rodas exportou quase 240 milhões de euros em bicicletas e componentes para a Alemanha, mais 27,64% do que as vendas realizadas para o país no ano anterior, representando 31,46% das exportações totais.

O maior incremento nas vendas à Alemanha verificou-se nas bicicletas elétricas (+50,28%), embora o volume de exportações mais elevado para o país seja ao nível das bicicletas convencionais, que corresponde a quase 45% do total das exportações portuguesas neste segmento. Já nas componentes vendidas, houve uma queda de 15% face a 2022.

Enquanto os alemães preferem as bicicletas convencionais, os franceses — que em 2022 eram os maiores clientes de Portugal — privilegiam a mobilidade elétrica. O valor das exportações de bicicletas elétricas com destino a França aumentou quase 7% no ano passado, para mais de 105 milhões de euros, ao passo que as vendas de modelos convencionais de duas rodas e de componentes travaram 18,5% e 10,5%, respetivamente.

Com uma quota de 12,44% na totalidade das exportações portuguesas, Espanha fecha o “top 3” dos principais clientes da indústria nacional de bicicletas. Face a 2022, as vendas para o país vizinho registaram um decréscimo em todos os segmentos, sendo o mais significativo, perto dos 30%, nas bicicletas convencionais. O valor total das exportações para o mercado espanhol caiu abaixo dos 100 milhões de euros em 2023.

Dados do Eurostat, divulgados no início de junho, mostraram que o valor das exportações de bicicletas na União Europeia (UE) caiu 10% no último ano, para 1,03 mil milhões de euros, em comparação com 2022. O conjunto dos 27 Estados-membros exportou um total de 293 mil bicicletas elétricas (-21% face a 2022) e de 852 mil bicicletas convencionais, neste último caso equivalente a uma queda homóloga de 17%.

No que toca à produção, os últimos dados disponíveis, de 2022, situavam novamente a indústria portuguesa como a maior produtora de bicicletas no bloco comunitário. De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, Portugal foi responsável, nesse ano, por cerca de 18% da produção total de bicicletas na UE, tendo saído das fábricas nacionais 2,7 milhões unidades, de um total de 14,7 milhões no conjunto dos 27 Estados-membros.

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Projeto social La Fageda, reconhecido na Europa pela qualidade dos seus iogurtes

  • Servimedia
  • 4 Julho 2024

O júri do International Taste Institute de Bruxelas destacou a qualidade dos iogurtes Orígens, com duas estrelas, e Griego Natural, com uma estrela.

La Fageda, o projeto social criado em 1982 com o objetivo de melhorar a vida das pessoas com doenças mentais e deficiências intelectuais e que fabrica iogurtes na sua sede na região de Garrotxa (Girona) desde 1993, foi reconhecido com três estrelas nos Prémios do Gosto Superior 2024 do Instituto Internacional do Gosto em Bruxelas.

O júri, composto por mais de 200 profissionais da gastronomia, atribuiu uma estrela ao iogurte grego natural de La Fageda, com uma pontuação de 76,8%, e duas estrelas ao iogurte Orígens, que recebeu uma pontuação de 84%.

Há quase 20 anos que o International Taste Institute efetua provas cegas de produtos de consumo graças a um júri internacional de especialistas, incluindo alguns dos chefes e sommeliers mais conceituados do mundo, que avaliam os produtos às cegas e os avaliam em cinco aspetos sensoriais: primeira impressão, aspeto, cheiro, sabor e textura.

Orígens, o iogurte La Fageda que recebeu a melhor pontuação nos Prémios Sabor Superior, nasceu em 2022, no âmbito do 40º aniversário do projeto social. Esta edição especial combina as melhores características dos iogurtes naturais e gregos.

La Fageda foi fundada em 1982 pelo psicólogo Cristóbal Colón com o objetivo de melhorar a vida das pessoas em situação de vulnerabilidade, criando-lhes empregos reais e significativos. No entanto, só em 1993 é que o projeto começou a produzir iogurte.

Francesc Galí, Diretor de Marketing e Vendas da La Fageda, destaca o valor e o mérito deste reconhecimento: “Estes prémios reforçam o compromisso do nosso projeto com a qualidade. Ser reconhecido a nível internacional é um tributo ao trabalho e ao coração daqueles que tornam La Fageda possível, mostrando que a verdadeira qualidade nasce do compromisso social e do talento das pessoas”.

La Fageda fechou o ano anterior com uma quota de 7,4% em valor na Catalunha e uma produção de mais de 86 milhões de unidades de iogurtes e sobremesas lácteas. Atualmente, comercializa também os seus iogurtes nas Ilhas Baleares e nas regiões de Valência e Madrid.

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Britânicos preparam “castigo” a Sunak nas urnas. Trabalhistas mais perto de Downing Street

Ao fim de 14 anos no poder e cinco primeiros-ministros, os conservadores liderados por Rishi Sunak devem sair derrotados e assistir a uma vitória esmagadora dos Trabalhistas de Keir Starmer.

Mais de 47 milhões eleitores britânicos são esta quinta-feira chamados às urnas para eleger um novo Parlamento no Reino Unido. A decisão acontece depois de, inesperadamente, Rishi Sunak ter antecipado eleições mesmo numa altura em que os receios de uma crise económica na região desvaneciam. Em junho, os dados revelavam que inflação homóloga da região desacelerou para 2% em maio, contra 2,3% do mês anterior, atingindo o objetivo estabelecido pelo Banco da Inglaterra pela primeira vez em quase três anos.

“Dentro do partido havia pressão para que se antecipassem eleições para aproveitar o cenário económico. Foi uma jogada política arriscada que não parece que vá colher frutos“, diz Paulo Sande, especialista em assuntos europeus ao ECO, argumento subscrito por Henrique Burnay. “Mesmo com isto nas mãos só prova que Sunak não sabe o que faz, nem escolher um timing indicado“, atira o analista o consultor de assuntos europeus.

Depois de uma governação imprevisível de Boris Johnson, a passagem curta (mas danosa) de Liz Truss e a incapacidade política de Rishi Sunak, a popularidade dos Conservadores (Tories) – pressionada, simultaneamente, por sucessivas polémicas internas – está em baixa, e nem os dados macroeconómicos parecem convencer os eleitores que procuram por alguma estabilidade política naquelas que serão as primeiras eleições depois do Brexit.

As sondagens antecipam uma reviravolta na Câmara dos Comuns com um regresso em alta do partido Trabalhista (Labour). Num Parlamento em que se sentam 650 deputados, as intenções de voto para o partido de centro-esquerda são de cerca de 40% o que poderá traduzir-se em 428 lugares, contra 203 na legislatura anterior. É preciso recuar até 1997 para se verificar uma vitória tão significativa. Na altura, o Labour de Tony Blair obteve 415 deputados, conquistando mais 147 deputados em relação a 1992, uma ampla maioria absoluta.

Já para os Conservadores, as sondagens não são tão animadoras. As intenções de voto não superam os 20%, o que se traduz em 127 lugares na Câmara dos Comuns na próxima legislatura, contra 365 conquistados nas últimas eleições.

Câmara dos Comuns do Reino UnidoJESSICA TAYLOR HANDOUT/EPA

 

Além de uma reviravolta significativa, também se admite Rishi Sunak falhe a eleição pelo círculo de Richmond, em Yorkshire, um condado no norte de Inglaterra que o próprio representa desde 2015, noticia o The Guardian. “Uma derrota enorme”, quantifica Paulo Sande, sublinhando que internamente “o partido está dividido”. Já a própria campanha eleitoral conduzida por Sunak, durante o último mês, com especial enfoque sobre a imigração, “envergonha qualquer conservador”, considera Burnay.

O resultado, diz o consultor em assuntos europeus, é uma reação “evidente” da parte dos eleitores que estão a “castigar” um governo que está no poder há mais de uma década, e sob a liderança de cinco primeiros-ministros diferentes, da forma mais democrática possível. “Os conservadores estão a pagar o preço de duas coisas: por um mau governo e por um Brexit que não teve as consequências que se previam“, diz.

“Em França, as pessoas mostram o seu descontentamento com manifestações. No Reino Unido, o sistema político funciona e por isso os eleitores irão votar em alternativas“, simplifica o consultor em assuntos europeus. Os Trabalhistas são, neste momento, a opção favorita. Mas nem sempre foi assim. Afinal de contas, os Tories ocupam o nº10 em Downing Street há 14 anos.

 

Depois de sucessivas expulsões de figuras mais radicais da extrema-esquerda dentro do Labour – entre elas, a de Jeremy Corbyn e Nick Brown –, assistiu-se a uma necessidade de reposicionar o partido mais ao centro, mas sem nunca abandonar as raízes de esquerda. Isso está patente no programa eleitoral que promete mais investimento público (sobretudo na saúde e energia) e um aumento dos impostos no setor privado, sobretudo das grandes empresas, na próxima legislatura.

Sir Keir Starmer, advogado de direitos humanos de 61 anos, e adepto aguerrido de futebol nos tempos livres, é a cara dessa ambição e poderá estar perto de se tornar no próximo primeiro-ministro do Reino Unido já no próximo dia 17 de julho, dia em que o Rei Carlos oficializa a agenda legislativa do governo. Ingressou na política em 2015 quando foi eleito deputado pela primeira vez, e assumiu a liderança do partido cinco anos mais tarde.

“É alguém moderado, de centro-esquerda, que irá certamente promover uma relação mais saudável entre o Reino Unido e a União Europeia (UE)”, diz Henrique Burnay. Mas não irá mais longe que isso, e o próprio líder dos Trabalhistas assim garantiu: o Reino Unido não voltará a aderir à UE, ao mercado único nem à união aduaneira se for eleito primeiro-ministro.

“É alguém centrista. É criticado por ser alguém com pouco carisma, pouca ambição e por fazer uma política muito burocrática“, explica Paulo Sande. Uma figura muito oposta de Nigel Farage, que regressa à política para dar voz aos eurocéticos da ala mais extremista do Partido Reformista (outrora Partido do Brexit) e para trazer algum “frenesim” à campanha eleitoral, admite o especialista em assuntos europeus.

As sondagens indicam que o partido está a ganhar força (16% das intenções de voto) e poderá eleger até oito deputados para Câmara dos Comuns. Um resultado “pouco relevante”, considera Burnay, perante uma Europa que tenta resistir à ascensão da extrema-direita. Mas num Reino Unido em que as legislativas se disputam em 650 círculos uninominais a uma só volta, ganhando o mais votado, se o eleitorado de direita se dividir entre candidatos Tories e os Reformistas, os Trabalhistas saem beneficiados.

Da esquerda para a direita: Nigel Farage, Keir Starmer e Rishi Sunak

 

Por ser quase certo que os Trabalhistas poderão ganhar as eleições desta quinta-feira, a questão que agora se coloca é qual será o futuro dos Conservadores. Pela Europa fora, são vários os países, como em França, Espanha e na Grécia, em que os partidos tradicionais veem-se ameaçados pelas alternativas mais radicais.

“Vai ser importante perceber o que vai acontecer com os Tories: se vai ser tomado assalto pela ala radical ou se vai fazer uma renovação e voltar ao centro-direita, resistindo ir buscar votos à ala mais radicalmente anti-europeísta”, aponta Henrique Burnay.

As urnas abrem às 7h da manhã e só fecham às 22h. Será por volta dessa hora que serão conhecidas as primeiras sondagens à boca das urnas. Depois disso, é uma questão de esperar que cada círculo eleitoral anuncie os resultados das suas contagens. Será uma noite longa: Segundo o The Guardian, os primeiros resultados são esperados por volta das 23h30 e os restantes serão divulgados até às 3h da manhã. Cerca de 440 dos 650 lugares serão declarados nas duas horas seguintes. Só pelas 8h da manhã de sexta-feira estarão contados todos os votos.

Crescimento ligeiro e inflação alta com Labour no poder

Os analistas do Goldman Sachs também já dão como garantida a vitória dos Trabalhistas, antecipando impactos económicos que resultarão numa mudança de inquilinos em Downing Street. Numa nota enviada às redações, os especialistas antecipam um “crescimento a curto prazo ligeiramente mais forte e uma inflação ligeiramente mais elevada” com uma maioria trabalhista na Câmara dos Comuns.

“Prevemos uma subida do crescimento de cerca de 0,1 pontos percentuais em cada um dos anos de 2025 e 2026, o que provavelmente aumentaria marginalmente o crescimento dos salários e a inflação“, revela a nota.

Mas além de as políticas dos trabalhistas pressionarem a economia, vão também apertar o orçamento. De acordo com as contas da Goldman Sachs, “os Trabalhistas tencionam seguir as mesmas regras orçamentais que o atual governo, o que resulta numa margem de manobra orçamental limitada no manifesto”. Dito isto, adiantam os analistas, o partido liderado por Keir Starmer teria “provavelmente” de aumentar a despesa em 14 mil milhões de libras por ano (cerca de 16,54 mil milhões de euros) a mais do que o previsto até ao final ano para evitar uma derrapagem na despesa dos serviços públicos.

O banco norte-americano antecipa que “grande parte deste aumento” seria financiado através de perdas contabilísticas mais baixas do mecanismo de compra de ativos do Banco de Inglaterra, “quer através de uma redução do ritmo de aquisição de ativos, quer através de uma redefinição das regras orçamentais“. Ou até mesmo de “aumentos modestos dos impostos para manter a margem de manobra aos níveis atuais“, nomeadamente, sobre as mais-valias e as heranças.

Quanto às políticas propostas pelos Trabalhistas, o Goldman Sachs estima impactos económicos positivos a curto e médio prazo, desde logo, um impulso na produtividade e construção de casas através de uma reforma do sistema de planeamento e uma melhoria nos laços comerciais com a UE que resultariam de um maior investimento do setor público – algo que, por sua vez, atenuaria os custos do Brexit.

Por outro lado, impostos mais elevados poderiam reduzir os incentivos ao investimento; e a promessa do Partido Trabalhista de reduzir a migração líquida poderia afetar a oferta de mão de obra. “Estes potenciais efeitos no crescimento a médio prazo são, contudo, difíceis de quantificar sem sem mais pormenores políticos”, diz o banco.

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